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Caroço no pescoço, o que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

No pescoço existem diversas estruturas, por isso a presença de um caroço nessa região pode corresponder a diferentes patologias.

Um caroço no pescoço pode ser um linfonodo aumentado (íngua), um nódulo de gordura (lipoma), uma tumoração (como o câncer) ou ainda estar relacionado com problemas na tireoide, resquícios embrionários ou apenas contraturas musculares.

Linfonodo aumentado ou “íngua”

O inchaço do linfonodo pode ocorrer quando há alguma infecção ou inflamação próximas ao pescoço, geralmente na garganta, nas vias aéreas superiores ou ainda infecções generalizadas. É bastante comum, e não precisa ser motivo de preocupação.

Há necessidade de investigação se o inchaço do linfonodo permanecer por mais de duas semanas. Neste caso, é importante consultar o/a médico/a de família ou clínico/a geral para avaliação, pois devem ser afastadas algumas doenças infecciosas, como tuberculose e micoses profundas (paracoccidioidomicose), doenças hematológicas, como os linfomas, e lesões metastáticas.

Os linfonodos ou gânglios linfáticos são pequenos órgãos de defesa que fazem parte do sistema linfático. Os gânglios produzem e armazenam glóbulos brancos, que são células de defesa do organismo.

Por isso, na presença de alguma infecção, os linfonodos podem aumentar de volume e ficar doloridos. Trata-se de uma reação natural do organismo a micro-organismos invasores, agentes externos ou agressores.

Em crianças e adolescentes com até 14 anos de idade, a principal causa do aumento dos linfonodos do pescoço e, consequentemente, do aparecimento de caroços, são os processos inflamatórios.

Em adultos e adolescentes com mais de 14 anos de idade, devem ser descartados os tumores malignos, como o linfoma.

E nos indivíduos com mais de 50 anos de idade, o aumento dos linfonodos do pescoço pode sinalizar um tipo de câncer como câncer de boca, faringe, laringe ou esôfago.

Lipoma

No caso do caroço no pescoço ser um lipoma, um nódulo de gordura, normalmente a consistência é mais firme que a de um linfonodo. Muitas vezes é necessária a realização de uma ultrassonografia para confirmar o diagnóstico. O lipoma é uma lesão benigna e não é necessária a sua retirada, exceto por motivos estéticos.

Câncer

Nos casos de câncer, normalmente os caroços são grandes, visíveis, bem endurecidos e "grudados" em estruturas profundas. Não costumam causar dor, o seu crescimento é lento, a pele não fica avermelhada, não ocorre aumento da temperatura local e a superfície do caroço costuma ser irregular. Muitas vezes pode ser necessária uma biópsia do caroço para melhor avaliação.

Problemas na tireoide

Se localizado na porção anterior do pescoço, o caroço pode estar relacionado à glândula tireoide. Nesse caso, a ultrassonografia poderá delimitar melhor a localização e a relação com a glândula, assim como determinar se é um cisto ou nódulo sólido.

A lesão pode ser benigna ou maligna, sendo a biópsia o melhor exame para essa distinção e definição do diagnóstico.

Resquício embrionário

Um resquício embrionário é uma lesão benigna, cuja retirada deve ser feita apenas com finalidade estética ou situações como casos de inflamação recorrente.

Contraturas musculares

O caroço também pode ser originado por uma contratura da musculatura do pescoço, como o torcicolo, que pode ser tratada com relaxantes musculares. A contratura causa muita dor e dificuldade de mobilização do pescoço. O exame clínico geralmente é suficiente para definir o diagnóstico.

Na presença de um caroço no pescoço que esteja crescendo, esteja presente há mais de duas semanas ou com extravasamento de secreção, é necessário consultar o quanto antes um/a médico/a de família ou clínico/a geral.

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O principal sinal de um nódulo na tireoide é a presença de um caroço na região anterior do pescoço, em frente à garganta. Contudo, nem todos os nódulos crescem ao ponto de ser notado, e a maioria deles não causa sintomas específicos, pelo menos no início da doença.

Quando existem sintomas, estes são provocados pela produção excessiva dos hormônios da tireoide, pelo nódulo ou pela compressão de estruturas adjacentes ao tumor, no caso dos nódulos grandes.

Se o nódulo produzir hormônios tireoidianos em maior quantidade, a pessoa irá apresentar sintomas de hipertireoidismo, o que pode incluir ansiedade, irritabilidade, insônia, aumento de apetite, emagrecimento, diarreia, cansaço, fraqueza, tremores, aumento da transpiração e olhos arregalados.

