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Para que serve e como usar espironolactona?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Espironolactona tem função anti-hipertensiva e diurético poupador de potássio. Tem como principais indicações:

  • Hipertensão essencial (elevação da pressão arterial sem causa definida),
  • Edema (inchaço) ou ascite (acúmulo de líquido no abdome) decorrentes de insuficiência cardíaca, cirrose hepática e ou síndrome nefrótica,
  • Edema idiopático (edema sem causa esclarecida),
  • Tratamento da hipertensão arterial maligna (um tipo grave de hipertensão arterial),
  • Prevenção de hipopotassemia (redução dos níveis de potássio sanguíneo) e hipomagnesemia (diminuição dos níveis sanguíneos de magnésio) em pessoas que tomam diuréticos ou quando outros tratamentos forem inadequados ou impróprios.

Além disso, pode ser prescrito para o diagnóstico e tratamento de hiperaldosteronismo primário (aumento dos níveis sanguíneos de um hormônio renal chamado aldosterona) e tratamento pré-operatório de hiperaldosteronismo primário.

Como usar espironolactona?

A espironolactona tem como apresentações: comprimidos de 25 mg, 50 mg e 100 mg.

A dosagem a ser utilizada depende da indicação da medicação.

A dose total diária pode ser feita em dose única, ou fracionadas durante o dia.

É importante que a medicação seja administrada diariamente nos mesmos horários e que o tratamento não seja interrompido sem orientação médica.

Contraindicações de espironolactona

Espironolactona é contraindicada em casos de:

  • Alergia à espironolactona ou aos demais componentes da fórmula;
  • Mulheres grávidas ou que estão amamentando;
  • Pessoas que apresentam redução significativa da função renal;
  • Portadores de insuficiência renal aguda;
  • Pessoas que apresentam anúria (redução ou ausência de urina);
  • Portadores de doença de Addison (um distúrbio hormonal);
  • Pessoas que apresentam hipercalcemia (aumento do cálcio no sangue).
Efeitos colaterais de espironolactona

O uso de espironolactona pode provocar:

  • Náusea;
  • Mal-estar;
  • Cefaleia (dor de cabeça);
  • Tonturas;
  • Prurido (coceira);
  • Urticária (alergia na pele);
  • Confusão mental;
  • Sonolência;
  • Febre;
  • Alteração da libido;
  • Impotência;
  • Distúrbios menstruais;
  • Câimbras;
  • Alopecia (queda de cabelos);
  • Hipertricose (crescimento anormal de pelos);
  • Dor ou nódulos nos seios;
  • Leucopenia (redução da quantidade de glóbulos brancos no sangue);
  • Trombocitopenia (diminuição na contagem de plaquetas no sangue);
  • Anormalidades na função hepática (função do fígado);
  • Insuficiência renal aguda.

Qualquer uma destas reações deve ser comunicada ao/à médico/a.

Ao iniciar o uso de qualquer medicamento, siga as orientações de maneira rigorosa, para alcançar os resultados esperados, e evitar efeitos colaterais

No caso dúvidas, entre em contato com seu médico assistente.

7 sintomas diferentes de infarto em mulheres
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O infarto em mulheres pode vir acompanhado de sintomas diferentes dos socialmente reconhecidos e padronizados. Elas podem apresentar sintomas leves como enjoos e cansaço excessivo que podem ser facilmente confundidos com um mal-estar passageiro ou gripe.

Sinais de infarto em mulheres

É comum que as mulheres apresentem sintomas que não são característicos do infarto. Estes sintomas são chamados de sintomas atípicos.

1. Cansaço excessivo sem causa aparente

Fadiga excessiva ou fraqueza sem um motivo aparente pode ser um sinal de ataque cardíaco em mulheres. Observe se mesmo após um período de descanso, o cansaço permanece. É importante também observar se você está acostumada a caminhar diariamente e, de repente, se sente cansada ao caminhar poucos metros.

O cansaço excessivo sem uma causa que justifique, pode ser um sinal de má circulação e oxigenação insuficiente, podendo indicar o início de um infarto.

2. Dor no queixo, dentes e/ou mandíbula

As mulheres que estão infartando podem apresentar dor no queixo, dentes e/ou mandíbula sem sentir a dor em aperto no peito, tão conhecida. Por este motivo, fique atenta se você sente dor nestas regiões e não apresenta inflamações ou problemas dentários, pode ser um sinal de infarto.

