Perguntar
Fechar
Quanto tempo ficar sem manter relação antes do preventivo?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Precisa ficar pelo menos 3 dias sem ter relações antes de fazer o preventivo, o motivo é que a relação pode dificultar a coleta do material (lá dentro vai haver coisas que não são suas...) e pode interferir no resultado do exame.

Fiz exame preventivo e o resultado deu: cocos. O que significa?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O resultado do exame preventivo que diz "Cocos: bacilos supracitoplasmáticos sugestivos de gardnerellas mobiluncus negativo para neoplasia" significa uma provável Vaginose bacteriana (infecção vaginal) por gardnerella.

As vaginoses, ou infecções na vagina, são causadas por um aumento exagerado da população de bactérias presentes normalmente na flora vaginal. Dentre elas, a gardnerella vaginalis é a bactéria que mais causa vaginose bacteriana.

Embora não seja considerada uma doença sexualmente transmissível, visto que a bactéria já existe na flora vaginal, a infecção pode ser transmitida para o parceiro durante a relação sexual. Por isso deve ser evitada até conclusão do tratamento.

Analisando o seu resultado

O exame preventivo é indicado para prevenção ou detecção precoce de câncer de colo de útero, além disso, tem a capacidade de avaliar a flora vaginal, as proporções das bactérias naturais da flora e presença de micro-organismos prejudiciais à saúde da mulher.

A presença de bacilos supra citoplasmáticos sugestivos de gardnerellas mobiluncus, sugere uma infecção causada por essa bactéria. Porém é fundamental levar o exame para o médico que o solicitou, porque o diagnóstico só poderá ser confirmado, junto ao seu exame clínico, ginecológico e laboratorial realizado pelo médico.

Todavia, o resultado negativo para neoplasia, descarta a presença de células precursoras de câncer de colo de útero.

Como é feito o tratamento da Vaginose bacteriana por gardnerella?

O tratamento para esses casos se baseia no uso de antibióticos, orais ou tópicos. Ainda, orientações para prevenção da recorrência desta doença.

O medicamento mais indicado é o metronidazol®, oral ou creme vaginal.

A prescrição é definida caso a caso; quando for oral a dose é de 500 mg - 2x ao dia durante 7 dias; quando tópico, uma aplicação ao dia por 5 a 7 dias consecutivos. Outras opções de tratamento são o uso de clindamicina®, secnidazol® ou tinidazol®.

Todos os antibióticos são medicamentos que necessitam de receita controlada, por isso só o médico poderá prescrever.

Algumas mulheres apresentam recorrência da doença, devendo sempre manter um acompanhamento adequado e seguir as orientações de prevenção, que são principalmente:

Manter higiene íntima adequada, evitar roupas muito apertadas ou tecidos quentes, manter estilo de vida saudável, com prática regular de atividades físicas, alimentação equilibrada, reduzir consumo de açúcar e bebidas alcoólicas.

Para confirmar seu diagnóstico e iniciar o tratamento o mais breve possível, agende uma consulta com médico/a clínico geral, médico/a da família ou ginecologista.

No preventivo, o que significa esfregaço eutrófico?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

No preventivo, esfregaço eutrófico significa que as células apresentam desenvolvimento dentro da normalidade, ou seja, recebem estímulos suficientes dos hormônios sexuais femininos. Se a mulher estiver na menopausa, o resultado considerado normal é "esfregaço hipotrófico".

O esfregaço eutrófico e o hipotrófico são esperados dentro de um resultado de preventivo considerado normal. Ambos fazem parte da avaliação hormonal no exame preventivo do câncer de colo de útero (papanicolau).

Esfregaço é uma camada fina de um líquido orgânico recolhido no exame, que é colocada sobre uma lâmina de vidro para ser examinada ao microscópio.

O resultado do exame preventivo deve ser avaliado pelo médico de família ou ginecologista.

Também pode lhe interessar:

O que significa lactobacillus sp no preventivo?

