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Dores no abdômen, febre, vômito e enjoos, o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Dores no abdômen, febre, vômito e enjoos podem ser sintomas de dengue, intoxicação alimentar (virose), apendicite, entre outras doenças. O melhor a fazer nesses casos é não se automedicar e procurar atendimento médico o mais rápido possível.

No caso da dengue, a pessoa pode apresentar os seguintes sintomas:

  • Febre alta, em torno de 40ºC;
  • Dores musculares;
  • Dor nas articulações;
  • Dor abdominal;
  • Dor de cabeça e nos olhos;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Indisposição;
  • Manchas vermelhas no corpo.

Já a intoxicação alimentar é um tipo de virose do aparelho digestivo, que pode ser causada por vírus (enterovírus) ou bactérias, como a Escherichia coli. São mais comuns no verão e podem causar sintomas como:

  • Diarreia;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Febre;
  • Mal estar;
  • Cólicas intestinais.

As dores no abdômen, a febre, o vômito e os enjoos também podem ser sinais de apendicite e, neste caso, o paciente deve ser submetido a uma cirurgia de emergência o mais rápido possível.

Se o apêndice (porção do intestino que está inflamada) "romper", pode haver extravasamento de fezes para a cavidade abdominal evoluindo com sepse, conhecida por infecção generalizada que pode levar à morte.

Os sintomas típicos da apendicite são:

  • Dor abdominal, por vezes localizada no lado inferior direito (mas nem sempre);
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Febre;
  • Perda de apetite.

Porém, a apendicite também pode provocar outros sintomas, como:

  • Dor na "boca do estômago" ou ao redor do umbigo;
  • Gases;
  • Indigestão;
  • Diarreia ou prisão de ventre;
  • Mal estar geral;
  • A febre pode não estar presente no início dos sintomas, mas pode ocorrer com a evolução do problema.

Por isso, devemos ressaltar que nesse caso o mais adequado é procurar atendimento médico o mais rápido possível para identificar e tratar a causa desse problema.

Como saber se tenho meningite?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os principais sinais e sintomas da meningite, seja viral, bacteriana ou fúngica, incluem:

  • Febre alta;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náuseas, vômitos;
  • Dor no pescoço, rigidez de nuca (dificuldade de encostar o queixo no peito);
  • Mal-estar;
  • Sensibilidade à luz (fotofobia);
  • Manchas roxas na pele (fase mais grave, geralmente na meningite meningocócica).

Os sintomas mais comuns e que costumam aparecer na fase inicial da doença são a dor de cabeça intensa, febre, náuseas e rigidez de nuca, embora nem sempre estão presentes ao mesmo tempo, o que dificulta um diagnóstico rápido.

As manchas arroxeadas surgem nas fases mais avançadas da meningite bacteriana e indicam que as bactérias estão circulando pelo corpo, e a sua disseminação pode levar ao processo grave de infecção generalizada (sepse).

Outros sintomas menos específicos, mas que podem estar presentes em casos de meningite são: dor de estômago, diarreia, fadiga, calafrios (especialmente em recém-nascidos e crianças), alterações do estado mental, agitação, fontanelas abauladas (bebês), dificuldade para se alimentar ou irritabilidade (crianças), respiração ofegante, cabeça e pescoço arqueados para trás.

É importante lembrar que os sintomas dos 3 tipos de meningite são semelhantes. O que os diferencia é a intensidade e a rapidez com que o quadro evolui. Os tipos mais comuns são as meningites virais e as bacterianas.

As meningites virais manifestam sintomas mais brandos, parecidos com os de uma gripe. Esse tipo de meningite costuma apresentar melhora dos sintomas de forma espontânea, dentro de 2 semanas, sem sequelas ou complicações.

Já as meningites bacterianas são mais graves, devido à rápida e intensa evolução do quadro, podendo até levar à morte ou deixar sequelas se não forem tratadas a tempo. Daí a importância em procurar um médico logo que suspeite da doença. O diagnóstico e o tratamento precoce da meningite bacteriana são essenciais para evitar danos neurológicos permanentes.

O que é meningite?

A meningite é uma infecção das meninges, que são membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal.

Saiba mais em: O que é meningite?

O que causa meningite?

As causas mais comuns de meningite são as infecções virais. Essas infecções geralmente melhoram sem tratamento. Contudo, a meningite bacteriana é muito grave, podendo resultar em morte ou danos cerebrais, mesmo com tratamento.

