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Muco branco nas fezes: as 10 causas mais comuns e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As causas mais comuns de muco branco nas fezes são a intolerância a lactose, doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn e retocolite, tumores ou infecção.

O muco intestinal normal, é uma secreção de aspecto gelatinoso, amarelo-claro, produzida em pequena quantidade pela parede do intestino, para lubrificar e facilitar a passagem das fezes.

A presença de muco branco nas fezes sugere um processo inflamatório na parede do intestino. Entenda um pouco mais sobre as causas mais comuns e as suas características.

1. Intolerância a lactose

A lactose é o açúcar encontrado no leite e seus derivados, como queijos e iogurtes. Pessoas com intolerância à lactose possuem dificuldade em quebrar e absorver essa substância. Com isso, o açúcar se deposita na parede do intestino, causando uma inflamação.

Sintomas: Diarreia com muco branco, dores abdominais, falta de apetite e perda de peso.

Tratamento: Dieta com restrição total ou parcial de lactose. Nem sempre é preciso a restrição absoluta desses alimentos, principalmente, para crianças em fase de desenvolvimento. Sendo assim, o mais indicado é que procure um profissional da área, nutrólogo ou nutricionista, para avaliação e orientação quando a dieta, caso a caso.

2. Doença de Crohn

A doença de Crohn é uma doença inflamatória crônica, que causa lesões na parede do sistema gastrointestinal, em qualquer região, da boca até o ânus, embora seja mais frequente acometer o intestino. É uma doença hereditária, com importante comprometimento na qualidade de vida do paciente.

Sintomas: Diarreia frequente, com a presença de muco branco ou amarelado e por vezes, sangue nas fezes. Além disso, é comum a presença de dores abdominais, perda de peso, cansaço e desnutrição.

Tratamento: A doença ainda não tem cura, e o tratamento se baseia em reduzir a inflamação e aliviar os sintomas. Os medicamentos mais usados são os corticoides, mesalazina, imunossupressores e orientação alimentar. A cirurgia é menos frequente, porém em alguns casos pode ser indicada.

3. Retocolite ulcerativa

Doença inflamatória intestinal crônica, de origem autoimune, semelhante à doença de Crohn, mas que atinge o intestino grosso, causando uma inflamação contínua. A doença está relacionada ainda a um maior risco de câncer no intestino.

Sintomas: Episódios de diarreia recorrente e frequente, com presença de muco branco, com ou sem sangue nas fezes, urgência em evacuar, dor e desconforto no ânus e dor abdominal que alivia após a evacuação.

Tratamento: O objetivo do tratamento é a melhora na qualidade de vida dessas pessoas, com a redução do número de crises e do risco de evoluir para câncer. Os medicamentos mais indicados são a mesalazina, corticoide, imunossupressores e mais raramente, cirurgia.

4. Doença celíaca

A doença celíaca tem origem genética e autoimune. É caracterizada por reações inflamatórias na mucosa intestinal, quando em contato com alimentos ricos em glúten como o trigo, centeio, cevada e aveia.

Sintomas: Diarreia prolongada, por mais de 3 semanas na maioria das vezes, com muco esbranquiçado ou amarelado nas fezes. Pode haver ainda, sangue nas fezes, dores abdominais, náuseas, perda de peso e, nas crianças, irritabilidade, deficit no crescimento e acompanhamento escolar.

Tratamento: Dieta rigorosa, evitando alimentos que contenham glúten e deve ser iniciada assim que seja confirmada a doença. Em geral, o diagnóstico depende de uma biópsia intestinal.

5. Síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável é uma doença funcional, mais comum entre as mulheres de meia-idade, onde o intestino apresenta uma sensibilidade aumentada a determinados alimentos, estresse ou infecções. Com isso aumenta o peristaltismo dando origem aos sintomas gastrointestinais.

Sintomas: Cólicas abdominais frequentes, diarreia que pode vir com muco branco ou amarelo-claro, intercalando com períodos de constipação, excesso de gases e flatulência.

Tratamento: A primeira medida deve ser identificar e tratar o agente causador dos sintomas. No caso de alimento, evitá-lo. Para casos de ansiedade, procurar um psicólogo e tratamento específico.

