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Quais os sintomas de inflamação no útero?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os principais sinais e sintomas de inflamação no útero são:

  • Corrimento vaginal (leucorreia), secreção que pode vir com mal cheiro e com coloração amarelada;
  • Dor abdominal / dor pélvica (região inferior da barriga);
  • Dor para urinar (disúria), dor e ardência ao urinar, por vezes de forte intensidade;
  • Dor durante as relações sexuais (dispareunia);
  • Sangramento, após a relação sexual ou espontânea, fora do período menstrual.

Os sintomas de inflamação no útero ocorrem principalmente durante a relação sexual e variam bastante de acordo com a localização da inflamação, que pode ocorrer no colo do útero (cervicite) ou na região interna do útero (endometrite).

Cervicite

A inflamação mais comum no útero é aquela que ocorre no colo do útero (cérvix ou cérvice), que é a região mais estreita do útero localizada no fundo da vagina e por onde o sangue menstrual é eliminado. A inflamação do colo do útero não interfere, na gestação, desde que seja tratada adequadamente.

Entretanto, a cervicite muitas vezes não apresenta sintomas, o que pode levar à progressão dessa infecção e inflamação para regiões próximas como os ovários, as trompas e a região interna do útero (endometrite), causando a Doença Inflamatória Pélvica (DIP).

A DIP é uma situação mais grave e pode apresentar além dos sintomas típicos, um quadro de febre, náuseas e vômitos.

Quais as causas da cervicite?

A principal causa dessa inflamação no útero são as infecções causadas por fungos, vírus ou bactérias, o que inclui as infecções sexualmente transmissíveis (IST), como gonorreia, clamídia, herpes, tricomoníase, entre outras.

A cervicite também pode ser causada pelo uso de anticoncepcionais hormonais e por traumatismos no colo do útero.

Quais os sintomas da cervicite?

Os sintomas da cervicite incluem dor abdominal, dor na coluna lombar, dor na região da pelve, dores nas relações sexuais, sangramento vaginal, corrimento e odor desagradável na vagina.

Qual é o tratamento para cervicite?

O tratamento da cervicite depende dos sintomas apresentados pela paciente e dos resultados dos exames solicitados. Em geral, é realizado com medicamentos antibióticos orais e tópicos. Nos casos mais graves, a medicação precisa ser administrada pela via endovenosa, em hospital, embora sejam casos raros.

Recomenda-se que a mulher não tenha relações sexuais até o fim do tratamento e desaparecimento completo dos sintomas, o que leva cerca de uma semana.

Endometrite

Endometrite é uma inflamação do endométrio, que é a camada mais interna do útero. Sem tratamento, essa inflamação no útero pode provocar sérios danos no aparelho reprodutor da mulher, podendo causar inclusive infertilidade.

Quais as causas da endometrite?

A principal causa de endometrite são as infecções causadas por bactérias, nomeadamente infecções sexualmente transmissíveis (IST's) como gonorreia, clamídia e sífilis.

A endometrite ocorre com mais frequência depois do parto, abortos e após exames que podem provocar infecção do útero com bactérias, como histeroscopia, colocação de DIU, curetagem, entre outros.

Quais os sintomas da endometrite?

Os sintomas da endometrite incluem febre, dor acima do púbis, mal-estar, cólicas menstruais, corrimento e sangramento vaginal.

Qual é o tratamento para endometrite?

O tratamento dessa inflamação no útero é realizado com medicamentos antibióticos. É fundamental seguir o tratamento até o fim para prevenir recaídas e complicações.

O exame Papanicolau (preventivo) é utilizado para diagnosticar as inflamações do colo do útero e o(a) médico(a) de família ou ginecologista são especialistas indicados para o tratamento dessas inflamações do útero.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Qual o tratamento para a inflamação do útero?

Inflamação no útero pode atrasar a menstruação?

