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Quais são os efeitos da maconha?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A maconha produz efeitos físicos e psíquicos no organismo. Os efeitos agudos são aqueles observados logo depois de fazer uso (fumar) e que podem permanecer por algumas horas. Já os efeitos crônicos são uma consequência do uso continuado da maconha durante semanas, meses ou anos.

Os efeitos físicos agudos incluem: olhos avermelhados, boca seca e aumento da frequência cardíaca (taquicardia), podendo ultrapassar os 140 batimentos por minuto.

Já os efeitos psíquicos agudos da maconha dependem da qualidade da erva e da sensibilidade de cada um. Em geral, as pessoas referem uma sensação de bem-estar, calma, relaxamento e vontade de rir. Entretanto, em algumas pessoas os efeitos podem ser menos agradáveis, como angústia, ansiedade, atordoamento, tremores e sudorese (transpiração).

A maconha também altera a percepção de tempo e espaço. Quinze ou vinte minutos parecem ter a duração de uma hora ou mais. A pessoa tem a sensação de que se passou muito mais tempo do que o tempo real. Ainda, as distâncias podem parecer maiores do que realmente são.

Um efeito comum da maconha é a perda da memória de curto prazo, que guarda informações que acabaram de ser apresentadas. Sob efeito da droga, a pessoa se esquece facilmente de algo que acabou de ler ou ouvir, como um número por exemplo.

Dependendo da sensibilidade do organismo à droga ou da quantidade de maconha consumida, pode ocorrer até delírios e alucinações. Os delírios caracterizam-se pela "mania da perseguição", que pode levar ao pânico ou quadros de oscilação de humor. Por exemplo, a pessoa entra num local, vê um policial e quer sair correndo porque acha que a polícia está ali para lhe prender. Já a alucinação é ver ou ouvir algo que não existe.

Enquanto que os efeitos físicos agudos da maconha não passam de pequenas alterações, os seus efeitos crônicos no corpo são muito mais abrangentes. O uso contínuo da maconha afeta consideravelmente os pulmões e a produção do hormônio masculino testosterona.

A irritação causada pela fumaça pode provocar bronquites e problemas respiratórios. A fumaça da maconha contém mais alcatrão que a do cigarro comum, além de ter uma substância altamente cancerígena chamada benzopireno.

O uso crônico de maconha também pode reduzir pela metade a quantidade do hormônio testosterona nos homens, podendo interferir na produção de espermatozoides e causar infertilidade. Contudo, esse efeito desaparece ao deixar de fumar a erva.

Os efeitos psíquicos crônicos da maconha caracterizam-se por prejuízos na aprendizagem e na memorização, além de falta de motivação. Algumas pessoas podem ficar dependentes da maconha ao ponto de organizar a sua rotina em torno do uso da droga e desvalorizar outras coisas que são importantes.

Também já se sabe que fumar maconha pode piorar o quadro da esquizofrenia ou promover o desenvolvimento da doença quando ela ainda não está evidente.

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Maconha pode fazer bem à saúde?

O que é autismo e quais os sintomas?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O autismo é um transtorno global do desenvolvimento que começa na primeira infância, ou seja, antes dos 3 anos de idade. O transtorno do espectro autista tem como principal sintoma a dificuldade de interação social e comunicação.

Existem diferentes tipos de autismo, com vários graus de intensidade. Há autistas com formas graves do transtorno, com deficiência intelectual e agressividade, sem possibilidade de estabelecer contato interpessoal, e formas mais leves, em que a inteligência e a fala são normais.

A maioria das crianças com autismo é parecida com as outras crianças. Porém, apresentam comportamentos diferentes, com atividades incomuns e algumas vezes incompreensíveis.

Crianças com as formas menos graves de autismo falam e demonstram capacidade intelectual, mas apresentam perturbações ao nível social e comportamental.

O autismo infantil é mais frequente em meninos e os seus primeiros sinais podem surgir já nos primeiros meses de vida da criança. Contudo, o transtorno raramente é diagnosticado precocemente.