Uma dieta balanceada e atividade física regular também contribuem para a redução dos sintomas. E mais recentemente, um tratamento promissor, é o transplante de microbiota fecal.

6. Câncer

As células tumorais em crescimento desordenado, estimulam uma produção excessiva de muco.

Sintomas: Fezes com muco esbranquiçado ou amarelado, perda de peso e, menos frequentemente, dores abdominais.

Tratamento: O gastroenterologista e o oncologista devem solicitar um biópsia para determinar o tipo, a extensão e gravidade do tumor, para só então planejar o melhor tratamento. O tratamento definitivo pode incluir cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia.

7. Diverticulite

Os divertículos são pequenas bolsas formadas na parede do intestino, comum em pessoas idosas, que podem não causar sintomas, até que aconteça uma inflamação, a diverticulite.

Sintomas: Dor abdominal, na região inferior esquerda na grande maioria das vezes, diarreia com muco branco, febre e mal-estar.

Tratamento: Se houver sinal de infecção, o tratamento é feito com antibióticos e nos casos mais graves, pode ser preciso cirurgia de urgência.

A dieta rica em fibras e boa hidratação, evita a constipação e reduz o risco de uma crise de diverticulite.

8. Fissura anal

A fissura é uma ferida linear na mucosa do ânus, que acomete tanto homens quanto mulheres, em qualquer faixa etária. Traumas, fezes endurecidas e diarreia infecciosa são as causas mais comuns, mas doenças inflamatórias e vasculares também dão origem a essa ferida.

Sintomas: Dor anal intensa, por horas após uma evacuação, diarreia com muco branco e/ou sangue vivo nas fezes.

Tratamento: Dieta rica em fibras, aumento da ingesta de água, laxantes, gel de lidocaína tópico e banhos de assento são a primeira opção de tratamento. Para os casos crônicos e que não respondem, pode ser indicada cirurgia de correção da ferida.

9. Hemorroidas volumosas

A presença de hemorroidas de grande volume também causam inflamação na parede do intestino e maior produção de muco esbranquiçado.

Sintomas: Diarreia com muco branco, sangue nas fezes de coloração vermelho vivo, coceira e dor anal.

Tratamento: Dieta rica em fibras e aumentar o consumo de água por dia, a fim de evitar fezes endurecidas e/ou constipação. Medicamentos tópicos para aliviar os sintomas e cirurgia para os casos de ruptura ou obstrução retal, pelo volume da hemorroida.

10. Gastroenterite

Nas infecções intestinais, as bactérias dão origem a inflamação na mucosa do intestino, responsável pela maior presença de muco e por vezes, de sangue nas fezes.

Sintomas: Diarreia com muco branco, pus e/ou sangue, febre, dor na barriga, mal-estar e fraqueza. A criança pode inclusive desenvolver desidratação rapidamente, é preciso estar atento.

Tratamento: Dieta balanceada, sem deixar de se alimentar, muita água, especialmente em crianças e antibiótico.

Quando procurar um médico?

Sempre que perceber um aumento exagerado de muco nas fezes, seja ele branco, amarelado ou esverdeado, é importante informar ao seu médico de família ou gastroenterologista para avaliação.

Especialmente nos casos de muco associado a:

  • Febre (temperatura axilar acima de 37,8º)
  • Emagrecimento
  • Sangue nas fezes
  • Feridas ou fissuras no ânus

O médico gastroenterologista é o especialista para avaliar, diagnosticar e tratar esses casos.

Saiba mais sobre a presença de muco nas fezes nos artigos:

Muco nas fezes durante a gravidez é normal?

Fezes com muco em bebês e crianças é grave? O que pode ser?

Referências:

  • FBG - Federação Brasileira de Gastroenterologia
  • Mayo Clinic - Chron's disease overview. 2020.
  • Mahesh Gajendran, et al.; A comprehensive review and update on ulcerative colitis. Dis Mon. 2019 Dec;65(12):100851.
  • Alexandros Hadjivasilis, et al.; New insights into irritable bowel syndrome: from pathophysiology to treatment. Ann Gastroenterol. Nov-Dec 2019;32(6):554-564.
Omeprazol para esofagite e dor no estômago. Quanto tempo demora para fazer efeito?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Normalmente, o omeprazol produz uma melhora rápida dos sintomas, dentro de poucos dias. Entretanto, feridas como úlceras e inflamação na parede do esôfago e estômago, podem levar até 8 semanas para cicatrização completa.