Dor no útero: 7 causas mais comuns e o que fazer

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Ultrassom Transvaginal
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Dúvidas e perguntas frequentes sobre Ultrassom, Ultrassom Transvaginal e Ecografia:

1 - Posso fazer ultrassom transvaginal sangrando?

Depende. Depende do motivo, depende da clínica que vai realizar o exame, depende do médico que vai realizar o exame...

2 - Posso fazer ultrassom transvaginal grávida?

Sim. Não precisa ter medo, não existe nenhum risco par o bebê e não causa aborto, eventualmente pode causar um pequeno sangramento (raro), porém nada que deve preocupá-la.

3 - Fiz ultrassom transvaginal e não mostrou nada, mas exame de gravidez é positivo?

O ultrassom transvaginal somente começa a mostrar o bebê (saco gestacional) a partir da 5 semana de gestação (segundo mês) antes disso não adianta fazer que não irá aparecer nada e ficará em dúvida se está ou não está grávida.

4 - A partir de quando dá para fazer ultrassom para ver uma gravidez?

Somente se essa gestação tiver mais de 5 semanas, ou seja mais de mês de atraso menstrual, antes disso não adianta.

5 - Ultrassom pode dar o sexo errado do bebê?

Sim. É difícil de acontecer, porém é algo possível sim.

6 - Fiz uma ultrassom  transvaginal  e deu cisto no ovário, isto é grave?

A grande maioria de cisto de ovários é formada por cistos funcionais (ovulatórios) ou cistos benignos, os cistos malignos são uma ocorrência rara. Como saber qual tipo é? Converse com seu médico somente ele pode dar o diagnóstico.

7 - O que significa ovários não visualizados?

Significa que o médico que fez o exame não conseguiu ver os ovários, ou porque não estão lá ou porque algo não permitiu a visualização.

8 - Hiperplasia ou Hipertrofia do endométrio, o que isso significa no resultado do meu ultrassom?

Tanto a hipertrofia quanto a hiperplasia do endométrio significam que existe um aumento da camada interna do útero (que é o endométrio), pelo ultrassom não dá para definir qual das duas é a causa desse aumento, então o médico coloca as duas interrogadas no exame (isso é rotina), para saber qual das duas e qual a causa e o que realmente significa somente com a continuação da investigação e realização de novos exames.

9 - O que é Fundo de Saco de Douglas Livre?

"Fundo de Saco de Douglas" é o nome dado (anatomia) a um local no abdômen localizado atras do útero e se está "livre" significa que não há nada lá.

10 - O que significa líquido em Fundo de Saco de Douglas?

Significa que há líquido lá, pode ser água (muitas situações e doenças), sangue (algum sangramento ou hemorragia intra-abdominal) ou pus (alguma infecção intra-abdominal).

11 - O que é útero em AVF?

Útero em AVF é uma das maneiras normais de posicionamento do útero e significa útero em ântero-verso flexão (dobrado para frente).

Mancha no útero: o que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Manchas no útero podem ser sinal de infecção pelo vírus HPV, tricomoníase, endometriose, colpite ou ectopia, dependendo da coloração dessas manchas (brancas, vermelhas, escuras).   

A parte do útero que é possível visualizar pelo exame especular vaginal é o colo do útero. Portanto, a presença dessas manchas podem ser vistas no exame preventivo ou Papanicolau e na Colposcopia.

Manchas brancas e espessas no útero podem indicar a presença do vírus HPV (Papiloma Vírus Humano). Dependo do grau de comprometimento do tecido, pode significar apenas a presença do vírus ou de lesões precursoras do câncer do colo uterino.

Manchas escuras ou vermelhas podem ser sinal de endometriose, que é a presença de tecido da cavidade interna do útero (endométrio) fora dele ou em outros órgãos como ovários, bexiga, vagina, intestino, entre outros.

Manchas vermelhas também podem sugerir colpite (inflamação no colo do útero) causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis ou ainda ectopia de colo uterino, que é a exteriorização da camada interna do colo.

