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Quais os remédios que engordam e emagrecem?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Vale lembrar que descreveremos alguns medicamentos que podem aumentar ou diminuir o peso, pelas evidências médicas e efeitos colaterais já descritos nas bulas, porém nem todos os pacientes apresentam os mesmos efeitos ou nem sempre com a mesma intensidade.

Dentre os remédios que podem fazer engordar estão:

  • Antidepressivos tricíclicos (Amitriptilina, Nortriptilina): Aumentam o apetite, levando ao ganho de peso.
  • Antidepressivos - Inibidores de recaptação de serotonina (Fluoxetina, Paroxetina): Principalmente após algum tempo de uso, podem aumentar o peso pelo aumento de apetite e retenção de líquido;
  • Anti-histamínicos (Cetirizina, Fexofenadina): São os medicamentos "antialérgicos", também aumentam o apetite;
  • Antipsicóticos (Olanzapina, Risperidona): Usados no tratamento da esquizofrenia, transtorno bipolar, psicose e transtorno obsessivo compulsivo, podem aumentar o apetite;
  • Anti-hipertensivos (Atenolol, Metoprolol): Podem fazer engordar porque aumentam a sensação de cansaço, contribuindo para a falta de atividade física;
  • Corticoides: Aumentam a retenção de água no corpo, provocam resistência à insulina, estimulam o apetite e podem deixar o metabolismo mais lento;
  • Medicamentos para diabetes:
    • Glibenclamida, Glicazida, Glimepirida: Elevam as taxas de insulina no sangue, provocando aumento de apetite e acúmulo de gordura;
    • Insulina: Também pode fazer engordar, pelos mesmos motivos citados no item acima;
    • Pioglitazona e Rosiglitazona: Provocam retenção de água e afetam as células responsáveis pelo armazenamento de gordura corporal;
  • Estabilizadores de humor (Ácido Valpróico, Lítio): Aumentam o apetite;
  • Anticoncepcionais hormonais: Provocam retenção de líquidos, levando ao aumento de peso. (Não são todas as classes).

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Quais são os remédios que fazem emagrecer?

Os remédios usados para emagrecer podem ser divididos em 3 grupos principais:

  • Sacietógenos (Sibutramina): Promovem sensação de saciedade, fazendo com que a pessoa fique satisfeita com uma quantidade menor de alimento. No caso da sibutramina, ela também pode acelerar o metabolismo, aumentando assim o gasto energético;
  • Inibidores da absorção de gordura (Orlistat, Cetilistate): Inibem em até 30% a absorção de gorduras pelo intestino, auxiliando o processo de perda de peso;
  • Anorexígenos (Anfepramona, Femproporex, Mazindol): São inibidores do apetite e possuem anfetaminas em suas composições. Devido ao maior risco de efeitos colaterais, esses medicamentos geralmente só são usados quando os outros dois grupos não produziram os efeitos esperados.

Além desses medicamentos usados especificamente para emagrecer, os remédios para tireoide e os laxantes também podem provocar emagrecimento se forem usados de forma orientada para esse fim.

Porém todas as medicações que alteram o metabolismo, principalmente as que causam diminuição de peso, podem levar a efeitos colaterais graves com risco de morte, como arritmia cardíaca e morte súbita, portanto devem ser prescritos com receita médica controlada e devem ser utilizados de acordo com as orientações médicas, rigorosamente.

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Acho que estou grávida e estava tomando sibutramina...
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Suspenda o uso e procure um médico ginecologista/obstetra. Fique tranquila, o uso na gravidez deve ser suspenso, mas não existem evidências de teratogênese (malformações fetais), apenas não deve ser usado devido a falta de dados consistentes sobre esse medicamento.

Posso tomar orlistate com sibutramina?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, é possível associar as duas medicações, essa é uma associação eventualmente utilizada para o tratamento farmacológico da obesidade, mas é essencial que esse tipo de associação seja prescrita e manejada por um médico, que irá avaliar o seu contexto clínico individual, avaliar os riscos do tratamento e possíveis efeitos adversos.

Associar orlistate e sibutramina emagrece?

O orlistate é um medicamento normalmente associado a outros remédios para emagrecer. Alguns estudos realizados com a associação entre a sibutramina e o orlistat demonstraram um efeito sobre a redução de peso igual ou superior ao uso de cada um dos medicamentos isoladamente, por isso, em algumas situações essa combinação pode ser considerada viável pelos médicos que realizam o tratamento da obesidade.

