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Dor abdominal: o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Há diversas causas para dor abdominal. O abdome é a região que mais abriga órgãos do corpo, sendo, portanto, um desafio o diagnóstico quando surge dor nessa região.

Qualquer um dos órgãos localizados no abdômen ou na cavidade pélvica podem causar dor na barriga. Assim como órgãos próximos, também podem ser responsáveis pela dor abdominal.

Na grande maioria dos casos, a dor abdominal não indica nenhuma doença maligna. Muitas vezes é causada por gases ou prisão de ventre, as cólicas intestinais. Porém, existem casos de maior gravidade, como a dor originada de um tumor, uma hemorragia ou inflamação intestinal grave.

Quais as principais causas de dor abdominal?Colecistite e colelitíase (pedras na vesícula biliar)

A dor abdominal ocorre quando há uma obstrução do ducto de drenagem da vesícula biliar para o intestino, devido à presença de uma ou mais pedras. Se a obstrução for prolongada, as enzimas produzidas na vesícula, para auxílio na digestão, que não conseguem passar para o intestino, começam a causar lesão na própria parede, gerando uma inflamação, denominada colecistite.

Nesses casos, a dor é contínua, não responde aos medicamentos analgésicos comuns, e pode vir associada à febre, náuseas e vômitos.

A dor da obstrução da vesícula é chamada de cólica biliar e costuma ser localizada na porção superior direita do abdômen e no meio da barriga. É tipicamente uma cólica que se inicia logo após a ingestão de alimentos gordurosos.

Gastrite e úlcera péptica

Usualmente se apresentam com dor em queimação na região superior do abdômen, principalmente na porção mediana, conhecido popularmente como "boca do estômago".

A intensidade da dor abdominal nesses casos é muito variável e nem sempre é suficiente para diferenciar uma úlcera (ferida na parede do estômago), de uma simples gastrite.

A presença de sangue nas fezes ou nos episódios de vômitos, indica uma emergência médica. As principais causas são a úlcera sangrante ou perfuração da parede do estômago. O tratamento é cirúrgico de urgência, devido aos riscos de morte.

Hepatite aguda

As hepatites mais comuns são aquelas causadas pelos vírus A, B ou C, porém, podem surgir por várias outras causas, entre elas a intoxicação medicamentosa ou o uso abusivo de álcool.

Também pode lhe interessar: quais são os sintomas da hepatite C?

A hepatite aguda costuma causar uma dor mal definida na porção superior direita do abdômen e está geralmente associada à presença de icterícia (pele e olhos amarelados).

Nesses casos a pessoa deve permanecer internada para acompanhamento e monitoramento em setor de urgência e emergência, até que o diagnóstico e o melhor tratamento sejam definidos.

Pancreatite aguda

A pancreatite aguda se caracteriza pela inflamação aguda do pâncreas, que pode ser originada pela presença de cálculos biliares, excesso de consumo de bebidas alcoólicas, e mais raramente, por causas genéticas.

A dor abdominal é intensa, localizada em toda região superior do abdômen, podendo irradiar para as costas, descrita como uma dor em "cinturão apertado", ou dor difusa por todo o abdome. Pode durar vários dias e costuma vir acompanhada de náuseas, vômitos e piora da dor após a alimentação.

O tratamento deve ser realizado em ambiente hospitalar, com jejum prolongado e hidratação intensificada, para evitar as complicações. Raramente é indicado cirurgia nessa fase.

Pedras nos rins (cálculo renal)

Caracteriza-se por intensa dor na região lombar, em apenas um lado do corpo. Frequentemente a dor irradia para o abdômen, principalmente nos flancos ou para a virilha do lado obstruído pela pedra, mal-estar, suor frio e sangue na urina, mesmo sem dor.

Nos casos de obstrução com infecção, apresenta também febre alta. O tratamento é realizado de acordo com a causa e local da pedra. Por vezes é necessário cirurgia de urgência para drenagem e para evitar complicação nos rins.

O acompanhamento posterior com urologista, ajuda a evitar novos episódios de urgência.

Diverticulite

Na maioria dos casos, manifesta-se como uma dor no quadrante inferior esquerdo do abdômen e em pessoas acima de 60 anos. A dor dura vários dias e pode ou não vir acompanhada de febre e sangue nas fezes.