O/a ginecologista e o/a médico/a de família podem diagnosticar a causa das manchas no útero e orientar o tratamento adequado em cada situação.

Qual o tamanho normal do útero?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Em média, o tamanho normal do útero varia entre 50 cm³ e 90 cm³, podendo chegar aos 160 cm³ e ainda ser considerado normal. As dimensões do útero numa mulher adulta podem oscilar entre 6 e 9 cm de comprimento e a espessura ficar entre 2 e 3 cm. Já o peso do útero varia entre de 25 e 90 g.

É importante lembrar que o volume do útero varia consideravelmente conforme a idade da mulher, número de filhos, estado da gravídico e estimulação hormonal.

Na gravidez, o tamanho (volume) normal do útero aumenta significativamente conforme a idade gestacional:

Idade Gestacional (semanas) Volume Uterino Médio (cm³)
6 150
7 175
8 200
9 225
10 293
11 300
12 420
13 488
14 525

O volume do útero é verificado durante o exame de ultrassom realizado pelo/a médico/a ginecologista ou obstetra.

Para saber sobre as causas de aumento do útero, você pode ler:

Útero aumentado, quais as principais causas?

Referência

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO

Qual o tratamento para a inflamação do útero?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento para inflamação do útero depende do local onde ela ocorre e também da sua causa. A inflamação pode ocorrer no colo do útero (cervicite) ou na parte interna do órgão (endometrite). Dentre as possíveis causas para a inflamação do útero estão as infecções por micro-organismos e as lesões traumáticas.

Qual é o tratamento para inflamação do útero causada por micro-organismos?

A maioria das inflamações do útero é causada por micro-organismos como a clamídia, tricomonas, gonorreia, herpes genital e HPV (papiloma vírus). O início da infecção normalmente ocorre no colo do útero.

Nesses casos, o tratamento é feito com medicamentos antibióticos, antifúngicos ou antivirais, de acordo com agente causador da infecção (bactérias, fungos ou vírus).

Os parceiros sexuais também devem ser tratados, mesmo que não apresentem sintomas, uma vez que esses micro-organismos são transmitidos pela relação sexual.

Qual é o tratamento para inflamação do útero causada por lesões?

O tratamento das inflamações causadas por lesões como reações alérgicas, por exemplo alergia ao látex, produtos químicos ou duchas vaginais, é realizado afastando-se o fator causador da lesão e quando necessário, com auxílio de medicamentos.

No caso da inflamação crônica do colo do útero pode ser indicado também o tratamento por meio de cauterização (eletrocautério ou criocautério) e uso de cremes vaginais.

Quando a inflamação colo do útero progride para a sua região interna, causando a endometrite, pode ser necessário o tratamento com medicamentos por via intramuscular ou endovenosa, às vezes com indicação de internação hospitalar.

Se não for devidamente tratada, a inflamação do útero pode se alastrar para as trompas, para a pelve ou para toda a cavidade abdominal.

Quais são os sintomas de inflamação no útero?

Os principais sinais e sintomas de uma inflamação do útero podem incluir: sangramento fora do período menstrual, sangramento durante ou após as relações sexuais, presença de corrimento com mau cheiro, dor ao urinar, além de sensação de inchaço no útero ou na pelve.

O/a médico/a ginecologista é responsável pelo diagnóstico e tratamento dos casos de inflamações do útero.

Leia também: Inflamação no útero pode atrasar a menstruação?

Inflamação no útero pode atrasar a menstruação?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A doença inflamatória pélvica (DIP) por si só, não altera o ciclo menstrual e não atrasa a menstruação. Mas se a inflamação no útero for grave, a ponto de interferir no equilíbrio hormonal, pode alterar o ciclo menstrual.

Portanto, a tricomoníase, a candidíase ou outras inflamações comuns que ocorrem entre as mulheres, geralmente não interferem na menstruação. E uma infecção grave, pode levar a um atraso menstrual.