Existem muitos tipos de vírus que podem causar meningite. Dentre eles estão:

  • Enterovírus: também podem causar doenças intestinais;
  • Vírus do herpes: são os mesmos vírus que podem causar herpes labial e herpes genital. No entanto, pessoas com esses tipos de herpes não têm mais chances de desenvolver meningite;
  • Vírus da caxumba;
  • HIV;
  • Vírus do Nilo Ocidental: vírus transmitido por picadas de mosquito.

A meningite também pode ser causada por irritação química, alergias a medicamentos, fungos, parasitas e tumores.

Como diagnosticar a meningite?

O diagnóstico da meningite é feito inicialmente pela história do paciente e exame clínico, sendo confirmado através da coleta de amostras de sangue e do líquido cefalorraquidiano, que é coletado através de uma punção na coluna lombar.

Esses exames permitem identificar o agente causador da meningite (vírus, bactéria, fungo) e direcionar o tratamento para aquele tipo específico de meningite.

Qual é o tratamento para meningite?

O tratamento da meningite bacteriana é feito com antibióticos, de acordo com o tipo de bactéria e à sensibilidade ao tratamento. Essas informações são obtidas pelos exames, algumas horas depois da realização dos mesmos. Porém, o tratamento nunca deve ser adiado pelos riscos ao paciente e pode ser alterado após os resultados dos exames.

As meningites virais não necessitam de antibióticos, apenas medicamentos analgésicos e antitérmicos para alívio dos sintomas. Na meningite causada por herpes, podem ser usados medicamentos antivirais.

O tratamento da meningite também pode incluir: administração de soro através da veia e medicamentos para controlar sintomas como inchaço cerebral, choque e convulsões.

Sem tratamento imediato, a meningite pode causar dano cerebral irreversível, perda de audição, hidrocefalia, isquemia distal, com necessidade de amputações de extremidades de membros, convulsões e morte.

Existe prevenção para meningite?

Sim. A prevenção de alguns tipos de meningite bacteriana pode ser feita com vacinas. Algumas já fazem parte do calendário vacinal, outras devem ser prescritas pelo médico assistente.

A vacina contra Haemophilus é administrada em crianças. As vacinas pneumocócica e meningocócica são administradas tanto em crianças quanto em adultos.

Entretanto, na suspeita de meningite, apenas o médico, através dos exames clínico e laboratoriais, poderá identificar o tipo de meningite e prescrever o tratamento mais adequado para o caso.

Em caso de suspeita de meningite, não se automedique e procure atendimento médico o mais rápido possível. "Tempo é cérebro".

Saiba mais em: Quais são os tipos de meningite?

Pratiquei sexo oral e no dia seguinte tive alguns sintomas. Posso estar com uma infecção aguda pelo HIV?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Se você teve uma relação em que praticou sexo oral sem proteção, existe sim um risco de ter sido infectado/a pelo vírus HIV.

Porém, nem sempre na fase aguda do HIV há presença de sintomas e, quando há, geralmente só se manifestam depois de 2 a 4 semanas em que ocorreu o contágio. Entre 10% e 60% das pessoas podem ficar até 6 meses sem apresentar qualquer sintoma da infecção.

Após o contágio pelo vírus do HIV, a infecção pode progredir de forma silenciosa, durante um tempo prolongado, sem manifestação de sinais e sintomas. É nessa fase que o HIV se instala, invade e destrói os glóbulos brancos, multiplicando-se.

Na fase inicial da infecção, o corpo aumenta a produção de glóbulos brancos para compensar a redução da quantidade dessas células e tenta combater o vírus. Todo esse período pode durar até 9 anos, variando conforme a gravidade da infecção, as defesas do organismo da pessoa, além da presença de outras doenças que baixam a imunidade.

À medida que a infecção do HIV evolui, o organismo torna-se incapaz de combater outros processos infecciosos, pois os glóbulos brancos são responsáveis pela defesa do organismo. Começam então a surgir as chamadas infecções oportunistas, como pneumonia, tuberculose, meningite, entre outras.

Vale ressaltar que, mesmo sem manifestar sintomas, o vírus pode ser transmitido e detectável no exame de sangue.

Quais são os sintomas da infecção aguda pelo HIV?

Os sintomas da fase aguda do HIV são inespecíficos e podem incluir: febre, fadiga, gânglios linfáticos aumentados, dor de garganta, emagrecimento, dores musculares, dor de cabeça, náuseas, suores noturnos, diarreia e rash cutâneo (manchas na pele).