Apendicite

É a inflamação no apêndice, pequeno órgão em forma de saco, localizado no final do intestino delgado. Caracteriza-se por uma dor que piora progressivamente, inicialmente por toda a barriga, ou redor do umbigo, que depois se localiza no quadrante inferior direito do abdômen.

É comum haver febre e vômitos associados, além de falta de apetite e constipação intestinal. Necessita de tratamento cirúrgico de emergência.

Infecção intestinal

A manifestação mais comum é a cólica abdominal associada a diarreia e vômitos. Se causada por vírus (maior parte dos casos), não requer tratamento específico. Se associada à evacuação com sangue ou febre, requer tratamento com antibióticos.

No caso de dor abdominal, diarreia com sangue ou febre alta, procure um serviço de emergência para avaliação e prescrição do medicamento.

Obstrução, infarto e isquemia intestinal

A obstrução intestinal, infarto e isquemia intestinal, são situações muito graves, com elevado risco de morte.

Clinicamente causam dor abdominal de forte intensidade, que piora rápido e progressivamente e acomete todo o abdômen, constipação e distensão ou inchaço na barriga. O tratamento é cirúrgico de emergência.

Causas ginecológicas

Doenças dos ovários, endometriose, mioma uterino e gravidez ectópica são causas comuns de dor abdominal na mulher. Nesses casos, a dor abdominal varia conforme a localização do problema, mas em geral está localizada na região inferior do abdômen (pelve).

Pode vir associada a alterações menstruais, febre, mal-estar e perda de peso, nos casos de tumores.

Cólica menstrual

As cólicas menstruais ocorrem na porção inferior do abdômen e podem irradiar-se para as costas e para as coxas. Sintomas como náuseas, irritabilidade, suor frio, dor de cabeça, fezes amolecidas e tonturas, são frequentemente associados. Também pode lhe interessar: Infecção urinária

Na infecção urinária, a dor abdominal é localizada no baixo ventre, associada a ardência para urinar, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e aumento no número de micções, sempre em pequena quantidade.

O tratamento deve ser feito com antibióticos, antissépticos urinários e boa hidratação, para evitar uma complicação nos rins.

Peritonite

A peritonite é uma infecção difusa dentro do abdômen, portanto costuma ser uma complicação de outras infecções, como a colecistite, apendicite ou pancreatite que não foram tratadas a tempo.

O quadro clínico é de uma dor abdominal difusa e de forte intensidade, que piora com a compressão do abdômen, febre e mal-estar. O tratamento é cirúrgico de urgência, devido ao alto risco de óbito.

Doença de Crohn e retocolite ulcerativa

A dor abdominal nessas doenças está normalmente associada a alterações nas fezes e perda de peso. Na retocolite pode haver comprometimento do ânus, com presença de fissuras e sangramento.

Cetoacidose diabética

Causa dor abdominal difusa, associada a vômitos e alteração na glicemia. Ocorre em pacientes diabéticos com controle alimentar e medicamentoso inadequado.

Sinais de emergência

Os sinais e sintomas de gravidade, que indicam a necessidade de procurar um serviço de urgência imediatamente são:

  • Dor abdominal intensa
  • Vômitos
  • Fezes com sangue
  • Febre
  • Icterícia (pele ou olhos amarelados)
  • Confusão mental
  • Desmaio

Em vista de tantas possibilidades para causar uma dor abdominal e devido ao alto risco em algumas situações, sugerimos que na presença de dor abdominal com sinais e sintomas de gravidade, procure um serviço de pronto atendimento imediatamente.

No caso das dores intermitentes (que vão e vem), de longa duração, procure um médico clínico geral, médico de família ou um gastroenterologista.

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Como aumentar a ferritina?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento para aumentar a ferritina, quando for indicado, pode incluir orientação na dieta, uso de medicamentos e, nos casos mais graves, pode ser necessário fazer transfusão de sangue.

Casos leves de ferritina baixa podem ser tratados apenas com uma alimentação adequada, priorizando alimentos ricos em ferro e vitamina C, pois esta vitamina aumenta a absorção de ferro pelo organismo.

