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O que é a síndrome do intestino irritável?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

A síndrome do intestino irritável é uma alteração da motilidade do tubo digestivo caracterizada clinicamente por anormalidades do hábito intestinal (constipação e/ou diarreia) e dor abdominal, na ausência de patologia orgânica demonstrável.

O diagnóstico é baseado no preenchimento dos Critérios de Roma III, que são citados abaixo:

  • Dor ou desconforto abdominal recorrente durante mais de três dias no mês, nos últimos três meses, com duas de três características:
  1. alívio com a defecação;
  2. início associado à alteração na frequência das evacuações (mais de três vezes/dia ou menos de três vezes/semana);
  3. início associado à alteração na forma (aparência) das fezes (fezes endurecidas, fragmentadas, em “cíbalos” ou “caprinas” e fezes pastosas e/ou líquidas).

Outros sintomas podem estar presentes a auxiliar no diagnóstico, como:

  • esforço excessivo durante a defecação;
  • urgência para defecar;
  • sensação de evacuação incompleta;
  • eliminação de muco durante a evacuação;
  • sensação de plenitude ou distensão abdominal;
  • antecedentes de sintomas anteriores sem explicação médica;
  • agravamento depois das refeições;
  • sintomas com duração superior a seis meses;
  • piora com o estresse;
  • acompanhado de ansiedade e/ou depressão.

Leia também: Distensão abdominal: Quais as causas e como tratar?

Alguns sintomas e condições devem ser "alertas" para uma investigação mais acurada, para descartar outros diagnósticos. São eles:

  • Aparição dos sintomas depois dos 50 anos de idade;
  • Sintomas de aparição recente
  • Perda de peso não-intencional
  • Sintomas noturnos
  • Antecedentes familiares de câncer de cólon, doença celíaca, doença inflamatória intestinal
  • Anemia
  • Sangramento retal
  • Uso recente de antibióticos
  • Tumorações abdominais/retais
  • Elevação de marcadores inflamatórios
  • Febre

O diagnóstico e o tratamento devem ser feitos pelo médico gastroenterologista.

Diarreia: o que fazer?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A pessoa que está com diarreia deve preocupar-se em aumentar a hidratação, evitar comidas gordurosas e comer em pequenas quantidades. Em alguns casos de diarreia, pode ser necessário tomar soro por via venosa.

Com o aumento da frequência das evacuações, a pessoa perde muito líquido e pode ficar desidratada.

Por isso, quem está com diarreia deve tomar o soro de reidratação oferecido gratuitamente nas unidades de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) ou vendido nas farmácias.

Deve-se evitar tomar remédios que cortam a diarreia. Antibióticos são indicados apenas em raros casos e com prescrição médica.

O que comer em caso de diarreia?

As comidas gordurosas e derivados de leite devem ser evitados até o funcionamento do intestino voltar ao normal.

Uma boa opção de alimentos pode ser: batata, arroz, macarrão, aveia, bolacha de água e sal, banana e sopa de legumes. Cozinhe os ovos antes de comer e evite comer carne crua.

Frutas, saladas, alimentos fritos, embutidos e carnes gordurosas devem ser evitados, assim como leite, café, sucos de frutas e bebidas alcoólicas.

É importante sempre lavar as mãos com água e sabão após as evacuações e antes das refeições, bem como lavar frutas e legumes antes de comer.

Há algum remédio caseiro para diarreia?

Quem está com diarreia deve tomar o soro de reidratação oferecido gratuitamente nas unidades de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) ou vendido nas farmácias.

Porém, até adquirir o soro, existe a opção de fazer um soro caseiro, pois é uma forma de hidratar e repor os sais minerais perdidos com a diarreia.

Como fazer soro caseiro para diarreia

1. Adicione 2 colheres (sopa) de açúcar e 1 colher (café) de sal em 1 litro de água filtrada ou fervida. 2. Misture bem; 3. Beba 1 copo de soro caseiro (250 ml) de soro caseiro sempre após as evacuações.

Caso a diarreia se prolongue mais de 2 dias com febre ou presença de sangue nas fezes, procure um serviço de saúde.

Saiba mais em:

Quais as causas mais comuns de diarreia?

O que é bom para parar a diarreia rapidamente?