É importante lembrar que a presença desses sintomas não significa que você tenha a infecção do vírus HIV. Outras doenças comuns, como gripes, viroses e infecções de garganta podem manifestar os mesmos sinais e sintomas dessa fase inicial da infecção pelo HIV.

O que é a janela imunológica do HIV?

Após a infecção pelo HIV, o organismo começa a produzir anticorpos específicos contra o vírus. Porém, demora um tempo para que os anticorpos sejam suficientes para serem detectados no exame de sangue. Esse período de tempo é a chamada janela imunológica.

Normalmente, os testes de HIV são realizados com a finalidade de detectar anticorpos contra o vírus no sangue. Isso significa que, se a pessoa fizer o teste durante o período da janela imunológica, o resultado pode dar negativo.

A janela imunológica do HIV varia entre duas semanas e 4 meses, podendo chegar aos 6 meses em alguns casos. Por isso, recomenda-se que o teste seja feito depois de 3 meses após o eventual contágio. O ideal é repetir o exame após 6 meses.

O exame usado para detectar o HIV é muito sensível e específico, com uma eficácia de quase 100%. Contudo, é preciso respeitar a janela imunológica para evitar resultados “falso-negativos”, que são frequentes nesse período.

Nesse momento que você apresenta o exame negativo, deve continuar prestando atenção no seu corpo, em possíveis sintomas e procurar consulta médica caso seja necessário.

O vírus do HIV pode ser detectado pelo exame de sangue oferecido gratuitamente nas Unidades de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Leia também: Estou com medo de ter pego HIV?

Fiz 3 exames de HIV e todos deram negativo, mas ainda acho que tenho o vírus. O teste de HIV é confiável?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, os exames e testes de HIV são confiáveis e seguros, com uma eficácia que pode chegar aos 100%.

Se a camisinha estourou durante o sexo anal, existe o risco de contaminação maior, mas se você já fez 3 testes de HIV (o primeiro, 6 meses depois da relação e os outros dois, 1 ano e meio depois) e todos deram negativo, é extremamente improvável que você tenha o vírus.

O teste de HIV mais comum procura os anticorpos que o corpo produz contra o vírus HIV. É o teste EIA, também conhecido como ELISA.

Os testes rápidos de HIV, realizados no sangue ou fluidos orais, são testes que detectam os anticorpos contra o HIV.

Porém, como os anticorpos podem demorar semanas ou meses para estarem presentes no sangue, o teste ELISA e o Western Blot podem dar negativo ou indeterminado se forem feitos nesse período.

Leia também: Para que serve o exame ELISA?

Portanto, não são testes confiáveis para identificar uma infecção aguda pelo HIV.

Existe um outro teste de HIV que rastreia o próprio vírus, conhecido como RNA do HIV ou carga viral. Este exame já é capaz de detectar o HIV cerca de 5 dias após a infecção, sendo bastante útil em casos de infecção aguda pelo HIV.

Se um teste de anticorpos de HIV der resultado negativo ou indeterminado e um teste de RNA der positivo, é bem provável que haja uma infecção aguda pelo HIV.

O diagnóstico precoce do HIV (até 72 horas após o contágio) permite iniciar o tratamento que protege contra a propagação da infecção. Veja mais sobre o assunto em: O que é PEP?

Se você ainda acha que está infectado pelo HIV, mesmo com 3 testes negativos, procure o/a médico/a infectologista e leve esses exames na consulta. Procurar um/a psicólogo/a pode ser uma boa opção para se livrar dessa ideia fixa de que está com HIV.

Quais as causas da sudorese noturna?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Sudorese noturna pode ter várias causas e nem sempre representa uma doença grave. Os suores noturnos em noites quentes, em mulheres jovens na época de menstruar e em mulheres mais velhas no período da menopausa são normais.

Além da menopausa, as apneias do sono também estão entre as causas mais comuns de suores noturnos. Pesadelos e o sonambulismo também são transtornos do sono em que o indivíduo apresenta sudorese, devido à intensa ativação do sistema nervoso.

Há ainda outro tipo de transtorno chamado de hiperidrose do sono que pode estar associado à "hiperidrose diurna" (sudorese excessiva que ocorre principalmente nas mãos, pés, axilas e crânio-facial).

O suor noturno que deve ser investigado é aquele que encharca os pijamas repetidamente, especialmente se estiver associado a outros sintomas, como:

  • febre
  • perda de peso
  • caroços no corpo (ínguas)
  • cansaço extremo
  • coceira pelo corpo
  • tosse com catarro com raias de sangue
  • falta de fôlego
  • dores no peito

Nestes casos, os suores noturnos podem ser causados por:

  • infecções agudas ou crônicas, como tuberculose;
  • linfoma e outros cânceres;
  • queda de açúcar no sangue, comum em diabéticos, especialmente naqueles que usam insulina.