A causa pela qual isto acontece ainda não está esclarecida, mas parece ter relação com a inervação próxima dessas regiões.

3. Sensação de desconforto na garganta

A sensação de algo preso, "bolo na garganta" ou dificuldade de respirar, também são sintomas inespecíficos e atípicos que podem ser sinal de infarto do coração no caso das mulheres.

4. Falta de ar

A falta de ar pode ser um sinal de infarto em mulheres e, por nem sempre vir acompanhada de dor no peito, pode ser confundida com outras doenças. Entretanto, a falta de ar é um sintoma de que o coração pode não estar funcionando adequadamente e, por este motivo, afetar o bom funcionamento dos pulmões.

5. Batimentos cardíacos irregulares

Os batimentos cardíacos irregulares ou arritmias são frequentes nos infartos que acometem mulheres. Neste caso, o coração começa a bater mais rápido causando as palpitações sem dor no peito ou qualquer outro motivo aparente.

6. Dor na barriga e enjoos

A dor abdominal que acontece nos infartos frequentemente começa no estômago com uma sensação de queimação, azia ou peso. Os enjoos também podem ocorrer.

Estes sintomas, no entanto, nem sempre são associados ao infarto cardíaco, sendo tratados como um problema digestivo simples, retardando o inicio do tratamento correto.

7. Dor nas costas

Mulheres que estão infartando podem sentir uma dor em pontada muito forte na costas que pode ser localizada ou irradiar-se por toda a região. Esta dor é muito confundida com um mau jeito nas costas, especialmente, porque não vem acompanhada de dor no peito.

Diferenças no infarto entre mulheres e homens

A principal diferença nos sintomas de infarto entre homens e mulheres é que nas mulheres, frequentemente, a dor no peito não está presente e, além disso, apresentam os sintomas atípicos: cansaço excessivo sem causa aparente, dor no queixo, falta de ar, dor abdominal, batimentos cardíacos irregulares e dor nas costas.

Por motivos ainda não esclarecidos, os sintomas de infarto em mulheres são mais difíceis de se identificar como infarto. Por esta razão, o tratamento demora mais a ser iniciado e as mulheres podem apresentar maior risco de morte.

Os sintomas clássicos de infarto, bastante característicos nos homens e que também ocorrem em mulheres são: dor em aperto no peito que irradia para as costas, maxilar e braço esquerdo. A dor no peito não cessa com o repouso e pode vir acompanhada de falta de ar, cansaço e desconforto no estômago.

Se você perceber qualquer um deste sintomas, procure um pronto-socorro o mais rápido possível.

Como saber se estou tendo um infarto?

Alguns passos são importantes para identificar um infarto.

Passo 1: se você apresenta sintomas típicos ou atípicos de infarto que duram mais de 20 minutos

Sintomas atípicos de infarto (em mulheres):

  • Cansaço excessivo sem causa aparente
  • Dor no queixo
  • Falta de ar
  • Dor abdominal
  • Batimentos cardíacos irregulares
  • Dor nas costas

Estes sintomas podem começar repentinamente sem qualquer esforço, estresse emocional ou mesmo quando a mulher se encontra em repouso.

Sintomas clássicos de infarto:
  • Dor em aperto no peito que irradia para as costas, maxilar e braço esquerdo
  • Dor no peito que não cessa com o repouso e que pode vir acompanhada de falta de ar, cansaço e mal-estar no estômago

No caso de você identificar estes sintomas, dirija-se rapidamente ao serviço de emergência.

Passo 2: você pertence a algum grupo de risco para doenças do coração?

Antes de qualquer coisa, é necessário avaliar se você está no grupo de risco para as doenças cardíacas. Neste grupo estão:

  • Diabéticas
  • Pessoas com pressão alta
  • Portadoras de colesterol elevado
  • Fumantes
  • Sedentárias
  • Obesas
  • Pessoas com elevado nível de estresse

Estas características aumentam o risco para o desenvolvimento do infarto. Se você se enquadra em um ou mais grupos de risco, é importante o acompanhamento em consultas periódicas anuais com um cardiologista ou médico de família.

Infarto silencioso em mulheres

As mulheres podem ainda sofrer infarto sem sentir sintoma algum, chamado de infarto silencioso. Para evitar estes casos, é importante efetuar uma consulta clínica anual com o médico de família para avaliar os fatores de risco e realizar exames de rotina caso haja indicação. Dessa forma, você poderá identificar o risco de infarto e preveni-lo da maneira indicada pelo médico.