Alguns alimentos ricos em ferro:

  • Carnes de boi e de porco;
  • Fígado de boi;
  • Miúdos de galinha;
  • Coração;
  • Feijão;
  • Gema de ovo;
  • Cereais matinais;
  • Beterraba;
  • Vegetais verde escuros (agrião, rúcula, espinafre, brócolis).

Vale lembrar que o ferro da carne vermelha é mais facilmente absorvido pelo organismo do que aquele presente nos vegetais.

Outro detalhe importante é que esses alimentos devem ser consumidos preferencialmente com alimentos ricos em vitamina C, para potencializar a absorção de ferro pelo corpo, tais como:

  • Acerola pura ou em polpa congelada;
  • Pimentão amarelo cru;
  • Folha de mandioca;
  • Caju;
  • Goiaba;
  • Salsa;
  • Laranja;
  • Cheiro verde;
  • Couve de Bruxelas;
  • Mamão papaia;
  • Kiwi;
  • Morango.

Um médico clínico geral, médico de família ou hematologista poderá antes de mais nada diagnosticar o problema que levou a ferritina baixa, assim orientando um tratamento mais adequado para o seu caso.

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Dormência na boca: o que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Dormência na boca pode ser sintoma de diversas doenças e condições. Uma delas é a compressão ou rompimento de algum nervo da face, que pode ocorrer após uma anestesia ou um implante dentário, por exemplo.

Outras possíveis causas de dormência na boca incluem doenças neurológicas (derrames, esclerose múltipla, paralisia facial), herpes labial, enxaqueca, síndrome da boca ardente e até câncer bucal.

O herpes labial caracteriza-se pelo aparecimento de grupos de bolhas dolorosas nos lábios. A sensação de dormência na boca geralmente antecede o surgimento da lesão e é localizada na mesma região da ferida.

Em algumas pessoas, crises de enxaqueca também podem causar dormência ao redor da boca.

A síndrome da boca ardente é uma alteração hormonal que acomete principalmente mulheres após a menopausa. Pode causar formigamento ou dormência na boca ou na língua, embora o principal sintoma seja a dor intensa que pode afetar os lábios, a língua, o céu da boca e a gengiva.

A dormência na boca também pode ser um sintoma de câncer bucal. Este tipo de câncer pode surgir nos lábios, no interior da boca, na garganta, nas amígdalas e ainda nas glândulas salivares. Suas principais causas são o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. Outros sintomas de câncer bucal incluem:

  • Feridas nos lábios, na gengiva e dentro da boca, que normalmente sangram com facilidade;
  • Caroços nas bochechas;
  • Manchas vermelhas ou brancas na língua e na gengiva;
  • Dificuldade engolir ou mastigar;
  • Mudanças na voz.

O diagnóstico e o tratamento da dormência na boca depende da condição ou da doença que provocou a perda de sensibilidade. Você pode consultar o/a médico/a de família ou clínico/a geral para que seja feita uma avaliação inicial. Caso seja necessário, o/a profissional poderá lhe encaminhar para outro especialista.

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Referência

Academia Brasileira de Neurologia

Fosfatase alcalina alta, o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A fosfatase alcalina alta no sangue, pode ocorrer por uma série de situações, desde doenças até condições naturais como a gravidez e o crescimento ósseo na maturidade.

Causas de fosfatase alcalina alta no sangue 1. Doenças no fígado e vesícula biliar
  • Coledocolitíase (cálculo no ducto biliar);
  • Colangite (inflamação do ducto biliar);
  • Obstrução de vias biliares;
  • Hepatites virais (infecção viral no fígado);
  • Cirrose (fibrose no fígado);
  • Esteatose hepática (gordura no fígado);
  • Tumor no fígado (benigno ou maligno, sendo o maligno o que mais aumenta essa taxa).
2. Doenças ósseas
  • Consolidação de fraturas;
  • Tumores ósseos;
  • Osteomalácia (fraqueza, desmineralização dos ossos);
  • Raquitismo (ossos fracos por carência de vitamina D);
  • Hiperparatireoidismo;
  • Doença de Paget (doença óssea, beniga).
3. Gravidez

Na gravidez, os valores de fosfatase alcalina se elevam de duas até cinco vezes do valor de referência, devido à produção dessa enzima pela placenta.

