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Qual é o tratamento para a dengue?
Dr. Gabriel Soledade
Dr. Gabriel Soledade
Médico

O tratamento para dengue inclui basicamente hidratação e alívio sintomático. A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus, e que se caracteriza, na sua forma clássica (simples), por febre, dor de cabeça atrás dos olhos, dores musculares, dores nas articulações e vermelhão na pele. Nas formas graves, ela pode evoluir para a dengue hemorrágica, em que há sangramento espontâneo, perda de líquido da circulação sanguínea e consequente mau funcionamento dos órgãos.

Por se tratar de infecção viral, não existe um tratamento específico. Sendo assim, o mais importante é tentar evitar a transformação da dengue clássica em dengue hemorrágica.

A forma mais adequada de se fazer isso é por meio da hiper-hidratação, ou seja, o paciente deve ingerir grandes quantidades de líquido. Em alguns casos, pode ser necessário internar a pessoa, e fazer essa hidratação com soro através da veia. Além disso, analgésicos e outros sintomáticos podem ser prescritos no sentido de aliviar as febres e dores.

Leia também: Dengue pode virar hepatite, meningite ou pneumonia?

Todo o tratamento precisa ser indicado e acompanhado por um médico clínico geral ou infectologista.

E é fundamental ressaltar que não devem ser usados medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico ou seus derivados, já que eles podem induzir a graves complicações nos quadros de dengue. No Brasil, esses medicamentos são identificados pelos dizeres "ESTE MEDICAMENTO É CONTRAINDICADO NO CASO DE SUSPEITA DE DENGUE".

Ciprofloxacino pode alterar o ciclo menstrual?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não. A ciprofloxacino é um antibiótico que não interfere no ciclo menstrual, ou seja, o antibiótico não tem relação com atraso da menstruação.

No entanto, a ciprofloxacina é um remédio indicado para infecções, que podem ser a causa do atraso, como uma infecção urinária ou doença inflamatória pélvica (DIP), por exemplo.

Assim, a causa do atraso pode ser o processo infeccioso que está ativo e não a medicação em uso.

O que pode causar atraso na menstruação?
  • Gravidez
  • Infecções
  • Viroses
  • Estresse
  • Exercício físico extenuante
  • Dietas restritivas
  • Uso de medicamentos (rifampicina, corticoides, antipsicóticos, antidepressivos e benzodiazepínicos, quando usados por tempo prolongado).

Embora a gravidez seja a principal causa de um atraso menstrual, existem inúmeras outras causas que devem ser investigadas. Os antibióticos raramente interferem no ciclo menstrual, mas uma das exceções é a rifampicina.

Por todo o descrito, recomendamos que sempre informe ao médico, todos os medicamentos que faz uso, mesmo que não seja de forma regular, para evitar a interação de medicamentos e problemas de efeitos colaterais.

O que fazer no caso de atraso da menstruação?

No caso de atraso menstrual por mais de 15 dias, independente do uso de medicamentos, o recomendado é que realize um teste de farmácia ou exame de sangue, para descartar a gravidez, especialmente se houve relação sem proteção nesse período.

Vale ressaltar que para ser considerado atraso menstrual, a menstruação deve estar ao menos 15 dias atrasada. Antes disso, não é considerado um atraso.

Para mulheres que fazem uso regular de anticoncepcionais, um atraso de poucos dias, que chamamos de irregularidade menstrual, é um efeito colateral comum da medicação, e não deve causar maiores preocupações.

Posso tomar antibióticos durante a menstruação?

Sim. Os antibióticos podem ser usados no período menstrual, desde que seja prescrito pelo médico. O cloridrato de ciprofloxacina ou de norfloxacina não cortam a eficácia dos anticoncepcionais e nem interfere no ciclo menstrual. Assim como a maioria dos antibióticos do mercado.

A rifampicina é um dos raros casos de redução da ação dos anticoncepcionais. Se houver indicação de usar a rifampicina, converse com o seu médico e faça uso de mais um contraceptivo, de barreira como a camisinha, durante o período de tratamento, para evitar uma gravidez não planejada.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Referência:

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Quais são os sintomas da tuberculose pulmonar e como é o tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas da tuberculose pulmonar incluem febre, tosse, transpiração noturna excessiva, mal-estar geral, emagrecimento e perda de apetite. Os sintomas iniciais da tuberculose são leves, de evolução lenta e inespecíficos, podendo ser confundidos com muitas outras doenças.