Os sintomas da inflamação no útero são:

  • Dor pélvica (região inferior da barriga);
  • Corrimento de cor branca, amarelada, marrom ou cinza;
  • Corrimento de odor desagradável,
  • Sangramento vaginal anormal;
  • Dispareunia (dor durante a relação sexual);
  • Febre, mal-estar.

É importante notar que nem todas as infecções no útero vão apresentar os sintomas descritos acima. Existe a possibilidade, inclusive, de se estar com uma infecção no útero e não apresentar qualquer tipo de sintoma.

As causas de inflamação no útero, mais frequentes, responsáveis por 85% dos casos, são as infecções sexualmente transmissíveis. São elas: a clamídia, a tricomoníase e a gonorreia. Contudo, os vírus da herpes, da imunodeficiência humana (HIV) e o papilomavírus humano (HPV), também são possíveis causadores, assim como a candidíase vaginal e má higiene.

O tratamento para infecção uterina são os antibióticos. O remédio deve ser iniciado assim que for feito o diagnóstico e com duas ou três classes de antibióticos, ao mesmo tempo.

Os esquemas indicados atualmente são: ceftriaxone + doxiciclina + metronidazol ou clindamicina + gentamicina, mas existem muitas outras opções. A escolha depende das características clínicas, condições de saúde da mulher, alergias e condições financeiras.

O mais importante é que o tratamento seja precoce, para evitar complicações graves, como a cicatriz nas trompas e a infertilidade.

Portanto, na suspeita de DIP, procure o quanto antes um ginecologista, para confirmar o diagnóstico, receitar os medicamentos adequados.

Causas de atraso menstrual

Outros fatores que podem levar ao atraso menstrual são:

  • Ovários policísticos: causa comum de atrasos nos ciclos menstruais;
  • Uso de determinados medicamentos como: anticoncepcionais orais, anticoagulantes, antidepressivos, corticoides, antipsicóticos e anticonvulsivantes;
  • Distúrbios hormonais: hipotireoidismo e alterações nos níveis de prolactina também podem causar irregularidades no ciclo menstrual;
  • Gestação: No período pós-gestacional (durante a amamentação), é normal haver atraso no ciclo menstrual por meses, além de alterações psicológicas e físicas;
  • Prática excessiva de exercícios físicos: a atividade em excesso pode atrasar e até interromper a menstruação. Pode ser agravado se associado a perda de peso rápida, dieta inadequada e quantidade insuficiente de gordura corporal para produção dos hormônios;
  • Cisto ovariano: um único cisto pode influenciar no ciclo;
  • Cirurgias: Determinados tipos de cirurgias, tais como a laqueadura e as cirurgias ovarianas, também podem ocasionar atrasos no ciclo menstrual.

Em caso de atraso menstrual ou suspeita de infecção vaginal, ou uterina, por qualquer motivo, um ginecologista deverá ser consultado para avaliação, determinação da causa e tratamento, se necessário.

Pode lhe interessar também:

Corrimento faz a menstruação atrasar?

Útero inflamado pode ser perigoso? Como tratar?

O que é candidíase?

Referências:

Jonathan Ross; Mariam R Chacko. Pelvic inflammatory disease: Clinical manifestations and diagnosis. UpToDate: Jan 09, 2020.

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Quais são as causas da inflamação no útero?
Dr. Ivan Ferreira
Dr. Ivan Ferreira
Médico

As causas da inflamação no útero podem estar relacionadas a infecções por germes ou a lesões provocadas por traumas e produtos químicos

A inflamação uterina mais comum é aquela que ocorre no colo do útero (cérvix ou cérvice), que é a região mais estreita do útero localizada no fundo da vagina e por onde sai o sangue menstrual. Esse tipo de inflamação (cervicite) muitas vezes não apresenta sintomas, o que pode levar a distúrbios mais graves devido à progressão dessa inflamação ou infecção para outras regiões próximas como ovários, trompas e região interna do útero (endometrite).