A placenta é um dos locais que a produz, especialmente no terceiro trimestre. Portanto, no final da gestação, é comum um aumento expressivo dessa enzima, sem que sinalize um problema.

4. Uso de medicamentos

O uso de medicamentos que sobrecarregam o fígado, podem aumentar as taxas de fosfatase alcalina no sangue. Como exemplo podemos citar o alopurinol, anticonvulsivantes, antibióticos como gentamicina e tetraciclina e opioides, como a morfina.

5. Outras situações que aumentam a fosfatase alcalina
  • Doenças inflamatórias intestinais;
  • Doença renal.
O que é a fosfatase alcalina?

A fosfatase alcalina (FA) é uma enzima produzida em diferentes tecidos do corpo humano, como fígado, ossos, rim, intestino e placenta. A sua função ainda não está bem esclarecida, mas na prática médica, a sua dosagem é solicitada para investigação de problemas hepáticos, problemas nas vias biliares e doenças ósseas.

Nas situações de atividade óssea aumentada, os níveis de FA estarão elevados. Como na fase de crescimento, nas lesões ósseas, tumores e doenças crônicas como osteomalácia (enfraquecimento e desmineralização dos ossos).

Na infância, os níveis da enzima aumentam gradualmente, nos meninos as taxas são superiores às meninas, chegando a atingir valores quatro vezes maior do que na idade adulta. Após os 10 a 12 anos de idade, os níveis tendem a diminuir e aos 20 anos são similares para homens e mulheres.

Qual o tratamento para a fosfatase alcalina alta?

Para os casos que elevam as taxas de FA não associados a uma doença ou um problema, como os casos de fase de crescimento e gravidez, não existe necessidade de tratamentos.

No entanto, para os casos de tumores, hepatite ou doenças ósseas, o tratamento será definido de acordo com cada caso.

Quais são os valores de referência da Fosfatas alcalina?

Os valores de referência podem variar de acordo com o método de avaliação utilizado por cada laboratório. Por isso os valores devem estar claramente citados no resultado dos exames.

Faixa etária Masculino (Unidade/Litro) Feminino (Unidade/Litro)
Recém-nascido 150 a 600 150 a 600
6 meses a 9 anos 250 a 900 250 a 900
10 a 11 anos 250 a 730 250 a 950
12 a 13 anos 275 a 875 200 a 730
14 a 15 anos 170 a 970 170 a 460
16 a 18 anos 125 a 720 75 a 270
Acima de 18 anos 50 a 250 50 a 250

A interpretação dos resultados do exame deve ser realizada pelo médico que o solicitou, em conjunto com a história e o exame clínico. Para maiores informações, procure um médico clínico geral ou médico da família.

Bactérias na urina são sinal de infecção urinária?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, a presença de bactérias na urina é o principal sinal de uma infecção urinária, principalmente se o resultado do exame indicar também presença de leucócitos e nitrito. Pessoas saudáveis e sem sintomas de doenças normalmente não apresentam bactérias na urina.

Em algumas situações pode aparecer bactérias na urina em pequena quantidade, sem outras alterações. Nesses casos, pode ser que a amostra de urina foi contaminada e o exame precisa ser repetido.

Também há casos em que a pessoa pode ter bactérias na urina e não apresentar sintomas de infecção urinária. É a chamada bacteriúria assintomática, mais comum em pessoas idosas, com diabetes ou que utilizam sonda vesical.

A infecção urinária geralmente é causada pela bactéria E. coli, proveniente do intestino. Quando há infecção, é comum encontrar também leucócitos e nitrito na urina.

Os leucócitos são glóbulos brancos, ou seja, são as células de defesa do organismo. A presença deles na urina, normalmente, indica alguma inflamação nas vias urinárias, geralmente infecção urinária.

A associação entre nitrito e infecção urinária deve-se ao fato das bactérias converterem o nitrato, um metabólito abundante na urina, em nitrito.