A febre geralmente é baixa, com tendência para surgir no final da tarde e início da noite. A perda de peso é progressiva, levando a um emagrecimento acentuado após alguns meses que causa grande debilidade física.

O mal-estar geral caracteriza-se como uma fraqueza e fadiga. No início da tuberculose pulmonar, esse mal-estar é sentido principalmente no final do dia e surge junto com a febre. Com a evolução da doença, a fraqueza e a fadiga podem estar presentes durante todo o dia.

Já a tosse pode ser leve e seca no início, tornando-se mais intensa e produtiva com presença de sangue no catarro. Dependendo do grau de evolução da tuberculose, a pessoa pode chegar a tossir sangue.

Qual é o tratamento para tuberculose pulmonar?

O tratamento da tuberculose pulmonar é feito com medicamentos antibióticos. Os remédios devem ser tomados todos os dias, por via oral, durante um tempo que é determinado pelo médico.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente os remédios usados para tratar a tuberculose pulmonar.

Os sintomas diminuem e o paciente melhora significativamente após o início do tratamento. Contudo, é fundamental continuar tomando a medicação até o fim do período estabelecido para evitar recaídas e resistência das bactérias aos antibióticos.

Tuberculose pulmonar é contagiosa?

A tuberculose pulmonar é altamente contagiosa. Por isso, o diagnóstico e tratamento devem ser estabelecidos o quanto antes. Com o início do tratamento, a quantidade de bactérias expelidas pelo paciente reduz bastante, pelo que o risco de transmitir a doença também diminui consideravelmente. 

Veja também: Tuberculose é contagiosa? Como se transmite?

Em caso de tosse com pelo menos 3 semanas de duração, associada aos sintomas descritos anteriormente, consulte um médico clínico geral ou médico de família para uma investigação adequada.

O tratamento da tuberculose pulmonar é da responsabilidade do/a médico/a de família, clínico/a geral, infectologista ou pneumologista.

Dengue pode virar hepatite, meningite ou pneumonia?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. O vírus da dengue pode causar hepatite, meningite viral e favorecer o desenvolvimento de pneumonia bacteriana. Casos de hepatite provocados por dengue não são comuns, mas podem acontecer se o vírus da dengue provocar uma inflamação no fígado (hepatite).

O próprio paracetamol, usado no controle dos sintomas da dengue, pode favorecer o desenvolvimento de hepatite. Isso porque os medicamentos são processados no fígado, o que aumenta a toxicidade e fragilidade do órgão.

O principal sintoma da hepatite nessa situação é a dor abdominal, mas é muito difícil detectar a inflamação no fígado apenas por esse sintoma, pois a própria dengue provoca dor em todo o corpo, inclusive no abdômen.

Dengue e hepatite

O vírus da dengue pode acometer o fígado, causando inflamação do tecido hepático, levando aos sintomas de dor abdominal, icterícia (pele amarelada), sangramento espontâneo e manchas roxas na pele.

Trata-se de uma urgência médica. Na suspeita de hepatite, procure uma emergência médica.

Dengue e Meningite

Casos de meningite viral e outras doença neurológicas, como encefalite e mielite (inflamação no cérebro ou medula espinhal, são frequentemente observadas em pacientes com dengue.

Cerca de 1% a 5% dos casos de dengue provocados pelos vírus da dengue tipos 2 e 3, evoluem para doenças neurológicas.

No entanto, é importante frisar que a meningite resultante da dengue não se transmite pelo ar como a meningite tradicional. Neste caso, o vírus é transmitido pelo mosquito, e no sangue, pode alcançar as meninges e provocar uma inflamação, a meningite.

Tanto a dengue como a meningite podem apresentar sinais e sintomas semelhantes no início, mas que vão se diferenciar bastante na evolução do quadro. A principal diferença é a rigidez de nuca, evidenciada na meningite. Ou seja, o paciente não consegue fletir o pescoço, e encostar o queixo no peito. Esse sintoma não não acontece na dengue, apesar de forte dor muscular.

A boa notícia é que as doenças neurológicas associadas à dengue geralmente são benignas e raramente deixam sequelas. O tratamento é feito com medicamentos específicos e os sintomas normalmente desaparecem em poucos dias.

