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Excesso de gases: o que pode ser e como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O excesso de gases se apresenta principalmente como eructação (popularmente conhecido por “arroto”) e a flatulência (“pum”). Podem ocorrer por uma série de motivos e o tratamento dependerá exatamente da causa desse problema.

Eliminamos gases diariamente, de forma natural, de acordo com o funcionamento do nosso intestino e quantidade de bactérias que nele habitam. A formação dos gases variam de acordo com a nossa alimentação e estilo de vida, mas trata-se de uma condição completamente normal e geralmente não indica qualquer doença.

Porém, quando ocorrem com uma frequência muito elevada ou associado a outros sintomas como: dor de barriga, perda de peso, diarreia crônica, diminuição do apetite, anemia, febre e ou sangramentos, o excesso de gases pode ser sinal de algum problema de saúde.

Quais as causas dos gases intestinais e no estômago?

A alimentação gordurosa é uma das principais causas de excesso de gases. Assim como o consumo de bebidas com gás.

A falta de exercício físico, intolerância à lactose, uso de antibióticos, síndrome do intestino irritável e constipação intestinal (prisão de ventre), são também causas comuns de excesso de gases.

No caso de gases no estômago, a origem principal é o ar engolido durante as refeições. Não reparamos, mas durante as refeições engolimos grandes volumes de ar enquanto falamos ou mastigamos rápido.

O mesmo acontece quando mastigamos um chiclete, engolimos saliva, tomamos bebidas com gás ou fumamos.

Quais os alimentos que causam gases intestinais?

Dentre os alimentos que causam mais gases intestinais, estão: os refrigerantes e bebidas gaseificadas em geral, cerveja, feijão, repolho, couve-flor, ovos, vinagre, leite e alguns laticínios, adoçantes artificiais, batata, milho e alho.

Quais os sintomas de gases?

A flatulência e a eructação são os sintomas típicos, mas ainda pode haver dores abdominais, em pontadas, inchaço, "endurecimento" da barriga e cólicas.

Como eliminar gases?

O tratamento mais simples e recomendado é:

  • Dieta
  • Praticar atividades físicas regularmente
  • Exercícios e massagens na barriga
  • Medicamentos
Dieta

Evitar ou reduzir o consumo de alimentos gordurosos, excesso de proteínas e os alimentos que sabidamente estimulam a produção de gases. Vale a pena manter um registro de alimentos e bebidas que costuma ingerir para identificar quais são os mais incômodos para o seu organismo e procurando evitá-los no futuro.

Atividade física

É importante a prática de exercícios físicos, sempre que possível, para estimular o peristaltismo do intestino, ajudando na eliminação natural dos gases.

Exercícios e Massagem para eliminar gases

Deite de barriga para cima e puxe as pernas dobradas contra a barriga.

Com as pontas dos dedos, faça movimentos circulares e profundos no abdômen, massageando a barriga no sentido dos ponteiros do relógio e insistindo nas áreas mais doloridas e inchadas.

Medicamentos

Dentre os medicamentos, os mais utilizados são a dimeticona e o salicilato de bismuto, mas primeiro tente resolver o problema com a dieta, atividade física e massagens na barriga, em caso de dor.

Alguns remédios caseiros, como o chá de funcho com erva cidreira ou o chá de semente de erva doce, parecem ajudar na eliminação do excesso de gases, para algumas pessoas.

Se apesar da dieta e atividade física os sintomas continuarem, procure um médico gastroenterologista para avaliar o caso e se preciso, solicitar exames ou prescrever um tratamento mais adequado.

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Bolhas no corpo: o que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Bolhas no corpo podem ser sinal de diversas doenças, como catapora (varicela), epidermólise bolhosa, pênfigo, entre outras. Algumas das principais causas de bolhas no corpo, bem como os seus sintomas e tratamentos, estão descritas abaixo.

Epidermólise bolhosa

Doença genética que pode acometer pessoas de qualquer idade. Não é contagiosa. As áreas do corpo mais afetadas são as regiões de dobras, extremidades, mucosas da boca e dos olhos.

Caracteriza-se pela fragilidade da pele e das mucosas devido à falta de aderência entre as camadas da pele. Assim, sob qualquer atrito ou pressão, as camadas da pele se separam e formam bolhas com muita facilidade.