Pode ser necessário usar também algum antiácido, juntamente como omeprazol, para ajudar a aliviar as dores estomacais, mas sempre conforme a orientação médica.

Se você está tomando omeprazol duas semanas e não melhorou muito, deve primeiro falar com o seu médico gastroenterologista, que irá avaliar a necessidade de fazer ou não outra investigação.

Contudo, verifique se você está tomando o omeprazol da forma correta, em jejum, 15 minutos antes de cada refeição; vale também confirmar a data de validade do medicamento, e se tem seguido as orientações quanto a alimentação adequada para quem tem diagnóstico de gastrite ou esofagite. Se o medicamento não for usado corretamente, ele pode não produzir os efeitos esperados.

Como tomar omeprazol corretamente?

O correto é tomar o omeprazol antes das refeições, de preferência 15 minutos antes do café da manhã. Se for prescrito mais de uma vez ao dia, sempre 15 minutos antes de cada refeição.

Se tiver dificuldade em engolir as cápsulas, abra-as e misture o conteúdo com um pouco de suco de fruta ou água fria e beba imediatamente. Nunca mastigue ou macere os comprimidos.

Não mastigue os microgrânulos do interior das cápsulas e não os misture com leite.

Mesmo que você já esteja se sentindo melhor, não interrompa o tratamento antes do tempo determinado pelo médico.

Saiba mais sobre o tratamento da esofagite em:

Esofagite erosiva tem cura? Qual o tratamento?

Cuidados com a alimentação para quem tem refluxo

Leia também:

Quais os sintomas do H. pylori?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O H. pylori não causa sintomas na grande maioria das pessoas infectadas. A presença de sinais e sintomas indica que o H. pylori já provocou alguma doença no estômago, como gastrite, úlcera ou ainda câncer de estômago.

A gastrite pode causar dor e distensão no abdômen, náuseas e vômitos, sensação de queimação no abdômen ou no peito, perda de apetite, sensação de saciedade precoce, mesmo com pequena quantidade de alimento ingerido.

O principal sintoma da úlcera gástrica é uma dor em queimação na "boca do estômago", que começa 2 a 3 horas depois de uma refeição. Quando o estômago está vazio, no meio da noite, a dor aparece e geralmente melhora depois que a pessoa come alguma coisa.

Já os sintomas do câncer gástrico podem incluir vômitos com sangue, sensação de inchaço no estômago após as refeições ou sensação de satisfação precoce durante as refeições, dor abdominal tipo úlcera, azia forte, náuseas e vômitos, perda do apetite, diarreia, emagrecimento, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte, palidez da pele.

O diagnóstico do H. pylori pode ser feito por endoscopia ou métodos não endoscópicos. A endoscopia pode detectar o Helicobacter pylori através do teste da urease ou por pesquisa no tecido do estômago. A bactéria também pode ser cultivada em pequenas amostras obtidas por biópsia durante a endoscopia.

Leia também: Teste de urease positivo, o que significa?

O H. pylori também pode ser detectado através de métodos menos invasivos, como o teste respiratório e a pesquisa para identificar anticorpos no sangue e nas fezes.

Na presença de dor no estômago, azia, náuseas e ou vômitos, procure um médico clínico geral, médico de família ou um gastroenterologista.

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H. pylori positivo é sinal de câncer de estômago?

Distensão abdominal: Quais as causas e como tratar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A distensão abdominal tem como principal causa a produção de gases, muitas vezes decorrentes da ingestão de alimentos e bebidas ou má digestão. Contudo, o abdômen também pode ficar distendido em casos de gravidez, prisão de ventre, síndrome do intestino irritável, verminoses, menstruação ou ainda apendicite. É comum a distensão vir acompanhada por dores abdominais.