Dengue e Pneumonia

Já a pneumonia pode aparecer na fase final do quadro de dengue, fazendo com que a febre se estenda por mais de uma semana. Além da pneumonia, quadros de infecções bacterianas associados à dengue são relativamente comuns, tais como otite e faringite, sendo tratados, na maioria das vezes, com antibióticos.

Quais os sintomas da dengue?

A dengue pode causar febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas ou ainda não apresentar nenhum sintoma.

No entanto, a ocorrência dos seguintes sinais e sintomas podem indicar um caso de dengue hemorrágica, que é grave e precisa de intervenção médica urgente, pois pode levar à morte:

  • Manchas vermelhas na pele;
  • Sangramentos no nariz ou gengivas;
  • Dor abdominal intensa e permanente;
  • Vômitos persistentes.

Em caso de suspeita de dengue, não tome nenhum medicamento com ácido acetilsalicílico, como aspirina, pois pode desencadear uma hemorragia. Tome dipirona e procure atendimento médico o mais rápido possível.

Saiba mais sobre esse assunto nos links:

Quais os valores anormais na sedimentoscopia?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A sedimentoscopia é uma das etapas do exame de urina. Analisa células e outros elementos na amostra de urina, através de um microscópio. Os resultados/valores considerados anormais são:

  • Células epiteliais: numerosas
  • Cilindros na urina: presentes
  • Hemácias: várias ou numerosas
  • Cristais na urina: vários ou numerosos
  • Bactérias: presentes
  • Parasitas: presentes

O exame de urina é dividido em três etapas (análise física, química e a sedimentoscopia) e é amplamente utilizado para diagnosticar e/ou acompanhar as doenças renais e do sistema urinário.

Entenda o que significa cada um destes resultados, no exame de sedimentoscopia:

1. Células epiteliais
  • Resultado normal: raras ou algumas
  • Resultado anormal: numerosas

Quando os resultados da sedimentoscopia de urina mostram algumas células epiteliais ou raras células epiteliais, o exame pode ser considerado normal. A presença de poucas células podem ser resultado de uma descamação normal da uretra, ou de contaminação da amostra de urina analisada.

Entretanto, quando as células epiteliais estão presentes em grande número sugere um problema no trato urinário, ou seja, no trajeto pelo qual a urina passa. Deste modo, a lesão pode ocorrer nos rins, ureter, bexiga ou uretra.

2. Cilindros na urina
  • Resultado normal: ausentes
  • Resultado anormal: presentes

Quando existem cilindros na urina, pode indicar problemas renais como uma inflamação renal. A glomerulonefrite, inflamação nos glomérulos, local onde ocorre a filtração do sangue e formação da urina, é um exemplo de presença de cilindros na urina.

3. Hemácias na urina
  • Resultado normal: ausentes ou raras
  • Resultado anormal: várias ou numerosas

A presença de várias ou numerosas hemácias no exame de urina não é considerada normal e pode ser um sinal de lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas nas vias urinárias.

O número aumentado de hemácias (células do sangue) na urina é chamado de hematúria. Dependendo da intensidade, pode ser observada diretamente na urina pela coloração avermelhada, que indica a presença de sangue, ou apenas com uso de microscópio por meio da sedimentoscopia.

4. Cristais na urina
  • Resultado normal: ausentes
  • Resultado anormal: vários ou numerosos

O resultado se refere à análise de cristais anormais na sedimentoscocpia, como cristais de cistina, leucina, tirosina, colesterol e sulfonamidas.

A presença de cristais de carbonato de cálcio, oxalato de cálcio e poucos cristais de ácido úrico é considerado normal. Pode ocorrer devido à pouca ingestão de água, hábitos alimentares ou mudanças na temperatura corporal, acumulando esses cristais.

No entanto, alguns cristais são considerados patológicos (cistina, leucina, tirosina, colesterol e sulfonamidas) e quando presentes na urina podem indicar doenças metabólicas e/ou infecciosas.

5. Leucócitos, piócitos ou glóbulos brancos
  • Resultado normal: raros ou ausentes
  • Resultado anormal: vários ou numerosos

Quando encontrados em pequena quantidade na urina, a presença de piócitos, também chamados de leucócitos ou glóbulos brancos, é considerada normal e sugere uma infecção urinária.

