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O que é dispneia e quais são as causas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Dispneia é a sensação de falta de ar, dificuldade de respirar ou respiração incompleta. Geralmente essa sensação é originada por doenças cardíacas e/ou pulmonares, mas pode ser causada por diversas outras condições.

A dispneia pode ser classificada em aguda, crônica, dispneia de esforço, de repouso e suspirosa.

Tipos de dispneiaDispneia aguda (ou súbita)

A dispneia é chamada de aguda quando acontece de maneira súbita, é mais intensa e preocupante. Costuma ser desencadeada por quadro de infecção, trauma ou obstrução da via respiratória.

Dispneia crônica

A dispneia é chamada de crônica, quando o sintoma já tem mais de 3 meses, sempre com a mesma intensidade, ou com piora lenta e progressiva. Está mais associado a doenças crônicas, como enfisema, nos tabagistas, asma crônica ou insuficiência cardíaca.

Dispneia de esforço

Nome dado a falta de ar relacionada com a prática de esportes ou um esforço físico, por exemplo, em atividades esportivas de alto rendimento.

Dispneia de repouso

Sensação de dificuldade respiratória, mesmo durante o repouso. Essa situação é comum em pacientes idosos, com doenças cardíacas graves, como a insuficiência cardíaca congestiva, problemas pulmonares, como crise de asma, câncer de pulmão ou enfisema pulmonar.

Dispneia suspirosa

A dispneia suspirosa se caracteriza pela sensação de falta de ar com ritmo respiratório normal, e inspirações profundas. Comum nas crises de ansiedade ou emoção forte.

Causas de dispneia

A dificuldade em respirar pode ser decorrente de fatores como:

  • Baixa concentração de oxigênio no ar, como em grandes altitudes;
  • Obstrução das vias aéreas;
  • Doença cardíaca;
  • Problemas no pulmão;
  • Doenças neurológicas;
  • Medicamentos;
  • Entre outras que levam a incapacidade do sangue carrear o oxigênio pelo corpo, como na anemia grave, sangramentos e doenças hematológicas.

Baixa concentração de oxigênio no ar

Comum em locais de grandes altitudes. Por isso as pessoas que praticam montanhismo e alpinismo são treinadas e orientadas quanto a baixa oxigenação. Quais os sintomas de alerta e o que fazer nesses casos.

Obstrução das vias aéreas

A obstrução pode ser devido a um objeto ou alimento, que interrompa a passagem de ar, ou por doenças crônicas como a asma, fibrose cística, enfisema, síndrome de Loëffler (causada por verminose), câncer de laringe ou faringe e edema da laringe (reação alérgica).

Doenças cardíacas e cardiovasculares

As doenças cardíacas enfraquecem o músculo do coração, dificultando o fluxo sanguíneo, que não consegue levar sangue oxigenado para os tecidos. As mais frequentes na nossa população são a cardiomiopatia, as arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, doenças coronárias, como o infarto agudo do miocárdio, pericardite, prolapso de valva, hipertensão arterial sistêmica e embolia pulmonar.

Problemas pulmonares

Doenças pulmonares impedem a troca dos gases (gás carbônico e oxigênio), diminuindo a oxigenação no organismo.

Podem ser doenças contagiosas, como a pneumonia, tuberculose, outras infecções pulmonares, ou não contagiosas, como a fibrose pulmonar, atelectasia, pneumonite, tromboses, câncer de pulmão, derrame pleural, pneumotórax, edema pulmonar não cardiogênico e sarcoidose.

Doenças neurológicas

Algumas doenças neurológicas, afetam os nervos e músculos responsáveis pela respiração, levando a sensação de falta de ar, e por vezes, ao quadro de dificuldade respiratória real.

Como a Esclerose lateral amiotrófica, síndrome de Guillain-Barré, esclerose múltipla, miastenia gravis ou síndrome da Fadiga Crônica.