Gases

Os gases são produzidos sobretudo durante a digestão de determinados alimentos, tais como leguminosas (feijão, ervilha, grão-de-bico), cebola, couve-flor, repolho, brócolis, ovo (clara), carboidratos (pães, batata, massas), carne de porco, doces em geral, além de bebidas como cerveja, refrigerantes e leite.

Tratamento

Se a causa da distensão abdominal for os gases, o tratamento consiste em evitar os alimentos e bebidas que deixam a barriga inchada. Também é importante mastigar lentamente a comida e evitar falar muito na hora das refeições, já que a pressa, a ansiedade e a própria conversa fazem a pessoa engolir ar juntamente com os alimentos.

Leia também: Excesso de gases: o que pode ser e como tratar?

Constipação intestinal (prisão de ventre)

A constipação intestinal é outra causa comum da distensão abdominal. Muitas vezes também está relacionada com a alimentação, sobretudo devido à pouca ingestão de fibras e água. A prisão de ventre também pode ser decorrente de falta de atividade física, ansiedade, gravidez e menstruação.

Tratamento

Algumas medidas podem ser suficientes para estimular o funcionamento do intestino, tais como aumentar o consumo de água para pelo menos 2 litros, ingerir alimentos ricos em fibras (hortaliças, frutas, aveia) e praticar atividade física regularmente. Alguns casos podem necessitar de medicamentos laxantes, que devem ser usados somente sob orientação médica.

Veja também: O que é prisão de ventre e quais são as suas causas?

Síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável pode causar distensão abdominal, diarreia ou prisão de ventre a seguir às refeições, dor abdominal, gases e cólicas.

Tratamento

O tratamento, mais uma vez, incide sobre as causas da distensão abdominal. Assim, deve-se evitar alimentos e bebidas que provocam gases, mastigar bem os alimentos, evitar comidas gordurosas, álcool, e bebidas com cafeína como café, chá preto e refrigerantes tipo cola.

As porções das refeições devem ser pequenas, lembrando sempre de incluir fibras em todas as refeições do dia. A prática de exercícios físicos também é indicada, bem como o abandono do hábito de fumar e o controle do estresse e da ansiedade.

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Verminoses

A presença de vermes pode provocar distensão e dor abdominal, náuseas, vômitos, fraqueza, emagrecimento, falta ou excesso de apetite, diarreia e constipação intestinal. O tipo de verminose é determinado por exame de fezes.

Tratamento

O tratamento desses casos de distensão abdominal é feito com por medicamentos vermífugos, que matam os parasitas e permitem que sejam eliminados do corpo.

Saiba mais em: Quais são as doenças causadas por vermes?

Menstruação

A distensão do abdômen é um sinal que antecede ou acompanha o período menstrual. O inchaço observado nessa fase é provocado sobretudo pela retenção de líquidos.

Tratamento

Chás diuréticos, como o de cavalinha, ajudam a eliminar o excesso de líquido acumulado no corpo e podem reduzir o inchaço e a distensão abdominal.

Leia também: Quais são os sintomas de TPM?

Gravidez

A distensão abdominal também pode ser um sinal de gravidez. Se a mulher estiver grávida, o primeiro sintoma é o atraso da menstruação. Depois, a barriga começa a crescer e o umbigo fica virado para baixo, as mamas aumentam e ficam mais sensíveis, podendo haver ainda náuseas, cólicas e dores abdominais.

Tratamento

Durante a gestação, é possível adotar as mesmas medidas para combater a prisão de ventre e os gases, o que já contribui para reduzir o desconforto.

Veja também: Barriga inchada pode ser gravidez?

Apendicite

O principal sintoma da apendicite é a forte dor sentida no lado direito do abdômen, acompanhada de distensão abdominal e vômitos.

Tratamento

O tratamento é cirúrgico e a pessoa deve ser levada com urgência a um hospital logo que se verifiquem os primeiros sinais e sintomas.

Também pode ser do seu interesse: Como identificar uma crise de apendicite?

Se a distensão abdominal e outros sintomas persistirem durante pelo menos 3 dias por mês, ao longo de 3 meses, procure um médico clínico geral, um médico de família ou um gastroenterologista para receber um diagnóstico e tratamento adequado.

Saiba mais em: 

Dor abdominal: o que pode ser?

