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Tuberculose pleural tem cura? Como é o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, tuberculose pleural tem cura.

O tratamento é baseado no conjunto de antibióticos, conhecido por esquema básico, assim como o tratamento para casos de tuberculose pulmonar. Seguindo o protocolo estipulado pelo Ministério da Saúde, deve ser administrado em duas fases:

⇒ 1ª fase (2 meses): Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol, seguido pela

⇒ 2ª fase (mais 4 meses): Rifampicina + Isoniazida.

(em crianças menores de 10 anos, a única diferença é que o Etambutol não deve ser incluído).

Se a evolução não for favorável, a segunda fase pode ser prolongada por mais 3 meses, totalizando 7 meses.

Alguns serviços optam por uma quinta medicação, que seria o corticoide, para acelerar a resolução do quadro, porém há controversas por falta de evidências científicas que comprovem seus benefícios a longo prazo.

A chance de cura da tuberculose pleural com esse esquema é de 98%, desde que o tratamento seja feito corretamente e não seja interrompido.

Tratamento em casos específicos

Alguns casos específicos, que demostram resistência ou reações adversas ao esquema básico, inicial, podem ter a opção de substituir a Rifampicina e Isoniazida pela Estreptomicina e Etionamida, constituindo o esquema abaixo, porém neste caso, a duração deve ser de 12 meses:

⇒ 1ª fase (3 meses): Estreptomicina + Etionamida + Etambutol + Pirazinamida.

⇒ 2ª fase (9 meses): Etionamida + Etambutol.

A estreptomicina é o único medicamento administrado por via venosa, seja direto por injeção ou diluído no soro. Todos os outros antibióticos usados para tratar a tuberculose pleural são tomados por via oral.

A taxa de cura desse esquema varia entre 55 e 65%. Além dos medicamentos serem menos eficazes, os efeitos colaterais e a necessidade de ter que tomar injeções por 3 meses (estreptomicina) aumentam a taxa de abandono desse tratamento.

Existem ainda outras opções de antibióticos, para casos de reação ou resistência, entretanto esses casos são avaliados em serviços terciários, com profissionais especializados na área.

O tratamento da tuberculose é disponibilizado gratuitamente, e também todas as suas orientações e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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Transtorno afetivo bipolar: Quais as causas e como identificar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

As causas do transtorno afetivo bipolar não são totalmente conhecidas. Contudo, sabe-se que a origem do distúrbio está associada a fatores genéticos, alterações em algumas regiões do cérebro e variações dos níveis de neurotransmissores que transmitem os impulsos cerebrais.

Também já se sabe que algumas condições podem favorecer o desenvolvimento do distúrbio bipolar, como crises constantes de depressão ou que começaram muito cedo, pós-parto, períodos prolongados de estresse, uso de medicamentos inibidores do apetite, hipertireoidismo e hipotireoidismo.

Transtorno afetivo bipolar Tipo I

Esse tipo de distúrbio bipolar alterna fases de mania, que duram pelo menos uma semana, com períodos de tristeza e depressão que podem durar de 14 dias a vários meses.

Mania é o termo médico para estados de intensa euforia, excitação, em que pode estar presentes aumento da agressividades e da libido.

As fases de mania e depressão são marcadas por sintomas intensos, com grandes alterações nas atitudes e no comportamento da pessoa, prejudicando as relações pessoais, afetivas, familiares, profissionais e por vezes a sua própria condição financeira.

Nos casos mais graves de transtorno afetivo bipolar, pode ser necessário internar a pessoa devido ao elevado risco de suicídio e ocorrência de outros transtornos psiquiátricos.

Transtorno afetivo bipolar Tipo II

Os sinais e sintomas do transtorno bipolar tipo II caracteriza-se pela alternância entre leves períodos de euforia, excitação, otimismo e até agressividade (hipomania) seguidos por uma fase de depressão.

Contudo, os sintomas desse tipo de transtorno afetivo bipolar não mais leves e não interferem ao ponto de comprometer o comportamento e as vida do indivíduo.

O médico psiquiatra é o especialista responsável por diagnosticar e orientar o tratamento mais adequado para o transtorno bipolar.

Saiba mais em:

Transtorno afetivo bipolar tem cura?

Quais são os sintomas do transtorno afetivo bipolar?