Além de bactérias na urina, uma pessoa com infecção urinária também poderá apresentar os seguintes sintomas:

  • Aumento da frequência urinária;
  • Dor ou ardência durante a micção;
  • Vontade urgente de urinar;
  • Dor lombar;
  • Febre;
  • Corrimento amarelado na uretra.

Saiba mais em: Quais são os sintomas e causas de uma infecção urinária?

O diagnóstico da infecção urinária na maioria das vezes é clínico, ou seja, é feito apenas através da avaliação do médico sobre o relato dos sintomas e a realização do exame físico.

No entanto, em alguns casos, pode ser necessário solicitar o exame de urina tipo 1 que mostra a presença de bactérias e de uma urocultura (exame de urina tipo 2), que irá identificar a bactéria causadora da infecção e qual o melhor antibiótico para tratá-la.

É importante lembrar que cabe ao médico que solicitou o exame de urina interpretá-lo, uma vez que os resultados devem ser analisados em conjunto com a história clínica, os sintomas e o exame físico do paciente.

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Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Urologia. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

Estou com uma bolinha no seio direito, tipo espinha...
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Bolinha no seio que parece uma espinha pode ser infecção na glândula de Montgomery. Pode ser necessário o tratamento com antibióticos ou drenagem

O que são as glândulas de Montgomery?

As glândulas de Montgomery são glândulas sebáceas que representam um estágio intermediário entre glândulas mamárias e sudoríparas. Na superfície da pele, os ductos dessas glândulas formam elevações conhecidas como tubérculos de Montgomery.

Elas são localizadas ao redor do mamilo, na aréola, a parte mais escura do seio.

Posso espremer essas bolinhas?

Não é indicado espremer essas bolinhas, pois elas podem inflamar e causar infecção local. Nesse caso, vão ter aspecto de espinha e causar dor.

Ao espremê-las, as bactérias da pele podem entrar pelos ductos da glândula e provocar uma infecção. Com isso, a pele fica mais tensa, quente, com vermelhidão e até pus. Pode também evoluir para casos mais graves como abscesso. Nesses casos, é necessário procurar um médico para tratar os problemas.

Para que servem as glândulas de Montgomery?

Essas glândulas secretam gordura, que lubrifica e protege a aréola de infecções. Essas glândulas fazem parte da anatomia normal da mama. Se você tem essas bolinhas, não é motivo de preocupação.

Elas podem ficar mais evidentes durante a gestação e amamentação. Isso faz parte da adaptação do corpo materno nesse período.

A secreção das glândulas de Montgomery parece ser importante para o início da amamentação, logo que o bebê nasce. O cheiro da secreção faz o bebê:

  • Girar a cabeça em direção à mama, favorecendo o alinhamento da cabeça do bebê com a mama
  • Saber o local que deve sugar para se alimentar
  • Saber como mover a boca e a língua para retirar o leite da mama e engoli-lo

Em conjunto com o leite materno, tem um efeito calmante no bebê, diminuindo a irritação e aumentando a sonolência. Quanto mais glândulas a mãe tem, mais notáveis são esses efeitos.

Elas regridem no período após o parto em 30 a 50% das gestantes.

O que devo fazer com as bolinhas no seio?

Essas bolinhas são parte da estrutura mamária. É normal que estejam presentes na região da aréola. Por isso, não é necessária nenhuma intervenção médica.

Em raros casos, essas glândulas podem ficar obstruídas, adquirindo o aspecto mais parecido com o de uma espinha. Isso pode resultar em:

  • inflamação aguda
  • cisto de Montgomery
  • saída de líquido claro ou acastanhado das mamas

Quando não há infecção, esses cistos devem ser apenas observados, pois a maioria se resolve espontaneamente em semanas a meses. Em raríssimos casos uma drenagem é necessária.

As bolinhas nos seios são comuns e não apresentam nenhuma malignidade. Caso você queira se certificar, você pode consultar um médico de família, ginecologista ou clínico geral que irá lhe examinar e indicar a melhor conduta para o seu caso.

O que são os cistos de Montgomery?

Esses cistos podem se desenvolver ao redor da aréola e serem percebidos como uma massa ou bolinha maior que uma espinha. Nesses casos, a mulher também não costuma apresentar nenhum sintoma.