Existem 3 tipos de epidermólise bolhosa:

  • Simples: apesar das bolhas serem muito dolorosas, a cicatrização não provoca grandes danos permanentes;
  • Distrófica: as bolhas surgem espalhadas pelo corpo, são constantes e deixam cicatrizes;
  • Juncional: é a forma mais grave, pois atinge esôfago, estômago e intestino, provocando lesões internas que impedem o paciente de engolir ou digerir os alimentos.

A prevenção é o melhor tratamento para epidermólise bolhosa, ou seja, o paciente deve evitar machucados e traumatismos na pele. Casos com infecção são tratados com antibióticos.

Saiba mais em: O que é epidermólise bolhosa? Quais os sintomas e tratamento?

Catapora (varicela)

Causada pelo vírus varicela-zóster, a doença é altamente contagiosa e está entre as mais comuns da infância, embora não seja considerada grave.

Os sinais e sintomas da catapora incluem febre alta, mal-estar, falta de apetite, cansaço e manchas vermelhas que coçam muito e depois se transformam em bolhas cheias de líquido.

As bolhas então se estouram e formam uma pequena ferida, que cria uma casquinha e sara espontaneamente. Em geral, todo o processo da doença dura entre uma e duas semanas.

Veja também: Quais são os sintomas da catapora?

Uma vez exposta à catapora, a pessoa fica imune até o fim da vida. Mais de 90% dos adultos estão imunes à catapora porque já a contraíram em alguma fase da vida.

A transmissão da catapora ocorre através do contato direto com saliva ou secreções respiratórias de alguém infectado, ou pelo contato com o líquido que fica dentro das vesículas (pequenas bolhas).

Mesmo após o fim da doença, o vírus da catapora fica "adormecido" no organismo, em gânglios nervosos perto da coluna vertebral. Se o vírus for reativado, pode causar uma outra doença chamada Herpes zoster, que caracteriza-se pela formação de pequenas bolhas agrupadas sobre uma base avermelhada que provocam dor, queimação e aumento da sensibilidade local.

Pênfigo

Doença relativamente rara, que caracteriza-se pela formação de bolhas na pele, podendo também atingir as mucosas (boca, garganta, olhos, nariz e região genital).

Os pênfigos são doenças autoimunes, ou seja, são causadas pelo ataque do próprio sistema imunológico do paciente, portanto não são contagiosas.

Os anticorpos atacam estruturas da pele responsáveis pela união entre as células. Sem esse "cimento" que une as células, elas se separam e com a separação ocorre passagem de líquido e formação de bolhas.

As bolhas se rompem após horas ou dias, deixando feridas na pele e nas mucosas que demoram muito para fechar e, às vezes, nem fecham.

São 2 os principais tipos de pênfigos:

  • Pênfigo vulgar: as bolhas geralmente começam nas mucosas, sobretudo na boca, podendo também surgir dentro do nariz e na região genital, passando depois para o couro cabeludo, costas, peito e depois para o corpo todo;
  • Pênfigo foliáceo: Também chamado de “fogo selvagem”, este tipo de pênfigo não forma bolhas nas mucosas, somente na pele.

Leia também: O que é pênfigo?

O tratamento do pênfigo é feito com corticosteroides orais e, em alguns casos, acrescenta-se medicamentos imunossupressores.

Penfigoides

É um outro grupo de doenças autoimunes que provocam a formação de bolhas no corpo e nas mucosas. O principal deles é o penfigoide bolhoso, que acomete sobretudo idosos e caracteriza-se pelo aparecimento de bolhas grandes e firmes que demoram vários dias para romper.

Dermatite herpetiforme

Doença autoimune, portanto não contagiosa, que provoca a formação de grupos de pequenas bolhas persistentes que causam muita coceira. Em geral, a maioria das bolhas se concentra nos cotovelos, joelhos, nádegas, coluna lombar e atrás da cabeça, podendo também surgir na face e no pescoço.

Normalmente, a doença é ativada pela ingestão de glúten, uma proteína presente em cereais e na aveia. Por isso, quase todos os pacientes apresentam também intolerância ao glúten (doença celíaca).

O tratamento consiste basicamente numa dieta sem glúten, com uso de medicamentos específicos para aliviar os sintomas, caso eles surjam.

Essas são apenas algumas das doenças que podem causar bolhas no corpo, por isso é fundamental consultar o/a médico/a de família ou dermatologista assim que se verifique os primeiros sintomas, para um diagnóstico e tratamento adequados.