Estou com a barriga inchada, dor e pontadas. O que pode ser e o que fazer?

Tenho diarreia constante. O que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Diarreia constante, que dura 4 semanas ou mais, pode ser sintoma de diversas doenças sistêmicas e/ou distúrbios no aparelho digestivo.

A diarreia crônica pode ser causada por câncer, infecções por vírus (como, por exemplo, HIV/AIDS), bactérias e parasitas, má absorção (doença celíaca, intolerância à lactose), síndrome do intestino irritável, doenças inflamatórias intestinais como doença de Crohn, retocolite ulcerativa, colite microscópica, entre outras.

A remoção cirúrgica da vesícula biliar também pode provocar diarreia constante devido ao aumento da quantidade de ácidos biliares no intestino após a cirurgia. Pacientes com imunidade baixa são frequentemente acometidos por infecções crônicas que também causam diarreia.

Para diagnosticar a origem do desarranjo intestinal, o/a médico/a irá levar em consideração a consistência, a cor, o cheiro e a quantidade das fezes, bem como a presença de sangue e gordura nas mesmas.

Também é importante observar o tempo de duração da diarreia, se há urgência na evacuação, se o/a paciente consegue controlar ou não, se há perda de peso, febre, feridas no corpo, dor articular, entre outros sintomas.

O diagnóstico pode ser confirmado através de exames, como hemograma, testes sorológicos, testes de tolerância à lactose e ao glúten, exame de fezes, biópsia, endoscopia, colonoscopia, entre outros.

O que é diarreia?

A diarreia caracteriza-se pelo aumento do número de evacuações, com fezes líquidas ou semi-pastosas. Dependendo da causa da diarreia, pode haver também vômitos. 

Outros sinais e sintomas que frequentemente podem acompanhar os quadros de diarreia incluem febre, dor abdominal e presença de sangue e/ou muco nas fezes.

Como tratar diarreia?

O tratamento da diarreia é feito de acordo com o diagnóstico e a causa da diarreia. Isso pode incluir hidratação, uso de medicamentos e cuidados com a alimentação. A hidratação pode ser por via oral ou através de soro, dependendo de cada caso. O tratamento da diarreia também pode incluir o uso de antibióticos.

Além disso, é importante ter alguns cuidados quando se está com diarreia, tais como:

  • Beber de 2 a 3 litros de água por dia;
  • Dar preferências a alimentos como arroz, canja, banana, maçã e torradas;
  • Evitar comer frutas, salada, alimentos fritos, embutidos e carnes gordurosas;
  • Evitar bebidas como leite, café, sucos de frutas e bebidas alcoólicas.
Existe algum remédio caseiro para diarreia?

O soro caseiro é uma forma de hidratar e repor os sais perdidos com a diarreia. Para isso, recomenda-se tomar um copo (250 ml) de soro caseiro sempre após cada evacuação.

Como fazer soro caseiro para diarreia

Para preparar o soro caseiro, adicione 2 colheres (sopa) de açúcar e uma colher (café) de sal em 1 litro de água.

Uma vez que a diarreia constante pode ser um sintoma de doenças graves, é muito importante procurar ajuda o quanto antes. Se a diarreia durar mais de 4 semanas, consulte o/a médico/a clínico/a geral ou médico/a de família para avaliação e tratamento.

Qual é a melhor forma de parar o soluço?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem diversas técnicas que ajudam a parar o soluço. Contudo, aquela que parece ter melhores resultados é beber água, principalmente água gelada, porque a mudança abrupta da temperatura estimula a inervação torácica, regulando o funcionamento do diafragma.

Há ainda uma outra forma que era indicada para interromper o soluço, que vem caindo em desuso pelos riscos de engasgos e broncoaspiração, além de não se saber ao certo o seu mecanismo de ação; que seria beber água “ao contrário”, ou seja, inclinando o tronco para a frente ao invés de inclinar normalmente o copo.