Ao sentir qualquer sintoma de infarto, especialmente, se você tiver pressão elevada, for diabética, tiver colesterol elevado ou história familiar de infarto, procure um pronto-socorro.

Iniciar rapidamente o tratamento aumenta as chances de sobreviver ao infarto.

Leia também:

O que é uma isquemia cerebral? Quais os sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A isquemia cerebral, é a falta de sangue em uma região do cérebro, causada pelo entupimento da artéria que leva o sangue até essa região.

Tem como principais causas, a presença de um coágulo ou placas de gordura, que impedem a passagem do sangue. Com isso, chega menos oxigênio e menos açúcar no cérebro, desencadeando os sintomas de acordo com a área que foi atingida.

A isquemia é conhecida também por derrame cerebral ou Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico.

Quais são os sintomas de uma isquemia cerebral?

Os primeiros sintomas de uma isquemia são:

  • Diminuição de força - a pessoa não consegue levantar ou manter por pelo menos um minuto, um dos braços ou uma das pernas,
  • Dificuldade de falar - parece que a língua fica adormecida ou "enrolada", e a pessoa não consegue falar o seu nome inteiro ou uma frase simples,
  • "Boca torta" - a assimetria no rosto faz a boca parecer torta, e acontece devido ao enfraquecimento dos músculos de um lado apenas do rosto,
  • Formigamento - diminuição da sensibilidade ou sensação de formigamento em um dos membros, ou um lado inteiro do corpo, inclusive rosto,
  • Perda da visão - a vista fica borrada, ou perde completamente a visão em um dos olhos, de início súbito,
  • Falta de equilíbrio - tonturas, desequilíbrio e dificuldade de se manter de pé ou caminhar em linha reta, pode ocorrer quando a isquemia atinge o cerebelo,
  • Confusão mental - a pessoa fica confusa, diz frases sem sentido ou não reconhece pessoas próximas.

Havendo um ou mais desses sintomas, de início súbito, é fundamental que procure uma emergência médica ou ligue para o SAMU 192.

Quais são os tipos de AVC?

Existem basicamente dois tipos de AVC, aquele que ocorre devido à falta de sangue, o AVC isquêmico e o AVC hemorrágico, quando a artéria se rompe, causando uma hemorragia cerebral.

Entretanto, quando a isquemia se resolve rápida e espontaneamente, sem deixar sequelas, chamamos de Isquemia transitória (AIT).

1. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (Isquemia cerebral)

O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico ou isquemia cerebral, é o tipo mais comum de AVC. A presença de um coágulo ou placa de gordura impede que o fluxo normal de sangue chegue até o cérebro.

Quando essa obstrução ocorre em um grande vaso, ou quando dura muitas horas, a falta de sangue e de oxigênio causam a morte de neurônios, e essa região para de realizar as suas funções.

Os sintomas são muito variados porque dependem da área que foi acometida. Se a isquemia ocorrer na área da fala, a pessoa pára de repente de falar; quando atinge a área responsável pela força do braço direito, esse braço fica pesado, ou paralisado, e assim por diante.

2. Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico

Felizmente o Acidente Vascular Hemorrágico, é o tipo menos comum. Nesse caso o que acontece é a ruptura de uma artéria dentro do cérebro, e não uma isquemia. As causas principais são o aumento da pressão e a presença de aneurisma cerebral.

O sangue fora da artéria (hemorragia), é bastante irritativo para o cérebro. Os sintomas são de muita dor de cabeça, de início súbito, algumas pessoas descrevem como a pior dor de suas vidas, ou como "uma bomba estourando dentro da cabeça", e nenhum remédio alivia. É comum ainda apresentar rigidez de nuca (pescoço duro) e vômitos intensos.

É o acidente vascular cerebral mais grave e com maior risco de mortalidade.

3. Isquemia Cerebral Transitória ou Ataque Isquêmico Transitório (AIT)

É uma isquemia "temporária", provocada pela falta de circulação sanguínea para uma área do cérebro, que dura pouco tempo, a circulação é restabelecida rapidamente, sem medicamentos ou tratamentos.

Pode haver todos os sintomas típicos de uma isquemia, mas que desaparecem completamente quando a circulação normal retorna.