Conhecido como cisto retro areolar, ele pode ser detectado no exame clínico durante a consulta médica.

Quando há sinais de infecção (como vermelhidão, calor e aumento da sensibilidade), a mulher deve procurar o médico, pois pode ser necessária a realização de tratamento com antibióticos.

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Referência:

FEBRASGO — Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Doucet S, Soussignan R, Sagot P, Schaal B. The secretion of areolar (Montgomery's) glands from lactating women elicits selective, unconditional responses in neonates. PLoS One, 2009. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0007579

O que é abaulamento discal e que sintomas pode causar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O abaulamento discal é o processo inicial de uma hérnia de disco, ou seja, se não for tratado a tempo, certamente vai evoluir para o quadro de hérnia de disco.

Abaulamento discal, abaulamento discal difuso ou protusão discal, é um processo de desgaste e perda da elasticidade do disco que separa as vértebras, o disco intervertebral.

O desgaste permite que a estrutura se desloque para um dos lados, na direção da medula espinhal e/ou das raízes nervosas, causando os sintomas de dor, dormência, fraqueza e por vezes, dificuldade de mexer um membro.

Hérnia de disco - quando o abaulamento causa a ruptura da cápsula, e saída de material gelatinoso de dentro do disco entre as vértebras. Na imagem ampliada é possível ver a compressão de uma raíz nervosa. Sintomas de abaulamento discal

Os sintomas do abaulamento são dor, dormência, formigamento e dificuldade de força, no trajeto do nervo que está sendo comprimido. Por isso, varia de acordo com o local da protusão.

No abaulamento lombar, a dor pode ser irradiada para a perna do lado da protusão, causando além da dor, dormência, formigamento e perda de força no membro afetado. Dificuldade a pessoa a manter-se de pé ou sentado períodos prolongados e realizar atividades físicas que exijam força nas pernas.

No abaulamento no pescoço, ou seja, na coluna cervical, a dor "corre" para o braço do lado da compressão, podendo causar dor, dificuldade de movimentar o braço, fazer tarefas simples como cozinhas, e causar ainda, queimação e formigamento em todo o membro.

Abaulamento discal L4-L5

O abaulamento discal ocorre principalmente entre as vértebras da coluna lombar e sacra, L4 - L5 e L5 - S1, onde L4 é a abreviação de quarta vértebra lombar, L5, quinta vértebra lombar e S1, primeira vértebra sacral.

Nesse caso, o abaulamento, mesmo com a cápsula ainda intacta, pode comprimir uma raíz nervosa dessa região, ou o nervo ciático, por isso são chamadas dor lombar e dor ciática, devido a sua localização.

No entanto, a coluna cervical também pode ser acometida, e os sintomas são de dor no pescoço, chamada dor cervical ou cervicalgia.

O que é disco intervertebral?

O Disco intervertebral é uma estrutura formada por um núcleo gelatinoso e uma cápsula mais rígida, chamado anel fibroso, que protege esse núcleo. Fica localizado entre as vértebras da coluna, e funciona como um "amortecedor", reduzindo o impacto entre as vértebras, por exemplo, quando andamos ou corremos e permitindo certa mobilização. Quando ocorre um desgaste deste disco intervertebral ocorre o seu abaulamento.

Nessa fase, de abaulamento ou protusão, o anel fibroso ainda está intacto, apesar de estar distendido. A hérnia discal surge, principalmente quando o anel se rompe, permitindo o extravasamento do núcleo.

O médico ortopedista ou neurocirurgião são os especialistas indicados para diagnosticar e indicar o tratamento do abaulamento discal.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Referências

SBR. Sociedade Brasileira de Reumatologia.

SBOT. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

Batimentos cardíacos acelerados: o que pode ser e o que fazer?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Existem diversas situações que podem deixar os batimentos cardíacos acelerados. Durante uma atividade física ou em situações de estresse, ansiedade ou emoções fortes, por exemplo, o aumento da frequência cardíaca é considerado normal. Contudo, quando a pessoa está em repouso e a frequência cardíaca ultrapassa os 100 batimentos por minuto sem uma razão aparente, é preciso investigar.