Normalmente, o problema é detectado quando os sintomas tornam-se mais evidentes, o que geralmente ocorre entre os 2 e os 3 anos de idade. Uma vez que o transtorno é global, ou seja, afeta o indivíduo como um todo, muitas vezes é confundido com outros tipos de distúrbios psíquicos.

Quais são os sintomas do autismo?

Os sintomas do autismo geralmente estão presentes antes dos 3 anos de idade, mas são mais evidentes entre os 2 e os 6 anos. Alguns sinais que podem levar à suspeita de autismo, de acordo com a idade da criança:

  • 12 meses: a criança não emite sons nem balbucia e não realiza gestos como apontar ou acenar;
  • 16 meses: a criança não pronuncia palavras simples;
  • 24 meses: a criança não forma frases com duas palavras.

A perda de capacidades de linguagem ou de socialização, em qualquer idade, também é um sinal de alerta para o autismo. Vale ressaltar que a presença de alguma dessas características não implica necessariamente que a criança tenha autismo. Porém, se estiverem presentes, é importante proceder a uma investigação com uma equipe multidisciplinar, que pode envolver neurologista, pediatra, psicólogo, entre outros especialistas.

Pessoas autistas são difíceis de estabelecer relacionamentos, têm dificuldade no domínio da linguagem, daí os problemas de comunicação, e apresentam padrões de comportamento repetitivos.

Existem vários sinais que caracterizam o indivíduo autista. Pessoas com autismo apresentam pelo menos metade dos seguintes sintomas:

  • Dificuldade de relacionamento interpessoal;
  • Pouco ou nenhum contato visual com outras pessoas;
  • Riso inadequado;
  • Busca pelo isolamento social (preferência pela solidão);
  • Fixação visual em objetos;
  • Aparente insensibilidade à dor;
  • Rotação repetitiva de objetos;
  • Hiper ou inatividade;
  • Ecolalia (repetição de palavras ou frases);
  • Recusa de demonstrações de carinho (colo, abraços);
  • Não respondem pelo nome;
  • Dificuldade de expressar necessidades;
  • Dificuldade de aprendizado;
  • Repetição desnecessária de assuntos;
  • Dificuldade de mudança na rotina;
  • Não tem consciência de situações de perigo;
  • Acessos de raiva;
  • Desorganização sensorial.

Os sinais e sintomas do autismo infantil podem incluir ainda convulsões (cerca de 20% das crianças autistas têm epilepsia), transtornos do sono e alimentares, ansiedade e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade)

Contudo, vale ressaltar que muitas vezes o autista domina a linguagem, consegue se comunicar e tem uma inteligência normal ou até acima da média. Essas pessoas apresentam menos dificuldade em interagir socialmente e podem ter uma vida praticamente normal.

Como é feito o diagnóstico do autismo?

Para o diagnóstico do autismo, são considerados distúrbios em três áreas, com início dos sintomas antes dos três anos de idade:

1. Comprometimento da interação social; 2. Comportamento e interesses restritos e repetitivos; 3. Comprometimento da comunicação verbal e não-verbal.

Quais as causas do autismo?

O autismo não possui uma causa definida, mas sabe-se que o transtorno é provocado por anomalias no funcionamento e na estrutura do cérebro. Fatores hereditários também podem estar associados ao aparecimento do autismo.

Crianças com determinadas síndromes genéticas, rubéola congênita, esclerose tuberosa, entre outras doenças, podem ter mais chances de desenvolver autismo.

O autismo também pode estar associado a fatores relacionados com a gestação ou com o parto, além de infecções virais, alterações metabólicas e exposição a metais pesados.

Autismo tem cura? Como é o tratamento?

O autismo não tem cura. Porém, com o tratamento adequado e as devidas medidas educacionais e comportamentais, é possível diminuir os comportamentos mais estranhos e oferecer uma maior autonomia ao paciente.

Muitas vezes são usados medicamentos antidepressivos, antipsicóticos ou medicação específica para tratar a hiperatividade.

O autismo é uma doença crônica e o tratamento deve ser instituído assim que seja feito o diagnóstico. O tratamento deve ser multidisciplinar e individual, baseado no grau de comprometimento de cada paciente.