O que é retocolite ulcerativa? Tem cura?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

A retocolite ulcerativa idiopática (RCIU) é uma doença inflamatória que acomete o intestino. Não tem cura definitiva, exceto com cirurgia (retirada do intestino grosso), mas tem tratamento eficaz. Seus sintomas são parecidos com os de outras doenças intestinais. Embora ainda não se conheça a sua causa, sabe-se que fatores genéticos e auto-imunes estão envolvidos no seu aparecimento.

A inflamação da RCIU é superficial e crônica, e acomete predominantemente a camada mucosa do cólon. Esta doença pode não afetar apenas o reto de forma contínua, mas também algumas secções próximas do cólon.

Sintomas principais

Cólicas e diarréia com sangue e eventualmente com pus, se houver infecção. As crises de diarréia são persistentes e ocorrem a qualquer hora do dia ou noite. Há reflexo intenso para evacuar logo após as refeições.

Diagnóstico

Colonoscopia com realização de biópsia. Certos exames de sangue podem detectar alterações decorrentes da doença (anemia e deficiência de ferro, devido ao sangramento, diminuição da albumina, aumento de proteína C-reativa, etc).

Tratamento

Tem como objetivo tirar o paciente da crise e mantê-lo em remissão. O tratamento farmacológico geralmente age com rapidez e eficiência na forma aguda da doença. Nos casos de megacólon tóxico é fundamental a prescrição de antibióticos.

Recomendações

Em caso de crises persistentes de diarréia (7 dias ou mais) com ou sem sangramento, procure assistência médica;

Evite alimentos que contenham fibras insolúveis (cascas de frutas, verduras, etc.), leite ou condimentos picantes para não estimular o intestino e agravar as crises de diarreia. O mesmo vale para bebidas fermentadas.

Tipos de fezes: o que o cocô revela sobre a sua saúde?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Observar os tipos de fezes e a sua consistência – forma de fita, em pedaços ou esfarelando, se são grossas ou compridas – pode ajudar você a entender como está a sua saúde gastrointestinal.

Os tipos de fezes indicam se o seu intestino está funcionando de forma lenta ou acelerada, se você está ingerido pouca quantidade de fibras e/ou água na alimentação, presença de carboidratos, gases e gordura.

1. Fezes em fita

Fezes finas e compridas semelhantes à uma fita podem ser um sinal de síndrome do intestino irritável ou de câncer do cólon, especialmente se vierem acompanhadas de sangramento.

No caso da síndrome do intestino irritável, os movimentos intestinais se alteram e o intestino passa a produzir muito muco. Por este motivo, as fezes tomam o formato de fitas semelhantes a serpentina.

As fezes finas e estreitas também podem ser um sinal de câncer de cólon. Entretanto, não é preciso assustar-se de imediato. Além do formato em fita, outros sintomas como coceira anal, sangue nas fezes e perda de peso inexplicável precisam estar associados.

Se você observa que suas fezes têm formato de fita, procure o/a médico/a de família, clínico/a geral ou gastroenterologista.

2. Fezes em pedaços ou esfarelando

Fezes separadas em pedaços, moles, de bordas bem definidas e fácil evacuação são comuns em pessoas que evacuam de 2 a 3 vezes ao dia, o que geralmente ocorre após a ingestão de grandes refeições.

Nestes casos, este tipo de fezes não necessariamente indicam irregularidade e são consideradas normais.

Entretanto, se as bordas do cocô não forem regulares e bem definidas e se boiarem podem indicar que seu intestino está funcionando de forma muito acelerada e que há gases em excesso no intestino. Além disso, pode indicar a presença de gorduras e carboidratos nas fezes.

Fezes em pedaços podem ser consideradas um tipo de diarreia, entretanto ajustes na alimentação podem normalizar o funcionamento intestinal e o formato das fezes.

O/a médico/a de família e o/a nutricionista são profissionais mais indicados para diagnosticar a causa das fezes em pedaços ou esfarelando e para orientar o melhor tratamento.

3. Fezes líquidas

Evacuações com fezes líquidas e sem nenhum pedaço sólido são chamadas diarreia. Estas evacuações podem ser acompanhadas de dor abdominal (dor de barriga), normalmente em cólicas, e podem provocar desidratação.

As diarreias são bastante comuns em crianças e idosos e são sintomas de doenças como:

Intolerância à lactose

A intolerância à lactose é definida pela incapacidade do organismo de digerir a lactose, um tipo de açúcar presente no leite e laticínios. Ocorre devido à deficiência de uma enzima digestiva chamada lactase.