A frequência cardíaca normal no adulto varia entre 60 e 100 batimentos por minuto (bpm), em repouso. Quando os batimentos cardíacos estão acelerados, acima de 100 bpm, a pessoa está com taquicardia. Uma frequência cardíaca baixa, inferior a 60 bpm, é considerada bradicardia.

Quais as causas da taquicardia?

As causas mais frequentes de taquicardia incluem: doenças cardíacas, como arritmias, ansiedade, estresse, fatores genéticos, ingestão de bebidas com cafeína, como café, chás, energéticos e refrigerantes tipo cola, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, tabagismo e outras drogas, hipertireoidismo, doenças reumáticas, infecções, febre, hipoglicemia (falta de açúcar no sangue), desidratação, anemia e uso de alguns medicamentos.

Quando a taquicardia ocorre sem que haja uma necessidade específica do corpo ou na ausência de estímulos internos ou externos, ela é considerada arritmia cardíaca e precisa ser tratada.

O que fazer em caso de batimentos cardíacos acelerados?

Ficar em repouso, tossir, inclinar o tronco para frente ou aplicar gelo no rosto ajuda a diminuir o ritmo dos batimentos cardíacos. Se os batimentos cardíacos continuarem acelerados depois dessas medidas, pode ser indicado o uso de medicamentos orais ou intravenosos.

Se os medicamentos não forem suficientes para normalizar a frequência cardíaca, pode ser necessário aplicar choques elétricos no tórax ou fazer uma cirurgia para remover a porção elétrica do coração que está danificada ou implantar aparelhos que corrigem os batimentos cardíacos, como cateter, marca-passo ou desfibrilador.

Além de todas essas medidas, é preciso tratar a doença que pode estar provocando esse aumento dos batimentos cardíacos.

O tratamento da taquicardia é importante, pois evita complicações, deixa os batimentos cardíacos menos acelerados e previne novos episódios de taquicardia.

Como saber se os batimentos cardíacos estão acelerados?

Para saber se os batimentos cardíacos estão normais ou acelerados, basta medir a pulsação. Para isso, você deve permanecer em repouso, de preferência deitado, durante pelo menos 5 minutos. Depois, coloque as pontas dos dedos indicador, médio e anelar logo abaixo do pulso, na base do polegar.

Pressione ou movimente os dedos para os lados, até sentir a pulsação. Use um relógio ou cronômetro para marcar o tempo e observe quantas vezes o seu coração bate durante 1 minuto.

Vale lembrar que contar as pulsações por 15 segundos e depois multiplicar por 4 para obter o número de batimentos cardíacos por minuto, pode dar um resultado que não condiz com a realidade, uma vez que a pulsação nem sempre é regular e pode oscilar.

A frequência cardíaca normal varia de acordo com a idade e o condicionamento físico da pessoa. Quanto mais jovem o indivíduo, mais baixa é a sua frequência cardíaca. Adultos sedentários geralmente possuem frequência cardíaca de 70 a 100 batimentos por minuto.

Por outro lado, pessoas com bom condicionamento físico podem ter uma frequência cardíaca de 50 batimentos por minuto ou ainda menor. Isso ocorre porque os batimentos cardíacos de quem pratica atividade física regularmente bombeia o sangue de forma mais eficaz, por isso precisa bater menos vezes.

Quais são os sintomas da taquicardia?

O sinal que caracteriza a taquicardia é o aumento da frequência cardíaca para mais de 100 batimentos por minuto. Além dos batimentos cardíacos acelerados, a taquicardia pode não manifestar sintomas em alguns casos.

Por outro lado, os batimentos cardíacos acelerados podem alterar de forma considerável o funcionamento do coração, podendo causar infarto, acidente vascular cerebral (derrame), parada cardíaca e morte.

Quando a frequência cardíaca está muito alta, o coração pode ficar incapaz de bombear adequadamente o sangue para o resto do corpo e a oxigenação dos tecidos fica prejudicada. Os sintomas da taquicardia nesses casos podem incluir falta de ar, tonturas, palpitações, dor no peito e desmaios.

Caso você tenha sentido os batimentos acelerados, procure o/a médico/a de família ou clínico/a geral para uma avaliação detalhada e identificação da causa da taquicardia.