O diagnóstico e tratamento podem ser conduzidos por médico psiquiatra, em associação com outros especialistas, como fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo.

Diferenças entre Esquizofrenia e Transtorno Bipolar
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As principais diferenças entre esquizofrenia e transtorno bipolar são:

Características Esquizofrenia Transtorno Bipolar
Início do quadro Mais lento (insidioso) Mais rápido (súbito)
Delírio "Mania de perseguição", não influenciada pelo humor "Mania de grandeza", muito influenciado pelo humor
Alucinação Comum Menos comum
Sintoma negativo Comum Não apresenta
Déficit cognitivo Comum Menos comum
Disfunção social Comum Menos comum
Tratamento medicamentoso Antipsicóticos de 1ª e 2ª geração Estabilizadores de humor e antipsicóticos de 2ª geração

A maior diferença entre esquizofrenia e transtorno bipolar é que os pacientes com transtorno bipolar apresentam uma melhor evolução, com eliminação total dos sintomas e retorno às suas atividades diárias entre uma crise e outra, enquanto que a esquizofrenia mantém os seus sintomas residuais, mesmo entre as crises.

Os esquizofrênicos são caracterizados sobretudo por sintomas negativos, como perda de interesse, desmotivação, apatia e dificuldades de se socializar e relacionar.

Porém, com a chegada dos primeiros antipsicóticos nos anos 50, as diferenças entre esquizofrenia e transtorno bipolar diminuíram bastante, ao ponto dos casos de ambas as doenças serem confundidas uma com a outra.

A resposta aos medicamentos passou então a influenciar o diagnóstico psiquiátrico, com tendência para diagnosticar como bipolar o paciente que melhor responder e se recuperar com o tratamento.

A crise aguda de um paciente com transtorno bipolar pode ser parecida com o surto psicótico de uma pessoa com esquizofrenia, principalmente se houver também delírios e alucinações, o que torna difícil diferenciar uma doença da outra nessa fase, ficando porém mais fácil após a crise.

Em geral, o paciente bipolar tem uma melhor recuperação e volta às suas atividades mais rápido que o esquizofrênico, sem apresentar também os sintomas negativos característicos da esquizofrenia.

Os sintomas cognitivos são também menos afetados nos casos de transtorno bipolar do que nos de esquizofrenia.

Apesar dos sintomas de humor (depressão, euforia, exaltação, raiva, irritabilidade) serem frequentes na esquizofrenia, eles são a principal alteração causada pelo transtorno bipolar.

São essas variações de humor que levam às crises de depressão ou mania e que explicam os principais problemas de comportamento, delírios e alucinações dos pacientes bipolares.

Já o esquizofrênico, apesar do humor influenciar o seu comportamento, ele não é o causador dos seus principais sintomas.

Isso é facilmente verificado no final da crise, quando os pacientes bipolares melhoram com a estabilização do humor enquanto que os esquizofrênicos continuam com delírios, alucinações e sintomas negativos, mesmo tendo um humor aparentemente melhor.

O médico psiquiatra é o responsável por diferenciar e diagnosticar a esquizofrenia e o transtorno bipolar, bem como conduzir o tratamento.

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Diferenças entre Esquizofrenia e Depressão

O que é uma psicose e quais são os seus sinais e sintomas?

Quais as causas do transtorno opositor desafiador (TOD)?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O transtorno opositor desafiador não possui uma causa específica. Acredita-se que a origem do distúrbio esteja associada a uma combinação de fatores psicológicos, ambientais e predisposição genética.

Dentre os fatores que favorecem o desenvolvimento do transtorno opositivo desafiador estão:

1) Características da criança

Temperamento negativo, instabilidade emocional, alterações de humor e transtornos no desenvolvimento neurológico.

2) Características dos pais

Agressividade, abuso de álcool e outras substâncias, transtornos mentais, paternidade e maternidade precoces, atitudes autoritárias ou muito permissivas.

3) Relacionamentos familiares

Relacionamentos conturbados, negligência, ausência, falta de disciplina, incoerência na hora de disciplinar e disciplina impulsiva.