O que é fibrose cística? Tem cura?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Fibrose cística é uma doença hereditária, também conhecida como mucoviscidose. A fibrose cística caracteriza-se pelo acúmulo de secreção densa e viscosa. Não, a doença ainda não tem cura.

É uma doença genética, autossômica recessiva, que leva o organismo a produzir uma secreção espessa e viscosa, capaz de obstruir principalmente os pulmões e o pâncreas.

A obstrução gerada nos pulmões facilita desenvolvimento de infecções, pneumonias de repetição, causando risco de vida.

Já a secreção acumulada no pâncreas, reduz a capacidade de produção das enzimas pancreáticas, prejudicando a digestão de gorduras e proteínas. Com isso, observamos dificuldade de ganho de peso, ou mesmo quadros de desnutrição, uma vez que não conseguem absorver os nutrientes dos alimentos.

Quais são os sintomas da fibrose cística?

A fibrose cística manifesta-se principalmente através de sintomas respiratórios e gastrointestinais, além de uma presença excessiva de cloro no suor do paciente, causando "suor salgado".

No entanto, à medida que o tempo passa, a doença pulmonar piora e pode deixar o paciente incapacitado. 

Dentre as complicações pulmonares que podem ocorrer em consequência da fibrose cística incluem dilatação dos brônquios, acúmulo de secreção, insuficiência respiratória crônica e limitação das atividades de vida diárias.

Fibrose cística tem cura?

Fibrose cística não tem cura. O tratamento, que envolve médico, enfermeiro, fisioterapeuta e assistente social, visa retardar a evolução da doença, melhorando a sobrevivência e a qualidade de vida do paciente.

Seguindo um tratamento adequado, e multidisciplinar, o ministério da saúde publica em 2017, uma constante melhora na expectativa de vida, atualmente para mais de 75% atingindo idade adulta, e mais de 50% a terceira década de vida.

Qual é o tratamento para fibrose cística?

O tratamento do trato respiratório inclui fluidificação das secreções através de nebulizações, fisioterapia respiratória, antibióticos inalatórios e transplante de pulmão, nos casos muito avançados.

Em muitos casos, o foco principal do tratamento é manter uma nutrição adequada, seguindo uma dieta mais calórica e repondo as enzimas do pâncreas.

Essas medidas podem evitar que o paciente fique desnutrido e a doença pulmonar se agrave, pois já se sabe que quanto pior for a desnutrição, mais os pulmões serão prejudicados.

O diagnóstico da fibrose cística pode ser feito logo ao nascimento do bebê, através do teste do pezinho. Quanto mais cedo a doença for detectada, melhor será a qualidade de vida e maior o tempo de sobrevida do paciente.

Traqueostomia: o que é, quais os riscos e cuidados a ter?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A traqueostomia consiste na realização de uma abertura na região anterior da porção cervical da traqueia (no pescoço). O objetivo da cirurgia é criar uma comunicação direta entre a traqueia e o meio externo, diminuindo a resistência e aumentando a expansividade dos pulmões. O orifício da traqueostomia pode ser definitivo ou não.

Em muitos casos, a traqueostomia é um procedimento extremamente necessário, pois favorece pessoas com uma baixa reserva pulmonar.

As vantagens da traqueostomia em relação à cânula de intubação orotraqueal é ser uma via aérea mais segura, pode ser retirada e colocada mais facilmente e não aumenta a ocorrência de pneumonia pelo menor tamanho e facilidade para higiene.

Dentre as desvantagens da traqueostomia estão o comprometimento da tosse e da umidificação do ar inalado, uma vez que não ocorre o fechamento da glote. Isso diminui a limpeza dos brônquios e dos pulmões e modifica a composição dos gases presentes nos alvéolos pulmonares (pequenos “saquinhos” localizados no final das vias aéreas, onde ocorrem as trocas gasosas).

Por isso, os riscos e os benefícios em realizar a traqueostomia devem ser muito bem analisados pela equipe médica, caso a caso.

Após a traqueostomia, quais os cuidados que se deve ter?