É importante ainda ressaltar que no tratamento da obesidade e do sobrepeso, mesmo quando está indicado o uso de medicamentos para auxiliar a redução de peso, as medidas de mudança de estilo de vida, como a orientação dietoterápica e a realização de atividade física obrigatoriamente devem ser mantidas, de forma a permitir que a perda de peso se mantenha no decorrer do tempo.

Quando se pode iniciar o tratamento farmacológico da obesidade?

O uso de medicamentos no tratamento da obesidade está indicado quando o tratamento através da aplicação de dieta com restrição calórica e prática de atividade física constante não resultou no controle e redução do peso, e além disso a pessoa tem IMC maior ou igual a 30, ou tem IMC maior ou igual a 25, mas já apresenta doenças causadas pela obesidade.

Para mais informações sobre o tratamento medicamentoso da obesidade consulte um médico endocrinologista, ou médico de família, ou clínico geral capacitados para o tratamento da obesidade.

Posso tomar óleo de cártamo amamentando?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Não. É um produto extraído de uma planta e não há estudos que dão segurança para seu uso durante a gravidez ou amamentação, portanto deve ser evitado, não sabemos os possíveis efeitos colaterais.

Beta-HCG pode alterar devido remédios de emagrecimento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Provavelmente não, mas essa interferência depende da composição do medicamento que foi tomado para emagrecer, caso esse medicamento seja um fórmula composta por diuréticos a diluição da urina pode levar a um resultado falso-negativo.

Uma outra causa que pode levar a um resultado de teste falsamente negativo é a realização desse teste muito precoce, com poucos dias de atraso menstrual, nesse tipo de situação é possível que a quantidade de hormônio esteja ainda muito baixa para ser detectada no exame. O ideal para sanar a dúvida é repetir o teste de gravidez após duas semanas de atraso menstrual.

São poucos os medicamentos capazes de interferir no resultado do Beta-HCG, e quando interferem geralmente causam um resultado falso-positivo e não o falso-negativo. Isso ocorre com alguns medicamentos que podem aumentar os níveis de beta-HCG no organismo, como fármacos usados em tratamento de fertilidade.

Medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos não interferem no resultado do teste de gravidez, da mesma forma nenhum anticoncepcional altera o resultado do beta-HCG. 

É válido lembrar também que o teste de farmácia que é realizado através de uma amostra de urina pode ter o seu resultado alterado por conta de alterações urinárias como presença de sangue na urina, aumento da concentração de proteínas e diluição. 

Leia mais sobre o assunto em:

Que medicamentos ou situações podem interferir no resultado do teste de gravidez?

Tive trombose, posso tomar remédio para emagrecer?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Emagrecer é parte do tratamento para quem tem trombose e está acima do peso, mas se pode ou não tomar remédio para emagrecer vai depender do medicamento em questão e do que o seu médico vai fazer (porque é ele quem vai ter que te dar a receita) e vai depender dos riscos que vocês dois querem correr.

Fui ao endocrinologista por causa do meu aumento de peso...
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, a fluoxetina e a sertralina, outro antidepressivo, podem contribuir com a redução da compulsão alimentar e da ansiedade, que podem ser um fator que leva ao ganho de peso, portanto, o seu uso é recomendado para o tratamento da obesidade em algumas situações. Embora a fluoxetina seja um medicamento antidepressivo o seu uso não se restringe somente a depressão.

É importante seguir as orientações médicas e fazer o uso da medicação corretamente, caso apresente efeitos adversos importantes deve procurar o seu médico para ele avaliar a dosagem da medicação ou modificar o plano terapêutico.

Fluoxetina no tratamento da obesidade

A fluoxetina e a sertralina atuam diminuindo o apetite, algumas pesquisas já demonstraram esse efeito. No entanto, o efeito sobre cada pessoa na redução de peso é variável, algumas pessoas conseguem emagrecer, enquanto outras não.

Geralmente, a perda de peso máximo ocorre entre 6 a 9 meses de uso da medicação, portanto, o efeito não é imediato. Também se recomenda que o plano alimentar e a realização de atividade física se mantenham durante o tratamento com o antidepressivo, só assim é possível que a perda de peso seja sustentável no decorrer do tempo. Isto porque, é muito comum as pessoas voltarem a ganhar peso após pararem de tomar o medicamento.

A fluoxetina também pode ser prescrita em situações em que a pessoa com obesidade também sofre de depressão, de compulsão alimentar ou apresenta outros transtornos ansiosos associados.