4) Ambiente social

Ambiente desregrado e sem limites, proximidade com a criminalidade e violência, miséria, entre outras vulnerabilidades socioeconômicas.

Outros transtornos associados

É comum que crianças e adolescentes com transtorno de oposição desafiante apresentem outros transtornos associados, como TDAH, ansiedade, transtornos de humor, depressão e dificuldade na linguagem e aprendizagem.

Os primeiros sintomas do transtorno opositor desafiador começam a se manifestar na idade pré-escolar, sendo rara a ocorrência das primeiras manifestações na adolescência.

O tratamento do transtorno opositor desafiador incluir psicoterapia individual, terapia familiar e orientação aos pais e professores.

Saiba mais em:

Como identificar o transtorno opositor desafiador (TOD)?

Transtorno opositor desafiador tem cura? Como é o tratamento?

Drogas podem cortar o efeito do anticoncepcional?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não é possível afirmar com certeza se drogas ilícitas, como cocaína, LSD, maconha, ecstasy ou lança-perfume podem cortar o efeito do anticoncepcional ou diminuir a sua eficácia, pois faltam estudos científicos que comprovem o efeito dessas drogas sobre os anticoncepcionais.

Porém, como são drogas "químicas", apesar de faltar evidências científicas, acredita-se que possa acontecer, uma vez que essas drogas, assim como os medicamentos, incluindo os anticoncepcionais, são metabolizados no fígado. Logo, essas drogas podem competir com a metabolização do anticoncepcional no fígado, reduzindo o seu efeito. 

As drogas que de fato podem diminuir a eficácia do anticoncepcional são alguns medicamentos usados para tratar:

  • Epilepsia (primidona, fenitoína, barbitúricos, carbamazepina, oxcarbazepina, topiramato);
  • Tuberculose (rifampicina);
  • AIDS e Hepatite C (antirretrovirais);
  • Infecções fúngicas (griseofulvina, antifúngicos azólicos, itraconazol, voriconazol, fluconazol, cetoconazol);
  • Infecções bacterianas (antibióticos como claritromicina e eritromicina);
  • Certas doenças cardíacas e pressão alta (verapamil, diltiazem);
  • Artrites e artroses (etoricoxibe).

Além desses, remédios com Erva-de-São-João, usada sobretudo para o tratamento de estados depressivos, também podem interferir na eficácia dos anticoncepcionais.

Comunique o seu médico ginecologista se usar qualquer tipo de droga, seja medicamentos ou drogas ilícitas, para que ele avalie o risco de interação medicamentosa com o anticoncepcional.

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5 Coisas que Podem Cortar o Efeito do Anticoncepcional

Dor no braço o que pode ser? Causas e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor em um dos braços costuma ser causada por um problema muscular, tendinite, lesão por esforço repetitivo (LER) ou problemas crônicos, como a artrose.

No entanto, pode ser também um dos sintomas do infarto agudo do coração, uma doença bastante grave, por isso é importante entender os sinais de alerta para essa doença.

No infarto, a dor é em aperto no peito, e pode vir associada a náuseas, vômitos, suor frio e mal-estar. A dor pode ainda ser irradiada para o braço esquerdo, queixo, costas ou mais raramente para o braço direito. Na suspeita de infarto, ligue para o SAMU 192.

Causas mais comuns de dor no braço. O que fazer em cada uma das situações? 1. Problemas musculares

A distensão muscular é um problema comum, que pode ocorrer nos braços após um esforço físico excessivo, como em treinos de alto rendimento ou musculação. Pode ser decorrente de uma queda ou pequenos traumas.

Os sintomas da distensão são geralmente:

  • Dor localizada no músculo que sofreu a distensão
  • Edema (inchaço)
  • Vermelhidão
  • Escoriação (quando acontecer por um trauma ou queda)

O tratamento é o repouso e imobilização do membro afetado (braço esquerdo ou direito). O uso de pomadas com anti-inflamatórios podem ajudar a tratar a distensão muscular.

A aplicação de compressas de gelo no local da dor é indicada nas primeiras 48 horas. Após este período, devem ser aplicadas apenas compressas mornas, por 20 minutos, duas vezes ao dia. Estas medidas ajudarão a aliviar a dor e tratar a distensão nos músculos.

Se mesmo com o repouso e compressas a dor não melhorar nas primeiras 48 horas, ou piorar, deve procurar um atendimento médico para avaliação e tratamento adequados.

2. Tendinites e lesões por esforço repetitivo (LER)

A tendinite se caracteriza por inflamação nos tendões, estrutura final dos músculos e pode ocorrer nos braços, antebraços ou nos ombros. É uma causa comum de dor crônica nos ombros.

A lesão por esforço repetitivo (LER) é mais comum no antebraço (direito ou esquerdo), bastante associada à prática de digitação e movimentos de mão repetidos, por longos períodos.

Os sintomas são:

  • Dor localizada contínua
  • Piora quando movimenta o membro
  • Edema, inchaço no local
  • Formigamento e sensação de fraqueza

O tratamento também é baseado no repouso e imobilização do membro acometido.

Aplicar compressas de gelo por 20 minutos pode ajudar a aliviar a dor. Lembre-se de não colocar o gelo diretamente em contato com a pele, para evitar queimaduras. Utilize um tecido fino entre a pele e o gelo.

Em alguns casos, pode ser necessário tratamento com fisioterapia ou anti-inflamatórios. Uma consulta com ortopedista assegura a efetividade do tratamento.

3. Artrose

A artrose ou osteoartrose pode afetar diferentes articulações, mais frequentemente ombros, quadris e joelhos.

Os sintomas são de:

  • Dor na articulação
  • Rigidez articular, especialmente pela manhã
  • Dificuldade nos movimentos desse membro
  • Perda do movimento (nos casos mais graves)

Algumas pessoas queixam-se de sensação de areia e estalos na articulação afetada ou ao realizar movimentos de maior amplitude como, por exemplo, levantar o braço e completar uma volta inteira, devido a artrose no ombro.

O tratamento é feito com o fortalecimento do membro acometido. Em alguns casos, basta tratamento fisioterápico, para iniciar com cautela, o fortalecimento muscular além das orientações para realização correta das atividades de vida diárias, sem prejudicar a articulação.

Para situações mais avançadas, pode ser preciso uso de medicamentos, imobilização e cirurgia. Procure um ortopedista ou reumatologista para definir o melhor tratamento.

Enquanto aguarda a consulta e o início do tratamento, evite movimentar em excesso a articulação comprometida. Você pode aplicar compressas quentes ou frias, 3 vezes ao dia durante 20 minutos, para alívio da dor. Algumas pessoas sentem alívio com compressas quentes, outras com gelo, por este motivo, utilize o que for mais confortável no seu caso. O objetivo da compressa é apenas a redução da dor.

4. Síndrome de túnel do carpo

A síndrome do túnel do carpo é outra situação comum de dor no braço, especialmente em pessoas que trabalham com as mãos, causada pela compressão do nervo mediano, um nervo que se estende pelo braço e chega até a mão.

Os sintomas se iniciam na mão e punho, mas com a evolução da doença, leva a dor por todo o braço. Os sintomas são:

  • Dor contínua, latejante
  • Fraqueza na mão, é normal o relato de deixar coisas cair da mão
  • Formigamento, dormência
  • Sensação de agulhadas na palma da mão, especialmente no dedo polegar, indicador e parte do dedo médio.

Algumas pessoas acordam durante a madrugada com dor latejante ou sensação de queimação, que melhora com o "abanar" da mão acometida.

O tratamento definitivo, para curar a doença, é a cirurgia, onde a fibrose que comprime o nervo é cortada, liberando novamente o nervo mediano. O neurocirurgião e ortopedista, especialistas em mão, são os médicos mais indicados para realizar essa cirurgia.

A imobilização, repouso, fisioterapia e uso de medicamentos para dor, aliviam, mas não curam a doença. A demora no tratamento pode levar à morte do nervo e atrofia dos músculos da mão.

5. Problemas de coluna

Os problemas de coluna, como a hérnia de disco cervical ou artroses ("bico de papagaio"), podem comprimir um nervo próximo, causando os sintomas neurológicos nesse braço.