Os cuidados com a traqueostomia no pós-operatório são fundamentais e devem ser imediatos. Depois da cirurgia, deve ser realizado um raio-x de tórax para se observar a ponta da cânula e também devido ao risco de pneumotórax (presença de ar entre os pulmões e a parede torácica) e pneumomediastino (presença de ar entre os pulmões), complicações possíveis no procedimento.

Podem ser prescritos medicamentos antibióticos após a traqueostomia, embora boa parte das pessoas que se submetem à cirurgia já esteja em uso de antibióticos, antes do procedimento, devido às doenças de base.

Logo após a traqueostomia deve ser realizada a aspiração da traqueia a cada 15 minutos, uma vez que depois da cirurgia ocorre uma grande produção de secreção.

Para fluidificar as secreções e evitar a insuficiência respiratória, que pode levar à morte, são indicados o uso contínuo de oxigênio e a nebulização, também contínua, com medicamentos mucolíticos.

Se houver uma boa evolução, o balonete (cuff) da traqueostomia é esvaziado em 24 horas e realiza-se a troca da cânula de plástico pela cânula de metal após 48 horas. A pessoa só recebe alta hospitalar quando a traqueostomia já estiver com a cânula metálica ou de silicone.

Assim que o balonete for desinsuflado, a pessoa deve ser orientada a falar, tapando a cânula com o dedo ou por meio de cânulas com válvulas. Assim que possível, deve-se iniciar a ingestão oral da alimentação.

Quais os riscos da traqueostomia?Riscos imediatos da traqueostomiaSangramento

Pode ocorrer sangramento se a glândula tireoide for lesionada ou se houver vasos sanguíneos que não foram conectados ou cauterizados.

Pneumotórax e pneumomediastino

O pneumotórax é o acúmulo de ar entre os pulmões e a parede torácica, enquanto o pneumomediastino é o acúmulo de ar entre os pulmões. Pode ocorrer devido à perfuração da pleura (membrana que recobre os pulmões e a parte interna da parede torácica) durante a realização da traqueostomia.

Lesão de estruturas próximas à traqueia

Os nervos da laringe, os vasos sanguíneos de grosso calibre e o esôfago são as estruturas com mais riscos de serem danificadas durante a traqueostomia.

Outras complicações imediatas da traqueostomia incluem a apneia (interrupção da respiração) e edema pulmonar.

Riscos precoces da traqueostomiaSangramento

O sangramento nessa fase pode ocorrer devido ao excesso de tosse e consequente aumento da pressão arterial, traqueíte, feridas na parede da traqueia, lesões provocadas durante a aspiração, entre outras causas.

Traqueíte

A traqueíte é a inflamação da traqueia. A nebulização constante, a irrigação do local e a aspiração frequente da cânula são formas de prevenir essa complicação.

Formação de plug mucoso

O plug mucoso é uma “rolha” de muco que pode se formar no local da traqueostomia. Uma cânula interna removível reduz os riscos dessa complicação.

Celulite

Trata-se de uma infecção profunda da pele que surge no local da traqueostomia. Para evitar essa complicação, deve haver espaço suficiente para ocorrer a drenagem da ferida cirúrgica além de seguir as orientações quanto a higiene local.

Enfisema subcutâneo

O enfisema é o acúmulo de ar nas camadas mais profundas da pele. Pode ocorrer em consequência da forma como foi feita a sutura no local da traqueostomia ou pelo trajeto incorreto da cânula.

Atelectasia pulmonar

Trata-se do colapso total ou parcial do pulmão, ou seja, uma incapacidade do pulmão em se expandir, que pode ocorrer em caso de intubação inadequada.

Decanulação

É a saída da cânula da traqueostomia, quando ela ainda é necessária.

Riscos tardios da traqueostomiaSangramento

Sangramentos que ocorrem depois de 48 horas que foi feita a traqueostomia têm como principal causa a presença de uma fístula (comunicação) entre a traqueia e a artéria braquiocefálica.

Essa complicação é causada principalmente pela realização de uma traqueostomia muito baixa ou pela colocação de uma cânula muito grande. Apesar de ocorrer em cerca de 0,5% das traqueostomias, essa complicação pode levar à morte em até 80% dos casos.

Traqueomalácia

É caracterizada pela flacidez do tecido cartilaginoso que sustenta a traqueia. Em geral, é causada por uma cânula pequena demais.