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Gosto metálico na boca, o que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O gosto metálico na boca pode ter várias causas, como alterações hormonais na gravidez, alimentação, medicamentos ou ainda pode ser sintoma de alguma doença. O gosto metálico na boca é um tipo de alteração da sensação do paladar, chamada disgeusia.

Dentre as possíveis causas de gosto metálico na boca estão:

  • Uso de medicamentos como metronidazol, antibióticos, vitamina B12 e ferro;
  • Gravidez;
  • Boca seca por diminuição da produção de saliva (xerostomia);
  • Intoxicação por mercúrio ou chumbo;
  • Uso de prótese mal posicionada ou aparelhos ortodônticos por longo período sem revisão;
  • Infecção e alguns tipos de cirurgia no ouvido;
  • Dengue;
  • Doença de Ménière;
  • Distúrbios neurológicos;
  • Insuficiência renal.

A eliminação do gosto metálico depende da identificação e do tratamento específico da sua causa. Em algumas situações, como na gravidez, o gosto metálico irá desaparecer naturalmente ao longo da gestação ou após o nascimento do bebê.

O/a médico/a clínico geral ou médico/a de família pode diagnosticar a causa para as alterações do gosto ou orientar o encaminhamento para um/a outro/a profissional.

Saiba mais em:

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O que pode ser dor na virilha e o que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Dor na virilha esquerda ou direita pode ter várias causas. As causas mais comuns nas mulheres e nos homens incluem:

  • Distensão muscular;
  • Osteoartrose ou problemas articulares do quadril;
  • Hérnia inguinal;
  • Litíase renal (pedras nos rins);
  • Infecções e linfonodos aumentados (ínguas).

A virilha é a região localizada na dobra entre a coxa e o abdômen. A virilha não abrange apenas a parte interna da coxa, mas também a região inguinal e a articulação do quadril.

Por se tratar de uma região com muitas estruturas importantes, a dor na virilha pode ter diversas causas. Vejamos algumas causas frequentes:

Artrose do quadril e problemas articulares

Se a dor na virilha estiver localizada ou irradiar para a parte externa da coxa, pode estar relacionada com a articulação do quadril, formada pelo fêmur e o osso da bacia.

Nesses casos, a dor piora ao realizar movimentos de rotação ou flexão da coxa, como, por exemplo, entrar ou sair do carro, fletir a perna para colocar uma meia ou calçar um sapato ou ainda sentar-se num assento baixo.

Uma possível causa para a dor na virilha nesses casos é a artrose da articulação do quadril. Trata-se de um desgaste da cartilagem articular, que afeta sobretudo pessoas idosas. Quando ocorre em indivíduos mais jovens, geralmente está associada ao excesso de atividade física.

À medida que o problema evolui, aumenta a dificuldade em realizar determinados movimentos, que causa dor principalmente ao girar a perna ou flexionar a coxa.

Veja também: Dor no quadril, o que pode ser e o que fazer?

Distensão muscular

Quando a dor na virilha ocorre depois de praticar esportes, pode estar relacionada com uma lesão muscular, provavelmente uma distensão. Esse tipo de dor na virilha costuma ser facilmente identificada, porque a pessoa normalmente lembra-se bem do momento da lesão.

A dor na virilha nesses casos é bem localizada, situando-se na região da lesão muscular. A dor normalmente piora com o estiramento da musculatura lesionada, como ao abrir as pernas, por exemplo.

Leia também: Distensão muscular: o que é e quais os sintomas?

Hérnia inguinal

Se a dor na virilha piora ao fazer força, como tossir, evacuar ou levantar peso e se a pessoa notar alguma saliência na região inguinal, próxima à virilha, pode ser uma hérnia inguinal. Nesses casos, a saliência na virilha surge com o esforço e desaparece com o repouso.

Geralmente a dor da hérnia inguinal se localiza em um dos lados da virilha, ou a esquerda, ou a direita, nas mulheres a dor pode irradiar para os grandes lábios vaginais, já nos homens a dor pode irradiar para os testículos.

Litíase renal (pedras nos rins)

A dor que caracteriza a presença de pedras nos rins (cálculos renais), em geral, localiza-se na região inferior e lateral das costas, na região lombar.

Porém, à medida que a pedra se desloca pelo trato urinário, pode causar dor em diferentes partes do corpo. Quando chega à bexiga, pode provocar dor na virilha. Nos homens, a dor também pode atingir os testículos e, nas mulheres, a vagina.