Diarreia, cólicas, náuseas, flatulência (aumento na eliminação de gases) e distensão abdominal (inchaço no abdome) são os sintomas principais da intolerância à lactose.

O tratamento consiste na administração suplementos de lactase e em evitar leite e derivados, a exemplo do queijo e das manteigas. É importante consultar seu/sua médico/a de família, clínico/a geral ou gastroenterologista para o tratamento adequado.

Infecções intestinais

Infecções gastrointestinais provocadas por vírus ou bactérias tem como sintoma principal a diarreia. Pode ocorrer também náuseas, vômitos e dor abdominal.

Estes sintomas se manifestam como uma tentativa do organismo de eliminar o vírus ou a bactéria que está causando a infecção.

O tratamento das infecções intestinais consiste em repouso, aumento da ingestão de água ou soro caseiro e alimentação de fácil digestão como arroz, sopas, frutas sem casca. Nos casos de infecção bacteriana, pode ser indicado o uso de antibióticos.

Veja: Quais os sintomas de infecção intestinal?

O que posso fazer em casa para melhorar a diarreia?

Em casos de episódios repetidos de diarreia é indicado utilizar o soro caseiro. A preparação ajuda a melhorar o quadro diarreico e prevenir e/ou reduzir a desidratação. Receita de soro caseiro:

  • 1 copo de água filtrada ou mineral
  • 2 colheres rasas de sopa de açúcar (equivalente a 20 gramas)
  • 1 colher de chá de sal (equivalente a 3,5 gramas)

Atente para a medidas corretas durante o preparo do soro caseiro. Após o preparo, o soro caseiro tem validade de 24 horas e deve ser ingerido em pequenas quantidades.

Veja: Diarreia: o que fazer?

4. Fezes pastosas ou semi-líquidas

Fezes pastosas ou semi-líquidas com alguns pedaços moles misturados indicam que o funcionamento do seu intestino está muito acelerado. Este tipo de fezes é considerado diarreia.

O tempo reduzido de formação das fezes compromete a absorção pelo organismo de nutrientes e água e por este motivo se tornam pastosas ou semi-líquidas.

A ingestão de fibras na alimentação ajuda a regularizar o funcionamento intestinal e a melhorar a consistência das fezes.

5. Fezes com bolas agrupadas

As fezes com bolas agrupadas têm formato cilíndrico, porém são duras, de difícil eliminação e com bolas agrupadas que podem se soltar. Este tipo de cocô é o mais difícil e doloroso de ser eliminado, uma vez que é muito endurecido.

Além disso, são fezes grandes demais ou muito grossas que podem ser maiores do que o canal anal. Normalmente ocorre em pessoas com:

Prisão de ventre crônica

É caracterizada pela persistente dificuldade de evacuar e pela frequência inferior a 3 evacuações por semana. Além disso, a pessoa faz grande esforço para evacuar e se sente incapaz de esvaziar o intestino completamente.

As fezes são duras e de difícil eliminação. As causas mais comuns de prisão de ventre são o sedentarismo, dieta pobre em fibras e consumo de proteína animal em excesso.

A adoção de uma alimentação com alto teor de fibras (legumes, cereais integrais, frutas e verduras), aumento da ingestão de líquidos (em torno de 2 litros ao dia) e a prática de atividade física costumam trazer bons resultados para quem sofre de prisão de ventre.

Atraso ou retenção na evacuação

O hábito de não atender à necessidade de evacuar, quando ela ocorre, pode comprometer o funcionamento regular dos intestinos. Este hábito promove evacuação com bolas agrupadas, volumosas e de difícil excreção.

Para evitar que isto ocorra é importante não atrasar ou reter a evacuação e ir ao banheiro sempre que sentir vontade.

Fissura anal

A fissura ou úlcera anal consiste em uma laceração (rachadura) na região do ânus. Fezes volumosas, endurecidas e esforço ao evacuar são os sintomas principais de fissura anal. Pode ainda ocorrer sangramento durante ou após as evacuações.

O tratamento consiste na administração de medicamentos emolientes, que tornam as fezes mais macias e fáceis de eliminar, pomadas e banhos de assento.

Hemorroidas

Hemorroidas consistem na presença de veias dilatadas e tortuosas na região inferior do reto e ânus.

O esforço repetitivo durante as evacuações, o trabalho pesado com esforço constante, gravidez e prisão de ventre são as causas mais comuns para o desenvolvimento de hemorroidas.