Causas mais frequentes de inflamação ou infecção no colo do útero:

  • Germes transmitidos por meio do contato sexual como Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Trichomonas vaginalis, vírus Herpes simplex, HPV (papiloma vírus humano), Mycoplasma genitalium,
  • germes que estão presentes normalmente na vagina como Candida albicans, Gardnerella vaginalis e Lactobacillus rhamnosus,
  • alergias ou irritações causadas por produtos químicos como espermicidas,
  • alergias ao látex de preservativos (camisinha) e diafragmas,
  • lesões causadas por traumas como os provocados pelo parto ou por duchas vaginais frequentes.

A inflamação do colo do útero não interfere na possibilidade de engravidar e nem na boa evolução da gravidez desde que seja tratada adequadamente. 

O Papanicolau ou citologia oncótica é o exame utilizado para diagnosticar as inflamações do colo do útero​ e o ginecologista e/ou obstetra são os especialistas indicados para o tratamento desses problemas.

O que significa ter o útero em anteversoflexão?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Ter o útero em anteversoflexão (avf) significa que o seu útero está inclinado para frente, ou seja, fletido na direção anterior do corpo. Trata-se de uma posição considerada normal, em que o útero está "dobrado" para frente e repousa sobre a bexiga. 

A anteversoflexão é uma das variações de posição do útero que os ginecologistas consideram normais e também é a mais comum. As outras são a medioversão (útero mediovertido) e a retroversão (útero retrovertido).

Na medioversão o útero está numa posição mediana, enquanto que na retroversão o órgão está fletido para trás. Esta última variação é chamada popularmente de "útero invertido".

Portanto, essas posições são apenas variações da forma como o útero está posicionado na pelve. Nenhuma delas indica uma anomalia anatômica do órgão.

Contudo, o útero retrovertido pode ser considerado patológico quando a fixação do órgão nessa posição ocorre devido a um processo inflamatório ou a uma infecção genital.

Nesses casos, a retroversão uterina pode ser decorrente de aderências resultantes desses processos inflamatórios ou infecciosos. Tais aderências podem afetar as trompas e o funcionamento normal do útero, podendo dificultar uma gravidez.

Para maiores esclarecimentos, fale com o seu médico ginecologista.

Saiba mais em:

Tenho o útero em anteversoflexão. Posso engravidar?

Quem tem útero retrovertido pode engravidar?

O que é útero retrovertido (rvf) e quais os sintomas?

O que é miométrio homogêneo?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Miométrio homogêneo é um miométrio que apresenta uma textura igual em toda sua extensão. É, portanto, o miométrio considerado "normal" no exame de ultrassom. Por outro lado, um miométrio heterogêneo ao exame de ultrassom pode indicar a presença de miomas.

O miométrio é a camada mais grossa da parede uterina, bem diferente do endométrio (camada mais interna) e do perimétrio (camada mais externa) que são finas. O miométrio constitui a maior parte da estrutura do útero (colo, corpo e cornos uterinos), sendo formado por feixes de fibras de músculo liso separadas por tecido conjuntivo. Nessa região do miométrio é comum aparecer miomas que, quando presentes, são detectados com uma textura diferente (heterogênea) da habitual do útero. Quando os miomas não são detectados nesta região do miométrio, o exame constará como miométrio homogêneo.

Na gravidez, para conseguir suportar o aumento do tamanho do útero, o miométrio sofre um aumento de volume da sua musculatura (hipertrofia), aumento do número de células (hiperplasia) das fibras musculares lisas, além de aumento de calibre das artérias e veias.

Todo exame deve ser levado em consulta médica de retorno para o/a médico/a que solicitou. Com isso, o/a profissional de saúde poderá avaliar o resultado do exame e correlacioná-lo com sua história clínica e exame físico para que assim possa dar uma melhor seguimento no seu caso.

Leia também: O que é miométrio heterogêneo?