A dor da litíase renal é em cólicas, ou seja, é uma dor que surge e vai aumentando de intensidade gradativamente, atinge um pico de dor e depois começa a passar gradualmente. É uma dor de moderada a forte intensidade.

Outros sinais e sintomas que costumam estar presentes em caso de pedra nos rins incluem a presença de sangue na urina, náuseas e vômitos.

Infecções e formação de ínguas

Alguns processos infecciosos como pielonefrite, prostatites ou infecções ginecológicas como, a doença inflamatória pélvica também podem causar dor na virilha e na região pélvica.

Se houver alguma infecção nos membros inferiores, genitais ou órgãos da bacia, pode ocorrer um aumento dos gânglios linfáticos da virilha. Nesses casos, surgem nódulos ou caroços dolorosos na virilha (“ínguas”).

Algumas doenças sexualmente transmissíveis também podem causar aumentos dos gânglios linfáticos, como a sífilis, gonorreia ou linfogranuloma venéreo.

Diferenças entre as causas de dor na virilha em homens e mulheres

Algumas causas específicas de dor na virilha no homem são a prostatite (inflamação da próstata) e a presença de inflamação ou tumor no testículo.

Nas mulheres, gravidez (especialmente nos meses finais), gravidez ectópica, mioma, cisto no ovário e infecções ginecológicas também podem cursar com dor na virilha.

A presença de cisto no ovário, ou de gravidez ectópica pode ocasionar um quadro de dor na região da virilha, ou pelve, de um único lado, ou a esquerda, ou a direita.

Qual o tratamento para dor na virilha?

O tratamento depende da causa da dor na virilha. Quando a dor na virilha é provocada por distensões musculares, artrose, bursite e gestação, muitas vezes o tratamento é baseado no uso de analgésicos e anti-inflamatórios, além de fisioterapia ou acupuntura.

No caso de apendicite ou hérnia inguinal o tratamento é através da realização de cirurgia.

Se a dor na virilha for provocada por prostatite, infecção de urina, formação de ínguas ou outras infecções, o tratamento pode ser feito com medicamentos antibióticos.

Para o correto diagnóstico da causa de dor na virilha, deve-se procurar um clínico geral ou médico de família, para os casos mais crônicos (que duram semanas a meses), ou um pronto atendimento, se a dor for aguda e especialmente se estiver associada a febre ou outros sintomas como alterações urinárias ou intestinais.

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Sinto muita dor de cabeça de um lado da fonte. O que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Dor de cabeça forte em um lado da cabeça, em pontadas ou fisgadas, pode ser enxaqueca. Outros sintomas da enxaqueca incluem: dor de cabeça (geralmente pulsátil, em peso ou pressão, que dura entre 4 e 72 horas), náuseas, vômitos, intolerância à luz, barulhos, cheiros e movimentos.

A dor de cabeça da enxaqueca começa fraca e vai aumentando de intensidade. Outros tipos de dores de cabeça já começam fortes ou mantêm-se sempre moderadas.

O que é enxaqueca?

A enxaqueca é uma dor de cabeça que se manifesta com crises de dor muito intensas. Em geral, surge entre os 15 e os 40 anos de idade, embora possa surgir na infância ou depois da primeira menstruação. O aparecimento da enxaqueca após os 45 anos deve ser investigada para excluir outras causas para a dor de cabeça.

A enxaqueca tem algumas características que estão muito relacionadas com aparelho reprodutor da mulher. Os sintomas geralmente surgem depois da primeira menstruação, as crises são mais frequentes no período menstrual, o uso da pílula anticoncepcional ou terapia hormonal podem agravar as crises, e há diminuição ou desaparecimento das crises durante a gravidez ou na menopausa.

Antes da adolescência, a incidência de enxaqueca em meninos e meninas é igual. Contudo, a partir da adolescência, a enxaqueca é até 3 vezes mais frequente nas mulheres.

Quais as causas da enxaqueca?

As causas da enxaqueca estão relacionadas com uma combinação de processos cerebrais: excitação ou depressão das células cerebrais, dilatação das artérias, produção e libertação de substâncias químicas.

Pessoas com enxaqueca tendem a ser mais sensíveis a determinados estímulos, seja do ambiente ou do seu próprio organismo, que podem originar esses processos cerebrais. Por isso, acredita-se que a enxaqueca está associada a fatores genéticos.