Fiz exame preventivo e o resultado deu: cocos. O que significa?

Quantos dias depois da menstruação posso fazer o preventivo?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A mulher pode fazer o exame preventivo logo após terminar a menstruação.

O sangramento pode dificultar a coleta do material por parte do profissional de saúde, por isso é bom realizar o teste fora do período menstrual.

Relações sexuais, duchas íntimas, absorvente interno, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais podem reduzir a quantidade de células locais, mas não diminui a capacidade de detectar alterações provocadas pelo câncer do colo do útero.

O exame preventivo pode ser feito gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas Unidades de Saúde da Família (USF) por enfermeiros e médicos.

O que é colpite e o que pode causar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Colpite é uma inflamação da mucosa que recobre o colo do útero e as paredes internas da vagina. Ela pode ser assintomática (sem sintomas) ou apresentar corrimento vaginal, odor, coceira e ardência.

A colpite pode ser causada por bactérias (Gardnerella vaginalis) - colpite bacteriana, fungos (Candida albicans) e protozoários (Trichomonas vaginalis), muitas vezes transmitidos através de relações sexuais sem preservativo.

A candidíase vulvovaginal é a principal causa de colpite causada por fungos. Estima-se que até 75% das mulheres tem pelo menos um caso de candidíase ao longo da vida. Os principais fatores de risco para desenvolver esse tipo de colpite incluem gravidez, uso de anticoncepcional hormonal, diabetes, uso de antibióticos e imunidade baixa.

Existe uma colpite bacteriana, denominada colpite inespecífica, mais comum na infância, cuja principal causa é a bactéria E. coli proveniente do intestino.

Que complicações a colpite pode causar?

Em caso de ausência de tratamento ou tratamento inadequado, a colpite pode causar endometriose, doença pélvica inflamatória (DIP), dor pélvica, infertilidade, gravidez ectópica ou problemas fetais caso ocorra durante a gestação.

Quais os sinais e sintomas de colpite?

A colpite pode não manifestar sintomas. Em outros casos, os sinais e sintomas podem incluir presença de corrimento vaginal branco e leitoso, esverdeado, marrom ou amarelado com odor desagradável, coceira e ardência na vagina.

A colpite bacteriana caracteriza-se pelo aparecimento de corrimento vaginal com cheiro desagradável, por vezes purulento, sangramento, coceira na vagina, inchaço e vermelhidão na vulva, dificuldade ou dor para urinar e dor durante as relações sexuais.

A colpite fúngica e parasitária provocam coceira vaginal, corrimento branco ou amarelado sem cheiro, queimação, ardência, dor ou desconforto para urinar, vontade urgente de urinar, inchaço na vulva e vermelhidão da mucosa vaginal.

Quais os tipos de colpite e como identificar?Colpite difusa

Caracteriza-se por pontilhado vermelho fino que cobre toda a mucosa vaginal e o colo uterino. Quanto maior o número de pontilhados, mais intensa e mais grave é a infecção.

Colpite focal

Provoca o aparecimento de pequenas áreas vermelhas arredondadas ou ovais, separadas do resto da mucosa, normalmente associada à colpite difusa.

Colpite aguda

Leva ao aparecimento de pontilhado vermelho com mucosa edemaciada (inchada).

Colpite crônica

Caracteriza-se por um pontilhado branco ao lado do vermelho.

Colpite por Trichomonas

É uma colpite difusa caracterizada por conteúdo vaginal esverdeado com bolhas gasosas.

Colpite por Candida

Colpite difusa ao lado de placas brancas.

Qual é o tratamento para colpite?

O tratamento da colpite é feito com administração de medicamentos orais e aplicação de cremes e pomadas vaginais. O tipo de medicação varia conforme o agente causador. A colpite bacteriana é tratada com antibióticos, a fúngica com antifúngicos e a parasitária com antibióticos e medicamento específico para o tipo de parasita.