HPV tem cura e quando pode levar ao câncer do útero?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Acredita-se que o HPV (papilomavírus humano) pode ter cura, ou não se desenvolver em todas as pessoas que tem o contato com o vírus. O organismo conseguiria combater o vírus antes de se estabelecer ou se multiplicar.

O que justificaria algumas pessoas que tem relação com outras já contaminadas, não terem o exame também positivo.

No entanto, não é o que acontece com a maioria. O vírus quando é transmitido, e sendo confirmada a sua presença, não existe mais a possibilidade de cura definitiva. Isso porque ainda não há medicamentos ou tratamentos capazes de eliminar o vírus por completo.

Ainda, quando a infecção se torna crônica, com multiplicação desordenada das células, aumenta o risco de evoluir para células precursoras de câncer. O câncer mais relacionado com a infecção por HPV é o câncer de colo de útero.

Dentro os 150 tipos conhecidos de HPV, apenas 12 deles estão comprovadamente associados ao câncer, seja ele de colo de útero ou de outros locais, como boca, ânus, pênis e vagina.

Tratamento do HPV

O tratamento, ou a "cura" do HPV é apenas temporária.

A destruição das verrugas é o principal objetivo do tratamento, que pode incluir o uso de medicamentos aplicados no local, cauterização ("queimar" a lesão), crioterapia (congelamento) ou remoção através de cirurgia.

A retirada das lesões, reduz as chances da mulher desenvolver um câncer de colo de útero, visto que a infecção por HPV é o principal fator de risco para essa doença.

Leia também: HPV tem cura definitiva?

Todo HPV vira câncer?

Não. Atualmente sabemos que existem tipos de HPV que estão mais relacionados ao risco de câncer, e outros menos.

Contudo, sabemos também que a maioria dos cânceres de colo uterino, são causados pelo HPV (99%). Os tipos de vírus considerados de alto risco são: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66, 68, 73 e 82. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer cervical invasivo e mais de 90% das lesões intra epiteliais graves.

Os tipos de HPV considerados de baixo risco são: tipo 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81, e CP6108, encontrados geralmente em pacientes com verrugas genitais.

Veja também: Toda verruga é HPV?

Quando o HPV pode causar câncer de colo de útero?

O HPV pode causar câncer de colo de útero se o vírus em causa for específico para esta doença, já que das centenas de tipos de HPV, apenas cerca de 5% deles estão associados ao câncer de colo uterino, principalmente os tipos 16 e 18.

Também pode lhe interessar: HPV durante a gravidez: quais os riscos e como tratar?

O HPV é um vírus muito comum em pessoas sexualmente ativas, podendo estar presente em 70 a 80% dessa população. Geralmente, as infecções são passageiras.

A maior parte dos casos de câncer de colo de útero são desencadeados pelos HPV 16 e 18. A vacina, que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, está disponível gratuitamente através do SUS para meninas entre 9 e 13 anos de idade, e meninos de 11 a 14 anos, que protege contra esses vírus, além de outros tipos de HPV (6 e 11) que provocam verrugas genitais.

Veja também: Como tomar a vacina contra HPV?

Quais são os fatores de risco para câncer de útero?

Além do HPV, existem outros fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da doença, tais como imunidade, fatores genéticos, comportamento sexual (número elevado de parceiros), tabagismo, idade acima dos 30 anos, vida sexual com início precoce, gestações, o uso de pílula anticoncepcional.

Como é feito o diagnóstico do HPV?

O diagnóstico é feito mais facilmente em homens (lesões geralmente visíveis na pele e órgãos sexuais). Em alguns casos deve ser feita uma anuscopia (geralmente em casos de relações sexuais anais) para observação das lesões.

Nas mulheres, porém, além das lesões em pele, vulva e ânus, podem ocorrer em todo o trato genital até alcançarem o colo do útero, portanto o diagnóstico só é possível através da colpocitologia oncótica, colposcopia ou anuscopia. Também podem ser realizados exames de biologia molecular (hibridização in situ, PCR e captura híbrida).

