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Quanto tempo depois da primeira vez se faz exame Papanicolau?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

No Brasil, o exame preventivo é recomendado principalmente de acordo com a idade. Atualmente, a recomendação é para mulheres entre 25 e 64 anos e que já iniciaram atividade sexual. O exame deve ser repetido anualmente nos primeiros dois anos, e com resultados normais deve passar para 3 em 3 anos.

A única exceção é para mulheres portadoras do vírus HIV ou imunodeprimidas, as quais precisam repetir anualmente o exame, ou a critério médico.

No entanto, a recomendação não impede que o ginecologista, solicite o exame mais precocemente ou mais vezes, de acordo com a sua avaliação. Trata-se de uma recomendação geral, que deve ser avaliada caso a caso.

Tanto é que as recomendações sofrem alterações constantemente. Atualmente a recomendação mundial e adotada pela maioria dos países, é de iniciar o exame aos 21 anos, com citologia oncótica cérvico-vaginal, sendo repetido a cada 3 anos, ou com co-teste (citologia associado ao teste de DNA-HPV por captura híbrida) a cada 5 anos.

No Brasil, um grupo de São Paulo, em convênio com outros países, já participa de um projeto piloto, aonde avalia a substituição do exame preventivo pelo estudo de teste de DNA-HPV por captura híbrida. Mas ainda no Brasil, se mantém a recomendação do exame regularmente, conforme descrito acima, visto que é a medida comprovadamente mais efetiva contra o câncer de colo de útero, até o momento.

Como é feito o exame?

O exame é simples, rápido e não causa dor. Algumas mulheres queixam de incômodo, mas que não duram muito tempo. O médico passa uma "escovinha" especial no colo do útero e transfere para os recipientes adequados, depois para a lâmina de vidro, aonde será analisado.

Leia mais sobre o assunto em: Como é feito o exame preventivo feminino?

Cuidados antes do exame

Os cuidados e orientações antes da realização do exame, são fundamentais para garantir um resultado fidedigno, por isso siga todas as recomendações. São elas:

  • Não pode manter relações sexuais no dia anterior ao exame (mesmo com camisinha);
  • Evitar o uso de duchas higiênicas, dias antes do exame;
  • Evitar medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas antes do exame;
  • Não pode estar menstruada;
  • Evitar roupas apertadas no dia anterior.

Mulheres grávidas também podem realizar o exame, sem riscos para sua saúde ou a do bebê.

Vacina contra HPV

Vale ressaltar que o Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, desde 2014, a vacina contra o HPV, principal fator de risco para câncer de colo de útero, para todas as meninas entre 9 e 14 anos, com objetivo de erradicar o vírus, portanto, é importante que a população se informe sobre a vacina e procure manter seu calendário vacinal e dos seus filhos, atualizado.

A vacina que foi estendida mais recentemente para meninos, de 11 a 14 anos. Ela protege contra os tipos 16 e 18 do HPV, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

A vacina e a realização do exame preventivo se complementam no cuidado com a saúde da mulher.

O exame preventivo pode ser feito gratuitamente nas Unidades de Saúde da Família (USF) e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) pelos profissionais de saúde da Medicina e Enfermagem.

Fiz um exame de Colpocitologia, o que significa resultado?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Provavelmente normal, a presença de lactobacilos e cocos corresponde a flora bacteriana vaginal normal, portanto não representam nenhuma doença e não exigem tratamento. No entanto, todo exame deve ser avaliado pelo médico que o solicitou que irá analisar o resultado conforme o contexto clínico individual de cada paciente.

Microbiologia na Colpocitologia

O exame de colpocitologia é realizado como rastreio do câncer de colo de útero, mas é também muito comum que ele mostre a presença de bactérias e outros micro-organismos, como fungos que podem estar presentes no ambiente vaginal.

Essa parte do exame vem descrito como Microbiologia. Em grande parte dos casos os micro-organismos descritos podem estar dentro da normalidade, em outros podem indicar uma infecção vaginal e exigir tratamento. Os achados do exame devem ser correlacionados com outros sinais e sintomas que a mulher possa apresentar.