Leia também: Suor noturno sem causa aparente. O que pode ser?

Na presença de sudorese noturna, especialmente se houver outros sintomas, você deve procurar um médico clínico geral para uma melhor avaliação.

Saiba mais em: Sonambulismo: como identificar e tratar?

Que remédios posso usar para corrimento vaginal?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O remédio que você pode utilizar para tratar o corrimento vaginal depende do agente causador da inflamação e/ou infecção.

Corrimento com mau cheiro e coloração amarelada ou esverdeada, sugere infecção, e nesses casos, de forma geral, deverá ser tratada com medicamentos antibióticos, na forma de aplicação vaginal, como cremes ou comprimidos vaginais.

Dependendo do grau da infecção, podem ser ainda necessários remédios por via oral, de forma associada. Para definir esse medicamento procure um ginecologista.

Remédios para corrimento com mau cheiro

Não existe um tratamento único para todos os tipos de corrimento. O tratamento é efetuado conforme a causa da inflamação e/ou infecção.

Nos casos de infecção bacteriana, como tricomoníase, gardnerella, o corrimento costuma ser abundante, malcheiroso e causar coceira e ardência. O metronidazol é um dos antibióticos mais indicados, na forma de pomada vaginal, com aplicadores, por pelo menos 7 dias, associado ou não a comprimidos.

Remédio para corrimento branco

Para infecção fúngica, como a candidíase, que apresenta corrimento mais esbranquiçado, coceira intensa, porém com pouco ou nenhum odor, são indicados medicamentos antifúngicos, como o clotrimazol®.

Geralmente, o parceiro sexual também deve ser tratado, mesmo que não apresente sinais ou sintomas. O tratamento do parceiro impede a reinfecção e o prolongamento da doença ginecológica.

Se você está apresentando corrimento vaginal e/ou sinais de irritação, como dor, ardor, coceira ou vermelhidão, não deixe de procurar um/a ginecologista. Não utilize medicamentos orais ou vaginais sem indicação médica.

Principais causas de corrimento vaginal
  • Corrimento normal — Lembre-se que, é a mucosa da vagina produz uma secreção natural, durante todo o ciclo menstrual. Inclusive mais evidente no período fértil, de aspecto espesso, aquoso ou elástico, de cor branca leitosa ou transparente e sem odor ou com odor muito suave. Secreção que não indica presença de doenças;
  • Infecção bacteriana — corrimento amarelado ou esverdeado, com mau cheiro, irritação como ardência, dor, prurido (coceira) e vermelhidão na vagina e/ou vulva;
  • Infecção fúngica — corrimento esbranquiçado, branco, com grumos, sem cheiro ou cheiro discreto, com coceira intensa.

Ao usar pomadas ou cremes e comprimidos vaginais evite relações sexuais.

Existem ainda outras formas e causas de corrimento vaginal, que devem ser analisadas caso a caso, pelo ginecologista. É importante relatar ao/a médico/a o início dos sintomas, há quanto tempo eles estão presentes, se usou algum produto diferente na região genital ou durante o ato sexual (lubrificantes, espermicida).

Conheça mais sobre esse tema, nos seguintes artigos:

Corrimento tipo clara de ovo: secreção vaginal normal que pode indicar o período fértil

Corrimento vaginal: o que significam as diferentes cores

Corrimento Vaginal é Normal?

Corrimento branco pastoso, é normal? Quando devo me preocupar?

Quando o corrimento rosado antes da menstruação é normal?

Quais as chances de contrair HIV se a camisinha estourar e ocorrer lesão no pênis?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

As chances de se contrair HIV se a camisinha estourar existem sempre, independentemente, de haver ou não uma lesão visível no pênis. Porém, no caso específico do seu amigo, se houve uma lesão visível no pênis, mesmo que não tenha sangrado, o risco de contrair HIV aumenta.

O mais indicado nessas situações é procurar um médico o mais rápido possível (máximo 72 horas) para iniciar o PEP (profilaxia pós-exposição), que evita a infecção definitiva pelo HIV.

Mesmo assim, o risco de ser infectado pelo HIV numa relação sem preservativo ou em que o mesmo se rompa, não é de 100%. Esse risco depende de vários fatores. Primeiro, se a outra pessoa tem ou não o vírus. Se ela não tiver HIV, a chance de infecção é de 0%.

Por outro lado, se a outra pessoa for portadora do vírus HIV e a camisinha se romper, o risco de contaminação depende muito da carga viral (quantidade de vírus) que ela tem no organismo. Quanto mais alta, maior é a chance de contrair o HIV. Além disso, hoje já se sabe que pessoas em tratamento com carga viral indetectável por mais de 6 meses praticamente não transmitem o vírus.

Vale ainda lembrar que o risco de transmissão é maior no sexo anal, principalmente se for receptivo, do que no sexo vaginal. Sexo oral apresenta risco de transmissão baixíssimo, sendo que para a pessoa que recebe sexo oral não há risco.

Caso tenha dúvidas sobre a transmissão do HIV, ou tenha entrado em situação de exposição ao vírus consulte um médico.

Saiba mais sobre o que é PEP?

Nasceu uma verruga próxima à entrada da vagina. O que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Verruga na região genital pode ser indicativo de alguma doença sexualmente transmissível (DST). A lesão mais frequente associada às verrugas na vagina é causada pelo vírus papiloma humano (HPV). A verruga genital, também conhecida como condiloma acuminado, pode ser plana ou elevada, com aspecto semelhante a couve-flor.

Na mulher, o condiloma por surgir na vagina, vulva, ânus, reto, uretra e colo do útero. Essas verrugas podem aparecer de 3 semanas a 8 meses depois que ocorreu a relação sexual desprotegida. Porém, o HPV pode ser transmitido mesmo com o uso de preservativo, se houver contato íntimo da pele ou da mucosa com a verruga.

Se a mulher tiver verruga genital e engravidar, pode haver um aumento no número e no tamanho das lesões. Porém, geralmente diminuem depois do parto.

Qual é o tratamento para verruga genital?

A maioria das verrugas na vagina decorrentes do HPV são transitórias e podem desaparecer espontaneamente em 2 anos, não precisando de nenhum tratamento específico.

Se houver crescimento da verruga, dor e incômodo, procure um serviço de saúde para avaliação e tratamento. Em alguns casos, essas verrugas precisam ser "queimadas" com ácido para serem eliminadas. Até porque, se não forem eliminadas, podem transmitir o HPV.

Em alguns casos, quando a verruga é muito grande ou volta a aparecer depois do tratamento, pode ser necessário realizar uma pequena cirurgia para retirá-la. Mesmo após a remoção cirúrgica, a verruga genital pode reaparecer, sendo necessário repetir o tratamento.

Estima-se que 50% a 80% das pessoas sexualmente ativas está infectada pelo HPV. Porém, na maioria dos casos, não manifestam sintomas.

Se a verruga genital é causada por HPV, posso ter câncer?

A presença de verruga genital não tem propriamente relação com câncer. É importante frisar que existem mais de 200 tipos de HPV, subdivididos em diferentes grupos. Cada grupo de HPV causa um tipo diferente de manifestação e aqueles que causam verrugas não são os mesmos que provocam câncer.

Dentre todos os tipos de HPV, 40 deles podem infectar a região anal ou genital e 12 podem causar câncer de colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus ou orofaringe. Embora muitas mulheres estejam infectadas pelo HPV, são poucos os casos que evoluem para câncer.

Os vírus considerados de alto risco para câncer são o HPV 16 e o HPV 18, que não causam verrugas. Além disso, existem fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo do útero, tais como:

  • Infecção por HIV;
  • Início precoce da vida sexual;
  • Ter muitos parceiros sexuais;
  • Partos múltiplos;
  • Genética;
  • Tabagismo;
  • Presença de outras micro-organismos transmitidos sexualmente, sobretudo o Herpes Simplex tipo 2 e a Chlamydia trachomatis.

No entanto, a infecção por HPV nas mulheres está altamente associada ao câncer de colo do útero. O vírus é responsável por quase todos os casos da doença. Como o tumor apresenta evolução muito lenta e geralmente não manifesta sintomas, pode haver atraso no diagnóstico e o câncer pode evoluir para formas invasivas.

Por isso, é fundamental a realização do exame preventivo com frequência anual ou a cada 3 anos, dependendo do resultado do exame, para avaliação do útero, colo do útero e da região interna da vagina.

Esse exame é capaz de avaliar a presença de lesões e corrimentos que, ao serem detectados podem ser devidamente tratados. O exame preventivo é oferecido nas Unidades Básicas de Saúde gratuitamente.