Fluoxetina e bulimia nervosa

Uma outra recomendação da fluoxetina é no tratamento da bulimia nervosa. As pessoas com bulimia nervosa não necessariamente são obesas, mas podem ter o comportamento de comer compulsivamente e depois provocar vômito, com o propósito de não absorver os nutrientes alimentares.

Consulte o seu médico para esclarecer mais dúvidas sobre o uso da fluoxetina no tratamento da obesidade.

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L-Carnitina emagrece? Para que serve e como tomar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A L-carnitina pode ajudar a emagrecer, pois transporta as gorduras para as mitocôndrias das células, onde são metabolizadas e usadas como fonte de energia pelo corpo. Alguns estudos com indivíduos obesos e mais velhos, apontaram uma perda de peso de 1,3 kg a mais em pessoas que usaram L-carnitina em relação àquelas que não tomaram o suplemento.

Além de poder auxiliar o emagrecimento, a L-carnitina pode ainda melhorar o desempenho nos exercícios físicos, a recuperação depois do treino, a resistência e a fadiga física e mental.

Contudo, os estudos são controversos e são necessárias mais evidências para confirmar a eficácia do uso da L-carnitina para emagrecer em pessoas mais jovens, magras e ativas. Isso porque pessoas obesas já possuem grandes quantidades de L-carnitina no fígado e nos músculos.

Além disso, uma vez que os idosos possuem menos massa muscular, aonde a substância fica armazenada, pode haver queda dos níveis de L-carnitina. As mulheres também perdem uma quantidade considerável de massa muscular com a idade. Por isso, nesses casos, o uso de L-carnitina pode auxiliar discretamente o emagrecimento.

Vale lembrar que a L-carnitina pode apenas contribuir para a perda de peso. Por isso, o uso do suplemento deve ser associado a uma dieta balanceada, com poucas calorias, além de exercícios físicos. O uso isolado de L-carnitina não emagrece.

O que é L-carnitina?

A L-carnitina é uma substância produzida pelo organismo a partir dos aminoácidos lisina e metionina, além de ferro e vitaminas B3, B6 e C.

A L-carnitina também está presente em alimentos de origem animal, como carne de vaca, carne de porco, peixe, frango e leite, sendo também consumida sob a forma de suplemento alimentar.

No entanto, cerca de 70% da L-carnitina armazenada no corpo é proveniente da alimentação. O organismo produz e utiliza a L-carnitina quando necessita usar a gordura como fonte de energia.

Como tomar L-carnitina?

A dose recomendada de L-carnitina é de 0,5 g a 2 g por dia. Doses de até 3 g por dia, durante 21 dias, também são toleradas e não causam efeitos colaterais.

É importante ressaltar que a ideia de que quanto mais L-carnitina a pessoa consumir, maior será o emagrecimento, está errada. O uso do suplemento não altera ou influencia o ritmo normal da queima de gordura corporal e o excesso de L-carnitina acaba sendo eliminado pela urina.

Também foi observado que, ainda que a L-carnitina aumente o transporte de gorduras, não significa que toda a gordura transportada seja metabolizada. Sabe-se que mais da metade dessas gorduras acabam retornando às reservas de gordura corporal ao invés de serem “queimadas” e transformadas em energia.

Portanto, para avaliar um real benefício e mais esclarecimentos do uso da L-carnitina no seu caso, recomendamos agendar uma consulta com médico/a nutrólogo ou consultar um nutricionista.

Leia também: 7 Erros que você não pode cometer se quer emagrecer

Óleo de Cártamo corta efeito da pílula anticoncepcional?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não. O óleo de cártamo não interfere na ação dos anticoncepcionais.

O óleo de cártamo vem sendo estudado mais recentemente como substrato para auxiliar no emagrecimento e como suplemento na alimentação, porém sem benefícios cientificamente comprovados.

Os anticoncepcionais quando utilizados de forma adequada, sem esquecimento e sempre que possível no mesmo horário conferem uma proteção contra gravidez acima de 95%, e poucos medicamentos interferem nessa ação.

Veja nesse link quais são as medicações que cortam o efeito dos anticoncepcionais:

Interação dos Anticoncepcionais com outros Remédios

Outras situações como vômitos e diarreia também podem reduzir o efeito dos anticoncepcionais caso tenha sido feito uso menos de 2h antes. Saiba mais sobre esse assunto em:

Em caso de dúvidas sobre anticoncepcional e gestação, agenda uma consulta com médico/a da família, clínico geral ou ginecologista.