A piúria, como é denominada a urina com grande quantidade de piócitos na urina, indica lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas dos rins, ou de qualquer outra estrutura do sistema urinário.

6. Bactérias
  • Resultado normal: ausentes
  • Resultado anormal: presentes

A presença de bactérias na urina é um achado anormal. Pode ocorrer por contaminação da amostra de urina analisada, em infecções do trato urinário com envolvimento dos rins ou em infecções urinárias simples.

No caso de infecção urinária, além das bactérias, é comum a presença de leucócitos aumentados e presença de cilindros, na sedimentoscopia.

7. Parasitas
  • Resultado normal: ausentes
  • Resultado anormal: presentes

Alguns parasitas podem ser encontrados na sedimentoscopia de urina e o mais comum é o Trichomonas vaginalis. Quando este parasita é encontrado no exame, pode indicar vaginites (infecções vaginais) ou uretrites (infecção da uretra).

Como devo coletar a urina para exame?

O exame de urina não requer nenhum preparo, apenas siga as orientações:

  • Utilize um frasco estéril e com tampa, de preferência fornecido pelo laboratório;
  • Lave as mãos;
  • Lave os genitais com água e sabão;
  • Despreze o primeiro jato de urina e colete o jato do meio (jato médio) sem interrupção do fluxo;
  • Leve ao laboratório, no máximo, até 2 horas após a coleta.

Pergunte ao médico que solicitou o exame sobre a necessidade de suspender alguma medicação que você utiliza.

Recomenda-se que as mulheres não coletem urina no período menstrual, devido à presença de hemácias na amostra, prejudicando o resultado. A não ser que seja realmente necessário, e nesses casos não deixe de informar ao laboratório sobre a menstruação, na entrega da amostra.

A sedimentoscopia deve ser analisada com as outras etapas do exame de urina: análise física (cor, aspecto, densidade) e análise química (pH, proteínas totais, glicose, bilirrubinas, urobilinogênio, corpos cetônicos e nitritos).

O exame de urina completo deve ser analisado pelo médico que o solicitou. Este profissional fará a avaliação do exame considerando a entrevista e exame físico do paciente. Isto assegura um diagnóstico correto e um tratamento eficaz, caso alguma anormalidade seja identificada.

Leia mais: Exame de Urina: como se preparar e entender os resultados

Tipos de fezes: o que o cocô revela sobre a sua saúde?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Observar os tipos de fezes e a sua consistência – forma de fita, em pedaços ou esfarelando, se são grossas ou compridas – pode ajudar você a entender como está a sua saúde gastrointestinal.

Os tipos de fezes indicam se o seu intestino está funcionando de forma lenta ou acelerada, se você está ingerido pouca quantidade de fibras e/ou água na alimentação, presença de carboidratos, gases e gordura.

1. Fezes em fita

Fezes finas e compridas semelhantes à uma fita podem ser um sinal de síndrome do intestino irritável ou de câncer do cólon, especialmente se vierem acompanhadas de sangramento.

No caso da síndrome do intestino irritável, os movimentos intestinais se alteram e o intestino passa a produzir muito muco. Por este motivo, as fezes tomam o formato de fitas semelhantes a serpentina.

As fezes finas e estreitas também podem ser um sinal de câncer de cólon. Entretanto, não é preciso assustar-se de imediato. Além do formato em fita, outros sintomas como coceira anal, sangue nas fezes e perda de peso inexplicável precisam estar associados.

Se você observa que suas fezes têm formato de fita, procure o/a médico/a de família, clínico/a geral ou gastroenterologista.

2. Fezes em pedaços ou esfarelando

Fezes separadas em pedaços, moles, de bordas bem definidas e fácil evacuação são comuns em pessoas que evacuam de 2 a 3 vezes ao dia, o que geralmente ocorre após a ingestão de grandes refeições.

Nestes casos, este tipo de fezes não necessariamente indicam irregularidade e são consideradas normais.

Entretanto, se as bordas do cocô não forem regulares e bem definidas e se boiarem podem indicar que seu intestino está funcionando de forma muito acelerada e que há gases em excesso no intestino. Além disso, pode indicar a presença de gorduras e carboidratos nas fezes.

Fezes em pedaços podem ser consideradas um tipo de diarreia, entretanto ajustes na alimentação podem normalizar o funcionamento intestinal e o formato das fezes.

