Perguntar
Fechar
Quem teve trombose pode doar sangue?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Não. Quem teve trombose arterial ou tem trombose venosa recorrente não pode doar sangue.

Essas duas situações são causas de inaptidão definitiva para doação de sangue. Ou seja, quem já teve trombose arterial ou tem trombose venosa recorrente não pode doar sangue.

A trombose é uma situação em que ocorre o desprendimento de um coágulo sanguíneo que se desloca e obstrui algum vaso sanguíneo, impedindo a circulação do sangue e o provimento de nutrientes para o órgão afetado. A trombose pode ser arterial ou venosa a depender da origem do trombo desprendido.

Existem ainda outros critérios que determinam quem pode ou não ser doador de sangue, estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Em caso de dúvidas, consulte um Hemocentro mais próximo de você.

Quais os sintomas da trombocitose e qual o tratamento?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Trombocitose, ou plaquetas altas, pode não causar sintomas ou podem ocorrer náuseas, vômitos, perda de noção espacial (labirintite) e formigamento nas extremidades.

Muitas vezes não requer tratamento e é temporária. Em alguns casos, especialmente se o número de plaquetas for superior a 1.000.000/mm3, pode ser necessário o uso de ácido acetil salicílico, pelo risco de trombose, e hidroxiureia, um agente citorredutor (que diminui a contagem das células do sangue).

Não há evidência de que seja necessário evitar ou preferir alimentos ou que a prática de outras modalidades de tratamento seja benéfica.

A avaliação da causa da trombocitose e se há necessidade de tratamento deverá ser feita pelo médico hematologista.

Qual é o perigo de ter plaquetas baixas?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

O principal perigo quando as plaquetas estão muito baixas é a hemorragia. Isso acontece por as plaquetas serem células importantes no processo de coagulação do sangue.

As hemorragias graves podem acontecer sem haver outro motivo além das plaquetas muito baixas. Isso é raro (mais frequente quando as plaquetas estão abaixo de 20.000/mm³).

As mais perigosas podem acontecer no aparelho digestivo e no sistema nervoso central (causando acidente vascular cerebral hemorrágico). O AVC hemorrágico é muito grave.

Quando preciso ter cuidado?

É preciso ter cuidado quando as plaquetas estão muito baixas e quando há outros problemas de saúde que podem aumentar o risco de hemorragias. Nos casos em que já houve uma hemorragia, quando há manchas roxas na pele ou mucosas e sangue na urina (hematúria), o risco de hemorragias é muito alto.

A baixa concentração de plaquetas no sangue é chamada plaquetopenia ou trombocitopenia. Quando ela é leve (plaquetas entre 100.000 a 150.000/mm³), deve apenas ser acompanhada pelo médico, através da realização de exames de sangue periodicamente. Esses valores podem ser normais para algumas pessoas.

O risco de hemorragias pode ser maior quando você tem:

  • Problemas de coagulação do sangue
  • Inflamação, infecção ou febre
  • Defeitos anatômicos ou cicatrizes cirúrgicas
  • Plaquetas que não “funcionam” direito

Quando a plaquetopenia é moderada (plaquetas entre 50.000 e 99.000/mm³) ou grave (plaquetas abaixo de 50.000/mm³), algumas condições de saúde que levam à sua diminuição também podem trazer riscos para a saúde. Por isso, é importante investigar a causa para poder tratá-la. Algumas delas são:

  • Câncer com supressão da medula óssea (onde as plaquetas são formadas), como as leucemias e linfomas
  • Problemas de medula óssea
  • Doença autoimune e síndrome antifosfolípide
  • Infecções: infecções virais (vírus causadores de covid-19, HIV, zica, hepatite C, Epstein-Barr) e malária são alguns exemplos
  • Deficiências alimentares: falta de vitamina B12, folato e cobre; excesso de zinco
  • Doença crônica grave do fígado (como a cirrose) e baço aumentado
  • Coagulação intravascular disseminada
  • Infecções bacterianas com sepse (infecção generalizada)
  • Pré-eclâmpsia
O que é feito no caso de hemorragias?

Nesse caso, é possível receber uma transfusão de plaquetas. A transfusão também pode ser realizada antes de um procedimento de urgência que vá causar sangramento (como uma cirurgia).

A quantidade de plaquetas e a frequência das transfusões dependem da concentração / contagem de plaquetas que você tem e da gravidade do sangramento.