Outras formas que comprovadamente auxiliam no término do soluço mais rapidamente, porém sem oferecer riscos para a saúde, são:

1. Prender a respiração

Prender a respiração por alguns segundos, e soltar o ar aos poucos. Esta manobra pode acabar com soluços leves, pois ajuda a relaxar o diafragma e diminui os impulsos nervosos que desencadeiam os espasmos do músculo;

2. Levar um susto

Também pode interromper o soluço, por provocar liberação de adrenalina, que tem efeito sobre o diafragma e sobre sua inervação;

3. Soprar contra resistência

Por exemplo, soprar contra a mão, pois aumenta a pressão intra-abdominal, aumentando a resistência sobre o diafragma, organizando seu funcionamento;

4. Soprar dentro de um saco ou uma bola de aniversário

Pelo mesmo mecanismo, aumentando a pressão intra-abdominal e consequente ajuste no funcionamento do diafragma.

O que é o soluço?

O soluço é o resultado de espasmos ou contrações involuntárias do diafragma, um músculo localizado abaixo dos pulmões, responsável por separar a cavidade torácica da cavidade abdominal, e fortemente relacionado a respiração.

Soluço persistente: o que fazer?

Em geral, os soluços desaparecem espontaneamente em pouco tempo e não precisam de nenhum tipo de avaliação ou tratamento. Porém, soluços persistentes podem ser tratados com medicamentos, hipnose e acupuntura.

Se mesmo assim permanecerem os soluções, embora seja raro, existem ainda opções cirúrgicas, como bloqueio do nervo e implante de marca-passo respiratório.

Portanto, se mesmo depois de realizar as técnicas sugeridas acima, o soluço permanecer por mais de 48 horas, procure um/a médico/a clínico geral ou médico/a de família para uma investigação e orientação de tratamento.

Ardência no estômago depois de comer: o que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Ardência no estômago depois de comer pode ser sintoma de doença do refluxo gastroesofágico, que muitas vezes é confundida com gastrite, azia ou má digestão.

A doença do refluxo caracteriza-se pelo retorno do conteúdo ácido do estômago para o esôfago, devido ao mau funcionamento de uma válvula que separa os dois órgãos chamada esfincter.

Como resultado, o conteúdo gástrico, que inclui também o ácido que ajuda na digestão, volta para o esôfago, que não está preparado para recebê-lo.

Se não for devidamente tratado, o refluxo pode causar esofagite (inflamação do esôfago), podendo ainda provocar um estreitamento do órgão e o aparecimento de úlcera. Esses casos mais graves podem estar relacionados com câncer de esôfago.

Veja também: Refluxo tem cura? Qual o tratamento?

A sensação de ardência ou queimação sobe do estômago em direção à garganta, com regurgitação do ácido estomacal quando chega à boca.

O refluxo é mais comum quando a pessoa bebe em excesso ou come alimentos gordurosos ou muito condimentados, pois relaxam o esfincter e permitem o refluxo gástrico.

Os medicamentos antiácidos apenas aliviam os sintomas de ardência ou queimação, mas não curam o problema.

Sentir ardência no estômago depois de comer deixa de ser normal se o paciente tiver azia e regurgitação duas vezes por semana ou mais. Nesses casos, deve-se consultar o/a médico/a gastroenterologista para avaliar a situação e indicar o tratamento adequado.

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Dores no estômago na gravidez: o que fazer?
Dr. Gabriel Soledade
Dr. Gabriel Soledade
Médico

Dor de estômago é um sintoma muito comum na gestação. Em geral, melhora bastante com mudança no hábito alimentar, mas medicações podem ser necessárias.

A forma mais eficaz de evitar esse problema é fracionar a dieta, ou seja, realizar um número maior de refeições por dia, reduzindo a quantidade de alimentos ingerida em cada refeição. Dessa forma, evita-se que o estômago fique muito cheio e favoreça ao refluxo gastroesofágico.

Além disso, a ingestão de líquidos durante a refeição também prejudica esse aspecto, e é altamente contraindicado.

Evitar a ingestão de alimentos pesados e gordurosos também é fundamental.

Por fim, é muito útil também evitar deitar-se logo após as refeições. Manter a posição sentada durante ao menos uma hora pode ajudar muito.

Em alguns casos, entretanto, pode ser que alguma medicação antiácida esteja indicada.

Por isso, é muito importante que a gestante procure o seu obstetra, para uma avaliação e orientação mais apropriada.

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