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Hemoglobina glicada, o que é?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A hemoglobina glicada (HbA1c) é uma forma de hemoglobina, resultado da reação entre a glicose do sangue e a proteína hemoglobina. Sendo assim, quanto mais açúcar temos no sangue, maior será a formação de HbA1c.

A hemoglobina ligada ao açúcar, tem uma vida média de 90 dias, por isso os seus valores representam a média de glicemia, dos últimos 3 meses. O que justifica por vezes, uma diferença entre esse exame e o exame de glicemia de jejum.

A glicemia de jejum avalia o nível de açúcar no sangue exatamente daquele momento que colheu a amostra de sangue no laboratório. Dependendo de quantas horas de jejum e da última refeição do paciente, esse valor pode ser alto, baixo ou normal. Já os valores de HbA1c não se alteram.

Por isso não é raro um exame de glicemia ser normal, ou baixa, e a hemoglobina glicada alta nos casos de diabetes mal controlado. Isso significa que os últimos meses foram de açúcar alto no sangue, apesar daquele momento a glicemia estar normal ou baixa.

Para que serve o exame de hemoglobina glicada?

A principal função da HbA1c é auxiliar no diagnóstico e acompanhamento da diabetes.

Como os valores demonstram a média de açúcar no sangue, esse valor é mais fidedigno principalmente na análise do controle da diabetes.

Se os resultados da HbA1c e a glicemia de jejum forem muito diferentes, o mais indicado é repetir o exame com a orientação de manter os hábitos de vida e de alimentação antes de coletar o exame de sangue.

Quais são os valores de referência da hemoglobina glicada?

Para fazer o exame de hemoglobina glicada, não é necessário estar em jejum. O exame é feito através da coleta de uma pequena amostra de sangue.

Para diagnóstico do diabetes, os valores de referência são:

  • Valores menores que 5,7%: ausência de diabetes;
  • Valores entre 5,7% e 6,4%: diagnóstico de pré-diabetes;
  • Valores maiores ou iguais a 6,5%: diabetes.

Para o controle do diabetes, os valores de referência são:

  • Valores entre 4 e 6%: controle adequado;
  • Valores entre 6 e 7%: controle moderado da diabetes;
  • Valores maiores de 7%: diabetes mal controlada.

Os valores abaixo de 7% indicam um menor risco de complicações vasculares, enquanto valores superiores a 7%, além de indicar uma descompensação da doença, elevam consideravelmente os riscos de complicações da diabetes.

Quando dosar a hemoglobina glicada?

No acompanhamento do diabetes, com a doença sob controle, o exame deve ser repetido a cada 6 meses, mas nos casos de controle inadequado ou em ajustes de doses, é medida a cada 3 meses.

O rastreio de diabetes em pessoas com baixo risco para a doença, pode ser feito uma vez ao ano.

Para diagnóstico e tratamento do diabetes, é necessário procurar um médico clínico geral, médico de família ou endocrinologista.

Benzentacil causa algum efeito colateral em diabéticos?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Benzetacil pode causar efeitos colaterais em qualquer pessoa, mas nada ligado especificamente com o diabetes.

Benzetacil é o nome comercial da injeção de penicilina benzatina, um antibiótico utilizado no tratamento de algumas infecções como sífilis e faringite estreptocóccica, pode ser usada por diabético, não há nenhum efeito colateral diferente na pessoa com diabetes, do que aqueles que ocorrem nas demais pessoas.

Há um efeito colateral do uso da benzetacil, a candidíase, que já ocorre frequentemente em pessoas que apresentam diabetes descompensado, portanto, é importante estar atento a essa doença.

Diabetes e antibióticos

Pessoas que tem diabetes podem tomar antibióticos quando necessário, sob orientação e prescrição médica, inclusive porque o diabetes descompensado pode ser um fator de risco importante para alguns tipos de infecções. Pessoas com diabetes têm um risco maior para infecções e também acabam tendo um maior uso de antibióticos.

Alguns antibióticos da classe das fluoroquinolonas, como o ciprofloxacino, estão relacionados a uma variação importante dos valores da glicemia sanguínea (açúcar no sangue) em diabéticos, aumentando assim o risco de hiperglicemia ou de hipoglicemia, ou seja, aumento ou diminuição dos valores de açúcar no sangue.

Quais os efeitos colaterais mais comuns da benzetacil?

Os efeitos colaterais mais comuns da benzetacil incluem as reações locais decorrentes da aplicação da injeção, como dor no local da picada, vermelhidão e inchaço e outros efeitos gerais, como dor de cabeça, diarreia, náusea e vômitos.