Outra situação em que pode ser indicada é para aumentar o número de plaquetas e evitar sangramentos prolongados. Nesses casos e sempre que o risco de hemorragia for verificado com antecedência, outras alternativas podem ser o uso intravenoso de imunoglobulinas (anticorpos) ou de corticoides.

O que faço para tentar evitar as hemorragias?

Evitar as situações em que você pode se machucar é a principal medida. Como há alguns medicamentos que podem ser responsáveis pela baixa contagem de plaquetas, suspender o uso pode ser importante para evitar as hemorragias. O álcool e as drogas também precisam ser evitados.

O risco de hemorragia em qualquer caso em que houver rompimento de vasos sanguíneos será maior quando as plaquetas estiverem muito baixas. Os vasos podem romper:

  • Com um corte
  • Em um acidente
  • Com uma pancada
  • Durante uma cirurgia

Por isso, enquanto as plaquetas estiverem muito baixas, essas situações precisam ser evitadas sempre que possível.

Atividades físicas em geral devem ser evitadas, principalmente as que podem levar a quedas. Dobre o cuidado ao manipular facas, tesouras, objetos de vidro e lâminas.

Em alguns casos, o que causa a plaquetopenia é o uso de medicamentos. Alguns exemplos são:

  • Heparina — que também pode causar trombose
  • Quinina (inclusive na água tônica)
  • Alguns antibióticos: sulfonamidas (como a trimetoprima e o sulfametoxazol), ampicilina, rifampicina e vancomicina são exemplos
  • Paracetamol
  • Cimetidina
  • Carbamazepina, ácido valproico e fenitoína
  • Alguns anti-inflamatórios, como o ibuprofeno e o naproxeno
  • Alguns medicamentos para câncer

Nesses casos, a primeira medida para evitar hemorragias é parar de tomá-lo. O médico irá dizer como parar de usá-lo e substitui-lo, se for necessário. A contagem de plaquetas normalmente volta ao normal entre 5 e 7 dias após a interrupção.

O uso de álcool em excesso e de drogas também podem causar a diminuição das plaquetas.

Há outros riscos quando as plaquetas estão baixas?

Raramente, há risco de trombose venosa ou arterial. Isso pode acontecer principalmente nos casos em que a trombocitopenia foi desenvolvida devido:

  • Ao uso de heparina
  • À administração das vacinas contra o coronavírus da AstraZeneca e Janssen / Johnson & Johnson (muito raro)
  • Ao desenvolvimento de síndrome antifosfolípide (uma doença autoimune que pode ser causada pelo lúpus, uso de alguns medicamentos, infecções e câncer)
  • À coagulação intravascular disseminada (que pode acontecer em caso de infecção bacteriana generalizada, por exemplo)

Tanto as hemorragias quanto a trombose são problemas graves de saúde. Os casos graves de plaquetopenia necessitam de acompanhamento e tratamento urgentes para preveni-las.

Você pode querer ler:

O que fazer para aumentar a contagem de plaquetas?

Qual a quantidade normal de plaquetas?

Quais as causas de plaquetas baixas?

Quais são os sintomas de plaquetas baixas?

O que fazer em caso de plaquetas baixas?

Não consigo aumentar nível das plaquetas. O que fazer?

Referências:

UpToDate. Platelet transfusion: Indications, ordering, and associated risks

UpToDate. Diagnostic approach to the adult with unexplained thrombocytopenia

Sangue A+ e B+, a filha nasceu AB-, é possível?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim. Pais Rh + heterozigóticos podem ter filhos com Rh - em 25% das vezes, isto porque a transmissão do fator Rh depende de dois alelos genéticos o R e o r, que se relacionam através de uma relação de dominância.

Pais que são Rh positivo podem apresenta o seguinte par de alelos RR ou Rr. Se ambos forem heterozigóticos, ou seja, apresentarem o par Rr, os filhos podem apresentar:

  • RR: situação que se traduz num fator Rh positivo. Tem 25% de probabilidade de acontecer.
  • Rr: nessa situação pela relação de dominância também o fator Rh é positivo. Tem 50% de chance de acontecer.
  • rr: essa situação se traduz por dois alelos recessivos, portanto, é quando o filho irá apresentar o fator rH negativo. Tem probabilidade de 25% de ocorrer.
Grupos sanguíneos do sistema ABO

A principal forma de classificação do tipo sanguíneo é através do sistema ABO. Esse sistema foi criado através da análise dos antígenos e dos anticorpos. Os antígenos são estruturas moleculares presentes na superfície das hemácias (glóbulos vermelhos) e os anticorpos são moléculas presentes no plasma sanguíneo, que fazem parte do nosso sistema de defesa e atuam sobre esses antígenos.