Alguns resultados possíveis são:

  • Lactobacillus sp: corresponde a flora bacteriana normal;
  • Bacilos supracitoplasmáticos (sugestivos de Gardnerella/Mobiluncus): podem indicar a presença de alterações sugestivas de vaginose bacteriana, o médico irá correlacionar o achado com possíveis sintomas que a mulher apresenta e realizar tratamento;
  • Cocos: geralmente faz parte da flora bacteriana normal da mulher, não é necessário nenhum tratamento;
  • Candida sp: caso a mulher não apresente sintomas sugestivos de candidíase como coceira, corrimento vaginal, hiperemia e edema vulvar não necessita realizar tratamento, no entanto, caso a mulher apresente sintomas é necessário tratar com antifúngico;
  • Trichomonas vaginalis: esse é um protozoário que não está presente na flora bacteriana normal e quando aparece no exame necessita de tratamento tanto da mulher quanto do parceiro sexual, pois é uma causa um quadro de tricomoníase, uma doença sexualmente transmissível.
  • Sugestivo de Chlamydia sp: esse resultado pode exigir que seja realizado um outro exame confirmatório e de pesquisa da bactéria chlamydia, caso se confirme é importante realizar o tratamento;
  • Actinomyces sp: o tratamento dessa bactéria está indicado quando a mulher apresenta sintomas sugestivos de doença inflamatória pélvica, caso não apresente sintomas não é necessário tratar;
  • Efeito citopático compatível com vírus do grupo Herpes: nesse caso o médico também irá relacionar possíveis sintomas com o achado no exame e pode também ser necessário começar um tratamento contra o vírus do herpes.

Para mais informações consulte sempre o médico que solicitou o exame.

13 informações importantes sobre o exame de Papanicolau
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O exame de Papanicolau, cientificamente chamado de colpocitologia oncológica, é um exame ginecológico utilizado para detectar precocemente o câncer de colo de útero. Para que a prevenção aconteça é preciso que você conheça os benefícios do exame Papanicolau e esclareça as suas dúvidas.

1. Para que serve o exame Papanicolau?

O exame Papanicolau, mais conhecido por exame preventivo, é utilizado como exame de rotina em todas as melhores, com objetivo de diagnosticar o câncer de colo de útero, mesmo nos estágios inciiais. É capaz também de identificar a presença de células pré-cancerosas no colo do útero, ou seja, células que podem se tornar câncer. Por isso dizemos que pode "prevenir" a doença.

2. O exame Papanicolau é também usado para o diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis?

Não. O Papanicolau não é o exame adequado para detectar infecções sexualmente transmissíveis, nem mesmo provocadas pelo HPV. No caso do HPV, o Papanicolau identifica células pré-cancerosas provocadas pelo vírus.

Durante a consulta o ginecologista pode suspeitar da presença de doença sexualmente transmissível e realizar outros exames, para essa investigação, como o exame a fresco que consiste em coletar o material (secreção ou corrimento), colocar em uma lâmina e analisar com a ajuda de um microscópio. Este é um procedimento simples, feito no próprio consultório, que identifica infecções e não causa dor.

Os sintomas que sugerem uma IST são principalmente, a presença de corrimentos, coceira, ardor, sangramento fora do ciclo menstrual e dor durante a relação sexual.

3. Quem deve fazer o exame Papanicolau?

Todas as mulheres com idade entre 25 e 64 anos de idade que têm ou já tiveram vida sexual ativa, devem realizar o exame Papanicolau.

4. Quando devo fazer o exame Papanicolau?

Para o Ministério da Saúde, se você tem entre 25 anos e 64 anos e possui ou possuía vida sexual ativa, é importante fazer o exame Papanicolau obedecendo os seguintes intervalos:

  • Depois da realização do primeiro exame, o segundo deve ser efetuado após um ano;
  • Se os resultados destes dois exames forem normais, o exame seguinte somente precisará ser feito após 3 anos;
  • Se os resultados indicarem lesões provocadas por HPV ou lesão de baixo grau, é preciso repetir o exame após 3 meses;
  • Se o resultado do exame Papanicolau indicar lesão de alto grau, o seu ginecologista definirá a melhor conduta a ser tomada.
5. Preciso fazer algum preparo para fazer o exame Papanicolau?

Não é necessário nenhum preparo especial para efetuar o exame de Papanicolau, embora seja importante ter atenção a alguns detalhes:

  • Não faça o exame Papanicolau enquanto estiver menstruada;
  • Evite a realização de duchas vaginais no dia e no dia anterior;
  • Não utilize medicamentos intravaginais como cremes e óvulos vaginais 72 horas antes do exame;
  • Evite relações sexuais nas 72 horas anteriores ao Papanicolau;
  • Para as mulheres que tiveram bebê, o ideal é aguardar entre seis e oito semanas para efetuar o Papanicolau.
6. Como é feito o exame Papanicolau?

O Papanicolau é um exame simples, indolor, realizado no consultório do ginecologista.