A colpite é diagnosticada através do exame clínico e do exame preventivo. Esses exames devem ser realizados frequentemente por todas as mulheres sexualmente ativas. Caso você apresente algum sintoma de colpite, procure um/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral.

Para saber mais sobre colpite, você pode ler:

O que é e como tratar a colpite difusa? Tem cura?

Colpite tem cura? Qual o tratamento?

Referências

Centers for Disease Control and Prevention. CDC. Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2019. UpToDate®

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetricia. Guidelines Manual in the lower genital tract and colposcopy. FEBRASGO, 2018.

Primo, W.Q.S.P.; Corrêa, F.J.S.; Brasileiro, J.P.B. Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília. SBGO, 2017.

O que é colposcopia com biópsia?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A colposcopia é um procedimento realizado para examinar a vagina, a vulva e o colo do útero.

A biópsia é realizada durante o exame de colposcopia quando são identificadas lesões suspeitas de serem pré-cancerígenas ou cancerígenas. Geralmente, a colposcopia é realizada quando o exame de papanicolau ou citologia oncótica (exames realizados de rotina como preventivo) apresenta resultado anormal.

Como é feita a colposcopia?

A colposcopia é realizada com um aparelho semelhante a um microscópio, chamado colposcópio. O colposcópio possui lentes de aumento e luzes, sendo específico para examinar a vagina, a vulva e o colo do útero, pois permite uma melhor visualização de lesões nesses locais.

Colposcópio

Durante o procedimento, a mulher fica deitada em posição ginecológica e é introduzido na vagina um espéculo vaginal, conhecido como bico de pato, da mesma forma como é realizado o exame de papanicolau.

Veja também: Colposcopia pode ser feita em virgens?

Em seguida, o colposcópio é posicionado para a realização do o exame visual detalhado da vulva, vagina e do colo do útero, com o uso de líquidos (solução salina, lugol e ácido acético) que irão auxiliar na visualização de anormalidades.

Como é feita a biópsia na colposcopia?

A biópsia consiste na retirada de um pequeno fragmento das lesões ou alterações do colo do útero, da vagina ou da vulva, para realização de análise em laboratório das características celulares. O objetivo da biópsia é diagnosticar o tipo de lesão.

A duração da colposcopia com biópsia é de 10 a 20 minutos e não dói, mas pode causar um ligeiro desconforto e uma sensação de picada e cólica durante a sua realização.

O/a ginecologista é especialista responsável pela realização da colposcopia com biópsia.

O que significa atrofia com inflamação no resultado do preventivo?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Atrofia com inflamação no resultado do preventivo indica que há alterações benignas nas células do colo do útero. É um resultado de papanicolau considerado normal para mulheres na menopausa.

A atrofia inflamatória apenas requer atenção se estiver associada a sintomas como secura vaginal, corrimento ou dor durante a relação sexual.

Qual a causa da atrofia com inflamação no útero?

A causa da atrofia está relacionada com a ausência de menstruação. Trata-se de um processo fisiológico normal que ocorre após a menopausa.

Como os ovários não estão mais ativos, nenhum óvulo amadurece e os hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona) deixam de ser produzidos. Como resultado, os órgãos reprodutores atrofiam e diminuem de tamanho.

Porém, a presença de inflamação no resultado do preventivo já não é um processo fisiológico natural (normal), mas sim uma alteração celular benigna, que pode ter as seguintes causas:

  • Ação de agentes físicos (radioativos, mecânicos, térmicos);
  • Ação de agentes químicos (medicamentos abrasivos ou cáusticos, quimioterápicos);
  • Acidez vaginal.
Qual é o tratamento para atrofia com inflamação no útero?

O tratamento da atrofia com inflamação no colo do útero é feito através da aplicação de pomada de estrogênio ou creme de estriol.

Os medicamentos devem ser usados de preferência à noite por um período de 1 a 3 meses. As aplicações podem ser feitas de duas formas:

  • Durante 3 semanas, com intervalo de 7 dias, ou;
  • Duas vezes por semana, sempre nos mesmos dias.

