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Quais os benefícios e riscos da auto-hemoterapia?

Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os supostos benefícios da auto-hemoterapia estão relacionados com o aumento do número de leucócitos (células de defesa). Através dessa elevação dos níveis de leucócitos, a auto-hemoterapia promete tratar várias doenças, desde a acne ao câncer, e até fazer emagrecer.

O método consiste na aplicação intramuscular de sangue retirado do próprio paciente, dentro de no máximo 30 minutos. Teoricamente, o sangue, ao ser aplicado no músculo, é reconhecido pelo organismo como sendo um corpo estranho, desencadeando uma resposta do sistema imunológico, somando a resposta já existente, aumentando a resposta imunológica desta pessoa.

Os macrófagos, um tipo específico de leucócitos, são importantes células de defesa do organismo, cuja função é "engolir" e destruir micro-organismos invasores, além de trabalhar em conjunto com outras células de defesa (linfócitos T e B).

Sabe-se que os macrófagos desencadeiam uma poderosa ação contra vírus, bactérias e até mesmo células cancerígenas.

Baseando-se nisso, os adeptos da auto-hemoterapia alegam que o método é capaz de curar várias doenças, que vão desde acne e úlcera do estômago ao câncer, passando por alcoolismo, diabetes, esclerose múltipla, hipertensão arterial, dores crônicas, obesidade, entre outras.

Contudo, não existem evidências científicas que comprovem esses benefícios, e ao contrário, profissionais médicos e farmacêuticos sinalizam dos riscos que essa técnica pode levar aos praticantes.

Quais os riscos e efeitos colaterais da auto-hemoterapia?

O principal risco da auto-hemoterapia é o risco de infecção, que, em alguns casos, pode evoluir para infecção generalizada e provocar a morte do paciente.

Essa infecção pode ser causada por bactérias que estão na pele ou no próprio ambiente, que muitas vezes não tem as condições sanitárias adequadas.

O hematoma que se forma após a aplicação torna-se um meio de cultura de bactérias, onde elas se multiplicam e proliferam.

A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), a Anvisa e o Conselho Federal de Medicina não reconhecem a auto-hemoterapia como um método terapêutico, uma vez que não existem estudos científicos que comprovem a sua eficácia.

Para maiores informações sobre a auto-hemoterapia e os seus riscos, consulte um médico hematologista ou hemoterapeuta.