Pode ocorrer presença de nódulo na região anal, sangramento ao evacuar, prurido (coceira anal), dificuldade e dor ao evacuar, dor ao sentar ou andar, presença de secreção esbranquiçada nas fezes.

O tratamento consiste no uso de medicamento para dor, pomadas emolientes e banhos de assento. Em alguns casos é necessário a remoção cirúrgica da hemorroida.

A regulação intestinal para pessoas que eliminam fezes com bolas agrupadas é feita com a adoção de uma alimentação saudável, especialmente rica em fibras e cereais integrais, que estimule o bom funcionamento do intestino.

Pode ser necessário a realização de exames de sangue e/ou fezes, uso de probióticos e medicamentos com orientação nutricional e do/a médico de família, gastroenterologista ou proctologista.

6. Fezes em bolinhas

Cocô em bolinhas separadas, pequenas, duras e difíceis de sair podem indicar:

  • Alterações na flora intestinal (ausência de bactérias boas);
  • Deficiência de fibras na alimentação.

A ausência das bactérias boas e das fibras na sua alimentação reduzem a retenção de água nos intestinos. Isto faz com que a fezes fiquem duras, ressecadas, provoquem dor ao evacuar e podem levar ao sangramento anal.

Nestes casos, se recomenda:

  • aumentar a ingestão de fibras: adotar uma alimentação equilibrada rica em frutas, verduras e cereais integrais;
  • ingerir bastante água: para evitar que as fezes fiquem ressecadas pelo aumento da ingestão da quantidade de fibras.
7. Fezes amareladas

As fezes amareladas são bastante comuns e podem ser um sinal de diversos problemas diferentes de saúde. É importante que você perceba também o formato e o cheiro das fezes quando elas apresentam a cor amarelada. Isto pode facilitar o diagnóstico feito pelo/a médico/a.

Uma alimentação rica em gordura, infeções intestinais, problemas no fígado, pâncreas e vesícula, giardíase (verminose) doença celíaca e uso de medicamentos são algumas das causas das fezes amareladas.

Se, junto com as fezes amareladas, você sentir febre, dor de cabeça, perda de peso, dor abdominal, sangue nas fezes ou barriga inchada, é importante buscar o/a clínico/a geral, médico/a de família ou gastroenterologista para efetuar um tratamento adequado.

8. Vermes nas fezes

A presença de vermes nas fezes é um sinal claro de infecção por parasitas. Quando não há vermes visíveis, atente para outros sintomas de infecções por estes parasitas como:

  • Barriga inchada;
  • Dor abdominal;
  • Gases em excesso;
  • Diarreia alternada com constipação (prisão de ventre);
  • Coceira no ânus;
  • Cansaço sem razão aparente.

Leia também:

Quais os sintomas de vermes no corpo?

Alimentos fibrosos e ricos em celulose como feijão, milho e vegetais são digeridos com mais dificuldade e podem, algumas vezes, ser encontrados nas fezes.

Atente se há perda de muitos pedaços de alimentos no cocô e se há diarreia constante e perda de peso.

Como devem ser as fezes normais?

O cocô normal tem uma consistência mole e macia com um formato definido semelhante a uma salsicha. A superfície pode ser lisa ou conter algumas rachaduras. Pode também se apresentar em pedaços moles.

Estes diferentes aspectos da superfície das fezes não indicam necessariamente que há alterações, uma vez que seu formato depende dos alimentos que você ingere.

A fezes normais não provocam dor ao evacuar e o ideal é que se evacue diariamente, embora a frequência da eliminação de fezes varie de acordo com a idade e hábitos de vida.

Esteja atento as suas fezes

A maior parte das alterações na consistência das fezes indica problemas na alimentação que são facilmente tratados. No entanto, observar as fezes pode ajudar a diagnosticar mais precocemente algumas doenças gastrointestinais.

Observar as fezes diariamente é um hábito que ajuda a acompanhar a sua saúde gastrointestinal e é muito útil para o diagnóstico de doenças do sistema digestivo.

Se você apresentar alterações como diarreia, dor abdominal e sangramentos que duram mais de três dias, busque um serviço de saúde para atendimento médico.

Leia também:

Quais as causas mais comuns de diarreia?

Quais são as causas da diarreia crônica?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

As principais causas da diarreia crônica são as seguintes:

  • Síndrome do intestino irritável (SII) - alteração na frequência das evacuações e do aspecto das fezes, associado a um quadro de desconforto abdominal que é reduzido com a evacuação, sem nenhuma doença orgânica que justifique o quadro. Normalmente, o paciente apresenta diarreia e cólicas relacionadas a períodos de estresse emocional. Alguns pacientes alternam diarreia com constipação intestinal, enquanto outros apresentam pequenas quantidade de muco nas fezes. Gases intestinais em excesso também são comuns. A síndrome do intestino irritável é uma doença benigna e pode apresentar melhora com algumas mudanças na dieta e no estilo de vida
  • Doenças inflamatórias intestinais (DII), como Retocolite ulcerativa e Doença de Crohn;
  • Infecções (por vírus, bactérias, protozoários ou vermes);
  • Síndrome de má absorção (Doença celíaca, por exemplo)
  • Intolerância e alergia a alimentos (por exemplo a intolerância a lactose, proteína de soja, sorbitol, frutose);
  • Causas pancreáticas (pancreatite crônica, deficiências da enzima pancreática, fibrose cística ou endócrinas);
  • Causas endócrinas (hipertireoidismo ou diabetes);
  • Causas hereditárias (fibrose cística, deficiências enzimáticas).
  • Cirurgias do abdome ou trato intestinal;
  • Tumores;
  • Radioterapia;
  • Redução de fluxo sanguíneo intestinal;
  • Alterações na função imunológica (deficiências de imunoglobina, AIDS, doença auto-imune);
  • Uso de determinados medicamentos (alguns antibióticos, laxantes).

 Em caso de diarreia crônica, isto é, aumento no número de evacuações diárias e/ou alteração na consistência das fezes há mais de 30 dias, consulte um médico para avaliação e tratamento.

Também pode lhe interessar: Estou com diarreia amarela, o que pode ser?

Quais os sintomas da gastroenterite? Qual o tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas da gastroenterite incluem: diarreia aquosa (fezes pastosas ou líquidas), fezes com sangue, muco ou pus (sinais de infecção bacteriana ou por parasitas), náuseas, vômitos, cólicas, perda de apetite, febre, dor de cabeça, boca seca e diminuição do volume de urina (sinais de desidratação).

Normalmente, os sintomas da gastroenterite duram somente alguns dias, podendo persistir por até uma semana em alguns casos.

Se a diarreia ou os vômitos forem intensos e persistentes, pode causar desidratação. Nessas situações, a pessoa pode ficar com os olhos mais fundos, a boca seca, ter a sensação de engrossamento da língua e apresentar diminuição do volume de urina, que tende a ficar mais escura.

O tratamento da gastroenterite depende do micro-organismo causador da infecção, mas sempre envolve medidas de hidratação e alívio dos sintomas.

Qual é o tratamento para gastroenterite viral?

No caso da gastroenterite causada por vírus, não há medicação específica. Podem ser utilizados medicamentos para aliviar os sintomas, como cólicas e náuseas.

Também é importante ingerir grande quantidade de líquidos, para repor as perdas, e fazer alimentação leve, em pequenas quantidades.

Sempre que possível, deve-se evitar ficar sem comer. Depois, conforme os sintomas vão melhorando, podem ser incluídos gradualmente na dieta alimentos moles e de fácil digestão.

Nos casos mais graves de gastroenterite, principalmente em crianças, pode ser necessário internamento hospitalar para receber um tratamento e hidratação adequados.

Qual é o tratamento para gastroenterite bacteriana?

Na gastroenterite causada por bactérias, como Shigella, Salmonella e E. coli, o tratamento é feito seguindo as mesmas recomendações para a gastroenterite viral, como a hidratação. Em algumas situações pode ser necessário o uso de antibióticos.

Qual é o tratamento para gastroenterite causada por parasitas?

Na gastroenterite causada por parasitas, como por exemplo a Giárdia, é necessário o uso de antibióticos antiparasitários, além disso são feitas as mesmas recomendações de tratamento que as demais formas de gastroenterite.

O que é gastroenterite?

A gastroenterite é uma inflamação e irritação que afeta o estômago e o intestino. As gastroenterites podem ser causadas por vírus, bactérias, parasitas e intoxicações alimentares.

A maioria dos casos de gastroenterite ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados por bactérias, vírus ou parasitas.