O/a médico/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral poderá explicar o resultado do preventivo e indicar os tratamentos, quando necessários.

Também pode lhe interessar: O que significa lactobacillus sp no preventivo?

Mulher virgem pode fazer o preventivo?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim. A mulher virgem pode fazer o exame preventivo pois há possibilidade de coletar o material vaginal sem romper o hímen.

Neste caso, antes do exame, é preciso informar a virgindade ao profissional de saúde para que este realize técnicas adequadas de coleta.

O exame preventivo é oferecido gratuitamente nas Unidades de Saúde da Família (USF) e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pode ser realizado pelos profissionais de saúde da Medicina e da Enfermagem.

Leia também: Tem como o ginecologista saber quando perdi a virgindade?

No exame preventivo dá para saber se eu estou grávida?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Não. O exame preventivo não serve para diagnosticar gravidez.

A partir da realização do exame preventivo não é possível identificar se uma mulher está ou não grávida. O exame preventivo tem a utilidade de identificar alterações nas células do colo do útero e vagina para detectar precocemente lesões ou doenças como câncer do colo do útero. Dessa forma, o resultado que o preventivo fornece não é capaz de informar gravidez.

Os testes de diagnóstico da gestação são a partir do exame Beta-HCG no sangue ou na urina e com a ultrassonografia transvaginal ou abdominal.

A mulher grávida pode e deve fazer o exame preventivo durante a gravidez para identificar alterações, mas não com o objetivo de descobrir a gestação.

Se você tem suspeita de gravidez, procure um serviço de saúde para a melhor identificação e acompanhamento.

Tomando remédio para verme posso comer doces?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não tem problema nenhum desde que seja em pequena quantidade, doces não devem ser consumidos em exagero nunca.

Como tomar o remédio para verme?

A recomendação para quase todas as medicações é de serem tomadas com um copo de água. Porém, para alguns remédios contra vermes, a tomada deve ser junto com alimento, porque comprovadamente aumentam a sua absorção, resultando em melhor resposta terapêutica. O/A médico/a que o prescreveu ou o/a farmacêutico/a pode orientar quanto a isso, mas não existe diferença entre o alimento ser doce ou salgado.

O que não pode comer junto com remédio de verme?

Não há uma referência ou contraindicação sobre consumir doces ou outros alimentos enquanto usa remédios para vermes. Entretanto, é fortemente contraindicado o consumo de bebidas alcoólicas durante o tratamento, até pelo menos alguns dias depois do seu término. Bebidas alcoólicas podem reduzir do efeito desses medicamentos.

Quando tomar remédio para vermes?

O uso de remédios para vermes é indicado no caso de comprovação de contaminação.

Vale ressaltar que, atualmente, o uso regular ou preventivo de remédios para vermes é bastante polêmico. Por isso, é importante discutir seu caso com médico especialista, médico/a clínico/a geral, médico/a da família ou infectologista, antes de usar a medicação.

Cuidados para evitar contaminação por vermes

Profissionais da área de saúde sugerem cuidados importantes, para serem seguidos, com objetivo de evitar contaminação de vermes, tanto em adultos quanto em crianças, sendo:

  • Lavar bem as mãos e unhas com água e sabão, principalmente antes e após se alimentar e antes e após ir ao banheiro;
  • Evitar roer as unhas;
  • Lavar bem frutas, verduras e legumes antes de consumi-los;
  • Higiene adequada nos utensílios de cozinha;
  • Beber água tratada (filtrada ou fervida) e
  • Consumir carnes bem cozidas, sobretudo carne de porco.

Vale lembrar também, que remédios para vermes são contraindicados na gestação e lactação, a não ser que sejam prescritos pelo médico/a. Nesse caso, o profissional poderá avaliar com segurança, a relação de riscos e benefícios.

Veja também:

O que fazer no caso de verme nas fezes?