Os sintomas comuns de uma hérnia, são:

  • Dormência no braço (direito ou esquerdo)
  • Fraqueza no braço (direito ou esquerdo)
  • "Choques", pelo braço, exatamente pelo trajeto de um nervo comprimido.

O tratamento deve ser definido pelo neurologista ou neurocirurgião após avaliação. O uso de colar cervical e relaxantes musculares, ajudam a reduzir o movimento do pescoço, aliviar a dor e principalmente, evitar piora da hérnia, porém o tratamento definitivo pode ser através de fisioterapia ou cirurgia.

6. Crise de ansiedade

Durante uma crise de ansiedade a pessoa pode sentir uma sensação estranha de dormência ou formigamento em um dos braços, ou nos dois, acompanhada de agitação, palpitação, falta de ar, sensação de calor, suor e/ou dor no peito.

Para aliviar os sintomas, enquanto a crise de ansiedade estiver acontecendo, volte a sua atenção para a respiração. Faça inspirações longas e profundas e expire soltando o ar pela boca. Este tipo de respiração costuma aliviar os sintomas e ajudam a pessoa a voltar à calma.

Se as crises de ansiedade forem constantes, é importante que procure um médico de família, psicológico ou psiquiatra. O acompanhamento psicológico pode ser importante para aprender a lidar com situações que provocam ansiedade.

Dor no braço esquerdo é sempre sinal de infarto do coração?

Não. A dor no peito é o sintoma mais característico do infarto, seguido da irradiação da dor para o braço esquerdo, por isso, o sintoma causa preocupação. Porém, a dor do infarto pode ser irradiada para o pescoço, costas, braço direito ou não haver irradiação.

É importante conhecer os sinais e sintomas que sugerem um infarto do coração, além da dor no braço esquerdo, possibilitando a procura de um atendimento de urgência médica, o quanto antes. São eles:

  • Dor de início súbito (repentino)
  • Irradiação (braço esquerdo, pescoço, costas ou mais raramente braço direito)
  • Suor frio, palidez
  • Mal-estar
  • Palpitação
  • Náuseas e vômitos

Na suspeita de um infarto, ligue para o SAMU 192 e peça ajuda. Não fique sozinho.

Saiba mais sobre o que fazer se suspeitar de um infarto: Suspeita de infarto: o que fazer?

O que pode ser dor na veia do braço?

A dor na veia do braço pode ser uma trombose! A trombose é uma obstrução de um vaso sanguíneo (artéria ou veia), que interrompe abruptamente o fluxo de sangue naquela região.

Trata-se de uma situação muito menos comum, porém pode ocorrer em qualquer veia ou artéria do corpo, incluindo o braço. Os sintomas são de dor intensa no braço afetado pela falta de sangue, inchaço (edema), sensação de peso, formigamento, cãibras e surgimento de feridas no braço afetado.

Neste mesmo membro, os dedos das mãos podem se tornar pálidos, arroxeados e fracos, devido a má circulação sanguínea.

O que posso fazer?

Toda trombose é uma situação de urgência. Procure o mais rápido possível o seu médico de família, clínico geral, angiologista ou uma emergência médica.

Estes profissionais farão uma avaliação detalhada dos sintomas, vão solicitar exames para identificar essa obstrução (ultrassonografia com doppler do braço), e assim definir o melhor tratamento.

O tratamento depende da causa da obstrução. Pode ser indicado medicamentos (anticoagulantes) ou precisar de cirurgia de urgência, para restabelecer a circulação no local.

Quais os sinais de alerta para dor no braço?

Alguns sintomas são considerados sinais de alerta para as pessoas que sentem dor intensa em algum dos braços ou pernas. São eles:

  • Dor súbita e intensa no membro
  • Palidez e temperatura fria ao toque
  • Dor torácica, palpitações, suor frio ou falta de ar
  • Inchaço súbito do membro
  • Fraqueza ou dormência do membro afetado
  • Febre
  • Presença de bolhas ou manchas escuras

Na presença de um desses sintomas, procure uma emergência médica.

Leia mais:

Referências:

Sociedade Brasileira de Cardiologia

Para que serve o topiramato?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Topiramato é um medicamento anticonvulsivante que serve para tratar epilepsia, prevenir enxaquecas e tonturas. Ele também é indicado como coadjuvante no tratamento de dependência de álcool e outras drogas, transtorno de humor e compulsão alimentar.

O topiramato tem vários mecanismos de ação, sendo eficaz no tratamento da epilepsia e na prevenção da enxaqueca. O medicamento interfere em vários processos químicos cerebrais, diminuindo o excesso de excitabilidade dos neurônios (células nervosas), que pode provocar crises de enxaqueca e epilepsia.

Os efeitos do topiramato sobre a epilepsia podem ser notados depois de duas semanas de tratamento, quando usado isoladamente.

Quando o topiramato é usado em conjunto com outros medicamentos, os efeitos podem ser observados nas primeiras 4 semanas de tratamento.

Na prevenção da enxaqueca, os efeitos do medicamento podem ser notados no 1º mês de uso do medicamento.

Topiramato emagrece?

Como um dos principais efeitos colaterais do topiramato é inibir o apetite, recentemente, ele tem sido usado por pessoas que desejam emagrecer.

Vale ressaltar que o topiramato não apresenta essa finalidade e não há estudos científicos que comprovem a eficácia da medicação usada com esse fim.

A perda de peso é um efeito colateral que pode ocorrer em cerca de 20% das pessoas que tomam topiramato.

Como tomar topiramato?

Os comprimidos de topiramato devem ser tomados inteiros, com 1 copo de água, sem mastigá-los, parti-los ou triturá-los. O medicamento pode ser tomado às refeições.

Normalmente, recomenda-se tomar topiramato duas vezes ao dia. Porém, pode haver indicação médica para tomar o medicamento uma vez ao dia, com doses maiores ou menores.

No início, as doses de topiramato são baixas, sendo aumentadas gradualmente até haver um controle adequado da epilepsia ou da enxaqueca.

Como tomar topiramato para epilepsia com outros medicamentos? Adultos

Quando usado para auxiliar o tratamento da epilepsia, juntamente com outros medicamentos, a dose mínima indicada de topiramato é de 200 mg por dia.

Geralmente, a dose total de topiramato varia entre 200 mg e 400 mg por dia, sendo dividida em duas tomas diárias. A dose diária máxima de topiramato é de 1600 mg por dia.

No início do tratamento, as doses de topiramato são baixas, variando entre 25 mg e 50 mg. O medicamento deve ser tomado à noite, durante 7 dias.

Depois, com intervalos de uma ou duas semanas, a dose diária deve ser aumentada em 25 a 50 mg e dividida em duas tomas. Porém, algumas pessoas podem obter resultados eficazes com uma única dose por dia.

Crianças com mais de 2 anos de idade

Para crianças, a dose diária de topiramato recomendada é de 5 mg a 9 mg por cada kg de peso corporal, dividida em duas tomas por dia.

No início, durante a primeira semana de tratamento, a dose é de 25 mg (ou menos), administrada à noite. Depois, com intervalos de uma ou duas semanas, deve-se aumentar a dose em 1 a 3 mg/kg/dia, dividida em duas tomas diárias, até obter o controle das crises epilépticas.

Como tomar topiramato para epilepsia isoladamente? Adultos

Quando os outros medicamentos para epilepsia são retirados e o tratamento é mantido apenas com topiramato, a dose inicial é de 25 mg, administrada em dose única, à noite, durante 7 dias.

Posteriormente, com intervalos de uma ou duas semanas, deve-se aumentar a dose em 25 mg ou 50 mg por dia, dividida em duas tomas diárias.

O objetivo é chegar à dose inicial recomendada de 100 mg por dia. A dose máxima de topiramato nesses casos é de 500 mg por dia.

Crianças com mais de 2 anos de idade

A dose diária de topiramato varia entre 0,5 mg a 1 mg por cada kg de peso corporal, administrada à noite, em dose única, durante 7 dias.