O/a médico/a de família e o/a nutricionista são profissionais mais indicados para diagnosticar a causa das fezes em pedaços ou esfarelando e para orientar o melhor tratamento.

3. Fezes líquidas

Evacuações com fezes líquidas e sem nenhum pedaço sólido são chamadas diarreia. Estas evacuações podem ser acompanhadas de dor abdominal (dor de barriga), normalmente em cólicas, e podem provocar desidratação.

As diarreias são bastante comuns em crianças e idosos e são sintomas de doenças como:

Intolerância à lactose

A intolerância à lactose é definida pela incapacidade do organismo de digerir a lactose, um tipo de açúcar presente no leite e laticínios. Ocorre devido à deficiência de uma enzima digestiva chamada lactase.

Diarreia, cólicas, náuseas, flatulência (aumento na eliminação de gases) e distensão abdominal (inchaço no abdome) são os sintomas principais da intolerância à lactose.

O tratamento consiste na administração suplementos de lactase e em evitar leite e derivados, a exemplo do queijo e das manteigas. É importante consultar seu/sua médico/a de família, clínico/a geral ou gastroenterologista para o tratamento adequado.

Infecções intestinais

Infecções gastrointestinais provocadas por vírus ou bactérias tem como sintoma principal a diarreia. Pode ocorrer também náuseas, vômitos e dor abdominal.

Estes sintomas se manifestam como uma tentativa do organismo de eliminar o vírus ou a bactéria que está causando a infecção.

O tratamento das infecções intestinais consiste em repouso, aumento da ingestão de água ou soro caseiro e alimentação de fácil digestão como arroz, sopas, frutas sem casca. Nos casos de infecção bacteriana, pode ser indicado o uso de antibióticos.

Veja: Quais os sintomas de infecção intestinal?

O que posso fazer em casa para melhorar a diarreia?

Em casos de episódios repetidos de diarreia é indicado utilizar o soro caseiro. A preparação ajuda a melhorar o quadro diarreico e prevenir e/ou reduzir a desidratação. Receita de soro caseiro:

  • 1 copo de água filtrada ou mineral
  • 2 colheres rasas de sopa de açúcar (equivalente a 20 gramas)
  • 1 colher de chá de sal (equivalente a 3,5 gramas)

Atente para a medidas corretas durante o preparo do soro caseiro. Após o preparo, o soro caseiro tem validade de 24 horas e deve ser ingerido em pequenas quantidades.

Veja: Diarreia: o que fazer?

4. Fezes pastosas ou semi-líquidas

Fezes pastosas ou semi-líquidas com alguns pedaços moles misturados indicam que o funcionamento do seu intestino está muito acelerado. Este tipo de fezes é considerado diarreia.

O tempo reduzido de formação das fezes compromete a absorção pelo organismo de nutrientes e água e por este motivo se tornam pastosas ou semi-líquidas.

A ingestão de fibras na alimentação ajuda a regularizar o funcionamento intestinal e a melhorar a consistência das fezes.

5. Fezes com bolas agrupadas

As fezes com bolas agrupadas têm formato cilíndrico, porém são duras, de difícil eliminação e com bolas agrupadas que podem se soltar. Este tipo de cocô é o mais difícil e doloroso de ser eliminado, uma vez que é muito endurecido.

Além disso, são fezes grandes demais ou muito grossas que podem ser maiores do que o canal anal. Normalmente ocorre em pessoas com:

Prisão de ventre crônica

É caracterizada pela persistente dificuldade de evacuar e pela frequência inferior a 3 evacuações por semana. Além disso, a pessoa faz grande esforço para evacuar e se sente incapaz de esvaziar o intestino completamente.

As fezes são duras e de difícil eliminação. As causas mais comuns de prisão de ventre são o sedentarismo, dieta pobre em fibras e consumo de proteína animal em excesso.

A adoção de uma alimentação com alto teor de fibras (legumes, cereais integrais, frutas e verduras), aumento da ingestão de líquidos (em torno de 2 litros ao dia) e a prática de atividade física costumam trazer bons resultados para quem sofre de prisão de ventre.

Atraso ou retenção na evacuação

O hábito de não atender à necessidade de evacuar, quando ela ocorre, pode comprometer o funcionamento regular dos intestinos. Este hábito promove evacuação com bolas agrupadas, volumosas e de difícil excreção.