Nesse sistema existem quatro tipos de grupos sanguíneo: tipo A, B; AB e O.

  • Grupo A: possui antígeno A nas hemácias e anticorpos anti-B no plasma;
  • Grupo B: possui antígeno B nas hemácias e anticorpos anti-A no plasma;
  • Grupo O: Não possui nenhum antígeno e apresenta os anticorpos anti-A e anti-B no plasma;
  • Grupo AB: Possui os antígenos A e B nas hemácias e não possui nenhum anticorpo.
Grupo sanguíneo do sistema Rh

É possível que as hemácias apresentem um outro antígeno, a esse antígeno deu-se o nome de fator Rh quando foi descoberto. Quando o fator Rh está presente nos glóbulos vermelhos o tipo sanguíneo é Rh positivo, quando ele está ausente tem-se o Rh negativo. Portanto, qualquer tipo sanguíneo do sistema ABO pode apresentar o Rh negativo ou Rh positivo.

Também pode ser do seu interesse:

Pai A- e mãe O+ qual o tipo sanguíneo do filho?

De quanto em quanto tempo posso doar sangue?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A mulher pode doar sangue a cada 90 dias, respeitando o limite de 3 doações por ano.

O homem pode doar sangue a cada 60 dias, não devendo passar de 4 doações por ano.

Esse intervalo deve ser dado para que as células sanguíneas sejam repostas pelo organismo e, dessa forma, evite situações como anemia.

Nesse intervalo, o organismo irá repor as reservas de ferro e irá renovar as células do sangue. Com isso, a doação não acarretará em danos ou deficiências nutricionais para a pessoa.

Se você tem entre 18 e 69 anos e pesa no mínimo 50 Kg, procure um Hemocentro próximo de você para doação de sangue.

Doar sangue é um procedimento simples, seguro e que pode salvar vidas.

Uma infecção no sangue pode virar leucemia?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não. Uma infecção no sangue não se transforma em leucemia, entretanto, a leucemia aumenta o risco de infecções, porque a doença reduz a quantidade de anticorpos no organismo.

A leucemia é um tipo de câncer, que atinge a medula óssea, interferindo na sua função de produzir as células do sangue, as hemácias, plaquetas e os glóbulos brancos.

Os glóbulos brancos, por sua vez, são os responsáveis pela formação dos anticorpos. Com menos anticorpos, o organismo tem uma queda da imunidade e maior risco de infecções.

O que é infecção no sangue?

A infecção no sangue é a presença de germes, na corrente sanguínea, que também recebe o nome de sepse ou septicemia.

Qualquer infecção no organismo, seja de pele, problemas dentários ou uma pneumonia, pode virar uma sepse, se o germe não for devidamente combatido. Para combater os germes, o corpo precisa produzir anticorpos, além de receber as medicações antibióticas.

Por isso, pessoas com a imunidade baixa, como acontece nos casos de leucemia, estão mais propensas a desenvolver infecções de repetição e infecções graves (sepse).

O contrário já não acontece. Uma infecção não é capaz de alterar a função da medula óssea, portanto não causa leucemia.

O que é leucemia?

A leucemia é um tipo de câncer comum na população, especialmente em crianças, onde a medula produz menos glóbulos brancos, as células responsáveis pela nossa defesa do corpo. Com isso aumenta o risco de infecções.

A evolução da doença atinge também a produção de hemácias e plaquetas, levando ao quadro de anemia e sangramento espontâneo sem motivo aparente.

A causa da leucemia não está bem definida, porém, tem forte relação com a história familiar, quimioterapia, radioterapia, exposição agrotóxicos, entre outros.

A infecção no sangue, mesmo quando grave, ainda não foi relacionada a casos de leucemia.