Também pode haver transmissão de pessoa para pessoa, principalmente se uma pessoa infectada não lavar adequadamente as mãos após evacuar.

Como prevenir a gastroenterite?

A prevenção da gastroenterite consiste em lavar as mãos cuidadosamente antes de se alimentar e após utilizar o sanitário. Também é importante que frutas e vegetais sejam muito bem lavados e que carnes e ovos sejam totalmente cozidos.

Vale lembrar que a gastroenterite pode ser altamente transmissível. Por isso, pessoas doentes devem lavar muito bem as mãos depois de usar o banheiro e antes de manusear alimentos.

Para evitar a transmissão, recomenda-se que o paciente permaneça em casa durante pelo menos 48 horas, até que sintomas como diarreia e vômitos tenham cessado.

O tratamento da gastroenterite deve ser prescrito por médico de pronto atendimento, especialmente e principalmente naqueles casos em as fezes tem sangue, muco ou pus, ou nos casos que duram mais de 7 dias. Não deve ser utilizado medicamento para interromper a diarreia sem prescrição médica devido ao risco de agravamento da doença.

Quais os benefícios do soro caseiro?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O principal benefício do soro caseiro é repor o líquido e os sais minerais perdidos nos episódios de vômitos e diarreia, prevenindo a desidratação em adultos e principalmente em crianças.

Outros benefícios do soro caseiro:

  • Tem baixo custo;
  • É bem aceito pela comunidade;
  • Fácil de preparar;
  • Os seus ingredientes (água, sal e açúcar) estão disponíveis em quase todos as casas e são facilmente encontrados;
  • Permite um tratamento inicial precoce em casos de diarreia e vômitos, prevenindo a desidratação grave.

A diarreia pode provocar a morte devido à perda de água, sais minerais e potássio, sobretudo nas crianças.

A sua fórmula simples de açúcar, sal e água simula a concentração de substâncias comuns nos líquidos do corpo.

Porém, para trazer benefícios e ser eficaz, é fundamental que o soro caseiro tenha as doses certas de água (1 litro), sal (3,5 gramas) e açúcar (20 gramas) e que seja dado ou tomado em quantidades suficientes para repor as perdas.

Se as quantidades não estiverem corretas, o soro caseiro deixa de fazer o efeito pretendido e pode até prejudicar mais a saúde do paciente. Pode causar reações indesejadas, como por exemplo quadro de crises convulsivas.

O soro caseiro deve ser fornecido aos poucos, após cada evacuação ou vômito, podendo ser usado por até 24 horas depois de ter sido preparado.

Saiba mais em:

Como fazer soro caseiro?

O que é bom para parar a diarreia rapidamente?

O que é gastroenterite?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

A gastroenterite é uma doença caracterizada pela inflamação dos órgãos do sistema digestivo, como estômago (causando náuseas e vômitos) e intestinos (causando diarreia).

A gastroenterite pode ser provocada por vírus, bactérias e parasitas, que podem ser transmitidos pelo ar, pela mão contaminada em contato com a boca e por intoxicação alimentar.

A gastroenterite viral, causada por uma variedade de vírus, é altamente contagiosa. Qualquer um pode contrai-la, sendo que a maioria das pessoas se recupera sem complicações. Pode ser grave para quem não ingere líquidos suficientes a fim de repor os que se perderam, em especial entre as crianças de colo e os idosos. Também pode ser grave para as pessoas cujo sistema imunológico estiver debilitado.

Dentre as bacterianas, é importante citar as gastroenterites causadas por Shigella, Salmonella e E. coli, que podem levar a sangramento com as fezes, febre e geralmente maior risco para o paciente, em especial crianças e idosos.

O parasita mais associado à gastroenterite é a Giardia, que também pode levar a sangramento nas fezes e febre.

Os sintomas mais comuns são diarreia (fezes aquosas), náuseas e vômitos e ocasionalmente febre e mal estar. O tratamento depende da suspeição do agente causador.

Deve ser procurado um pronto atendimento naqueles casos que duram mais de sete dias, ou na presença de febre, sangramento, pus ou muco (catarro) nas fezes e naqueles pacientes com mal estar importante.

Saiba mais em:

Quais os sintomas da gastroenterite viral? Como é o tratamento?

Quais os sintomas da gastroenterite bacteriana e como é o tratamento?

Gastroenterite é contagiosa?

Qual a dieta recomendada para quem tem gastroenterite?