Outros efeitos colaterais menos frequentes são: coceira pelo corpo, erupções na pele, urticária, inchaço por retenção de líquidos, reações anafiláticas, edema de laringe e pressão baixa.

Leia mais em: Tudo sobre benzetacil

Caso tenha diabetes e precise fazer uso de algum antibiótico consulte sempre o seu médico para esclarecer mais dúvidas.

Batata Yacon é bom para quem tem diabetes? Quais os riscos do seu consumo?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A batata yacon (Smallanthus sonchifolius) possui propriedades que auxiliam no controle dos níveis de glicose no sangue e na redução de peso, por isso sim, é bom para pessoas diabéticas. Entretanto é importante deixar claro que o alimento sozinho não é capaz de tantos benefícios como alguns descrevem.

A batata é um alimento proveniente dos Andes, e hoje já amplamente produzido no Brasil, rica em um carboidrato chamado inulina, água e potássio. Tem como benefícios a regulação do trânsito intestinal, a menor absorção de glicose pelo intestino e o maior estímulo da flora intestinal, que juntos promovem a saciedade e melhor controle da glicemia.

Seu sabor é levemente adocicado e a consistência semelhante a uma pera. Para que suas propriedades sejam mais bem aproveitadas pelo organismo, ela deve ser consumida em saladas, sucos ou mesmo na forma crua, bem lavada e em condições adequadas de conservação.

Contudo, como dito no início do artigo, em pessoas diabéticas, o tratamento deve ser sempre multidisciplinar. Não basta apenas um dieta equilibrada. A associação de dieta, com atividades físicas regulares e uso correto das medicações prescritas, são essenciais para uma glicemia satisfatória e redução dos riscos de complicações, inerentes à doença.

Batata yacon e controle do diabetes

O carboidrato denominado inulina, presente na batata yacon, possui um valor calórico muito baixo e absorção lenta. Isto faz com que os níveis de glicose no sangue não se elevem rapidamente, o que ajuda equilibrar a glicemia (concentração de glicose no sangue).

Embora seja benéfica para pessoas com diabetes, o consumo da batata yacon não deve substituir nenhum medicamento e o paciente deve seguir as orientações médicas para controlar a doença.

Chá das folhas de batata yacon e controle do diabetes

O efeito de controle de glicemia por meio da ingestão do chá das folhas de batata yacon ainda não foi comprovado em seres humanos. O chá foi testado em camundongos nos quais teve ação hipoglicemiante (redução do açúcar no sangue) como efeito secundário a um aumento da secreção de insulina pelo pâncreas. Uma outra pesquisa realizada com ratos na China demonstrou que parte dos efeitos de diminuição da glicose sanguínea se deve à redução da absorção de glicose no intestino.

O número de estudos que testaram a ação hipoglicemiante do chá das folhas de batata yacon ainda é bastante reduzido e, além disso não há testes feitos em seres humanos, o que impossibilita afirmação sobre as propriedades da planta.

Riscos do uso das folhas de chá de batata yacon

Pesquisas desenvolvidas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto mostraram que a ingestão diária de altas doses de chá das folhas de yacon podem provocar efeitos colaterais graves, como lesões renais, com tempo prolongado de uso. Os experimentos que revelaram estes resultados foram efetuados com ratos que ingeriram doses de chá de batata yacon durante 90 dias.

A dose que desencadeou a lesão nos rins dos animais foi equivalente a três xícaras de chá consumidas diariamente por uma pessoa de 70 quilos, aproximadamente.

O que demostra, que embora não terem sido efetuados testes em seres humanos, é preciso ter cautela no uso de chá das folhas de batata yacon uma vez que também ainda não há evidência científicas de seus benefícios.

Se você é diabético, não substitua o medicamento para controle de sua glicemia por alimentos. Para usufruir dos benefícios da batata yacon como hipoglicemiante, este alimento precisa ser inserido em um plano alimentar balanceado.

Procure um/a nutricionista para o planejamento de uma rotina alimentar saudável e segura ao seu caso.

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Glifage XR 500 emagrece?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

O Glifage XR 500 não deve ser usado para emagrecer. Porém, como ele serve para normalizar os níveis de açúcar no sangue, pode facilitar a perda de peso.

Se desejar emagrecer, é importante fazer uma dieta adequada e praticar exercícios regularmente (como caminhar por 20 minutos, 3 vezes por semana).