Sintomas da leucemia

Os sintomas da leucemia variam um pouco de acordo com o tipo da doença, se aguda, crônica, linfocítica ou mielocítica, mas, em geral, incluem:

  • Febre (sem causa aparente),
  • Infecção de repetição,
  • Anemia (palidez, cansaço, sonolência),
  • Manchas roxas na pele,
  • Episódios de sangramento espontâneo (sangramento gengival, manchas na pele, dificuldade de cicatrização).
Leucemia tem cura? Qual é o tratamento?

Às vezes. Alguns casos podem ser curadas, enquanto outras apenas controladas. O tratamento pode incluir quimioterapia, radioterapia, transplante de medula óssea, cirurgia para remover o baço e terapias biológicas e direcionadas.

O médico hematologista é o especialista indicado para diagnosticar e tratar a leucemia.

Conheça ainda mais sobre esse tema nos artigos:

Referências:

Abrale - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia.

INCA - Instituto Nacional do Câncer (Brasil).

Charles A Schiffer, et al.; Clinical manifestations, pathologic features, and diagnosis of acute myeloid leukemia. Aug 15, 2019.

O que é anemia falciforme?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Anemia falciforme é uma doença hereditária que afeta os glóbulos vermelhos do sangue. Essas células, conhecidas como hemácias, são responsáveis pelo transporte do oxigênio para os diversos tecidos do corpo.

A pessoa com anemia falciforme apresenta um formato diferente de hemácia que fica em forma de foice. Com essa alteração no formato, o transporte do oxigênio fica limitado e a pessoa poderá apresentar certas complicações.

Ao nascer, a anemia falciforme pode ser diagnosticada pelo teste do pezinho. Nas demais idades, a anemia falciforme poderá ser investigada a partir do quadro clínico e confirmada por exames laboratoriais, como por exemplo, a eletroforese de hemoglobina.

Quais são os sintomas da anemia falciforme?

A anemia falciforme pode causar diversos sintomas, tais como crises dolorosas, dores articulares, palidez, cansaço, icterícia, atraso no crescimento e feridas nas pernas.

A partir do diagnóstico de anemia falciforme, a pessoa deverá ser acompanhada continuamente para manter uma qualidade de vida adequada, controlar as dores e prevenir infecções.

Qual é o tratamento para anemia falciforme?

O tratamento da anemia falciforme inclui o uso de medicamentos, medidas e cuidados especiais. O objetivo do tratamento é controlar as crises de dor e prevenir eventuais infecções que podem ocorrer em diversos órgãos.

Para aliviar a dor, são usados medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios. Em alguns casos de anemia falciforme, pode ser necessário realizar transfusão de sangue.

O transplante de medula óssea pode ser uma opção de tratamento para curar definitivamente a anemia falciforme. No entanto, por ser difícil encontrar doadores compatíveis, essa forma de terapia nem sempre é uma opção.

O tratamento da anemia falciforme inclui também a adoção de uma alimentação saudável, bem como a proteção adequada dos membros inferiores através do uso de meias e calçados adequados. Também é muito importante hidratar-se adequadamente.

A anemia falciforme não tem cura. Contudo, ao ser diagnosticada e tratada adequadamente, com um acompanhamento constante, a pessoa pode ter uma boa qualidade de vida.

O diagnóstico e tratamento da anemia falciforme é da responsabilidade do/a médico/a hematologista.

Quem recebeu sangue pode doar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Quem recebeu transfusão de sangue pode doar sangue, mas precisa esperar 1 ano para fazer a doação. Esse impedimento temporário é necessário para que se tenha a certeza de que a transfusão não transmitiu nenhuma doença infecciosa à pessoa que pretende doar sangue.

Alguém que recebeu transfusão de sangue há menos de 12 meses pode estar ainda no período em que as doenças nem sempre são detectadas nos exames, por isso, fica temporariamente impedido de doar sangue. Esse período é chamado de janela imunológica.

Os 12 meses são considerados uma margem de segurança para se fazer a doação de sangue, pois leva em consideração os períodos variáveis da janela imunológica de diversas doença transmitidas pelo sangue.

Fora esse e outros impedimentos, os requisitos básicos para a doação de sangue são:

  • Estar em boas condições de saúde;
  • Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60 anos;
  • Pesar no mínimo 50 kg;
  • Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
  • Estar bem alimentado;
  • Apresentar documento original com foto emitido por órgão oficial.

Para mais informações, consulte um médico clínico geral ou um médico de família.

Também podem lhe interessar: