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O que é uma crise de ausência?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Uma crise de ausência é um tipo de crise de epilepsia, mais comum em crianças do que em adultos, cujos sintomas caracterizam-se por breves interrupções da consciência em que a pessoa fica ausente e estática por alguns segundos, depois retornando naturalmente ao momento em que foi interrompido.

As crises de ausência também podem vir acompanhadas de bloqueio da fala, discretos movimentos das pálpebras, ou olhos e movimentos involuntários das mãos.

Essas crises podem ocorrer várias vezes ao dia e, devido à sua curta duração, dificilmente é percebida por familiares ou pelo próprio paciente.

A epilepsia é uma síndrome neurológica causada por descargas elétricas desorganizadas no cérebro, originando crises que se manifestam de diversas formas, de acordo com a área cerebral afetada.

Veja também: Epilepsia tem cura?

As crises de epilepsia muitas vezes são imperceptíveis por causa das suas manifestações sutis, tornando-se às vezes difícil de serem detectadas, até mesmo por médicos.

É o caso da crise de ausência infantil, por exemplo, em que muitas vezes o problema só é reconhecido quando a criança apresenta queda do desempenho escolar, geralmente verificada pelo professor.

Saiba mais em: Quais são os sintomas de epilepsia?

O tratamento da crise de ausência é feito através de medicamentos antiepilépticos cujo objetivo é reduzir as anormalidades dos impulsos elétricos no cérebro e, assim, impedir as crises.

As crises podem cessar antes de 18 anos de idade, podem permanecer pelo resto da vida ou vir a desenvolver ataques epilépticos com convulsões.

Em caso de suspeita de crise de ausência, deve-se procurar um médico neurologista, se for em adultos, ou um pediatra ou neuropediatra, para as crianças.

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Meningite fúngica tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Depende. Quase todas as meningites têm cura, porém a meningite fúngica, embora seja o tipo mais raro, apresenta uma mortalidade mais alta, acredita-se que principalmente pela demora do diagnóstico e início do tratamento específico.

Alguns critérios são fundamentais para definir a resposta ao tratamento e cura do paciente:

  • Tipo de fungo encontrado
  • Tempo de início da medicação, quanto mais precoce iniciar o tratamento, maior a chance de alcançar a cura
  • Imunidade, pacientes com imunidade comprometida, como HIV, câncer e diabetes, devem seguir um protocolo mais rígido de tratamento
  • Ausência de comorbidades, a presença de doenças crônicas, especiamente se não controladas, diminui as possibilidades de cura.

Qual é o tratamento de meningite fúngica?

O tratamento das meningites fúngicas é feito sobretudo com o medicamento antifúngico anfotericina B. Contudo, outros antifúngicos podem ser incluídos no tratamento, como flucitosina, miconazol, cetoconazol e fluconazol.

A evolução da doença e a gravidade dos sintomas depende do estado imunológico do paciente. No caso da meningite criptocócica, a evolução do quadro tanto pode ser lenta e durar meses ou anos, como pode ser fulminante ou levar à morte em apenas 2 semanas.

A meningite fúngica pode se tornar crônica devido ao processo inflamatório contínuo das meninges (membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal), podendo causar sérias complicações, como hidrocefalia e interrupção do fluxo sanguíneo cerebral.

A meningite fúngica é o tipo menos comum de meningite, sendo mais comum em pacientes imunossuprimidos, como em casos de AIDS e câncer, por exemplo.

Leia também: Quais são os tipos de meningite?

Ao contrário da meningite viral e bacteriana, a meningite fúngica não é contagiosa, ou seja, não é transmitida de pessoa para pessoa, sua transmissão é dada via inalação de esporos (partículas de fungos), e dos pulmões segue para o cérebro.

Saiba mais em: Meningite é contagiosa? Como ocorre a transmissão?

Os principais fungos causadores de meningite são o Cryptococcus e o Coccidioides. Outros agentes fúngicos que também podem causar a doença incluem Candida, Aspergillus, Histoplasma, Blatomyces e Mucor.

Os médicos infectologista e neurologista são os responsáveis pelo tratamento da meningite fúngica.

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Meningite tem cura? Qual o tratamento?

O que pode causar paralisia facial?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Existem várias doenças e condições que podem causar paralisia facial periférica, embora na grande maioria dos casos ela não tenha uma causa aparente (Paralisia de Bell). Os traumatismos no nervo facial são a segunda causa mais comum de paralisia facial, ficando somente atrás da paralisia de Bell, considerada idiopática (causa desconhecida).

A paralisia de Bell representa entre 60% e 75% dos casos de paralisia facial, enquanto que os traumatismos no nervo craniano podem ser responsáveis por até 40% das paralisias faciais.

A Paralisia de Bell é uma paralisia facial com causa desconhecida. Inicialmente, todos os casos de paralisia do nervo facial eram chamados de Paralisia de Bell.

Porém, com a descoberta das causas da paralisia facial, apenas os quadros idiopáticos, ou seja, sem uma causa aparente, continuaram a ser chamados de Paralisia de Bell.

É importante lembrar que a origem da paralisia facial não está no cérebro mas no nervo facial, que, devido a traumas, infecções, doenças ou outra situação qualquer, deixa de funcionar adequadamente. O resultado é uma paralisia dos movimentos dos músculos da face.

Quais as outras causas de paralisia facial?

Qualquer doença ou condição que provoque algum distúrbio no nervo facial pode causar paralisia facial, tais como:

  • Diabetes, infecção pelo HIV, doença de Lyme;
  • Fraturas do osso temporal, lesões neurológicas durante ou a seguir ao parto;
  • Meningite meningocócica, tumores, traumatismos cranianos;
  • Otite média, herpes zoster, Síndrome de Ramsay Hunt;
  • Sarcoidose, eclâmpsia (neste caso, quem é afetado é o bebê);
  • Amiloidose, hanseníase, Síndrome de Guillain-Barré;
  • Leucemia, inflamações, lesões em vasos sanguíneos;
  • Poliomielite aguda, esclerose múltipla.
Quais os sinais e sintomas da paralisia facial?

A paralisia facial periférica caracteriza-se pelos seguintes sinais e sintomas:

  • Interrupção parcial ou total dos movimentos da face;
  • Alterações na secreção de saliva e lágrima;
  • Incapacidade de fechar completamente o olho do lado afetado;
  • Mudanças no paladar;
  • Alterações na sensibilidade do rosto;
  • Alterações auditivas;
  • Sensibilidade exacerbada aos sons;
  • Dificuldade para falar, mastigar, sugar, soprar, engolir e prender com os lábios;
  • Dor dentro ou ao redor do ouvido.

A paralisia provoca assimetria ou imobilidade da face, alterando a fisionomia da pessoa, com prejuízos funcionais e estéticos. Quando os impulsos nervosos estão completamente paralisados, a pessoa apresenta a boca caída e não consegue fechar o olho do lado afetado.

Nos primeiros dias, sobretudo nas primeiras 48 horas, os sintomas da paralisia facial podem piorar.

Paralisia facial tem cura? Qual é o tratamento?

A paralisia facial periférica (paralisia de Bell) tem cura. Na grande maioria dos casos de paralisia de Bell, a pessoa recupera os movimentos dos músculos faciais em até 3 semanas e fica completamente curada em 6 meses. Quando a cura da paralisia de Bell não ocorre após esse período, é necessário investigar uma possível causa para a paralisia facial.

Cerca de 70% das pessoas com paralisia de Bell recupera-se totalmente e aproximadamente 85% fica quase totalmente curada. Contudo, em 15% dos casos, a paralisia facial pode deixar sequelas, com lesões da córnea e disfunção permanente dos músculos da face.

Nos demais casos de paralisia facial, os sintomas tendem a melhorar depois de 2 a 3 meses.

Qual é o tratamento para paralisia facial?

O tratamento da paralisia facial é feito com medicamentos corticoides, fisioterapia, fonoaudiologia e exercícios específicos para estimular os músculos faciais.

Se os sintomas forem ligeiros, a paralisia facial pode não precisar de tratamento. Porém, é comum o uso de medicamentos corticoides para diminuir a inflamação e o inchaço do nervo facial. A fisioterapia também pode ser indicada.

Um dos corticoides usado para tratar a paralisia facial é a prednisolona 25 mg, administrada duas vezes ao dia, durante 10 dias.

O tratamento medicamentoso da paralisia facial periférica deve começar o quanto antes, no máximo 7 dias depois do início dos sintomas.

Também são usados medicamentos em forma de pomada ou gel para serem aplicados no olho e prevenir o ressecamento da córnea, uma vez que a pessoa não consegue fechar o olho completamente e apresenta diminuição da secreção de lágrima.

Dois dias após a ocorrência da paralisia facial, deve-se avaliar a função dos músculos do rosto e o fechamento do olho. A seguir, a pessoa deve ser avaliada uma vez por semana durante o primeiro mês, até que seja observada uma melhora do quadro.

O acompanhamento do paciente é feito com novas avaliações a cada duas a quatro semanas, dependendo da rapidez e do grau de recuperação.

O médico neurologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da paralisia facial.

Quais são as características de uma pessoa com síndrome de Down?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A pessoa com síndrome de Down apresenta algumas características típicas, como face achatada e arredondada, olhos oblíquos, dobras na pele das pálpebras, nariz pequeno e mais largo, uma única prega na palma da mão, e mais transversal, cabelos finos e pouca quantidade, além de diminuição do tônus muscular.

A língua da pessoa com síndrome de Down é a protusa, a boca costuma estar aberta e observa-se alterações dentárias. O pescoço é mais curto e as orelhas são mais baixas e pequenas.

Também são características comuns da síndrome de Down: mãos curtas e largas, atraso na articulação da fala, dificuldades motoras e comprometimento intelectual, que reflete em dificuldade na aprendizagem.

Pessoas com síndrome de Down apresentam um déficit físico e mental. As crianças apresentam atraso no desenvolvimento motor e começam a falar e a andar mais tarde que o normal. Assim que aprendem a andar, apresentam pouco equilíbrio.

Crianças com síndrome de Down muitas vezes podem realizar as mesmas atividades que outras crianças, como falar, brincar e ir à escola. Porém, elas só adquirem essas habilidades mais tarde, numa idade que não pode ser determinada.

Por isso, existem programas especiais para bebês com síndrome de Down que podem contribuir muito para que essas crianças atinjam o máximo do seu potencial.

Como é feito o diagnóstico da síndrome de Down?

Apesar das características físicas da síndrome de Down, o diagnóstico é feito por exame específico, que detecta a trissomia do cromossomo 21. Lembrando que pessoas com síndrome de Down possuem material genético extra nesse par de cromossomos.

É recomendado que a criança com síndrome de Down seja estimulada desde o nascimento para que consiga superar algumas limitações impostas pela genética.

O acompanhamento da pessoa com síndrome de Down é feito por uma equipe multidisciplinar capaz de oferecer um cuidado diversificado e completo.

Tem como parar de crescer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. Nos casos de crescimento anormal, o médico endocrinologista ou pediatra, pode indicar um tratamento para interromper o crescimento, a base de hormônios.

Os hormônios podem agir acelerando o amadurecimento ósseo e fechando as placas de crescimento ou podem inibir a produção do hormônio do crescimento (GH).

No entanto, essa indicação deve ser feita por um médico especialista, com critérios bem definidos, para evitar complicações e efeitos colaterais dessas medicações.

Tratamento para parar de crescer

Segundo a sociedade de endocrinologia, o tratamento deve ser indicado após excluir causas secundárias, como um tumor de hipófise ou doenças hereditárias, e quando a previsão da altura na vida adulta, for acima de 1,83 cm para as mulheres e acima de 1,98 cm para os homens.

Os hormônios mais utilizados são o estradiol, testosterona e octreotida.

A indicação, doses e tempo de uso de cada um dos medicamentos, é definido de acordo com o caso, pela equipe de saúde, familiares e o paciente. O médico endocrinologista é o responsável por esse acompanhamento.

Quais os riscos de um tratamento com hormônios?

O uso incorreto ou antecipado dos hormônios pode causar problemas no crescimento e desenvolvimento das crianças, especialmente nas meninas. Os efeitos adversos mais comuns incluem:

  • Náuseas, vômitos,
  • Retenção de líquido,
  • Hipotireoidismo,
  • Aumento discreto do risco de câncer de mama e colo de útero,
  • Aumento do risco de doenças cardiovasculares, como infarto do coração e AVC.

Para evitar essas complicações, é preciso manter as orientações e acompanhamento médico.

Causas de crescimento anormal

Muitos pais se preocupam com o crescimento lento dos filhos, mas o crescimento exagerado também deve ser uma preocupação, porque na maioria das vezes indica alguma anormalidade, e quanto antes o diagnóstico for feito, maior a chance de boa resposta ao tratamento.

As causas mais comuns de alta estatura nas crianças são:

1. Idiopática - chamamos de idiopático quando não encontramos causa para a altura acima da esperada para idade e história familiar;

2. Gigantismo - aumento da estatura e membros alongados, devido à produção excessiva de hormônio do crescimento (GH), pela glândula hipófise, na maioria das vezes por um tumor benigno dessa glândula;

3. Síndrome de Marfan - doença genética rara, caracterizada por alta estatura, braços e dedos longos além de hiperflexibilidade nas articulações;

4. Síndrome de Klinefelter - doença genética que acomete apenas os meninos, com sintomas de alta estatura, braços e pernas longos, desproporcionais ao corpo e alterações genitais (testículos pequenos e crescimento das mamas);

5. Hipertireoidismo - crianças com produção aumentada de hormônios da tireoide, pode ter além do crescimento anormal, olhos "arregalados", perda de peso, tremores, suor excessivo, irritabilidade e agitação.

O gigantismo também pode ocorrer em adultos, chamado acromegalia, nessa faixa etária. A acromegalia apresenta sintomas diferentes porque o adulto já não consegue aumentar a estatura, por isso se caracteriza pelas deformidades ósseas, aumento de partes moles como a orelha, nariz e queixo, e pode desenvolver também doenças crônicas como a diabetes, hipertensão e problemas na tireoide.

A acromegalia aumenta os riscos de doenças cardiovasculares no adulto, como o infarto e o derrame cerebral, por isso na suspeita da doença, procure um endocrinologista para avaliação.

Saiba também até que idade uma pessoa cresce no artigo: Até que idade uma pessoa cresce?

Referência:

SBEM - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Derrame cerebral: Quais são as causas e possíveis sequelas?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O derrame cerebral, ou acidente vascular cerebral, pode ter como causas a ruptura de uma vaso sanguíneo (AVC hemorrágico) ou a obstrução ou diminuição do fluxo de sangue para o cérebro (AVC isquêmico).

O acidente vascular cerebral isquêmico é a forma mais comum de "derrame", embora nesses casos não haja um extravasamento de sangue para o cérebro, como ocorre no AVC hemorrágico.

O AVC isquêmico é causado pelo entupimento de uma artéria cerebral por um coágulo, reduzindo ou bloqueando completamente o fornecimento de sangue para aquela parte do cérebro.

Esses coágulos podem ser formados no próprio cérebro ou em outras partes do corpo. Ao se desprender, o coágulo chega ao cérebro através da circulação sanguínea e bloqueia uma pequena artéria, causando o AVC isquêmico.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco para ter um derrame cerebral incluem pressão alta (hipertensão arterial), diabetes, familiares com história de derrame, idade avançada, doenças cardiovasculares, níveis elevados de colesterol ou triglicerídeos, uso de anticoncepcionais hormonais, tabagismo, excesso de peso e falta de atividade física.

Sequelas

As possíveis sequelas decorrentes de um AVC dependem da extensão e gravidade do AVC e também do tempo de início do tratamento. Por isso, é muito importante que ao menor sinal sugestivo de AVC já se procure avaliação médica em um serviço de urgência, pois o tratamento oportuno reduz o risco de sequelas permanentes após o episódio de AVC. Dentre as possíveis sequelas de um derrame cerebral estão:

  • Perda dos movimentos (paralisia);
  • Alterações ou perda da sensibilidade;
  • Alterações na fala;
  • Dificuldade ou perda da capacidade de realizar movimentos que exigem coordenação;
  • Perda da capacidade de reconhecer objetos através da visão;
  • Perda de memória;
  • Alterações de comportamento.

Aos primeiros sinais e sintomas de um derrame cerebral, a pessoa deve ser levada o mais rapidamente possível a um serviço de urgência. Quanto mais cedo o tratamento tiver início, menores são as chances de sequelas e maiores são as chances de recuperação do paciente.

Saiba mais em:

Derrame cerebral tem cura? Qual é o tratamento?

Quais os sintomas de um derrame cerebral?

Epilepsia tem cura? Qual é o tratamento para epilepsia?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Epilepsia não tem cura, mas é possível manter a doença sob controle através de medicamentos antiepilépticos e cuidados gerais. Mais da metade das crises epilépticas podem ser controladas com o tratamento medicamentoso. Contudo, em cerca de 30% dos casos, a pessoa continua apresentando crises, demonstrando resistência aos medicamentos.

O objetivo da medicação é diminuir as anormalidades dos impulsos elétricos no cérebro para impedir as crises. Porém, esses medicamentos não são capazes de corrigir os danos neurológicos que desencadeiam os ataques epiléticos.

A escolha do medicamento usado para tratar a epilepsia varia de acordo com o tipo de crise, idade e características de cada paciente.

Sabendo que a epilepsia é uma condição comum no nosso meio, o que incentiva diversas pesquisas sobre o tema, com constantes novidades tanto na apresentação de novas medicações, como técnicas cirúrgicas pouco invasivas, resultando em um melhor tratamento e resultado ao paciente.

Grande parte das pessoas com epilepsia que tomam corretamente os medicamentos podem ter uma vida normal, com pouca ou nenhuma limitação, uma vez que as crises ficam controladas. Entretanto, a principal causa de crises durante o tratamento é o uso incorreto ou esquecimento da medicação. É fundamental o uso correto da medicação.

Importante ainda citar, que além da medicação, o cérebro é muito sensível e precisa ser nutrido adequadamente, com oxigênio e glicose, portanto alguns cuidados são de extrema importância no tratamento da epilepsia:

  • Evitar jejum e dietas restritivas, manter alimentação saudável;
  • Evitar estímulos luminosos em excesso, como boates ou discotecas;
  • Evitar distúrbios do sono, principalmente a privação de sono;
  • Evitar consumo de bebidas alcoólicas, cada caso deve ser avaliado independentemente;
  • Fazer uso regularmente da medicação prescrita, mantendo sempre que possível em um mesmo horário;
  • Evitar estresse ou aborrecimentos.

Quando os medicamentos, junto aos cuidados indicados não são capazes de controlar a epilepsia, outras formas de tratamento podem ser consideradas, como a dieta cetogênica, sobretudo para crianças e, por último, a cirurgia.

Dieta cetogênica para epilepsia

A dieta cetogênica é composta por um elevado teor de gordura, pouca proteína e carboidratos e eliminação total do açúcar. Esse tipo de dieta altera o metabolismo e pode diminuir as crises de epilepsia.

Entretanto, também é um tratamento que deve ser avaliado caso a caso pelo médico responsável, de preferência neurologista.

Cirurgia para epilepsia

Atualmente as técnicas cirúrgicas para abordagem de casos de epilepsia estão muito avançadas, o que possibilita tanto a remoção precisa das áreas cerebrais que provocam as descargas elétricas ou a interrupção dos sinais cerebrais, quanto a implantação de eletrodos para o controle e interrupção de crises, caso ocorra.

Para que essas cirurgias possam ser realizadas, a causa da epilepsia deve ser identificada e o tecido cerebral lesionado deve estar restrito a uma área específica do cérebro.

Os resultados do tratamento cirúrgico podem variar conforme o tipo de lesão. A cirurgia não deve trazer prejuízos ao paciente, como alterações na personalidade ou nas funções motoras, por exemplo.

O que é epilepsia?

A epilepsia é uma doença neurológica. Trata-se de uma resposta do cérebro a algum tipo de agressão. A origem pode ser uma cicatriz causada por um trauma, um tumor ou ainda um problema hereditário no funcionamento dos neurônios. Em alguns casos, as convulsões não têm uma causa identificada.

A crise convulsiva é o sintoma mais comum desta doença. Por vezes os pacientes sentem dores de cabeça, "cheiro ruim", mal-estar, dor de estômago, o que chamamos de aura, mas não chegam a apresentar a convulsão. Mas na maioria das vezes, principalmente quando não estão fazendo uso da medicação de forma correta, acabam por apresentar a crise, ou ataque epilético.

O que é uma crise convulsiva (ou ataque epilético)?

A crise convulsiva, ou ataque epilético, caracteriza-se por uma descarga de atividade cerebral, com início súbito e normalmente de curta duração. As crises podem durar alguns segundos ou minutos. Em casos raros, o ataque epilético pode durar mais de 15 minutos.

Entre as crises de epilepsia, o funcionamento do cérebro mantém-se normal. A tendência é que os ataques se repitam com o passar do tempo, com frequências variam caso a caso.

Quais são os sintomas da epilepsia?

As manifestações de uma crise de epilepsia variam conforme a localização no cérebro que desencadeou o ataque epilético. Os sintomas podem se manifestar na marcha, no rosto, em atividades específicas ou provocar alterações do estado de consciência.

Frequentemente, a crise epilética vem acompanhada de movimentos automáticos. Os músculos também podem ficar relaxados ou contraídos.

Os ataques epiléticos podem ocorrer também durante o sono, inclusive cada tipo de crise apresenta um maior risco relacionado as fases do sono também. Durante a crise, a pessoa pode permanecer consciente, nos casos de crises "parciais" ou não se lembrar do que aconteceu quando acaba, nas crises "generalizadas".

Apesar do tratamento permitir que muitas pessoas com epilepsia tenham uma vida praticamente normal, em uma parte dos casos as convulsões não podem ser controladas, o que prejudica a qualidade de vida do indivíduo.

Quanto mais cedo as crises forem reconhecidas e a epilepsia for diagnosticada, mais cedo o tratamento pode ser iniciado, permitindo ao paciente retomar as suas atividades normalmente.

O diagnóstico e o tratamento da epilepsia são da responsabilidade do médico neurologista.

Leia também: O que fazer em caso de ataque epilético?

Perda de memória: o que pode ser e o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A perda de memória recente em jovens e adultos com menos de 60 anos, na maioria das vezes está relacionada a estresse e ansiedade, porém listamos outros motivos comuns como:

  • Má qualidade do sono;
  • Alimentação inadequada;
  • Depressão;
  • Sedentarismo;
  • Uso de medicamentos, como ansiolíticos em doses altas ou por tempo prolongado;
  • Uso excessivo de bebidas alcoólicas;
  • Falta de atenção; entre muitas outras causas. 

Já a perda de memória em idosos (mais de 60 anos), pode estar relacionada ao envelhecimento natural e morte das células nervosas do cérebro, ou originadas por doenças degenerativas, como doenças demenciais, sendo a mais comum, a doença de Alzheimer.

A doença de Alzheimer se caracteriza pela perda progressiva das funções intelectuais, sendo a perda de memória um dos seus primeiros e principais sinais.

Quais as possíveis causas de perda de memória? 1. Colesterol alto, diabetes, tabagismo, hipertensão arterial

O conjunto de colesterol alto, tabagismo, diabetes e pressão alta mal controladas, podem provocar o depósito de placas de gordura nos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro, prejudicando a circulação. Essa falta de oxigenação provoca micro lesões na área do cérebro responsável pela memória, levando aos esquecimentos.

No caso da hipertensão (pressão alta), também prejudica a circulação sanguínea cerebral, pois pode leva a um estreitamento das artérias cerebrais, gerando déficit de memória.

2. Má qualidade do sono, ansiedade, estresse, depressão

São as principais causas de perda de memória em jovens e adultos com menos de 60 anos, pois prejudicam a atenção e, consequentemente, afetam a memória.

Uma pessoa desatenta retém menos informação e por isso tem mais dificuldade de armazenar informações.

3. Mal de Alzheimer

Atinge cerca de 7% dos idosos entre 60 e 65 anos e caracteriza-se pela perda progressiva das funções intelectuais. A perda de memória está entre os seus primeiros sintomas.

O paciente começa a esquecer nomes, fisionomias, compromissos e datas com muita frequência. Outros sintomas iniciais do Alzheimer incluem:

  • Manias de perseguição e traições;
  • Falta de assunto e iniciativa;
  • Incapacidade de manter diálogos;
  • Respostas monossilábicas.

É muito importante que os familiares estejam atentos a esses sinais e na presença deles, procurem um médico neurologista. Se a doença for diagnosticada no início, é possível controlar os sintomas e retardar a sua evolução, oferecendo uma melhor qualidade de vida ao paciente.

4. Uso de medicamentos

O uso de medicamentos como os benzodiazepínicos e alguns psicotrópicos são frequentemente associados a queixas de falta de memória. 

5. Falta de vitaminas, minerais e outros nutrientes

Alguns nutrientes essenciais como vitamina B12, cálcio, ômega 3, zinco, ferro e carboidratos são fundamentais para garantir o bom funcionamento cerebral.

A falta dos mesmos na alimentação ou quando essa deficiência é provocada por doenças, como a anemia (ferro), a memória será prejudicada.

6. Acidentes e traumas

Situações traumáticas, como acidentes, ou pancadas na cabeça podem deixar sequelas e provocar quadro de amnésia (perda de memória).

7. Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (Distúrbio do Déficit de Atenção)

Caracteriza-se pela dificuldade em manter a atenção, inquietude e impulsividade. É mais comum seu diagnóstico na infância, embora também seja observado em adultos. A falta de atenção, ocasiona a falta de memória.

8. Amnésia Global Transitória

Trata-se de uma perda temporária de memória causada por um mau funcionamento do hipocampo, a sede da memória no cérebro. 

Dá um "branco" na pessoa e ela esquece como fazer coisas com as quais está acostumada, como por exemplo chamar um elevador ou dirigir.

O indivíduo também pode ficar perdido ou desorientado em lugares familiares, sem referência de tempo e espaço. Ele reconhece os outros, sabe quem é quem, mas não faz a menor ideia de onde, como ou por que está ali, mesmo que esteja na sua própria casa.

No entanto, depois da crise, a memória volta ao normal. Porém, tudo o que foi vivido durante a amnésia global transitória não será lembrado. A pessoa fica com uma lacuna na memória.

Ainda não se sabe exatamente a causa da amnésia global transitória, mas acredita-se que o problema possa estar vinculado a quadros de enxaqueca, traumas ou situações de estresse extremo.

9. Outras causas de perda de memória:
  • Problemas de tireoide;
  • Abuso de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas;
  • Múltiplos "derrames" (acidente vascular cerebral - AVC);
  • Traumas repetidos na cabeça.
O que fazer em caso de perda de memória? Quando devo procurar um médico?

Pessoas que sofrem de perda de memória e se esquecem frequentemente das coisas devem procurar ajuda nas seguintes situações:

  • Quando os esquecimentos são frequentes e intensos ao ponto de atrapalhar a rotina de vida, a segurança ou a independência da pessoa;
  • Quando a perda de memória estiver associada a dificuldades em encontrar lugares conhecidos, realizar tarefas do dia-a-dia, fazer contas, reconhecer rostos conhecidos;
  • Quando além de alterações na memória observar também, alterações na coordenação motora e variações de humor, personalidade ou comportamento;
  • Quando os esquecimentos pioram progressivamente ao longo do tempo;
  • Quando a perda de memória e os esquecimentos ocorrem em pessoas com mais de 60 anos de idade.

Esses são alguns sinais de alarme que podem indicar que a perda de memória esteja relacionada com problemas neurológicos mais graves. Nesses casos, é altamente recomendável procurar um médico neurologista.

Leia também: Dificuldade de concentração: o que pode ser e o que fazer?