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Lavagem nasal pode ir para o pulmão?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

O soro ou a água usados na lavagem nasal não vão para o pulmão, desde que a técnica seja realizada corretamente. Normalmente, o soro colocado numa narina durante a lavagem nasal sai pela outra narina ou escorre para a garganta.

As lavagens nasais são seguras e simples, podendo ser indicadas pelo médico para diferentes problemas e para pessoas de todas as idades. Elas são usadas para a limpeza de muco, catarro e crostas, assim como para diminuir a inflamação nas vias aéreas superiores.

Quando é usado um soro hipertônico ou água, podem ocorrer efeitos como:

  • Ardor ou queimação dentro do nariz;

  • Coceira.

A pessoa também pode sentir dor de ouvido ou sensação de pressão no rosto. Isso não significa que o líquido possa ter ido para o pulmão.

Se tiver alguma dúvida sobre o modo correto de fazer a lavagem nasal ou sobre o produto certo a ser usado, consulte um médico de família, um otorrinolaringologista ou um farmacêutico.

Leia mais sobre a lavagem nasal em:

Referência:

Departamentos Científicos da Sociedade de Pediatria de São Paulo Gestão 2016-2019. Recomendações - Atualização de Condutas em Pediatria. Higienização nasal na prevenção de doenças respiratórias. Departamento de Otorrinolaringologia. 2017; 80.

O que são eosinófilos? O que pode alterar os seus valores?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os eosinófilos são células de defesa do organismo, também conhecidos por glóbulos brancos, ou leucócitos. O seu valor é encontrado dentro do hemograma, na contagem de série branca (leucograma).

Os leucócitos são divididos em 5 tipos de células: os neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Cada uma delas exerce uma função no sistema imunológico. Os eosinófilos têm como principal função, combater germes e parasitas, auxiliar e mediar as reações inflamatórias.

A contagem normal de eosinófilos no sangue, varia de 50 – 500 células/microlitro. No entanto, esse valor deve ser analisado em conjunto com os sintomas e exame clínico. Isoladamente, não tem um significado exato.

Eosinófilos altos - o que pode ser?

O aumento dos eosinófilos chama-se eosinofilia e ocorre, principalmente, nos casos de alergia, asma e verminoses. Com menor frequência, outras situações também podem cursar com esse aumento. Sendo assim, as principais causas de eosinofilia são:

  • Alergias (rinite alérgica, dermatite, urticária)
  • Verminoses (ascaridíase, ancilostomíase, oxiuríase)
  • Asma
  • Doenças auto-imunes (lúpus, artrite reumatoide)
  • Linfoma, Leucemias
  • Doença de Crohn, retocolite ulcerativa
  • Uso de certos medicamentos (anfotericina B, alopurinol, anticonvulsivantes)
Eosinófilos baixos - o que pode ser?

A redução dos eosinófilos é menos comum, chamada de eosinopenia. As causas mais frequentes incluem:

  • Estresse,
  • Uso crônico de corticoides (oral ou venoso),
  • Gravidez,
  • Infecção bacteriana ou viral,
  • Síndrome de Cushing,
  • Febre alta.
Como tratar?

O tratamento varia de acordo com a causa dessa alteração, e nem sempre será preciso um tratamento específico.

Por exemplo, na rinite alérgica e pessoas asmáticas, a eosinofilia leve é um achado comum devido às constantes ativações alérgicas, mas não representa um sinal de risco ou gravidade. Na febre alta, a redução dos eosinófilos é passageira, quando a doença que causa a febre for tratada, o valor se normaliza.

Em contrapartida, nos casos de linfoma ou leucemia, a alteração será importante com um valor muito elevado, podendo ultrapassar o valor de 2.000 células / microlitro. Nesse caso, é preciso procurar um atendimento médico com urgência.

Ainda, se perceber uma alteração dos leucócitos com ou sem aumento de eosinófilos, associado a febre alta (acima de 38,5o), manchas no corpo ou perda de peso sem motivo aparente, procure imediatamente uma avaliação médica.

Saiba mais sobre esse assunto, nos seguintes artigos:

Referências:

Peter F Weller, et al.; Eosinophil biology and causes of eosinophilia. UpToDate: Aug 13, 2020.

Thomas D Coates, et al.; Approach to the patient with neutrophilia. UpToDate: Jan 20, 2020.

Acetato de hidrocortisona (creme dermatológico): quais as indicações e como usar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O acetato de hidrocortisona é um medicamento corticosteroide indicado para o tratamento de doenças alérgicas e inflamatórias que afetam a pele como: dermatites, eczemas (processos alérgicos de pele), picadas de insetos, vermelhidão provocada pelo sol e queimaduras de primeiro grau.

Como usar acetato de hidrocortisona (creme dermatológico)?

Antes de iniciar o uso de acetato de hidrocortisona é importante consultar o/a médico/a. Se este creme dermatológico for mesmo indicado para o seu caso, aplique uma camada fina da medicação sobre a lesão de pele efetuando uma leve fricção.

Utilize o creme apenas pelo tempo estipulado pelo médico.

Crianças com idade inferior 4 anos e bebês não devem ter o tratamento com acetato de hidrocortisona prolongado por mais de 3 semanas, especialmente nas áreas do corpo que ficam cobertas por fraldas.

Contraindicações ao acetato de hidrocortisona

Acetato de hidrocortisona não deve ser usado nos seguintes casos:

  • Alergia à hidrocortisona ou outros componentes da fórmula;
  • Mulheres grávidas ou que estão amamentando;
  • Pessoas com lesões decorrentes de sífilis ou tuberculose na área da pele a ser tratada;
  • Portadores de doenças provocadas por vírus como catapora e herpes zoster;
  • Rosácea;
  • Dermatite perioral;
  • Reações após a aplicação de vacinas na região a ser tratada.
Efeitos colaterais de acetato de hidrocortisona
Reações adversas comuns

As reações adversas mais comuns são:

  • Prurido (coceira);
  • Ardor;
  • Eritema (vermelhidão);
  • Vesiculação (formação de bolhas).
Efeitos colaterais por uso em áreas extensas do corpo ou por períodos prolongados

Quando utilizado em áreas corporais extensas ou por períodos prolongados de mais de 4 semanas podem ocorrer os seguintes sintomas locais:

  • Atrofia da pele;
  • Telangiectasia (dilatação dos capilares ou de pequenos vasos presentes em determinada região do corpo);
  • Estrias;
  • Alterações de pele semelhantes à acne.
Reações adversas raras
  • Foliculite (reação inflamatória dos folículos pilosos);
  • Dermatite perioral (inflamação da pele na área em torno da boca);
  • Hipertricose (crescimento de pelos em excesso);
  • Reações alérgicas de pele.
Reações adversas em recém-nascidos
  • Fissura labial.

Bebês de mães tratadas com corticoides aplicados em áreas extensas do corpo ou por períodos prolongados durante a gestação ou amamentação possuem risco aumentado de desenvolver fissura labial. Estas mulheres devem informar sobre este tratamento ao seu médico ou médica.

Cuidados quanto ao uso de acetato de hidrocortisona
  • Em casos de doenças cutâneas infecciosas, causadas por bactérias e/ou por fungos, é necessário o uso de terapia específica adicional. Procure seu médico.
  • Informe ao/à médico/a qualquer alteração na pele durante o tratamento, Ressecamento excessivo da pele durante, manchas, coceira ou lesões.
  • Não aplique acetato de hidrocortisona nos olhos. O medicamento não é indicado para uso oftálmico. Quando for aplicar o creme dermatológico no rosto, tome cuidado para que este não entre em contato com os olhos.
  • O desenvolvimento de glaucoma pode ser uma complicação do uso prolongado de acetato de hidrocortisona, especialmente quando aplicado em áreas extensas por período prolongado, ou aplicação sobre a pele ao redor dos olhos.

Não utilize acetato de hidrocortisona sem indicação e orientação médica. Siga as recomendações médicas quanto à aplicação e duração do tratamento e comunique-se quando observas efeitos colaterais.

Tosse com catarro: o que pode ser e o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A tosse produtiva é popularmente chamada de tosse com catarro.

Se o muco (ou catarro) eliminado ao tossir for de coloração mais transparente, sugere um quadro de gripe ou resfriado, e não provoca maiores preocupações. Entretanto, esteja atento no caso de muco amarelado, esverdeado ou com presença de estrias de sangue.

A tosse é a expulsão súbita e forçada de ar dos pulmões, com o objetivo de "limpar" o sistema respiratório e proteger os pulmões contra partículas e/ou germes inalados. É uma defesa involuntária do nosso organismo.

O que pode ser? Causas da tosse produtiva

As causas mais comuns de tosse produtiva (tosse com catarro) são:

  • Gripes e resfriados;
  • Gotejamento pós-nasal (drenagem de secreções do nariz pela garganta ou pela faringe), mais comum quando se deita;
  • Sinusite;
  • Pneumonia;
  • Crise de asma ou Bronquite crônica;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) descompensada;
  • Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) em períodos de crise;
  • Tuberculose ou outras infecções pulmonares;
  • Corpo estranho (mais comum em crianças).
O que fazer em caso de tosse produtiva?

Se a tosse produtiva que você apresenta vem acompanhada dos sinais de alerta listados abaixo, você deve procurar um/a médico/a:

  • Falta de ar;
  • Expectoração de Sangue;
  • Febre;
  • Perda de peso;
  • Se for portador de doenças crônicas;
  • Se fizer uso de medicamentos que reduzem a imunidade, como corticoides;
  • Ou na presença de fatores de risco para tuberculose (como contato recente com pessoas portadoras da doença).
Tratamento da tosse produtiva

O tratamento da tosse produtiva depende da sua causa e pode incluir:

  • Aumento de ingesta hídrica (pelo menos 2 litros de água por dia);
  • Antibióticos (se a tosse for provocada por bactérias);
  • Expectorantes (medicamentos que facilitam a excreção de muco).

Os Antitussígenos (medicamentos que inibem a tosse), geralmente são contraindicados, porque podem impedir a eliminação do catarro, perpetuando a infecção. Mas cada caso deve ser avaliado individualmente.

O que posso usar em casa para aliviar a tosse produtiva? Mel

O mel tem ação anti-inflamatória, ajuda a dilatar os pulmões e aliviam a irritação na garganta. Pode ser usado tanto para ajudar no tratamento da tosse com catarro ou da tosse seca.

Você pode consumir uma colher de sopa de mel antes de dormir. Para as crianças, o indicado é uma colher de sobremesa antes de dormir.

Gengibre

O gingerol, substância presente no gengibre tem ação anti-inflamatória e antibacteriana e pode ser utilizado no tratamento da tosse produtiva (tosse com catarro).

Se você apresenta tosse acompanhada de febre, falta de apetite, mal estar, dor no peito, o mais indicado é que procure um serviço de emergência o mais rápido possível, para adequada avaliação.

Veja também: Tosse com catarro: o que fazer?

Alergia na pele que coça, o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Existem várias causas para a alergia na pele que coça muito. As principais são:

  • Dermatite atópica: é uma doença de origem genética, muito frequente. Associada muitas vezes a outros quadros alérgicos como rinite e asma. A pele costuma ficar muito seca, podendo tornar-se avermelhada ou mesmo descamativa, provocando coceira intensa. Atinge principalmente dobras do corpo como cotovelos, joelhos e pescoço.
  • Dermatite de contato: é uma reação da pele ao contato com substâncias irritativas. Geralmente provoca a formação de lesões avermelhadas, que coçam na área que entrou em contato com a substância causadora de irritação.
  • Picada de inseto: as picadas de insetos podem desencadear coceira, vermelhidão e inchaço na região da picada, sendo de maior ou menor gravidade a depender do inseto.
  • Urticária: é uma reação da pele em que aparecem lesões avermelhadas como vergões ou circulares, levemente elevadas que provocam intensa coceira. Podem ser causadas pelo contato com substâncias específicas como alimentos, medicamentos ou estímulos (calor, frio).

Existem ainda algumas doenças que não são reações alérgicas, mas que podem causar lesões avermelhadas que coçam. Alguns exemplos são as micoses, que são doenças causadas por fungos, e a escabiose, que é uma doença causada por um parasita, que causa coceira principalmente à noite.

Como tratar a alergia na pele que coça

Uma das primeiras medidas no caso de suspeita de reações alérgicas é afastar ou deixar de utilizar a substância que desencadeou a alergia. O tratamento para doenças alérgicas inclui o uso de remédios anti-histamínicos como a loratadina, desloratadina ou outros.

A hidratação da pele também contribui para o alívio do prurido e deve ser feita diariamente com cremes hidratantes de preferência após o banho. Deve-se evitar banhos de água quente e preferir o uso de roupas leves com tecidos de algodão.

Na presença de lesões na pele sugestivas de alergias ou coceira intensa pelo corpo consulte o seu médico de família, clínico geral ou dermatologista para uma avaliação.