Vermes em crianças: quais são os remédios seguros e quando podem ser dados?

Nasceu uma verruga próxima à entrada da vagina. O que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Verruga na região genital pode ser indicativo de alguma doença sexualmente transmissível (DST). A lesão mais frequente associada às verrugas na vagina é causada pelo vírus papiloma humano (HPV). A verruga genital, também conhecida como condiloma acuminado, pode ser plana ou elevada, com aspecto semelhante a couve-flor.

Na mulher, o condiloma por surgir na vagina, vulva, ânus, reto, uretra e colo do útero. Essas verrugas podem aparecer de 3 semanas a 8 meses depois que ocorreu a relação sexual desprotegida. Porém, o HPV pode ser transmitido mesmo com o uso de preservativo, se houver contato íntimo da pele ou da mucosa com a verruga.

Se a mulher tiver verruga genital e engravidar, pode haver um aumento no número e no tamanho das lesões. Porém, geralmente diminuem depois do parto.

Qual é o tratamento para verruga genital?

A maioria das verrugas na vagina decorrentes do HPV são transitórias e podem desaparecer espontaneamente em 2 anos, não precisando de nenhum tratamento específico.

Se houver crescimento da verruga, dor e incômodo, procure um serviço de saúde para avaliação e tratamento. Em alguns casos, essas verrugas precisam ser "queimadas" com ácido para serem eliminadas. Até porque, se não forem eliminadas, podem transmitir o HPV.

Em alguns casos, quando a verruga é muito grande ou volta a aparecer depois do tratamento, pode ser necessário realizar uma pequena cirurgia para retirá-la. Mesmo após a remoção cirúrgica, a verruga genital pode reaparecer, sendo necessário repetir o tratamento.

Estima-se que 50% a 80% das pessoas sexualmente ativas está infectada pelo HPV. Porém, na maioria dos casos, não manifestam sintomas.

Se a verruga genital é causada por HPV, posso ter câncer?

A presença de verruga genital não tem propriamente relação com câncer. É importante frisar que existem mais de 200 tipos de HPV, subdivididos em diferentes grupos. Cada grupo de HPV causa um tipo diferente de manifestação e aqueles que causam verrugas não são os mesmos que provocam câncer.

Dentre todos os tipos de HPV, 40 deles podem infectar a região anal ou genital e 12 podem causar câncer de colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus ou orofaringe. Embora muitas mulheres estejam infectadas pelo HPV, são poucos os casos que evoluem para câncer.

Os vírus considerados de alto risco para câncer são o HPV 16 e o HPV 18, que não causam verrugas. Além disso, existem fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo do útero, tais como:

  • Infecção por HIV;
  • Início precoce da vida sexual;
  • Ter muitos parceiros sexuais;
  • Partos múltiplos;
  • Genética;
  • Tabagismo;
  • Presença de outras micro-organismos transmitidos sexualmente, sobretudo o Herpes Simplex tipo 2 e a Chlamydia trachomatis.

No entanto, a infecção por HPV nas mulheres está altamente associada ao câncer de colo do útero. O vírus é responsável por quase todos os casos da doença. Como o tumor apresenta evolução muito lenta e geralmente não manifesta sintomas, pode haver atraso no diagnóstico e o câncer pode evoluir para formas invasivas.

Por isso, é fundamental a realização do exame preventivo com frequência anual ou a cada 3 anos, dependendo do resultado do exame, para avaliação do útero, colo do útero e da região interna da vagina.

Esse exame é capaz de avaliar a presença de lesões e corrimentos que, ao serem detectados podem ser devidamente tratados. O exame preventivo é oferecido nas Unidades Básicas de Saúde gratuitamente.

Quais os sintomas de câncer no colo do útero?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os sinais e sintomas do câncer no colo do útero normalmente são observados quando o câncer já está em uma fase mais avançada. Um dos sintomas mais comuns do câncer de colo de útero é o sangramento vaginal ou corrimento vaginal com presença de sangramento logo após a relação sexual, após a menopausa ou de forma espontânea.