Veja também: Quais são os sintomas de tireoide alterada?

Esse tipo de nódulo de tireoide é chamado de hiperfuncionante, uma vez que produz grandes quantidades de hormônios.

Por outro lado, existem também os nódulos de tireoide que não produzem hormônios, chamados hipofuncionantes, mas que podem causar sintomas se começarem a crescer e comprimir estruturas vizinhas. 

Esses nódulos costumam ser grandes e podem ser notados se a pessoa palpar a região do pescoço conhecida por "gogó", localizado na parte anterior do pescoço, ou quando ela se olha ao espelho e visualiza o caroço na garganta. 

O crescimento exacerbado do nódulo também pode comprimir outros órgãos e estruturas vizinhas causando: dificuldade para engolir ou até respirar, rouquidão ou engasgos. Nódulos de tireoide grandes também dão a sensação de que existe um "caroço na garganta".

A presença de um nódulo na tireoide requer atenção, já que o principal sinal de câncer de tireoide é o aparecimento de um nódulo ou inchaço no pescoço. Embora grande parte dos casos de câncer de tireoide sejam assintomáticos, ou seja, sem qualquer sinal ou sintoma, alguns sintomas podem estar presentes, sem que seja dada a devida importância, como a tosse persistente, dificuldade para engolir, rouquidão prolongada ou alteração na voz.

Saiba mais em: Quais são os sintomas de câncer de tireoide?

Vale lembrar que a maioria dos nódulos encontrados na tireoide são tumores benignos, sem risco de evoluir para um tumor maligno (câncer).

Mesmo assim, a presença de nódulos, cistos ou caroços na tireoide devem ser avaliados por um médico endocrinologista, pois somente através de testes específicos será possível determinar se o caso é de um tumor benigno ou maligno.

Leia também: Nódulo na tireoide é perigoso? Qual é o tratamento?

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A princípio não deve se preocupar.

De acordo com as características descritas, o linfonodo não apresenta sinais ou sintomas de preocupação. Os sintomas sugerem uma reatividade linfonodal, assim como os médicos que o avaliaram descreveram, típico da resposta imunológica do corpo, frente a uma agressão ou presença de micro-organismos.

As principais causas de aumento do linfonodo, são doenças sistêmicas, infecciosas, autoimunes e ou tumorais. Para cada tipo de doença, existem características clínicas, as quais o médico ao examinar, é capaz de diferenciar. Ou quando não é possível essa diferenciação apenas pela avaliação, visto que são inúmeras as causas de linfonodomegalia, podem ser solicitados exames complementares com essa finalidade.

A cadeia linfonodal encontrada no pescoço, é a cadeia ganglionar cervical, responsável pela drenagem do couro cabeludo, cavidade oral, laringe, faringe, e estruturas do pescoço. Portanto, na presença de uma afecção em qualquer uma dessas regiões, haverá o aumento de um gânglio (linfonodo) no pescoço, em resposta e defesa a esse problema.

Por exemplo, quadro de feridas no couro cabeludo (foliculite) e sinusites de repetição, como no seu caso, justificam o aumento dos linfonodos. Outras situações que podem causar esse aumento são: abscesso dentário, laringite ou faringite, otite e celulite de face.

Entretanto, no caso de aumento do gânglio, presença de sinais de infecção como dor, calor ou ferida local, febre, perda de peso ou algum sintoma novo, retorne imediatamente ao seu médico para uma reavaliação.

Quando me preocupar com linfonodo aumentado no pescoço?

Os sinais e sintomas de gravidade para linfonodo aumentado no pescoço, são principalmente:

  • Tamanho - acima de 2 cm;
  • Bordos irregulares ou mal definidos;
  • Nódulo indolor e endurecido;
  • Aderido aos planos mais profundos - observado pela dificuldade de mobilização do nódulo na palpação;
  • Sinais de infecção, calor local, dor na mobilização;
  • Aumento progressivo de tamanho;
  • Sintomas "B" associados (febre, perda de peso e sudorese noturna);
  • Permanência por mais de 4 semanas, sem causa definida.

Sendo assim, vale ressaltar que, na presença de qualquer novo sintoma, ou sintoma de gravidade como os citados acima, procure um médico da família, clínico geral, ou otorrinolaringologista para melhor avaliação e conduta, o mais breve possível.

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