Veja também: O que é o exame de captura híbrida?

Quais são os sintomas do HPV?

O portador de HPV pode não ter nenhum sintoma, o que dificulta ainda mais e atrasa o seu diagnóstico, podendo transmitir para outras pessoas, sem intenção.

Quando presente, o sintoma mais comum é a presença de verrugas com aspecto de couve-flor na pele e/ou mucosas.

Se as alterações forem discretas, serão detectadas apenas em exames específicos. Se forem graves, pode ocorrer invasão de tecidos vizinhos com o surgimento de um tumor maligno como o câncer do colo uterino e do pênis.

Saiba mais em: HPV: o que é e como se transmite?

Recomendações para portadores de HPV
  • É preciso destacar que o HPV pode ser transmitido na prática de sexo oral;
  • Informe o (a) seu (sua) parceiro (a) se for portador (a) de HPV - ambos precisarão de tratamento;
  • O parto normal (vaginal) não é indicado para gestantes portadoras do HPV com lesões ativas;
  • Mantenha suas consultas com ginecologista em dia, para melhor acompanhamento.

Em caso de suspeita de HPV, um médico clínico geral, dermatologista, urologista (homens) ou ginecologista (mulheres) deve ser consultado para avaliação e tratamento adequado, caso a caso.

Mesmo os tipos de HPV que causam câncer têm tratamento na maioria dos casos. Contudo, é importante que a doença seja diagnosticada precocemente para que as lesões pré-cancerígenas sejam tratadas antes de evoluírem para tumores malignos.

Leia também:

Qual é o tratamento para HPV?

Quais os sintomas de câncer no colo do útero?

O que é colpite e o que pode causar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Colpite é uma inflamação da mucosa que recobre o colo do útero e as paredes internas da vagina. Ela pode ser assintomática (sem sintomas) ou apresentar corrimento vaginal, odor, coceira e ardência.

A colpite pode ser causada por bactérias (Gardnerella vaginalis) - colpite bacteriana, fungos (Candida albicans) e protozoários (Trichomonas vaginalis), muitas vezes transmitidos através de relações sexuais sem preservativo.

A candidíase vulvovaginal é a principal causa de colpite causada por fungos. Estima-se que até 75% das mulheres tem pelo menos um caso de candidíase ao longo da vida. Os principais fatores de risco para desenvolver esse tipo de colpite incluem gravidez, uso de anticoncepcional hormonal, diabetes, uso de antibióticos e imunidade baixa.

Existe uma colpite bacteriana, denominada colpite inespecífica, mais comum na infância, cuja principal causa é a bactéria E. coli proveniente do intestino.

Que complicações a colpite pode causar?

Em caso de ausência de tratamento ou tratamento inadequado, a colpite pode causar endometriose, doença pélvica inflamatória (DIP), dor pélvica, infertilidade, gravidez ectópica ou problemas fetais caso ocorra durante a gestação.

Quais os sinais e sintomas de colpite?

A colpite pode não manifestar sintomas. Em outros casos, os sinais e sintomas podem incluir presença de corrimento vaginal branco e leitoso, esverdeado, marrom ou amarelado com odor desagradável, coceira e ardência na vagina.

A colpite bacteriana caracteriza-se pelo aparecimento de corrimento vaginal com cheiro desagradável, por vezes purulento, sangramento, coceira na vagina, inchaço e vermelhidão na vulva, dificuldade ou dor para urinar e dor durante as relações sexuais.

A colpite fúngica e parasitária provocam coceira vaginal, corrimento branco ou amarelado sem cheiro, queimação, ardência, dor ou desconforto para urinar, vontade urgente de urinar, inchaço na vulva e vermelhidão da mucosa vaginal.