O Glifage XR 500 é indicado principalmente para o tratamento da diabetes tipo 2. Outras indicações são:

  • Pacientes pré-diabéticos com hipertensão, com mais de 40 anos, que tem pessoas diabéticas na família ou histórico de diabetes gestacional;
  • Pacientes com Síndrome de Ovários Policísticos.

Muitos dos medicamentos para emagrecer agem no sistema nervoso central, diminuindo o apetite. Tais medicamentos são vendidos com retenção de receita médica para garantir que seu uso seja monitorado pelo prescritor, diminuindo o risco de reações indesejáveis. Por isso, não utilize medicamentos para emagrecer sem prescrição e supervisão de um médico.

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Referência:

Glifage XR 500 mg. Bula do medicamento.

LDL e HDL altos ou baixos: o que significa?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O colesterol LDL alto significa maior risco de doenças cardiovasculares, como o infarto e o derrame cerebral. O LDL baixo, também não é adequado, porque participa de funções essenciais do organismo.

O HDL alto representa um fator de proteção para o organismo, enquanto o HDL baixo, aumenta o risco de doenças vasculares, já que uma das suas funções é retirar da parede das artérias, as placas de gordura.

Quais os valores normais de LDL e HDL?

Os valores de referência variam de acordo com alguns critérios. Para homens é um pouco diferente dos valores para as mulheres, variam com a idade e principalmente, com a quantidade de fatores de risco que a pessoa apresente.

Quanto mais risco, menor deve ser o valor do colesterol ruim. Mas, em geral, podemos dizer que os valores adotados como adequados, mundialmente, são:

Valores normais de LDL e HDL
LDL HDL
ótimo abaixo de 100 mg/dl acima de 40 ou 50 mg/dl
normal 101 - 130 mg/dl 41 - 60 mg/dl
alto 130 - 190 mg/dl acima de 60 mg/dl
muito alto acima de 190 mg/dl acima de 60 mg/dl
O que é LDL e HDL?

O LDL e HDL são tipos de colesterol que recebem o nome de acordo com a lipoproteina que o carreia pelo sangue. Por ser uma substância gordurosa, o colesterol não consegue transitar sem a ajuda dessas lipoproteínas pela circulação sanguínea.

Produzidas no fígado, as lipoproteínas são classificadas de acordo com a sua densidade, em:

  • Lipoproteínas de baixa densidade - LDL
  • Lipoproteínas de alta densidade - HDL
  • Lipoproteínas de muito baixa densidade - VLDL
  • Lipoproteínas de densidade intermediária - IDL

As proteínas mais leves (LDL ou VLDL), conseguem se depositar mais facilmente nas artérias. A proteína de maior peso (HDL), além de não se depositar, quando passa pela artéria, carrega aquelas placas aderidas na parede, e leva até o fígado para ser eliminada.

Por isso o LDL e VLDL são considerados os tipos de colesterol ruim, com maior propensão a se acumular dentro da artéria e causar as placas de gordura que impedem o fluxo normal de sangue. O HDL, considerado o "bom colesterol", limpa as artérias quando passa.

O que é colesterol não-HDL?

O colesterol não-HDL é a soma de colesterol ruim, aquelas frações que não são o HDL.

Os exames de sangue que avaliam o colesterol, podem descrever apenas como HDL e Não-HDL (LDL + VLDL + IDL). O valor de colesterol não-HDL considerado ótimo é abaixo de 130.

O mais importante é saber que os valores de colesterol não-HDL, ou colesterol ruim, acima dos valores normais, são prejudiciais à saúde. Aumentam o risco de doenças cardiovasculares que representam a principal causa de morte súbita na população, o infarto do coração e o derrame cerebral (AVC).

Por isso é fundamental cuidar da saúde, adotar estilos de vida saudáveis e realizar o check-up com exames de rotina, pelo menos uma vez por ano, ou menos, de acordo com o que o seu médico da família orientar.

Depósito de gordura (colesterol não-HDL) na parede de um vaso sanguíneo. Como reduzir as taxas de LDL e aumentar as taxas de HDL?

Adotando medidas adequadas de alimentação, atividade física regular, hábitos de vida saudável, como não fumar, não beber e tomar regularmente as suas medicações, é possível reduzir as taxas de LDL e aumentar o HDL.