Há pessoas que são capazes de identificar os fatores que desencadeiam as crises de enxaqueca, como consumo de queijo, chocolate, frutos do mar, vinho, molhos e outros alimentos e bebidas, sono irregular, estresse, menstruação, exercício físico, entre outros.

Indivíduos que estão muito habituados a tomar café, por exemplo, podem ter crises de enxaqueca quando deixam de tomar a bebida. Por outro lado, em alguns casos o café pode piorar a dor de cabeça.

Em algumas pessoas, a enxaqueca surge com mais frequência aos fins-de-semana. A origem da dor de cabeça nesses casos pode estar relacionada com mudanças nos horários do sono, falta do café-da-manhã, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, entre outras condições.

Quais os sintomas da enxaqueca?

A dor de cabeça da enxaqueca geralmente é pulsátil, piora com o esforço físico ou ao movimentar a cabeça e afeta apenas um lado da cabeça. Em geral, a dor vem acompanhada de náuseas, vômitos, intolerância à luz, barulhos e alguns cheiros.

As manifestações da enxaqueca são recorrentes, surgindo várias vezes durante a vida, porém com intervalos de tempo completamente livres de sintomas entre as crises.

Uma enxaqueca que ocorre diariamente provavelmente é causada pelo uso de analgésicos ou outro medicamento em excesso. O uso excessivo de medicações pode transformar uma enxaqueca numa dor de cabeça diária e crônica.

Conheça as diferenças entre dor de cabeça e enxaqueca em: Enxaqueca e Cefaleia

Uma crise de enxaqueca pode durar algumas horas ou permanecer por até 3 dias. A frequência das crises pode ser de duas por semana ou apenas algumas durante toda a vida.

Pessoas com enxaqueca com aura podem apresentar ainda sintomas neurológicos, como alterações visuais passageiras, como perda parcial da visão, visão turva, presença de pontos luminosos, figuras ou riscos brilhantes na visão.

Algumas enxaquecas com aura podem causar ainda formigamento ou dormência em um lado do rosto ou em uma das mãos, paralisias passageiras (geralmente em apenas um lado do corpo) e até mesmo dificuldade para falar.

Essas manifestações duram de 10 a 30 minutos e normalmente surgem antes da dor.

Qual é o tratamento para enxaqueca?

A enxaqueca não tem cura. O tratamento é feito com medicamentos e mudanças de comportamentos e tem o objetivo de diminuir a frequência, a duração e a intensidade das crises.

Durante uma crise aguda de enxaqueca, o tratamento consiste de repouso num ambiente tranquilo e escuro, aplicação de frio no local da dor e uso de medicamentos analgésicos, triptanos, anti-inflamatórios e para controle das náuseas e dos vômitos.

Para prevenir novas crises de enxaqueca, o primeiro passo é identificar e afastar os fatores que desencadeiam as dores de cabeça. Algumas pessoas podem precisar tomar medicamentos diariamente para reduzir a frequência, duração e intensidade das crises. Porém, não existem medicamentos específicos capazes de prevenir a enxaqueca.

Contudo, algumas medicações utilizadas para outros fins, como alguns antidepressivos e antiepilépticos, podem ser eficazes na prevenção de novas crises se enxaqueca.

Dor de cabeça forte pode ser AVC?

Quanto ao seu medo de que essa dor de cabeça possa ser uma veia entupida, o que poderia resultar em um "derrame" (acidente vascular cerebral - AVC), ele é comum, uma vez que a enxaqueca é muitas vezes confundida com um AVC.

Isso acontece principalmente em pessoas que têm enxaqueca com aura, um sintoma neurológico que caracteriza-se por alterações sensitivas e visuais.

O indivíduo pode sentir dormência em mãos, braços e até na língua, o que pode inclusive dificultar a fala. Todos esses sintomas somados à dor de cabeça leva a pessoa a pensar que está tendo um "derrame".

Dentre os sintomas mais comuns de um AVC estão:

  • Perda de força muscular;
  • Adormecimento ou paralisia da face ou de algum membro de um lado do corpo;
  • Alterações visuais (perda da visão, visão turva, dupla ou "com sombra");
  • Dificuldade para falar ou entender frases;
  • Falta de equilíbrio;
  • Tontura;
  • Falta de coordenação ao caminhar;
  • Queda súbita;
  • Dor de cabeça forte e persistente;
  • Dificuldade para engolir.