Doenças psicológicas

Transtorno de ansiedade e emoções fortes causam a contração muscular e liberação de neurotransmissores estimuladores, que acabam por levar À sensação de dificuldade respiratória, sem alterar a oxigenação do corpo.

Medicamentos

Fentanil® (fármaco do grupo dos opioides) é uma das substâncias que leva a sensação de respiração incompleta.

Outras causas de dispneia:

Uma situação que exija maior volume de sangue para adequada oxigenação no organismo, como a obesidade, gravidez, sangramentos ou anemia, podem causar a dispneia.

Quais são os sintomas da falta de ar?

A dispneia é um sintoma e não uma doença por si só. A falta de ar pode ser um sinal de que os tecidos do corpo não estão recebendo uma quantidade suficiente de oxigênio.

Os sintomas são de desconforto ou dificuldade para respirar, além cansaço (mesmo ao realizar tarefas leves e simples) e sensação de aperto no peito.

Se as extremidades do corpo, como nariz, lábios ou dedos, ficarem com uma coloração azulada ou arroxeada, é um sinal de que está faltando oxigênio para os tecidos. Nesses casos, deve-se procurar atendimento médico com urgência.

Qual é o tratamento para dispneia?

O tratamento da dispneia dependerá da sua causa. Pode haver indicação de medicamentos, oxigênio, ventilação mecânica, nos casos mais graves ou cirurgia.

Em caso de dispneia, procure um médico clínico geral ou médico de família para avaliação e orientações após o correto e diagnóstico correto, orientar e prescrever o melhor tratamento.

Tosse persistente: o que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Em caso de tosse persistente (com ou sem catarro) que dura mais de 3 semanas, o melhor a fazer é procurar um médico de família ou clínico geral, pois a tosse pode ser sintoma de diversas doenças, algumas delas bastante graves.

O médico irá avaliar características da tosse, por exemplo, se é uma tosse seca ou com expectoração, em que horário geralmente ocorre e outros sintomas que também podem estar presentes, como febre, falta de ar, emagrecimento, entre outros.

A partir dessa análise será possível determinar a causa da tosse e assim planejar o tratamento mais adequado.

A tosse pode ser benigna e autolimitada, mas também pode ser sintoma de uma grande variedade de doenças pulmonares ou extrapulmonares.

O que fazer para aliviar a tosse?

Nos casos de tosse persistente, remédios e tratamentos caseiros para tosse podem até ajudar um pouco a controlar as crises, mas não tratam a causa do problema, por isso é importante que a causa seja investigada.

Nos casos menos graves, algumas medidas podem ajudar a aliviar o incômodo, tais como:

Beber água

Recomenda-se ingerir de 1,5 a 2 litros de água por dia, já que a água fluidifica as vias aéreas, facilitando a movimentação e a eliminação da secreção.

Consumir mel

O mel dilata os brônquios, diminui a irritação da garganta e tem ação anti-inflamatória. A dose indicada é de 1 colher (sopa) para adultos ou 1 colher (sobremesa) para crianças, antes de dormir.

Fazer inalação

A inalação pode ser feita com soro fisiológico ou vapor de água quente. Fazer inalação fluidifica as vias aéreas, favorece a eliminação de secreção e alivia os sintomas da tosse.

Xaropes: tomar ou não?

Os xaropes que inibem a tosse (antitussígenos) não são indicados. É importante lembrar que a tosse é um importante mecanismo de defesa do sistema respiratório, responsável pela remoção do excesso de secreção, corpos estranhos e organismos infecciosos das vias aéreas. Por isso, é importante lembrar que a automedicação com antitussígenos é contraindicada.

Em alguns casos, podem ser indicados xaropes expectorantes para facilitar a eliminação do catarro e desobstruir as vias aéreas.

Quais as causas de tosse persistente?