A posição que você adotará para a realização do exame, é a posição ginecológica (deitada, com as pernas afastadas e os pés ficarão apoiados em um suporte).

Para efetuar o exame o médico introduzirá na vagina um instrumento chamado de espéculo vaginal. Este instrumento serve para afastar as paredes da vagina e possibilitar a visualização do colo do útero.

As células do colo do útero são colhidas, primeiramente com uma espátula e depois com uma escova endocervical, ambos descartáveis. O material é colocado em uma lâmina de vidro e enviado ao laboratório para análise.

7. O exame Papanicolau causa dor?

Normalmente, o Papanicolau não provoca dor. Entretanto, é comum que você sinta desconforto por causa da necessidade de inserir e ajustar o espéculo dentro do canal vaginal.

Mulheres que já passaram pela menopausa podem apresentar atrofia vaginal, ou seja, a vagina se torna mais estreita e seca, o que pode aumentar o desconforto.

Para reduzir o incômodo provocado pela introdução e ajuste do espéculo no canal vaginal, o médico pode utilizar vaselina ou lubrificantes à base de água, pois não alteram o resultado do exame.

8. Preciso efetuar algum cuidado especial após a realização do exame Papanicolau?

Não é necessário nenhum cuidado específico. Um sangramento vaginal bem pequeno pode ocorrer e é considerado normal. Portanto, após o exame você pode ir para casa. Se sentir necessidade, faça um repouso leve.

9. Como entender os resultados do exame Papanicolau?

Os resultados do exame Papanicolau mostram as características das células visualizadas no microscópio:

Classe I

Indica resultado normal. As células do colo do útero não apresentam alterações e se encontram saudáveis.

Classe II

Aponta alterações benignas nas células, que na maior parte dos casos são provocadas por inflamação vaginal.

Classe III

Inclui também resultados descritos como NIC 1, 2 ou 3 ou LSIL (lesão intraepitelial de baixo grau).

Estes resultados indicam a presença de alterações nas células do colo do útero. Em algumas situações estas lesões podem ser provocadas por HPV.

Classe IV

Também inclui resultados descritos como NIC 3 e HSIL (lesão intraepitelial de alto grau). Estes resultados indicam início de câncer de colo de útero.

Classe V

O resultado de Papanicolau Classe V confirma a presença de câncer de colo de útero.

Amostra insatisfatória

Quando o resultado indica ‘amostra insatisfatória’, significa que o material coletado não adequado e, por este motivo, não foi possível realizar a análise para o Papanicolau.

Com base no resultado do exame Papanicolau, o ginecologista avaliará a necessidade de outros exames e também definirá o tratamento mais adequado.

Quando há infecção por HPV ou alterações nas células, o exame deve ser refeito após 6 meses.

Nos casos em que a suspeita de câncer existe pode ser indicada a colposcopia. Neste exame, o ginecologista avaliará detalhadamente a vulva, vagina e colo do útero.

10. Posso fazer o Papanicolau menstruada?

Não. Você não deve estar menstruada no momento do exame, pois a presença de hemácias (células do sangue) e/ou células do endométrio podem comprometer a visualização de células pré-cancerosas ou cancerosas no Papanicolau e alterar o resultado do exame.

O Papanicolau deve ser feito antes ou 10 dias após a menstruação.

11. Posso fazer o exame Papanicolau e outros exames ginecológicos no mesmo dia?

É possível sim fazer o Papanicolau e outros exames ginecológicos no mesmo dia. Fique atenta somente se você tiver, por exemplo, o exame Papanicolau e uma ultrassonografia transvaginal no mesmo dia. Neste caso, faça primeiro o Papanicolau e depois o ultrassom transvaginal, pois o gel utilizado para fazer a ultrassonografia pode interferir no resultado de outros exames.

12. Mulheres grávidas precisam fazer o Papanicolau?

Sim. As mulheres grávidas devem seguir a mesma rotina para a realização do exame preventivo, pois têm a mesma chance de desenvolver câncer de colo de útero que as mulheres não grávidas.

13. Mulheres virgens devem fazer o Papanicolau?

De acordo com o Ministério da Saúde, não. Mulheres que nunca tiveram relação sexual não correm o risco de desenvolver câncer de colo de útero, por não terem sido expostas aos fatores de risco como, por exemplo, a infecção por HPV.

Se você tem entre 25 e 64 anos de idade e tem ou já teve vida sexual ativa, faça o exame de Papanicolau. Ele é muito importante na prevenção e detecção precoce do câncer de colo uterino.

Em caso de dúvidas, converse com o seu ginecologista.