Para evitar que isto ocorra é importante não atrasar ou reter a evacuação e ir ao banheiro sempre que sentir vontade.

Fissura anal

A fissura ou úlcera anal consiste em uma laceração (rachadura) na região do ânus. Fezes volumosas, endurecidas e esforço ao evacuar são os sintomas principais de fissura anal. Pode ainda ocorrer sangramento durante ou após as evacuações.

O tratamento consiste na administração de medicamentos emolientes, que tornam as fezes mais macias e fáceis de eliminar, pomadas e banhos de assento.

Hemorroidas

Hemorroidas consistem na presença de veias dilatadas e tortuosas na região inferior do reto e ânus.

O esforço repetitivo durante as evacuações, o trabalho pesado com esforço constante, gravidez e prisão de ventre são as causas mais comuns para o desenvolvimento de hemorroidas.

Pode ocorrer presença de nódulo na região anal, sangramento ao evacuar, prurido (coceira anal), dificuldade e dor ao evacuar, dor ao sentar ou andar, presença de secreção esbranquiçada nas fezes.

O tratamento consiste no uso de medicamento para dor, pomadas emolientes e banhos de assento. Em alguns casos é necessário a remoção cirúrgica da hemorroida.

A regulação intestinal para pessoas que eliminam fezes com bolas agrupadas é feita com a adoção de uma alimentação saudável, especialmente rica em fibras e cereais integrais, que estimule o bom funcionamento do intestino.

Pode ser necessário a realização de exames de sangue e/ou fezes, uso de probióticos e medicamentos com orientação nutricional e do/a médico de família, gastroenterologista ou proctologista.

6. Fezes em bolinhas

Cocô em bolinhas separadas, pequenas, duras e difíceis de sair podem indicar:

  • Alterações na flora intestinal (ausência de bactérias boas);
  • Deficiência de fibras na alimentação.

A ausência das bactérias boas e das fibras na sua alimentação reduzem a retenção de água nos intestinos. Isto faz com que a fezes fiquem duras, ressecadas, provoquem dor ao evacuar e podem levar ao sangramento anal.

Nestes casos, se recomenda:

  • aumentar a ingestão de fibras: adotar uma alimentação equilibrada rica em frutas, verduras e cereais integrais;
  • ingerir bastante água: para evitar que as fezes fiquem ressecadas pelo aumento da ingestão da quantidade de fibras.
7. Fezes amareladas

As fezes amareladas são bastante comuns e podem ser um sinal de diversos problemas diferentes de saúde. É importante que você perceba também o formato e o cheiro das fezes quando elas apresentam a cor amarelada. Isto pode facilitar o diagnóstico feito pelo/a médico/a.

Uma alimentação rica em gordura, infeções intestinais, problemas no fígado, pâncreas e vesícula, giardíase (verminose) doença celíaca e uso de medicamentos são algumas das causas das fezes amareladas.

Se, junto com as fezes amareladas, você sentir febre, dor de cabeça, perda de peso, dor abdominal, sangue nas fezes ou barriga inchada, é importante buscar o/a clínico/a geral, médico/a de família ou gastroenterologista para efetuar um tratamento adequado.

8. Vermes nas fezes

A presença de vermes nas fezes é um sinal claro de infecção por parasitas. Quando não há vermes visíveis, atente para outros sintomas de infecções por estes parasitas como:

  • Barriga inchada;
  • Dor abdominal;
  • Gases em excesso;
  • Diarreia alternada com constipação (prisão de ventre);
  • Coceira no ânus;
  • Cansaço sem razão aparente.

Leia também:

Quais os sintomas de vermes no corpo?

Alimentos fibrosos e ricos em celulose como feijão, milho e vegetais são digeridos com mais dificuldade e podem, algumas vezes, ser encontrados nas fezes.

Atente se há perda de muitos pedaços de alimentos no cocô e se há diarreia constante e perda de peso.

Como devem ser as fezes normais?

O cocô normal tem uma consistência mole e macia com um formato definido semelhante a uma salsicha. A superfície pode ser lisa ou conter algumas rachaduras. Pode também se apresentar em pedaços moles.

Estes diferentes aspectos da superfície das fezes não indicam necessariamente que há alterações, uma vez que seu formato depende dos alimentos que você ingere.