Entre as principais causas de tosse persistente estão:

  • DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica);
  • Tuberculose;
  • Doença do refluxo gastroesofágico;
  • Asma;
  • Rinite, rinossinusite;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Bronquiectasia (alargamento e distorção permanentes dos brônquios, geralmente provocados por algum processo infeccioso);
  • Câncer de pulmão, laringe ou esôfago;
  • Uso de medicamentos, como os inibidores da enzima conversora da angiotensina (captopril);
  • Hiper-reatividade após uma infecção respiratória recente.

Em caso de tosse persistente com duração superior a 3 semanas, consulte um médico de família ou clínico geral.

Para saber sobre tosse, você pode ler:

Como aliviar a tosse do bebê? Posso oferecer xaropes para tosse?

O que fazer em caso de tosse alérgica infantil?

Tosse com catarro: o que fazer?

Referência

ODUWOLE O.; UDOL E.E.; OYO-ITA, A.; MEREMIKWU, M.N. Haney for acute cough in chlidren (Review). Cochrane Database of Systematic Reviews, v.4, 2018.

SBP - Sociedade Brasileira de Pediatria.

SBPT - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Como clarear e tratar olhos amarelados?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Para clarear e tratar olhos amarelados é preciso identificar a sua causa através de análises de laboratório e exames. 

Se os olhos amarelados forem causados por uma doença do fígado, como uma hepatite viral, eles vão clareando com o passar do tempo, à medida que o problema for se resolvendo. 

No caso dos olhos amarelados serem provocados por uma oclusão de um canal biliar, deve-se realizar o mais rápido possível uma cirurgia ou uma endoscopia para desbloquear o canal biliar afetado.

Os olhos amarelados nos recém-nascidos (icterícia neonatal), desde que não ultrapassem as duas primeiras semanas de vida, fazem parte do desenvolvimento do organismo da criança, sendo geralmente tratados apenas com aplicação de banhos de luz (fototerapia). ​

Veja também: Como posso saber se o meu bebê tem icterícia?

Olhos amarelados podem ser sintoma de icterícia, uma condição provocada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue. Esta substância de cor amarela resulta do metabolismo da hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos do sangue. 

A bilirrubina acumulada deposita-se na parte branca dos olhos, na pele e nas mucosas, deixando-as amareladas. 

Algumas condições e doenças que podem deixar os olhos amarelados:

  • Hepatites (virais ou secundárias à medicamentos);
  • Cirrose;
  • Hemocromatose;
  • Síndrome de Gilbert;
  • Câncer do fígado;
  • Anemia falciforme;
  • Cálculos e tumores biliares;
  • Câncer da cabeça do pâncreas.

Caso você esteja com os olhos amarelados, procure o/a médico/a de família ou clínico/a geral para uma avaliação, diagnóstico e tratamento específico.

Saiba mais em: 

Bilirrubina alta: o que pode ser?

Para que serve o exame de bilirrubina no sangue?

O que é cistite e quais os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Cistite aguda é uma infecção ou inflamação na bexiga, causada, na maioria dos casos, pela bactéria Escherichia coli, que habita naturalmente o intestino.

Conhecida popularmente como "infecção urinária", a cistite atinge muito mais mulheres do que homens. Uma das principais razões por que a cistite é mais frequente nas mulheres é que a uretra da mulher é mais curta que a do homem (cerca de 5 cm no sexo feminino e 12 cm no masculino), o que diminui a distância que a bactéria tem que percorrer para chegar à bexiga da mulher.

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento de cistite em mulheres estão a frequência de relações sexuais (relações recentes aumentam o risco), uso de espermicidas, demorar para urinar após as relações, caso recente de cistite e fatores genéticos.

Outros fatores que aumentam os riscos de cistite: uso de diafragma, gravidez, cálculos na bexiga, próstata aumentada, imunidade baixa e uso de sonda vesical.

Quais são os sintomas da cistite?

Os sintomas da cistite incluem ardor, dificuldade em urinar, que pode ser acompanhada de dor, aumento do número de micções, vontade constante e urgente de urinar, liberação de pouca urina, desconforto na pelve, presença de sangue na urina e escurecimento da urina, que fica mais escura e com odor mais forte.

As cistites não provocam febre. Se houver, é provável que a infecção tenha atingido os rins ou a próstata, no caso dos homens.

Em crianças, a cistite pode causar ainda episódios de micções involuntárias durante o dia.

Quando não é tratada devidamente e a tempo, a infecção pode chegar aos rins, tornar-se muito mais grave e se generalizar.

O tratamento da cistite é feito com medicamentos antibióticos.

A cistite é uma infecção que pode ser tratada pelo/a clínico/a geral ou médico/a de família.

Qual o tratamento para quem tem vermes?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento para quem tem vermes como oxiúros ou lombriga, por exemplo, é feito com medicamentos vermífugos específicos para o tipo de verme, como Albendazol, Tiabendazol, Mebendazol, entre outros.

Esses medicamentos matam os vermes que, na maioria dos casos, são eliminados do corpo juntamente com as fezes. 

Alguns tipos de verminoses com os respectivos medicamentos usados no tratamento:

  • ​Amebíase: Metronidazol, Secnidazol, Tinidazol;
  • Ancilostomose: Albendazol, Mebendazol, Pamoato de Pirantel;
  • Ascaridíase (lombriga): Albendazol, Mebendazol, Levamisol, Pamoato de Pirantel, Citrato de Piperazina, nos casos de obstrução intestinal;
  • Esquistossomose (barrida d'agua): Praziquantel e Oxamniquina;
  • Giardíase: Metronidazol, Secnidazol e Tinidazol;
  • Oxiurose: Pamoato de Pirantel, Mebendazol, Albendazol;
  • Teníase: Praziquantel, Niclosamida, Mebendazol, Albendazol.

Existe uma grande variedade de remédios para vermes, que devem ser administrados de acordo com o quandro clínico e o resultado do exame de fezes, avaliados pelo médico.

Leia também: O que fazer no caso de verme nas fezes?

Em caso de suspeita de verme, deve-se procurar o/a médico/a clínico/a geral ou médico/a de família.

Veja aqui quais são as doenças causadas por vermes.

Quais são os sintomas da pneumonia bacteriana e qual é o tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas da pneumonia bacteriana incluem febre alta, calafrios, tosse seca que evolui para tosse produtiva com catarro amarelado ou esverdeado, falta de ar, dor no peito, vômitos, perda de apetite, dor no corpo e fraqueza.

As manifestações da pneumonia podem variar de acordo com o agente causador e o estado de saúde da pessoa. A pneumonia bacteriana ou viral é muitas vezes confundida com uma gripe. Porém, no caso da pneumonia, os sintomas não melhoram e se agravam com o passar dos dias.

Em geral, idosos e indivíduos com doenças crônicas ou imunidade baixa manifestam poucos sintomas. O quadro costuma ser mais discreto, com pouca tosse e ausência de febre. Nesses casos, a pneumonia pode causar apenas desorientação, prostração e confusão mental.

Raio-x de tórax com pneumonia (porções esbranquiçadas na parte escura da imagem) Quais os sintomas da pneumonia bacteriana em bebês e crianças? 

Em crianças, os sinais e sintomas da pneumonia bacteriana geralmente se manifestam como uma gripe ou resfriado que vai piorando com o tempo. A criança pode apresentar prostração, febre alta, tosse com catarro, perda de apetite e respiração ofegante.

Há casos em que a criança queixa-se de dor na barriga, mas na realidade a dor vem da porção inferior do pulmão, onde pode estar localizada a infecção.

Bebês com menos de 1 ano de idade podem manifestar poucos sintomas.

O que é pneumonia bacteriana e como tratar?

A pneumonia bacteriana é uma infecção dos pulmões causada por bactérias. Seu principal agente causador é a bactéria Streptococcus pneumoniae. Trata-se de uma infecção pulmonar que afeta sobretudo pessoas que já têm alguma doença de base que enfraqueceu as defesas do organismo.