Estenose

O estreitamento da traqueia, provocada por lesão da cartilagem cricoide, lesão da parede da traqueia durante a realização da traqueostomia ou lesão da mucosa provocada pelo balonete. Nesses casos, a pessoa apresenta desconforto respiratório algumas semanas depois de retirar a cânula.

Fístula traqueoesofágica

A fístula é uma comunicação entre a traqueia e o esôfago, que pode causar aspiração de conteúdo gástrico para os pulmões, resultando em pneumonite química. Normalmente tem como causa o desgaste da parede posterior da traqueia pela cânula.

Fístula traqueocutânea

Trata-se de uma comunicação entre a traqueia e a pele.

Formação de cicatriz

Pode haver a formação de tecido cicatricial na região da abertura da traqueostomia ou na extremidade da cânula. Com isso ocasionar sangramentos, estreitamento ou obstrução da traqueia.

Os riscos dessa complicação podem diminuir se as cânulas forem trocadas frequentemente no pós-operatório da traqueostomia.

Impossibilidade de retirar a cânula

A decanulação pode ser impossibilitada se houver paralisia das pregas vocais, lesão da estrutura da laringe e ansiedade por parte do paciente.

Por quanto tempo pode ficar a traqueostomia?

A traqueostomia pode ficar por tempo indeterminado. A retirada depende sobretudo da causa que levou à realização da cirurgia.

A cânula deve ser retirada ou trocada por uma de numeração menor assim que a respiração estiver melhor ou recuperada. Após a remoção da cânula, o orifício da traqueostomia pode se fechar espontaneamente ou necessitar de cirurgia para ser fechado.

Embora a traqueostomia esteja associada a um certo grau de mortalidade, é possível ter uma qualidade de vida satisfatória. O prognóstico das pessoas que se submetem à traqueostomia é considerado bom, mesmo no caso das crianças, em que as causas de morte depois da cirurgia estão mais associadas à doença de base do que à traqueostomia em si.

Quando a traqueostomia é indicada?

A traqueostomia é indicada em casos de:

  • obstrução das vias aéreas superiores (anomalias congênitas, presença de corpo estranho, traumatismo cervical, câncer, paralisia das cordas vocais de ambos os lados);
  • Intubação orotraqueal prolongada;
  • Inchaços causados por queimaduras, infecções ou reações alérgicas graves;
  • Pré e pós-operatório de outras cirurgias;
  • Apneia ou hipopneia obstrutiva do sono.

A traqueostomia também serve para facilitar a aspiração de secreções das vias aéreas baixas.

Quais as contraindicações da traqueostomia?

A traqueostomia tem poucas contraindicações. Uma possível contraindicação é presença de câncer de laringe, quando a manipulação do tumor durante a traqueostomia pode aumentar a manifestação do tumor na região da abertura. Outra contraindicação seria um distúrbio de coagulação importante.

Mais uma vez, o caso deve ser avaliado e ponderado riscos e benefícios para esse paciente.

A traqueostomia pode ser realizada por qualquer médico/a com especialização em emergência, cirurgia geral, torácica, oncológica, de cabeça e pescoço. E deve ser e acompanhada regularmente pela equipe de saúde.

Histoplasmose: O que é, quais são os sintomas e como tratar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Histoplasmose é uma infecção respiratória causada pelo fungo Histoplasma capsulatum. A transmissão ocorre pela inalação do fungo, presente em grandes quantidades em locais com acúmulo de fezes de morcegos e aves. A histoplasmose pode se desenvolver sem manifestar sintomas ou evoluir para uma infecção disseminada que pode ser fatal.

O fungo Histoplasma capsulatum cresce no solo, especialmente em locais abrigados, úmidos, quentes e com fezes de aves e morcegos acumuladas, como grutas, cavernas, galinheiros, interior de troncos ocos, construções e lugares abandonados, entre outros.

Histoplasma capsulatum, fungo casador da histoplasmose

Mais de 90% das pessoas com histoplasmose não manifesta sintomas ou desenvolve um quadro autolimitado, que não é identificado como histoplasmose.

Em pessoas saudáveis, com um bom sistema imunológico, a histoplasmose pode não causar sintomas ou se manifestar sob a forma pulmonar aguda, com sintomas semelhantes aos de uma gripe.