As dores de cabeça podem ter muitas causas, entre elas pressão alta. Por isso, o melhor a fazer é procurar um/a médico/a neurologista para receber um diagnóstico e tratamento adequados.

Sinto pontadas no peito. O que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Pontadas no peito normalmente não estão relacionadas com o coração. Podem ser sinal de gases intestinais, ansiedade, doenças pulmonares e digestivas, entre outras causas. A dor no peito causada pelo infarto tem características diferentes.

As pontadas no peito podem ser causadas por irritação da pleura, uma membrana dupla de tecido conjuntivo que recobre os pulmões e a parte interna do tórax. A dor pleurítica é súbita, em pontada, e surge ou piora com a respiração, tosse ou bocejo. As pontadas são bem localizadas e parecem vir diretamente do coração.

Dentre as doenças ou condições que podem afetar a pleura e causar pontadas no peito estão a tuberculose, o câncer de pulmão, a pneumonia, o derrame pleural (excesso de líquido entre o pulmão e as costelas) e o pneumotórax (escape ou entrada de ar no espaço pleural que provoca um colapso total ou parcial do pulmão).

Quando as pontadas no peito vêm acompanhadas de tosse, azia ou febre, as causas mais prováveis são as doenças respiratórias ou digestivas. Dentre as possíveis causas estão:

  • Aneurisma de aorta, embolia pulmonar, refluxo gastroesofágico;
  • Inflamação do pericárdio (pericardite), membrana que envolve o coração;
  • Esofagite, espasmo do esôfago, pressão sanguínea pulmonar elevada;
  • Costocondrite (inflamação das cartilagens das costelas), lesões nas costelas;
  • Lesões musculares, artrite, fibromialgia, herpes zoster, artrite reumatoide;
  • Colecistite, gastrite, úlcera, pancreatite.
Pontadas no peito podem ser problemas no coração?

A dor torácica em forma de pontadas ou agulhadas no peito raramente estão relacionadas com o coração. As dores no peito de origem cardíaca, como em casos de angina ou infarto, localizam-se no centro do tórax e podem irradiar para outras partes do corpo, como braços, mandíbula, pescoço, região posterior do tórax, estômago e umbigo.

A pessoa geralmente sente uma dor ou um desconforto no peito que pode irradiar para essas áreas do corpo. É uma dor intensa e prolongada, acompanhada por uma sensação de peso, aperto ou queimação no peito.

No caso da angina de peito, a dor geralmente tem uma duração de 5 a 20 minutos e cessa com o repouso. Se a dor permanecer por mais de 20 minutos, pode ser sintoma de infarto.

A dor torácica decorrente de problemas cardíacos pode ser desencadeada por atividade física, estresse emocional ou até pela ingestão de uma refeição mais pesada e de digestão mais difícil.

Nesses casos, a dor no peito não melhora com o repouso, com a respiração funda ou com determinadas posições.

Outros sinais e sintomas que podem estar presentes em caso de infarto incluem falta de ar, batimentos cardíacos mais lentos, acelerados ou irregulares, náuseas, vômitos, palidez, transpiração e respiração ofegante.

Quando a dor dura apenas alguns segundos ou surge e desaparece diversas vezes durante o dia, provavelmente não tem como causa um problema cardíaco.

Consulte o/a médico/a clínico/a geral ou médico/a de família em caso de pontadas no peito para que a origem da dor seja devidamente diagnosticada e tratada.

Leia também:

Dor pélvica na mulher, o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Dor pélvica na mulher é uma queixa muito comum nos consultórios médicos, principalmente de ginecologia, e podem ter diversas causas. O que gera um grande desafio para os profissionais, pois requer uma investigação profunda e detalhada do problema.

As causas mais comuns são infecção urinária, doença inflamatória pélvica e gravidez, entretanto, existem casos mais graves, que são emergências médicas, com risco de morte, como a apendicite, ruptura de uma gravidez tubária e, portanto, necessita de um atendimento médico emergencial.

Outras doenças e condições que devem ser investigadas são: vulvodinia, endometriose, fibrose uterina, adenomiose, cistos ovarianos e mioma uterino.

O que é a dor pélvica?