O tratamento é feito com medicamentos antibióticos, que devem ser tomados durante uma ou duas semanas. Os sintomas normalmente melhoram após 3 ou 4 dias do início do tratamento.

Pessoas idosas ou que manifestam complicações causadas pela doença, como dificuldade para respirar ou problemas renais, podem necessitar de internamento durante o tratamento.

É muito importante continuar tomando os medicamentos até ao fim do período estipulado para evitar recaídas e resistência da bactéria ao antibiótico.

Como se transmite a pneumonia bacteriana?

A pneumonia bacteriana é transmitida através do ar infectado com a bactéria, da aspiração de líquido estomacal ou de infecção pela via sanguínea.

Contudo, de modo geral, a pneumonia bacteriana não é muito contagiosa e o paciente não precisa ficar isolado.

Leia também: Pneumonia é contagiosa?

O/a médico/a de família, clínico/a geral ou pediatra podem são capazes de realizar o diagnóstico e tratamento da pneumonia bacteriana. Em caso de complicações, pode ser preciso uma avaliação do/a médico/a pneumologista.

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Diverticulite tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. Diverticulite tem cura e o tratamento é simples, na maioria dos casos. O tratamento inicial é feito com dieta leve e líquida, associada a medicamentos antibióticos e analgésicos, quando não há sinais de gravidade.

O objetivo do tratamento nos casos mais leves visa apenas aliviar os sintomas. Os divertículos não são retirados e a grande maioria das pessoas fica completamente curada em 3 dias.

Contudo, em casos mais graves de diverticulite ou quando há complicações como perfuração, sangramento e formação de abscesso, a pessoa precisa ficar internada. A terapia é feita à base de jejum e administração de antibióticos diretamente na veia.

Intestino com diverticulite

Os tratamentos também são mais agressivos e incluem cirurgia para remoção da parte do intestino comprometida pelos divertículos e drenagem dos abscessos (quando de pequeno volume) por punção, através da pele.

Mesmo com o tratamento adequado, as recidivas da doença costumam ser frequentes. Nessas situações, a cirurgia pode ser programada de acordo com as necessidades dos pacientes.

Além dos medicamentos e da cirurgia, o tratamento da diverticulite também inclui alguns cuidados e medidas por parte do paciente, tais como:

⇒ Consumir alimentos com alto teor de fibras, como frutas, cereais integrais, vegetais e grãos, pois são excelentes para o processo digestivo como um todo, além de essenciais para um bom funcionamento intestinal, o que ajuda a prevenir a doença diverticular;

⇒ Evitar o uso de laxantes para combater as crises de constipação intestinal;

⇒ Tentar beber pelo menos 2 litros de líquido ao dia, pois ajuda na formação do bolo fecal;

⇒ Realizar atividades físicas com frequência, pois acelera o metabolismo e o trânsito intestinal.

Quando a cirurgia para tratar a diverticulite é indicada?

O tratamento cirúrgico é necessário nas seguintes situações: formação de grandes abscessos, diverticulite recorrente, falta de resposta aos medicamentos, obstrução intestinal, peritonite, formação de fístulas, paciente com diabetes ou imunidade baixa, sangramento intestinal frequente ou que persiste por mais de 2 dias.

Como é feita a cirurgia?

Na cirurgia de diverticulite feita em regime de urgência, é geralmente feita a retirada da porção do intestino afetada. Depois, o intestino é “ligado” à parede abdominal (colostomia) e a fezes são eliminadas para o exterior por essa abertura e caem numa bolsa especial.

Só após o desaparecimento completo da infecção e a recuperação completa do paciente é que o intestino é reconstituído e as fezes voltam a ser eliminadas normalmente pelo ânus.

Quando a cirurgia é planejada e não é feita em regime de urgência, o intestino é reconstituído durante o procedimento e a colostomia não é necessária.