Quais os tipos de colpite e como identificar? Colpite difusa

Caracteriza-se por pontilhado vermelho fino que cobre toda a mucosa vaginal e o colo uterino. Quanto maior o número de pontilhados, mais intensa e mais grave é a infecção.

Colpite focal

Provoca o aparecimento de pequenas áreas vermelhas arredondadas ou ovais, separadas do resto da mucosa, normalmente associada à colpite difusa.

Colpite aguda

Leva ao aparecimento de pontilhado vermelho com mucosa edemaciada (inchada).

Colpite crônica

Caracteriza-se por um pontilhado branco ao lado do vermelho.

Colpite por Trichomonas

É uma colpite difusa caracterizada por conteúdo vaginal esverdeado com bolhas gasosas.

Colpite por Candida

Colpite difusa ao lado de placas brancas.

Qual é o tratamento para colpite?

O tratamento da colpite é feito com administração de medicamentos orais e aplicação de cremes e pomadas vaginais. O tipo de medicação varia conforme o agente causador. A colpite bacteriana é tratada com antibióticos, a fúngica com antifúngicos e a parasitária com antibióticos e medicamento específico para o tipo de parasita.

A colpite é diagnosticada através do exame clínico e do exame preventivo. Esses exames devem ser realizados frequentemente por todas as mulheres sexualmente ativas. Caso você apresente algum sintoma de colpite, procure um/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral.

Para saber mais sobre colpite, você pode ler:

O que é e como tratar a colpite difusa? Tem cura?

Colpite tem cura? Qual o tratamento?

Referências

Centers for Disease Control and Prevention. CDC. Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2019. UpToDate®

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetricia. Guidelines Manual in the lower genital tract and colposcopy. FEBRASGO, 2018.

Primo, W.Q.S.P.; Corrêa, F.J.S.; Brasileiro, J.P.B. Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília. SBGO, 2017.

O que é útero baixo?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Útero baixo pode ser o rebaixamento do útero para a vagina, numa condição conhecida como prolapso uterino.

O útero é um órgão que fica na parte inferior do abdômen, na região pélvica. Ele fica suspenso e apoiado por seus ligamentos e pelo fundo da vagina. Com o passar da idade e o declínio dos níveis hormonais após a menopausa, pode ocorrer uma flacidez dos ligamentos uterinos e o útero sem sustentação desce e fica dentro da vagina. Em casos mais graves, ele pode sair da vagina. Essa situação recebe o nome de prolapso uterino, também conhecido como útero baixo.

O prolapso uterino pode ser classificado de 4 formas, conforme o grau do prolapso:

  • 1º grau: quando o colo do útero desce em direção à vagina;
  • 2º grau: quando o colo do útero alcança a saída da vagina;
  • 3º grau: quando o colo do útero sai da vagina;
  • 4º grau: quando todo o útero fica fora da vagina.

O útero baixo normalmente está associado a outras condições, como bexiga caída e herniação de alças do intestino delgado ou intestino grosso em direção à vagina.

Dentre as causas mais comuns do prolapso uterino estão: partos normais múltiplos, enfraquecimento dos músculos pélvicos devido à idade, perda de força ou do tônus dos tecidos após a menopausa, diminuição dos níveis do hormônio estrógeno, tosse crônica, constipação intestinal, tumores pélvicos, excesso de peso e cirurgias na pelve.

Mulheres com útero baixo sentem sintomas como dor na região da coluna lombar baixa, sensação de que alguma coisa está saindo pela vagina, dor durante a relação sexual, dificuldade para urinar ou evacuar e também para caminhar.

O tratamento do prolapso uterino é feito através de exercícios, medicamentos, cirurgia e introdução de um dispositivo (pressário) para sustentar o útero.

Para prevenir o útero baixo, recomenda-se perder peso (quando necessário), combater a prisão de ventre, realizar exercícios específicos para fortalecer a musculatura pélvica e evitar levantar pesos.

O diagnóstico e tratamento do prolapso uterino pode ser feito pelo/a médico/a ginecologista.

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