A fezes normais não provocam dor ao evacuar e o ideal é que se evacue diariamente, embora a frequência da eliminação de fezes varie de acordo com a idade e hábitos de vida.

Esteja atento as suas fezes

A maior parte das alterações na consistência das fezes indica problemas na alimentação que são facilmente tratados. No entanto, observar as fezes pode ajudar a diagnosticar mais precocemente algumas doenças gastrointestinais.

Observar as fezes diariamente é um hábito que ajuda a acompanhar a sua saúde gastrointestinal e é muito útil para o diagnóstico de doenças do sistema digestivo.

Se você apresentar alterações como diarreia, dor abdominal e sangramentos que duram mais de três dias, busque um serviço de saúde para atendimento médico.

Leia também:

Quais as causas mais comuns de diarreia?

O que é AIDS e quais os seus sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

AIDS ( do inglês: Acquired Immuno Deficiency Syndrome, SIDA = Síndrome da Imunodeficiência Adquirida​) é uma doença que acomete o sistema imunológico, causada pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana).

A AIDS pode ser definida como um conjunto de sintomas e infecções que surgem devido aos danos causados ao sistema imunológico pelo HIV, que tem como principal alvo os linfócitos T-CD4, células fundamentais para as defesas do organismo.

Quando o número dessas células diminui, o sistema imunológico fica fraco e não consegue combater infecções simples e proteger completamente o organismo. Então, algumas doenças oportunistas se instalam reduzindo ainda mais o potencial do sistema imunológico.

Os sintomas iniciais da AIDS são:

  • Febre entre 38º e 40ºC;
  • Dor de cabeça, dor nas articulações;
  • Aumento de gânglios (ínguas) principalmente na região do pescoço, atrás das orelhas e axilas;
  • Tosse e dor de garganta;
  • Náusea, diarreia, diminuição do apetite, perda de peso (em média 5Kg);
  • Cansaço;
  • Vermelhidão na pele.

Com a progressão da doença e o comprometimento do sistema imunológico, começam a aparecer doenças oportunistas como:

  • Tuberculose;
  • Pneumonia;
  • Alguns tipos de câncer;
  • Candidíase;
  • Infecções do sistema nervoso (toxoplasmose, meningites).

Apesar de não existir um tratamento especifico para a AIDS capaz de eliminar o vírus do organismo, há vários medicamentos que mantêm a doença sob controle e assim, o paciente pode manter sua qualidade de vida.

O tratamento da AIDS é da responsabilidade do/a médico/a infectologista.

O que é PEP?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

PEP é a sigla em inglês para profilaxia pós-exposição. Trata-se da prescrição de medicamentos antirretrovirais para prevenir a infecção pelo HIV, em caso de contato recente com o vírus.

Esses remédios devem ser tomados em até 72 horas depois do contato com o vírus HIV, embora o ideal seja começar a profilaxia pós-exposição (PEP) nas duas horas seguintes à contaminação. O tratamento dura 28 dias consecutivos e não deve ser interrompido.

Os medicamentos usados na PEP (tenofovir, lamivudina, atazanavir, ritonavir) também podem compor uma opção terapêutica para o HIV.

O objetivo da profilaxia pós-exposição é evitar a infecção pelo HIV após a contaminação pelo vírus. Isso é possível porque existe uma breve "lacuna" entre a exposição e a infecção definitiva.

O vírus demora entre 24 e 48 horas para alcançar os gânglios linfáticos e infectar os linfócitos T CD4+ (células de defesa que o vírus utiliza para se multiplicar). Após 72 horas, o HIV dissemina-se pelo sangue.

Por isso é fundamental iniciar a PEP o mais rápido possível e não deixar passar as 72 horas para começar o tratamento. 

A PEP pode ser solicitada por qualquer pessoa que tenha tido uma relação sexual desprotegida, ou seja, sem o uso de preservativo e suspeite de contaminação pelo vírus HIV.

Também é utilizada em casos de violência sexual e acidentes de trabalho que envolvem o contato com seringas, agulhas e outros objetos contaminados, pelos quais é possível haver a transmissão do vírus.

Para mais informações sobre a PEP consulte um médico de família, clínico geral ou infectologista.

Saiba mais sobre a PEP em:

Como funciona a PEP, é eficaz?