Nesses casos, a cirurgia é pouco invasiva, feita por videolaparoscopia. Não são feitos grandes cortes no abdômen, apenas pequenas incisões por onde são introduzidos o laparoscópio e os instrumentos cirúrgicos. O tempo de recuperação também é menor, quando comparado com o outro procedimento cirúrgico.

O que é diverticulite?

A diverticulite é a inflamação de um ou mais divertículos, que são saliências parecidas com a ponta de um dedo de luva, que podem estar localizadas em várias áreas do trato gastrintestinal, principalmente entre as fibras musculares do intestino grosso.

Nesses divertículos, pode haver aprisionamento de pequena quantidade de fezes. As bactérias presentes nas fezes, sob determinadas condições, multiplicam-se e inflamam o tecido, causando a doença.

A diverticulite pode causar abscesso (acúmulo localizado de pus) ou perfuração intestinal. Neste segundo caso, as fezes na cavidade abdominal podem levar a uma condição muito grave, denominada peritonite (infecção generalizada na cavidade abdominal).

Como prevenir a diverticulite?

Para prevenir a diverticulite, recomenda-se perder peso (quando necessário), não fumar, evitar carne vermelha e gorduras de origem animal, praticar exercícios físicos regularmente, evitar tomar medicamentos sem necessidade e manter uma boa hidratação.

Também é muito importante aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais crus ou cozidos, além de alimentos integrais, como pão, arroz e massas.

Todas essas medidas favorecem a saúde e o funcionamento do intestino, auxiliando na prevenção da diverticulite.

No caso de suspeita de diverticulite, um médico, preferencialmente um gastroenterologista, deverá ser consultado para investigação e tratamento.

Veja também: Qual a dieta ou tratamento para quem tem diverticulose?

Vermes em crianças: quais são os remédios seguros e quando podem ser dados?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Há diferentes remédios, indicados para matar vermes diferentes em crianças. São os vermífugos. Os remédios não evitam que as crianças tenham vermes.

As crianças são mais sensíveis aos efeitos tóxicos dos medicamentos para vermes. Por isso, não use os remédios por sua conta. Procure um médico ou a orientação de um farmacêutico.

Quando a criança tem vermes, o médico faz a escolha do melhor remédio considerando a segurança do medicamento para ela. O tratamento tem duração variável para conseguir eliminar o verme ou o protozoário.

É recomendada a administração periódica de anti-helmínticos para o controle de verminoses em grupos específicos de pessoas com maior risco. Nas crianças em idade pré-escolar e escolar (a partir dos 5 anos), na prática clínica é muito comum os médicos prescreverem os remédios sem necessidade de exame específico.

Conheça quais são os remédios seguros para cada faixa etária e algumas alternativas naturais que podem ajudar a evitar e eliminar os vermes.

Crianças com 2 anos ou mais

O principal remédio para verme em crianças é o albendazol. Ele é indicado porque consegue matar:

  • Uma ampla variedade de vermes intestinais (lombriga, ancilóstomo, oxiúros e solitária são os mais comuns)
  • Bicho geográfico (uma larva que forma rastros visíveis sob a pele)
  • Giárdia — não é um verme, é um protozoário (parasita intestinal microscópico)

Outro remédio utilizado para crianças com vermes é a nitazoxanida. É muito indicado porque é eficaz para eliminar diferentes vermes e pode curar giardíase, amebíase e rotavírus, entre outros. Deve ser dado para a criança com alimentos, sempre no mesmo horário.

O mebendazol também vale para diferentes vermes. Por isso, é outra alternativa bastante utilizada para eliminar vermes em crianças. Não deve ser dado para bebês com menos de 1 ano porque pode causar convulsões.

Crianças entre 1 e 2 anos

Os remédios que podem ser dados para crianças com essa idade são:

Albendazol

A dose é menor que a indicada para as crianças com mais de 2 anos. Devido à redução da dose, só funciona para eliminar lombrigas, ancilóstomo e trichuris em crianças com idade entre 1 e 2 anos.