Sempre que possível, mantenha acompanhamento com os profissionais da área, nutricionista, nutrólogo, e educador físico. As tarefas bem orientadas por esses profissionais, tornam a atividade mais prazerosa e os resultados são mais eficazes

Algumas dicas para ajudar na redução de colesterol ruim e aumentar o colesterol bom:

  • Adotar um plano alimentar pobre em açúcares e gorduras;
  • Aumentar o consumo de vegetais e frutas;
  • Trocar cereais refinados por cereais integrais;
  • Reduzir o consumo de carne vermelha e aumentar o consumo de peixes e carnes brancas sem a pele e retirando a gordura visível;
  • Ingerir oleaginosas, sementes e leguminosas;
  • Evitar uso de óleo e manteiga trocando-os, sempre que possível, por azeite ou óleos vegetais em pouca quantidade;
  • Praticar atividade física, pelo menos, 4 vezes por semana;
  • Evitar hábitos como: fumar, consumir bebida alcoólica em excesso, sedentarismo.

O hábito de fumar cigarro, reduz o HDL e aumenta o LDL, aumentando diretamente o risco de doenças cardiovasculares.

O uso de medicamentos para regular as taxas de colesterol deve ser efetuado sob orientação médica após consulta e avaliação de exames laboratoriais e/ou de imagem.

Referências:

  • SBC - Sociedade Brasileira de Cardiologia
O que fazer em caso de dormência ou formigamento dos dedos dos pés?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A dormência ou formigamento nos dedos dos pés podem ser causados por:

  • Compressão do nervo ou no vaso sanguíneo que chega ao nervo
  • Problemas de circulação
  • Diabetes
  • Lesão de nervos
  • Inflamação

Se você tem diabetes e sente dormência e formigamento dos dedos dos pés e pés, pode estar desenvolvendo a neuropatia diabética. É importante que entenda como ela se desenvolve e o que fazer para prevenir complicações.

A dormência e formigamento dos dedos dos pés e das mãos associados a outros sintomas podem ser sinais de hanseníase (lepra).

Os sintomas podem começar pela ponta dos dedos e, se a causa persistir, passarem a afetar o pé. Você deve procurar um médico para investigar a causa sempre que a dormência ou formigamento forem contínuos. Veja abaixo o que acontece e o que fazer em cada caso:

O que fazer quando algo comprime um nervo ou um vaso?

O excesso de peso, postura ou calçados apertados são causas fáceis de associar à compressão dos dedos. Ela faz com que o sangue não chegue até o nervo e isso causa a sensação de dormência ou formigamento. Normalmente a sensação é passageira e mais simples de resolver.

Quando a dormência for causado por postura ou excesso de peso, a sensação normalmente acaba se você modificar a posição do pé para liberar os dedos do que está causando a compressão e movimentá-los. Tirar o calçado que está apertando os dedos tem o mesmo efeito.

O nervo pode ser comprimido em doenças como a hérnia de disco, a síndrome do túnel do tarso e a neuropatia fibular. Nesses casos, a dormência ou formigamento são contínuos. Você precisa procurar um médico para investigar se um desses problemas é o que causa a sensação.

Se a compressão persistir por muito tempo, mais fibras do nervo são afetadas e ele pode sofrer degeneração. O resultado pode ser o surgimento de dor e falta de força para os movimentos nos dedos e no pé.

Procure um médico quando há um problema de circulação

Quando a circulação sanguínea não está boa, os nervos podem não receber a quantidade de alimento e oxigênio necessários. As extremidades, principalmente dos membros inferiores (dedos dos pés e pés) são mais sensíveis aos problemas de circulação.

Vasculite e doença aterosclerótica são dois exemplos de doenças que afetam a circulação sanguínea. Elas podem causar degeneração do nervo em poucos dias, o que faz com que os sintomas (dormência, formigamento, dor) sejam contínuos.

O início rápido do tratamento da doença que está causando o problema é fundamental. Isso permite que o nervo danificado se recupere e a sensibilidade da região afetada volte ao normal. Por isso, é importante procurar um médico.

Controle o açúcar do sangue

A neuropatia diabética é a complicação mais comum da diabetes tipo 1 e 2. Ela é percebida inicialmente por causar dormência ou formigamento nos dedos dos pés e nos pés, levando à perda progressiva de sensações.

A diabetes danifica os nervos periféricos quando não está controlada. O nível alto de açúcar do sangue (hiperglicemia) prejudica a circulação do sangue, causa inflamação e toxicidade direta, começando pelas extremidades dos nervos. Por isso, a perda de sensações começa nos dedos dos pés.

São fatores que aumentam a gravidade da neuropatia diabética e o risco de complicações:

  • A duração e a gravidade da hiperglicemia
  • A associação da diabetes com hipertensão, obesidade e problemas de colesterol e / ou triglicérides altos (síndrome metabólica)

As complicações mais comuns da neuropatia diabética são feridas nos pés, dores nas articulações e quedas. Se você é diabético, precisa controlar a glicemia e as outras doenças associadas à diabetes para diminuir a progressão e evitar essas e outras complicações da doença.

O que fazer quando há lesão de nervos?

O rompimento do nervo pode acontecer devido a um ferimento ou corte que o divide em duas partes. A parte final dele, responsável por sentir o toque e a pressão, fica sem comunicação com a parte do nervo que vem da coluna. Por isso, a pessoa perde essas sensações no local.

É uma causa que não é frequente, mas é fácil de ser identificada. As sensações podem voltar depois de um tempo, sem necessidade de tratamentos.

A dormência ou formigamento podem ser percebidos anos depois para quem fez radioterapia para tratamento de câncer cervical ou de próstata, por exemplo. A pessoa pode sentir também falta de força progressiva para movimentar o dedo, dedos ou o pé. Se esse pode ser o seu caso, procure um médico.

Hanseníase ou lepra

A hanseníase é causada por uma bactéria que, entre outras coisas, afeta os nervos. A suspeita inicial da doença se baseia na presença de alguns sinais:

  • Perda de sensibilidade nos dedos das mãos e pés
  • Perda de sensibilidade na pele, percebida por não sentir dor ao se ferir (cortes e queimaduras que não doem)
  • Manchas mais claras ou avermelhadas na pele
  • Machucados que não respondem a tratamento
  • Caroços e inchaço no lóbulo da orelha e no rosto
  • Falta de transpiração em partes do corpo

No caso de apresentar algumas das manifestações, procure um médico. A hanseníase é um problema de saúde pública em algumas regiões do país.

Inflamação

Doenças virais, como as causadas pelos vírus herpes zoster, herpes simplex e Epstein-Barr podem afetar os nervos e causar sensação de dormência e problemas de movimentação nos dedos, pés e pernas. Há outras doenças que também podem causar inflamação que afeta o funcionamento do nervo, mas são mais raras.

Nesses casos, a dormência e demais sintomas são contínuos. Você precisa de uma avaliação médica para saber se uma dessas doenças é o que causa a dormência e formigamento nos seus dedos ou pés.

O que fazer em outras situações que causam dormência nos dedos dos pés?

Você também pode sentir dormência nos dedos dos pés:

  • Quando está muito frio
  • Após cirurgias (devido ao efeito da anestesia ou de outros medicamentos)
  • Quando o pé está engessado e o gesso está muito apertado
  • Devido à deficiência de vitamina B1 (mais comum para quem bebe excesso de bebidas alcoólicas com frequência)

A dormência passa:

  • Basta proteger os pés do frio com meias e calçados adequados
  • Quando o efeito do medicamento acabar, algum tempo após o término da cirurgia

No caso em que o gesso apertado estiver causando a dormência, consulte um médico ou enfermeiro para saber o que deve fazer.

Se suspeitar que a dormência nos dedos dos pés pode ser causada por deficiência de vitamina B1, procure um médico de família para indicar o tratamento adequado.

Saiba mais em:

Sinto dormência nos pés, o que pode ser?

Estou sentindo dormência nos membros. O que pode ser e qual médico procurar?

Referências

UpToDate

Diabetes mellitus: o que é, quais os sintomas e como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O diabetes mellitus é uma doença crônica do metabolismo, que se caracteriza pelo aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue, uma condição chamada hiperglicemia.

A glicose é uma fonte de energia, fundamental para o metabolismo das células do corpo. Porém, para poder penetrar nas células, a glicose necessita de insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas. No caso da diabetes, os níveis de insulina estão baixos ou insuficientes para ajudar no metabolismo do açúcar, ou ausentes, no caso da diabetes tipo 1.

Existem dois tipos de diabetes mellitus: tipo 1 e tipo 2. No diabetes mellitus tipo 1, o pâncreas não produz insulina ou, se produz, é insuficiente. Já no diabetes tipo 2, a produção de insulina pode ser baixa ou o próprio organismo da pessoa pode se tornar resistente à insulina.

O diabetes mellitus é uma doença crônica que não tem cura. O tratamento deve ser mantido até o fim da vida e pode incluir o uso de insulina, medicamentos antidiabéticos, dieta adequada e prática regular de atividade física.

Quais são os sintomas de diabetes mellitus?

O diabetes mellitus apresenta sinais e sintomas diversos e um pouco diferentes entre o tipo 1 e o tipo 2, mas as características clássicas dos dois tipos são:

  1. Aumento da sede, chamado polidipsia;
  2. Aumento da fome, polifagia e
  3. Maior frequência de eliminação de urina, poliúria;

Por isso alguns conhecem a doença como doença dos "polis".

Outros sintomas muito comuns do diabetes mellitus são o emagrecimento, principalmente nos pacientes tipo 1.

Os demais sintomas do diabetes mellitus são desencadeados de acordo com os níveis de glicose no sangue. A quantidade de açúcar no sangue pode estar alta (hiperglicemia) ou baixa (hipoglicemia) e as manifestações variam conforme a condição.

O que acontece na Hipoglicemia?

A hipoglicemia normalmente ocorre em diabéticos que utilizam insulina ou tomam medicamentos para controlar a doença, seja pelo uso excessivo ou incorreto do medicamento, jejum prolongado ou prática inadequada de atividade física.

Nesses casos, a pessoa pode apresentar cansaço, tonturas, sudorese fria, tremores, visão turva e dificuldade de raciocínio.

Quem toma medicamentos ou usa insulina para controlar o diabetes mellitus deve ter muita atenção com a alimentação e a verificação dos níveis de glicemia, que não deve estar abaixo de 70 mg/dl.

A hipoglicemia é um estado de alto risco para vida das pessoas diabéticas, por isso é recomendável que todo diabético ande sempre com uma bala ou embalagem de açúcar e um comunicado de ser portador de diabetes, para que em uma urgência possa ser ajudado.

O que acontece na Hiperglicemia?

Já o aumento dos níveis de açúcar no sangue, a hiperglicemia, pode surgir em casos de diabetes mellitus descontrolado, ainda não diagnosticado, ou devido à ingestão de grandes quantidades de açúcar (glicose). Os sintomas da hiperglicemia são bem semelhantes e incluem cansaço, visão turva, boca seca, aumento da frequência urinária, porém é menos frequente a alteração neurológica.

Qual é o tratamento para diabetes mellitus? Diabetes mellitus tipo 1

O tratamento do diabetes tipo 1 é feito com insulina, daí esse tipo de diabetes também ser chamado insulinodependente. A aplicação de insulina é feita pela via subcutânea, ou seja, logo abaixo da pele.

Além da insulina, é preciso monitorar corretamente os níveis de glicemia, ter uma alimentação específica para diabéticos e praticar atividade física regularmente.

Diabetes mellitus tipo 2

O tratamento do diabetes tipo 2 é feito com medicamentos administrados por via oral. Em alguns casos de diabetes mellitus tipo 2, o controle da glicemia pode ser feito apenas com perda e controle de peso, dieta adequada e exercícios físicos, sem necessidade de medicação.

Contudo, se o tratamento com os medicamentos e as medidas adotadas não forem capazes de controlar o diabetes, pode ser necessário usar insulina também.

O principal objetivo do tratamento do diabetes mellitus é manter os níveis de açúcar no sangue dentro do normal, ou das metas estipuladas para cada caso, de forma rígida, para prevenir as complicações da doença.

O diagnóstico e tratamento do diabetes mellitus é da responsabilidade do/a médico/a endocrinologista.

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Tomar insulina pode atrasar a menstruação?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não, tomar insulina não atrasa a menstruação e pode inclusive ajudar a regular o ciclo menstrual.

Sabe-se que mulheres com diabetes tipo 1 possuem uma tendência maior para desenvolver problemas com o aparelho reprodutivo, o que pode causar irregularidade da menstruação, atraso da puberdade, síndrome do ovário policístico, menopausa mais precoce e até infertilidade.

A menstruação irregular é a principal característica dos ovários policísticos, uma condição relativamente comum em mulheres diabéticas devido à taxa elevada de açúcar no sangue (hiperglicemia).

A irregularidade menstrual pode ser marcada por algum dos seguintes quadros:

  • Intervalos longos entre as menstruações, superiores a 35 dias;
  • Menos de 8 ciclos menstruais por ano;
  • Ausência de menstruação durante mais de 3 meses seguidos em mulheres que tinham ciclos regulares;
  • Aumento do sangramento menstrual, em fluxo ou duração, depois de um longo período sem menstruar.

No entanto, a tendência para esses distúrbios reprodutivos pode ser bastante amenizada através do tratamento com insulina.

Para maiores informações sobre a interferência do tratamento com insulina na menstruação, fale com o seu médico endocrinologista.