Outros sintomas que podem estar incluídos:

  • Sangramento vaginal durante ou após as relações sexuais;
  • Sangramentos vaginais após a menopausa;
  • Sangramento excessivo durante a menstruação;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Sensação de peso na região entre o ânus e a vagina (períneo);
  • Corrimento vaginal mucoso, que pode ser avermelhado e ter mau cheiro;
  • Dor pélvica ou abdominal;
  • Presença de sangue na urina.

Nos casos mais avançados, os sintomas podem vir acompanhados de alterações urinárias ou intestinais.

Porém, vale lembrar que no início, o câncer no colo do útero geralmente não apresenta sintomas. O desenvolvimento desse tipo de câncer é lento e os sinais tendem a surgir com a evolução do quadro.

Quais são os fatores de risco para câncer no colo do útero?

A causa do câncer de colo uterino não está totalmente definida. Porém, sabe-se que o principal fator de risco para o câncer no colo do útero é a infecção pelo vírus HPV, que pode ser transmitido sexualmente e pode ser prevenido. A infecção por HPV provoca modificações nas células do colo do útero que podem evoluir para câncer.

Há ainda outros fatores que podem aumentar as chances da mulher desenvolver esse tipo de câncer, tais como: ter muitos filhos, ter vários parceiros sexuais, início precoce da vida sexual, fumar, história de infecções sexualmente transmissíveis, ter mais de 40 anos de idade e tomar pílula anticoncepcional durante 5 anos ou mais.

Como é feito o diagnóstico do câncer no colo do útero?

O diagnóstico do câncer de colo de útero é feito pelo exame físico e confirmado por uma biópsia. Os exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada são importantes para definir o grau de avanço do câncer e detectar possíveis comprometimentos de outros órgãos.

O diagnóstico precoce do câncer de colo de útero pode ser feito através do exame preventivo papanicolau, que detecta o HPV e a presença de células anormais, uma vez que a infecção pelo vírus é o principal fator de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer.

Se o papanicolau detectar a presença de alterações nas células, o tratamento pode incluir crioterapia, procedimentos para queimar a lesão, retirada da lesão e ainda medicamentos.

Câncer no colo do útero tem cura? Como é o tratamento?

Sim, câncer no colo do útero tem cura. Se for diagnosticado precocemente, as chances de cura são de aproximadamente 90%. O tratamento depende do grau de avanço da doença.

Se o câncer estiver numa fase inicial, é feita uma cirurgia, que pode ou não ser complementada com radioterapia ou quimioterapia. A associação de radioterapia e quimioterapia permite manter o câncer de colo de útero bem controlado em casos mais avançados.

Nos casos mais graves de câncer de colo uterino, é feito primeiro o tratamento com quimioterapia e radioterapia, que permite depois a realização da cirurgia. O procedimento cirúrgico pode remover o útero, as trompas e o ovário.

A radioterapia pode ser aplicada externamente ou internamente:

Na radiação externa, utiliza-se um aparelho que emite um feixe de radiação para a área a ser tratada. Nesses casos, geralmente são feitas 5 sessões de radioterapia, durante um período que varia entre 5 e 7 semanas.

Na radioterapia aplicada internamente, a radiação é administrada pela colocação de implantes com substâncias radioativas na vagina. Os implantes permanecem no corpo durante algumas horas ou até por 3 dias. Essa forma de radioterapia necessita de internamento hospitalar e o tratamento pode precisar ser repetido, às vezes por algumas semanas.

Se o câncer já tiver alcançado outros órgãos, o tratamento com quimioterapia terá como objetivo tentar conter a doença e melhorar os sintomas.

Quanto mais cedo o câncer no colo do útero for detectado, maiores são as chances de cura. Por isso é muito importante visitar regularmente a/o médico/a de família ou ginecologista e fazer o exame preventivo papanicolau com a regularidade indicada pelo/a médico/a.