Mebendazol

Pode ser dado para crianças entre 1 e 2 anos somente quando for indicado por um médico. Pode causar convulsões em crianças com menos de 1 ano.

Nitazoxanida

O remédio é seguro para as crianças entre 1 e 2 anos. Deve ser dado para a criança junto com alimentos, sempre no mesmo horário.

Levamizol

É um remédio bem tolerado, mas só serve para matar as lombrigas.

Crianças entre 6 meses e 1 ano

Para bebês com mais de 6 meses, o medicamento seguro é o levamisol. Só deve ser dado quando a verminose prejudicar o desenvolvimento ou o estado nutricional da criança. É eficaz apenas para eliminar as lombrigas.

A maioria dos remédios para vermes não é seguro para as crianças com menos de 1 ano. Por isso, os cuidados de higiene são a maior arma para elas continuarem saudáveis. Como o contato dos bebês pequenos com objetos e com os alimentos sempre depende de um adulto, se os adultos tiverem cuidado, a criança vai continuar saudável.

Remédios naturais para vermes

Como as crianças são mais sensíveis aos efeitos tóxicos dos remédios para vermes, eles só devem ser dados quando elas têm vermes. Já os remédios naturais, por serem alimentos, têm menos restrições e são melhor tolerados.

Alguns alimentos e chás têm efeito contra os vermes, ajudando a preveni-los e eliminá-los. Lave-os com água limpa e sabão antes de usá-los. Suas mãos e os utensílios usados para prepará-los também devem estar limpos.

As sementes de mamão papaia podem ser usadas para evitar e eliminar alguns vermes em crianças. Elas têm efeito contra os helmintos, como as lombrigas, o ancilóstomo e o trichuris. Podem ser ingeridas frescas ou secas. As sementes secas podem ser trituradas em um pouco de mel para serem dadas para a criança.

O coco é outro alimento com propriedades antiparasitárias. Dê preferência por comê-lo ao natural, em pedaços ou ralado.

Sementes de abóbora também são um remédio natural para quem tem Hymenoleps nana. É um parasita que causa verminose em humanos e roedores. O uso das sementes ajuda a eliminar os vermes.

A hortelã-pimenta tem efeito contra o verme que causa a barriga d’água (Schistosoma mansoni). O chá pode ser dado para as crianças que tenham o verme para ajudar a eliminá-lo.

Nunca exagere na quantidade dos remédios naturais, principalmente para crianças pequenas. Em excesso, eles também podem fazer mal.

Saiba mais sobre verminoses e parasitoses em:

Quais os melhores remédios para vermes?

Quais os sintomas de vermes no corpo?

Tomando remédio para verme posso comer doces?

Referências

Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamentos Científicos de Gastroenterologia e Infectologia. Parasitoses intestinais: diagnóstico e tratamento (2019-2021). 2020; 7: 2.

Okeniyi JAO, Ogunlesi TA, Oyelami OA, Adeyemi LA. Effectiveness of dried Carica papaya seeds against human intestinal parasitosis: a pilot study. J Med Food. 2007; 10(1): 194-6

Alhawiti AO, Toulah FH, Wakid MH. Anthelmintic Potential of Cucurbita pepo Seeds on Hymenolepis nana. Acta Parasitol. 2019; 64(2): 276-281

Dejani NN, Souza LC, Oliveira SRP, Neris DM, Rodolpho JMA, Correia RO, Rodrigues V, Sacramento LVS, Faccioli LH, Afonso A, Anibal FF. Immunological and parasitological parameters in Schistosoma mansoni-infected mice treated with crude extract from the leaves of Mentha x piperita L. Immunobiology. 2014; 219(8): 627-32.

Manisha DebMandal M, Mandal S. Coconut (Cocos nucifera L.: Arecaceae): in health promotion and disease prevention. Asian Pac J Trop Med. 2011; 4(3): 241-7.

UpToDate

Bulas dos medicamentos