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Como eliminar pedras nos rins?

Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As pedras nos rins, ou cálculos renais, podem ser eliminados espontaneamente, quando bem pequenos, ou pode ser preciso estímulo, como:

  • Aumentar o consumo de água,
  • Uso de medicamentos ou
  • Procedimentos urológicos (laser, litotripsia e cirurgias).

Os tratamentos propostos para eliminar as pedras nos rins, vão variar de acordo com o tipo de material que forma o cálculo, tamanho do cálculo, localização e se tem ou não, sinal de infecção associada.

1. Aumentar o consumo de de água

O aumento da ingesta de água facilita a eliminação de pedras pequenas e pode evitar a sua formação, devido ao aumento do fluxo de urina, o que impede a concentração de sais minerais no parênquima renal.

Além do consumo de água, também é importante evitar o consumo dos sais minerais em excesso, como sódio e potássio nos alimentos, o que contribui para a formação das pedras.

2. Medicamentos

Citrato de potássio

Indicado para cálculos formados por ácido úrico e oxalato de cálcio, com o objetivo de evitar a formação de novos cálculos e por vezes, dissolver as pedras de ácido úrico.

Buscopan® (escopolamina)

O uso de buscopan®, buscopan composto®, anti-inflamatórios e analgésicos fortes, além de aliviar a dor, auxiliam no relaxamento da parede do ureter, o que facilita a passagem da pedra, dependendo do seu tamanho.

3. Procedimentos urológicos

Cálculos compostos por estruvita, cálculos grandes (acima de 2 cm) ou com sinal de infecção, devem ser tratados por procedimentos cirúrgicos, cirurgia aberta e/ou antibioticoterapia.

Conheça um pouco sobre cada um dos procedimentos mais indicados para eliminar as pedras nos rins, por vezes, realizados em ambulatório, sem necessidade de anestesia ou internação:

  • Litotripsia extracorpórea com ondas de choque (LECO):

Procedimento bastante utilizado, com resposta satisfatória e baixo risco. Pode ser realizado em ambiente de consultório ou ambulatório, sem anestesia e sem necessidade de internação. A maioria das pessoas tolera bem e pode retornar a atividade laboral logo após o procedimento.

Trata-se de um aparelho que emite ondas de choque, fragmentando a pedra em pedaços menores, o que permite a sua passagem pelo ureter e eliminação espontânea pela urina.

Indicado em quase todos os casos de pedras nos rins. As contraindicações são: gravidez, coagulopatias (doenças de coagulação), presença de infecção urinária e obstrução do cálculo distal (mais próximo da saída da urina).

  • Nefrolitotomia percutânea

Procedimento realizado por uma punção direta no rim para chegar ao cálculo. Através desse "furo", são introduzidos aparelhos que fragmentam e removem a pedra.

  • Ureteroscopia flexível (ureterolitotripsia):

Nesse caso, o médico introduz um aparelho endoscópico muito fino e flexível pela uretra que chrga ao ureter, com o qual o médico pode fragmentar e retirar as pedras com pinças especiais.

  • Nefrolitotomia aberta (“anatrófica”)

Primeira cirurgia descrita para cálculos. Atualmente muito pouco indicada, porém casos refratários, cálculos impactados ou muito grandes, podem necessitar dessa abordagem mais invasiva.

  • Cateter de duplo J

O cateter duplo J é um cateter com duas pontas, inserido no ureter após um procedimento cirúrgico que manipule o ureter, para evitar a obstrução desse canal. Toda a manipulação da via urinária promove uma reação inflamatória, que pode evoluir com obstrução e infecção da via. O cateter deve ser retirado após a resolução completa do problema urológico.

Quanto tempo demora para expelir uma pedra no rim?

Não é possível determinar o tempo que uma pedra no rim demora para sair, e nem mesmo se conseguirá sair espontaneamente.

Como vimos, dependendo da localização da pedra e do tamanho dessa pedra, pode sair facilmente e nem causar sintomas como pode levar horas para ser eliminada, e precisar de auxílio de medicamentos e hidratação venosa.

Por fim, se for um cálculo grande, ou de localização ainda distante da saída, e não conseguir passar pelo canal (ureter), acaba por obstruir a passagem da urina, sendo preciso um procedimento cirúrgico para resolver essa obstrução.

Por isso, se tem o diagnóstico de pedra nos rins, procure um urologista e mantenha um acompanhamento regular. Assim, sempre que novas pedras forem identificadas, podem ser tratadas antes de causar dor, obstrução ou outros problemas.

Dicas para expelir pedra nos rins

  • Aumentar a ingesta de água - a dica mais valiosa é mesmo beber ao menos 2 litros de água por dia, para evitar o acúmulo de sais e formação de novas pedras, além de expelir mais rapidamente as pedras de tamanho pequeno;
  • Alimentação saudável - reduzir a quantidade de sal e proteína animal, como a carne vermelha, reduz a formação de cálculo renal, no entanto, nenhum alimento deve ser abolido da dieta, para evitar prejuízos a saúde;
  • Reduzir a quantidade de alimentos ricos em cálcio também ajuda, mas deve ser muito pequena essa redução, visto que a falta de cálcio traz outros problemas graves como a osteoporose. Sendo assim, uma das dicas mais importantes é fazer acompanhamento nutricional com profissional da área, nutricionista;
  • Atividade física regular - existem diversos trabalhos comprovando que a prática de exercícios regular, sem exagero, para evitar a desidratação, tem sido benéfica para auxiliar na eliminação de pedras e na prevenção de formar novas pedras.

Quando está indicada cirurgia para a retirada de pedras nos rins?

O tratamento cirúrgico para retirada de pedra nos rins está indicado nos casos de:

  • Presença de cálculo com mais de 10 mm;
  • Presença de sinais de infecção urinária associada, como febre, mal-estar e alterações laboratoriais compatíveis com infecção;
  • Presença de sintomas como dor intensa, náuseas e/ou vômitos apesar do tratamento clínico medicamentoso; ao que chamamos de sintomas refratários, mesmo nos casos de cálculos pequenos;
  • Nos casos de obstrução persistente e/ou progressiva, apesar do tratamento;
  • Pacientes com história de insuficiência renal aguda, ou portador de rim único.

Cabe ao médico urologista, analisar os diferentes fatores sobre os cálculos renais e as condições de saúde do paciente, para indicar o melhor tratamento, para cada caso.

Leia também, sobre esse assunto, os seguintes artigos:

Referência:

Sociedade Brasileira de Nefrologia

Portal de Urologia