Indivíduos com imunidade baixa ou defeitos anatômicos no pulmão podem cursar com as formas pulmonar crônica ou disseminada da histoplasmose.

Quais são os sintomas da histoplasmose? Sintomas da histoplasmose pulmonar aguda

Na infecção pulmonar aguda, os sinais e sintomas da histoplasmose podem incluir dor de cabeça, febre com duração superior a 7 dias, dores musculares, fadiga, tosse seca, falta de apetite, dor no peito e falta de ar. Algumas pessoas podem apresentar manchas ou lesões vermelhas na pele.

Depois de duas a três semanas de infecção, podem ocorrer inflamação da pleura (membrana que envolve os pulmões), conjuntivite, derrame na membrana que envolve o coração e artrite.

Essa forma de histoplasmose é autolimitada e as lesões regridem após 1 a 3 meses, deixando sequelas, como calcificações nos pulmões e fora deles.

Porém, em pessoas com a imunidade muito baixa a doença não regride, evoluindo para formas disseminadas agudas de histoplasmose.

Sintomas da histoplasmose pulmonar crônica

A forma pulmonar crônica da histoplasmose ocorre sobretudo em indivíduos com alterações anatômicas no pulmão que favorecem a instalação e proliferação do fungo, como em pacientes com enfisema pulmonar, por exemplo.

Os sinais e sintomas incluem tosse crônica com secreção sanguinolenta, dor torácica, falta de ar, fadiga, febre, perda de peso, fraqueza, falta de apetite e transpiração noturna excessiva.

Sintomas de histoplasmose disseminada

A forma disseminada é mais frequente em pessoas com imunidade baixa, como portadores de HIV e câncer, bebês e idosos. É a forma mais grave de histoplasmose, podendo rapidamente evoluir e levar a óbito se não for diagnosticada e tratada precocemente.

Nesses casos, a doença pode estar disseminada no baço, fígado, gânglios linfáticos e medula óssea, causando febre alta, palidez, perda de peso, cansaço, perda de apetite, vômitos, anemia, fraqueza, diarreia e aumento de tamanho do fígado e do baço. Também é comum a presença de feridas purulentas na pele com formação de crostas, bem como lesões na língua, lábios e garganta.

Cerca de 20% das pessoas com histoplasmose disseminada apresentam inflamação no cérebro e na meninge (membrana que envolve o cérebro). Em crianças e indivíduos com AIDS, pode haver formação disseminada de coágulos nos vasos sanguíneos.

E casos raros, pode ocorrer aumento dos níveis de cálcio no sangue, insuficiência da glândula adrenal, manifestações em ossos e articulações, endocardite (inflamação da parte interna do coração) e infecção no sistema nervoso central.

Os fatores de risco para o desenvolvimento da histoplasmose disseminada incluem: idade avançada, AIDS, neoplasias hematológicas, transplantes, uso de medicamentos corticoides e deficiências de células de defesa conhecidas como linfócitos T.

Qual é o tratamento para histoplasmose?

As formas assintomática e pulmonar aguda de histoplasmose regridem espontaneamente e não necessitam de tratamento específico. Contudo, pacientes imunocomprometidos precisam ser tratados para evitar a progressão da doença.

O tratamento da histoplasmose nesses casos é feito com medicamentos antifúngicos e medidas de suporte respiratório, nos casos mais graves. A anfotericina B e o itraconazol são os antifúngicos mais usados para tratar a doença.

Na histoplasmose pulmonar aguda em que os sintomas persistem por mais de 1 mês, o tratamento geralmente é iniciado com itraconazol, com doses de 200 mg a 400 mg por dia, durante 6 a 12 semanas.

O tratamento das formas graves de histoplasmose pulmonar aguda é feito com anfotericina B, com doses de 0,5 mg a 1 mg/kg/dia, durante uma a duas semanas. A dose máxima não deve ultrapassar 50 mg por dia. Depois, inicia-se o tratamento com itraconazol, com dose de 200 mg, 3 vezes ao dia, durante 3 dias. A dose de manutenção é de 200 mg, duas vezes ao dia, e deve ser mantida por 12 semanas.

O tratamento da histoplasmose cavitária pulmonar crônica geralmente é feito com itraconazol, 200 mg, 3 vezes ao dia, durante 3 dias. Depois, as doses vão de 200 mg a 400 mg por dia, durante 1 a 2 anos.

Como ocorre a transmissão da histoplasmose?

As principais formas de contágio da histoplasmose são através da manipulação do solo e limpeza de lugares contaminados, pois é assim que as formas infectantes do fungo ficam suspensas no ar e são inaladas. Em geral, quanto mais fungos a pessoa inala, mais grave é a doença.

A infecção pode ocorrer durante escavações, aragem da terra, construções, visitas a grutas e cavernas, limpeza de sótãos e locais abandonados, entre várias outras atividades. A histoplasmose não é contagiosa e não é transmitida de pessoa para pessoa.

Como é feita a prevenção da histoplasmose?

A prevenção da histoplasmose é feita principalmente com a limpeza regular dos locais propícios à proliferação do fungo ou desinfecção dos mesmos com formol a 3%, usando sempre máscaras e luvas. Além disso, deve-se evitar a exposição desnecessária a lugares que podem estar contaminados.

Os/As médicos/as pneumologista e infectologista são os/as especialistas indicados/as para tratar a histoplasmose.

Distúrbios do sono: Quais os principais tipos e como identificá-los?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Existem dezenas de distúrbios do sono. Os principais tipos de transtorno são classificados nos seguintes grupos: Insônia, distúrbios respiratórios do sono, narcolepsia, distúrbios do ritmo circadiano, parassonias, manifestações motoras noturnas e sintomas noturnos isolados.

Insônia

A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns e caracteriza-se pela dificuldade em adormecer ou manter o sono. A falta de uma ou várias noites de sono reparador pode trazer prejuízos na qualidade de vida e até na saúde da pessoa.

As insônias podem causar alterações de humor, irritabilidade, sonolência durante o dia, cansaço, dificuldade de concentração, prejuízos na memória, falta de motivação, aumento do risco de acidentes automobilísticos ou de trabalho, aumento da tensão muscular, dor de cabeça, entre outras consequências.

Insônias crônicas, ou seja, que duram mais de 3 meses, também aumentam o risco de depressão. Por outro lado, já se sabe que boa parte dos casos de insônia estão também relacionados a estados de ansiedade ou depressão.

Leia também: Qual o tratamento para insônia?

Distúrbios Respiratórios do Sono

Esse grupo de transtornos do sono engloba os distúrbios que provocam alterações no padrão normal da respiração. O mais frequente é a síndrome da apneia obstrutiva do sono, mais conhecida como apneia do sono. Esse distúrbio do sono causa obstrução das vias aéreas, podendo diminuir a concentração de oxigênio no sangue.

Os principais sintomas da apneia do sono incluem ronco, interrupções da respiração (apneias) durante o sono, sonolência excessiva durante o dia, dificuldade de concentração e prejuízos na memória.

Dentre as principais causas da apneia obstrutiva do sono estão a obesidade, as anomalias do crânio e da face e os distúrbios hormonais. Esse distúrbio do sono é mais comum em homens, principalmente entre os mais idosos e aqueles que têm história de apneia do sono na família.

Saiba mais em: Apneia do sono tem cura? Qual o tratamento?

Narcolepsia

Esse distúrbio do sono tem como principal sintoma a sonolência excessiva durante o dia. Outras características comuns da narcolepsia incluem cataplexia, paralisia do sono, fragmentação do sono noturno, alucinações, entre outras manifestações.

A narcolepsia geralmente começa a se manifestar entre os 10 e os 20 anos de idade, prejudicando a formação da personalidade, o desempenho escolar e acadêmico, além de aumentar o risco de acidentes de trânsito e trabalho.

A cataplexia, uma manifestação frequente desse distúrbio do sono, caracteriza-se por episódios repentinos de perda de força muscular durante o dia, muitas vezes causados por alterações emocionais

As alucinações ocorrem quando a pessoa está na transição entre dormir e acordar, manifestando-se normalmente sob a forma de experiências visuais, auditivas ou que envolvem diversos sentidos.

Já a paralisia do sono é a perda dos movimentos que ocorre ao adormecer ou, principalmente, ao acordar. A pessoa está consciente, mas perde temporariamente a capacidade de se movimentar.

Leia também: O que é narcolepsia e quais são os sintomas?

Parassonias

As parassônias são distúrbios do sono que provocam eventos físicos, experiências desagradáveis e alterações comportamentais quando a pessoa está no ínicio do sono, durante o sono ou ao despertar.

As parassônias geralmente ocorrem durante a fase REM do sono, que é o estágio do sono profundo. Dentre os tipos mais comuns de parassônias estão o despertar confusional, o sonambulismo, o terror noturno e as parasssônias relacionadas ao sono REM.

O despertar confusional caracteriza-se por comportamentos confusos ou confusão mental ao acordar. No sonambulismo, o indivíduo desperta durante o sono profundo e caminha enquanto permanece com a consciência alterada durante um espaço de tempo.

Já os terrores noturnos manifestam-se sob a forma de gritos, choro e medo intenso. A pessoa dificilmente acorda durante os episódios, já que esse distúrbio ocorre na fase do sono profundo. Depois, ficam confusos e não se lembram do ocorrido.

As parassônias do sono REM têm como sintomas os comportamentos anormais, os pesadelos e a paralisia do sono frequente.

Os distúrbios comportamentais que ocorrem na fase do sono profundo (REM) podem interromper o sono ou até machucar a pessoa, ou quem estiver dormindo com ela. O transtorno interrompe o relaxamento muscular que ocorre durante o sono REM, o que leva a pessoa a se movimentar de acordo com os sonhos que tem.

Já os pesadelos são sonhos ruins recorrentes, normalmente ligados ao medo e à ansiedade. Esse distúrbio do sono prejudica a qualidade do sono e a execução de tarefas durante o dia.

Veja também: Quais são as fases do sono e o que acontece em cada uma delas?

Distúrbios no Ritmo Circadiano

Esse distúrbio do sono é causado por alterações no relógio biológico do corpo e prejudica a qualidade de vida e do sono. Sua principal causa é o estilo de vida em que há pouco tempo dedicado ao sono. Tratam-se de pessoas que têm um padrão de sono diferente daquele adotado pela sociedade em geral, dormindo normalmente menos ou com horários de sono diferentes das outras pessoas.

Manifestações Motoras Noturnas

Esses distúrbios do sono têm como sinais e sintomas certos tipos de movimentos que prejudicam o sono. Dentre os mais comuns estão a síndrome das pernas inquietas, os movimentos periódicos dos membros e os bruxismo.

A síndrome das pernas inquietas provoca uma vontade muito forte de mexer as pernas durante o repouso, principalmente ao final do dia e à noite. O desconforto geralmente alivia ao movimentar as pernas ou andar.

Veja também: Síndrome das pernas inquietas tem cura? Qual é o tratamento?

Os movimentos periódicos dos membros podem ser decorrentes da síndrome das pernas inquietas, embora também possam ocorrer isoladamente. Esse distúrbio do sono caracteriza-se pela realização de movimentos repetitivos de braços ou pernas durante o sono.

O bruxismo associado ao sono caracteriza-se pelo ranger dos dentes de forma repetitiva durante o sono. O bruxismo pode fazer a pessoa acordar, prejudicando a qualidade do sono, além de causar dor na articulação da mandíbula e desgaste dos dentes.

Sintomas Noturnos Isolados

O distúrbio do sono mais comum desse grupo é o ronco. Trata-se de um ruído proveniente da via aérea superior, sobretudo durante a inspiração.

Também pode lhe interessar: Ronco tem tratamento?

É importante lembrar que os distúrbios do sono causados por transtornos mentais, doenças neurológicas ou outro tipo de problema de saúde não são considerados distúrbios do sono, mas sintomas da doença de base.

O tratamento dos distúrbios do sono pode incluir o uso de medicamentos, mudanças no estilo de vida, entre outras intervenções médicas de diferentes especialidades, como neurologia, psiquiatria, pneumologia e otorrinolaringologia.

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Quais são os sintomas do edema pulmonar?

Os sinais e sintomas mais comuns do edema pulmonar são falta de ar, aumento da frequência respiratória e cardíaca, tosse, transpiração fria, dificuldade em permanecer deitado, ansiedade e agitação. A pulsação também fica mais rápida e fraca, com variações da pressão arterial. 

Casos mais graves de edema de pulmão podem manifestar ainda alteração da coloração das extremidades do corpo (pontas dos dedos, nariz, lábios), que ficam azuladas ou arroxeadas, além de retração dos músculos entre as costelas.

Outros sinais e sintomas incluem ainda sensação de sufocamento e morte iminente, além de tosse produtiva com secreção espumosa e sanguinolenta. Há casos de edema agudo pulmonar em que a pessoa chegar a espumar pela boca.

Se a pessoa estiver sofrendo um infarto, poderá sentir ainda uma forte dor no meio do peito, que pode irradiar para a parte interna do braço esquerdo, para o  pescoço ou para a mandíbula.

O edema agudo de pulmão é mais frequente em situações em que o bombeamento do sangue está prejudicado. Como consequência, o coração precisa bater com mais força, o que aumenta a pressão sanguínea dentro dos capilares e favorece o extravasamento de líquido para os pulmões, dificultando as trocas gasosas. 

O tratamento do edema pulmonar depende da causa e inclui o uso de medicamentos específicos, oxigênio e suporte ventilatório.

Saiba mais em: 

Edema pulmonar tem cura? Como tratar?

Edema pulmonar: quais as causas e possíveis complicações?

Quais são as causas da acidose respiratória?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A acidose respiratória pode ser causada por diversas doenças e situações, agudas ou crônicas, dentre elas destacamos as:

  • Doenças pulmonares;
  • Tabagismo;
  • Intoxicação por álcool;
  • Intoxicação de fumaça ou substâncias tóxicas como poeira de sílica;
  • Medicamentos sedativos;
  • Anestesia geral;
  • Tumores intracranianos;
  • Obesidade;
  • Doenças neuromusculares.
O que é a Acidose respiratória?

A acidose respiratória ocorre quando há um acúmulo de gás carbônico (CO2) no organismo, que é o gás eliminado pelos pulmões durante a expiração. A retenção desse gás aumenta a concentração de ácido carbônico no sangue, levando à acidose.

Quais as causas de Acidose respiratória?

As doenças pulmonares, como crises de Asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), Trauma torácico, derrame pleural ou Pneumonia, geram uma obstrução direta nas vias pulmonares, impedindo que o CO2 seja eliminado.

A exposição a substâncias tóxicas, como o tabagismo, fumaça ou poeira de sílica, aumenta a concentração de CO2 nos pulmões, causando lesão dos alvéolos, que não são mais capazes de realizar a troca do CO2 pelo O2.

Outras causas como doenças neuromusculares, obesidade, anestesia ou uso de certos medicamentos sedativos, impedem a eliminação do CO2 por causar fraqueza na musculatura torácica (músculos da respiração), levando ao que chamamos de hipoventilação (diminuição da frequência respiratória), que da mesma forma, resulta no acúmulo de CO2 nos pulmões.

Tumores intracranianos, dependendo do seu tamanho e localização, podem causar compressão do centro responsável pela respiração (centro respiratório), localizado no tronco cerebral, causando desequilíbrio nesse sistema, com consequente hipoventilação, e acúmulo de CO2.

Portanto, a acidose respiratória pode ser causada por diferentes fatores, doenças ou distúrbios que dificultam ou deprimem a respiração normal. Como resultado, o ar não é exalado adequadamente e o gás carbônico acumula-se no corpo.

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Quais são os sinais e sintomas de acidose respiratória?

Os sinais e sintomas da acidose respiratória incluem esforço respiratório, perda de apetite, náuseas, vômitos, fadiga, diminuição da produção de urina, hálito cetônico, dor no peito, alterações neurológicas, como dor de cabeça e confusão mental.

Qual é o tratamento da acidose respiratória?

O tratamento da acidose respiratória será determinado de acordo com a causa do problema. Pode ser indicado a administração de oxigênio e broncodilatadores nos casos de Asma e DPOC; cessar o tabagismo está sempre indicado; afastamento do trabalho, quando a causa for exposição a substâncias tóxicas no serviço; remoção de secreções respiratórias e antibióticos, nos casos de pneumonia, até neurocirurgia, nos casos de tumor intracraniano.

É necessária a avaliação médica, pelo médico da família, clínico geral ou pneumologista, para definição da causa e em seguida iniciar o melhor tratamento.

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