A dor pélvica pode ser sentida na forma de um desconforto ligeiro na pelve ou como dores intensas e incapacitantes. A dor pode ser aguda, surgindo repentinamente ou crônica, com duração mínima de 3 a 6 meses.

A dor pélvica, normalmente, é sentida no baixo ventre ou “pé da barriga”. Fazem parte da pelve o útero, os ovários, as tubas uterinas, a vagina, o reto e a bexiga, além de diversos músculos, nervos e ossos.

Portanto, as causas que geram a dor pélvica podem ser as mais diversas e para seu diagnóstico correto deve ser feita uma anamnese detalhada, um exame físico cuidadoso e exames complementares quando necessários.

Na investigação, é fundamental avaliar dados como a idade, antecedentes pessoais, início dos sintomas, concomitância com febre, sangramentos ou outros sinais e sintomas de gravidade e as características específicas da dor pélvica. Algumas perguntas são fundamentais para auxiliar na investigação, por isso tenha atenção e se possível anote alguns detalhes que podem ser esquecidos durante a consulta médica, como:

  • Onde exatamente dói?
  • Qual o tipo da dor - pontada, peso, pulsação, aperto, queimação?
  • É intensa? Quão intensa? É a mais forte da vida?
  • Chega a despertar do sono ou vomitar nas crises?
  • Irradia ("espalha") para algum lugar ou é restrita a essa região específica?
  • Há quanto tempo está com dor?
  • Ela é cíclica (vai e volta) ou contínua, durando dias?
  • Quando vem a dor dura quanto tempo?
  • Você já teve antes? É comum?
  • Tem algum horário do dia ou do mês em que acontece com mais frequência?
  • Melhora com alguma coisa?
  • Está piorando, ao longo do tempo, ou apresentando novos sintomas concomitantes?
  • Piora nas relações sexuais?
  • Tem relação com o período menstrual?
  • Tem corrimento vaginal associado? Se houver, qual a coloração, tem cheiro ruim?
  • Ardência ao urinar? Está indo mais vezes ao banheiro e fazendo pouco xixi?
  • Qual a sua frequência sexual?
  • Sente tontura ou enjoo juntos com a dor? Data da última menstruação?

Em caso de dor pélvica, procure um/a médico/a, preferencialmente um/a ginecologista, para avaliação inicial.

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Referências

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Olhos inchados: quais as causas e tratamento?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

Os olhos (na verdade, geralmente as pálpebras) podem ficar inchados por diversos motivos, quando estão inflamadas, quando a inflamação ocorre no(s) olho(s), ou quando há um excesso de fluidos (edemas) nos tecidos conjuntivos em torno dos olhos. Este inchaço pode ser doloroso ou não, e afetar os olhos, as pálpebras superiores e as inferiores. A inflamação pode ser devida a:

  • Infecções: como, por exemplo, conjuntivites - a conjuntivite é uma inflamação da mucosa clara da superfície do olho, a conjuntiva (saiba mais em: Quais são os sintomas da conjuntivite?). Podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos (mais raramente) ou serem alérgicas (vide abaixo, "alergias"). Resultam em inchaço das pálpebras, dentre outros sintomas, como olhos lacrimejantes, vermelhos e coceira. Já no hordéolo, popularmente conhecido como "terçol", ocorre uma infecção bacteriana seguida de inflamação nos folículos ciliares (hordéolo externo) ou glândulas de Zeiss (hordéolo interno). O inchaço na pálpebra é um frequente quando essas glândulas ficam bloqueadas. Um terçol pode deixar toda a pálpebra inchada, tornando-a sensível ao toque também.
  • Blefarite: é uma inflamação, infecciosa ou não, das pálpebras, geralmente causada pela produção excessiva de uma camada lipídica gerada por uma glândula encontrada na pálpebra. A blefarite é caracterizada por pálpebras inchadas e dolorosas e podem ser acompanhadas por caspa, mudanças na pele da pálpebra e perda dos cílios. Geralmente é uma condição crônica, ou seja, é possível controlar os sintomas com o tratamento adequado e práticas de higiene rígidas, mas ela nunca é curada totalmente;
  • Lesões oculares: qualquer trauma na área dos olhos, incluindo uma contusão na pálpebra ou um trauma causado por uma cirurgia plástica (blefaroplastia) pode provocar inflamação e inchaço nos olhos;
  • Corpos estranhos / produtos irritantes: também podem causar irritação nos olhos, com inchaço local. Incluem solventes de limpeza doméstica, produtos de higiene pessoal (maquiagem, hidratantes, shampoo e sabonete), cloro da piscina, serragem, fagulhas, pequenos insetos, etc.;
  • Uso de lentes de contato: uso inadequados de lentes de contato - lentes mal higienizadas, nadar com lentes de contato ou guardar a lente num estojo sujo - podem causar uma infecção nos olhos e inchaço nas pálpebras. Usar lentes de contato vencidas, danificadas ou dormir e esquecer de retirar as lentes também pode irritar os olhos e causar o inchaço;
  • Alergias: ocorrem quando o sistema imunológico reage exageradamente a uma substância estranha, chamada de alérgeno, liberando produtos químicos (o mais comum, a histamina). Trata-se de uma tentativa 'exagerada' do organismo se defender de uma substância à qual se sensibilizou, mesmo que esta seja inócua. Os vasos sanguíneos se dilatam sob efeito da histamina, provocando vermelhidão e edema (inchaço). Pólen, poeira, pelos de animais, alguns colírios e soluções para lentes de contato são alguns dos alérgenos oculares mais comuns (leia também: O que fazer em caso de reação alérgica?);
  • Insuficiência renal: neste caso, ocorre retenção de líquidos devido à perda de função dos rins, que não conseguem eliminar o líquido do corpo com a mesma eficiência. O inchaço nas pálpebras pode expandir-se para todo o rosto e é mais evidente de manhã, logo ao acordar.
  • Problemas de saúde mais graves: celulite orbitária, doença de Graves, insuficiência renal ou herpes ocular.
    • Celulite orbitária: infecção bacteriana rara e grave dos tecidos ao redor do olho, resultando em inchaço doloroso da pálpebra superior e inferior, e, eventualmente, da sobrancelha e da bochecha. Os sintomas podem ainda incluir olhos saltados, redução da visão, febre e dor, quando a pessoa move os olhos. A celulite orbitária é uma emergência médica e necessita ser tratada rapidamente para evitar a lesão do nervo óptico e a perda permanente da visão, além de outras complicações graves. Se a infecção estiver limitada ao tecido mole das pálpebras, ela é menos grave do que a celulite orbital e pode muitas vezes ser tratada com medicamentos tópicos, sem necessidade de hospitalização.
    • Doença de Graves: distúrbio ocular causado por uma tireoide hiperativa (hipertireoidismo), muitas vezes associado a inchaço, pálpebras inchadas, exoftalmia (olhos saltados), visão dupla e pálpebras caídas (ptose).
    • Herpes ocular: transmitida pelo vírus herpes simples comum, a herpes ocular é por vezes apelidada de "afta do olho" e causa inflamação (e às vezes cicatrizes) na córnea. Os sintomas podem ser parecidos com os da conjuntivite, embora possam aparecer feridas dolorosas na pálpebra, visão embaçada devido à opacidade da córnea e inchaço nos olhos, que obstruem a visão. Pode ir desde uma infecção ligeira a uma forma mais grave que pode levar ao transplante da córnea ou ainda em perda de visão (saiba mais em: Como identificar e tratar herpes ocular?).

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Tratamento de Olhos inchados

O tratamento das pálpebras inchadas depende da sua causa. Se os olhos estão inchados devido a alergias, colírios anti-histamínicos ou medicamentos de alergia oral, o uso de lubrificantes pode ajudar a aliviar os sintomas. O oftalmologista poderá também prescrever colírios esteroides suaves para reações alérgicas mais graves. Outras causas, como infecções, conjuntivite ou herpes ocular respondem bem a antibióticos, colírios antivirais e a pomadas oculares anti-inflamatórios, dependendo da doença. Crises mais leves de inchaço podem ser tratadas em casa.

Em primeiro lugar, a pessoa deve evitar esfregar os olhos para não agravar ainda mais a sua condição. Além disso, o uso de lentes de contato deve ser suspenso até que o inchaço passe.

A aplicação de uma compressa fria pode reduzir o inchaço das pálpebras, assim como compressas de água fria nas pálpebras fechadas. Porém, se os sintomas persistirem ou piorarem, ou se o indivíduo sentir qualquer dor no olho, deve consultar o oftalmologista imediatamente.

Em caso de olhos inchados, um médico (preferencialmente um oftalmologista) deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, qual o seu diagnóstico correto, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.