Por muito tempo o critério para AIT era baseado no tempo dos sintomas, ou seja, sintomas que duravam menos de 24 horas eram considerados AIT. Entretanto, pesquisas mostraram que não era uma forma correta para essa definição. Atualmente, se a morte de neurônios é confirmada no exame de imagem, é considerado AVC mesmo que não observe sequelas.

Importante ressaltar que o AIT é um fator de risco para o AVC. A pessoa que já teve um AIT, comprovadamente possui um risco muito maior de desenvolver um AVC isquêmico no futuro, especialmente dentro dos próximos meses, do que outras pessoas.

Existe tratamento para a isquemia cerebral?

Sim. O melhor tratamento atual, é a trombólise. Uma medicação administrada pela veia, para dissolver o coágulo que está impedindo o fluxo de sangue para o cérebro. Quanto mais rápido conseguir dissolvê-lo e o sangue voltar a nutrir aquela área, menor o risco de uma sequela.

No entanto, essa medicação só pode ser usada quando a pessoa consegue chegar a uma emergência dentro das primeiras 4 horas do início dos sintomas. Existem ainda alguns critérios de contraindicação, mesmo que chegue a tempo, que são principalmente o uso de anticoagulantes e cirurgias recentes.

Caso não tenha indicação da trombólise, seja pelo tempo de chegada ao hospital ou por alguma contraindicação, outras medidas são importantes e devem ser iniciadas tão rápido quanto possível, como:

  • Manter os sinais vitais adequados (pressão arterial controlada, batimentos cardíacos regulares e a temperatura do corpo normal;
  • Inciar o quanto antes o tratamento de reabilitação, com terapia da fala, terapia ocupacional e fisioterapia, conforme os sintomas de cada paciente;
  • Cirurgia, mais raramente, mas pode ser preciso, por exemplo, nos casos de obstrução grave de artéria carótida;
  • E após a fase aguda, seguir com acompanhamento médico, para controle dos fatores de risco, evitando um novo evento de AVC.
E para a isquemia transitória, qual deve ser o tratamento?

O tratamento primordial da isquemia transitória é de prevenir um AVC Isquêmico!

A prevenção deve ser feita como o controle de doenças, controle rigoroso da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de açúcar (glicemia) no sangue.

Para os fumantes é recomendado deixar de fumar. Todos são aconselhados a iniciar uma atividade física regular e seguir uma dieta balanceada que poderá ser melhor orientada por um nutricionista.

Além disso, são administrados medicamentos que reduzem o risco de AVC: As estatinas, que reduzem o colesterol ruim, e os anticoagulantes e/ou antiplaquetários, para reduzir a formação de coágulos.

É possível prevenir as isquemias cerebrais?

Sim. Para prevenir a isquemia cerebral (acidente vascular cerebral) é preciso manter hábitos e um estilo de vida saudável:

  • Evitar alimentos gordurosos;
  • Manter uma alimentação saudável com baixo teor de sal e rica em frutas, verduras, cereais integrais e carnes magras;
  • Praticar atividade física regularmente orientada por um educador físico e após avaliação médica, pelo menos 4x por semana;
  • Não fumar;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Cuidar das doenças crônicas, fazendo uso regular das suas medicações diárias, principalmente cuidar da pressão arterial, colesterol e açúcar no sangue.
Quais são os fatores considerados de risco para desenvolver uma isquemia cerebral?
  • Pressão alta;
  • Colesterol elevado (especialmente o LDL);
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Sedentarismo (falta de atividade física);
  • Idade avançada,
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  • Alimentação ruim, rica em sal e gorduras;
  • Portadores de doenças cardíacas.
A isquemia cerebral deixa sequelas?

Sim. A isquemia pode deixar sequelas se acometer uma área muito extensa do cérebro e se não for tratada rapidamente.

As sequelas mais comuns são:

  • Paralisia facial;
  • Paralisia do braço e/ou perna de um dos lados do corpo;
  • Dificuldade de falar ou engolir;
  • Perda da coordenação motora;
  • Cegueira;
  • Dificuldade de memória;
  • Alterações psicológicas como a depressão.

Profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos podem auxiliar a minimizar as sequelas ou mesmo a recuperação das funções perdidas.

É importante que o acompanhamento do neurologista desde o início do quadro de isquemia até a recuperação das funções neurológicas perdidas.

Não deixe de buscar rapidamente um pronto-socorro sempre que algum sintoma de isquemia cerebral seja percebido.

Referência:

Rede Brasil AVC