Posteriormente, com intervalos de 7 ou 14 dias, deve-se aumentar a dose diária em 0,5 a 1 mg por cada kg de peso corporal, dividindo a dose em duas tomas por dia.

Para crianças com mais de 2 anos de idade, a dose diária inicial recomendada de topiramato é de 3 a 6 mg por cada kg de peso corporal.

Como tomar topiramato para enxaqueca?

A dose inicial de topiramato para tratamento da enxaqueca é de 25 mg, administrada em dose única, à noite, durante 7 dias. A seguir, deve-se aumentar a dose em 25 mg ao dia, semanalmente.

A dose diária de topiramato recomendada para tratar e prevenir a enxaqueca é de 100 mg por dia, dividida em duas tomas diárias. Em alguns casos, uma dose total de 50 mg por dia já é suficiente, enquanto outros podem necessitar de doses diárias de 200 mg.

Quais são os efeitos colaterais do topiramato?

Os efeitos colaterais mais comuns do topiramato (ocorrem em mais de 5% das pessoas que tomam o medicamento), incluem: sonolência, tonturas, cansaço, irritabilidade, emagrecimento, pensamentos lentos, formigamentos, visão dupla, visão turva, alteração da coordenação motora, náuseas, diarreia, lentidão, perda de apetite, dificuldade para falar e comprometimento da memória.

O topiramato deve ser usado apenas com indicação médica e acompanhamento apropriado, pois a dose deve ser ajustada para cada tipo de patologia e da sensibilidade de cada pessoa.

O que é TDAH e como é diagnosticado?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que caracteriza-se por 3 sintomas: hiperatividade, impulsividade e falta de atenção. Os primeiros sinais de TDAH normalmente aparecem na fase escolar.

O TDAH pode ser definido como uma perturbação do desenvolvimento neurológico das crianças, que provoca alterações no funcionamento do sistema nervoso.

Por se tratar de uma perturbação no desenvolvimento, o TDAH manifesta-se antes dos 12 anos de idade, podendo ser já percebido na idade escolar.

Área do cérebro (em azul) afetada pelo TDAH

Pessoas com TDAH têm dificuldade em manter a concentração, normalmente são agitadas e têm dificuldade em executar as tarefas até o fim.

Esses sintomas devem estar presentes em dois ou mais ambientes (escolar, familiar, profissional) por um período prolongado, para que caracterize um quadro de TDAH.

Como identificar alguém com TDAH? Quais são os sintomas? Sintomas de TDAH em crianças

Na infância, o TDAH geralmente está associado a dificuldades na escola e nos relacionamentos com as outras crianças, pais e professores.

As crianças parecem estar "no mundo da lua", dificuldade de manter a atenção em uma mesma tarefa e não param quietas por muito tempo. Tanto as crianças como os adolescentes com TDAH podem ter problemas de comportamento, como dificuldades com regras e limites.

Crianças com TDAH podem ter apenas déficit de atenção e não apresentar hiperatividade, o que chamamos de transtorno de déficit de atenção (TDA). Em outros casos podem apresentar também outros sintomas, como estereotipias, movimentos repetidos, como bater palmas, emitir sons ou gritos sem motivo aparente ou dar pulos em um mesmo lugar.

Déficit de atenção

O déficit de atenção caracteriza-se pela dificuldade em manter a atenção a estímulos que são interessantes para a criança. Nesses casos, a criança tende a ignorar completamente aquilo que não é do seu interesse.

São relutantes em iniciar atividades nas quais precisam estar atentas, interrompendo frequentemente a atividade e demorando para concluir as tarefas. Além disso, a criança manifesta muita desorganização.

Vale ressaltar que a falta de concentração é mais evidente em atividades menos motivantes ou monótonas. Em atividades como ver televisão ou jogar videogame, esse sinal geralmente é menos evidente.

Hiperatividade

A hiperatividade reflete-se nas atividades motoras, que são excessivas para a idade da criança. Observa-se uma dificuldade na criança em ficar quieta, sentada ou calada. A criança parece estar sempre se movimentando ou fazendo alguma coisa.

Contudo, nem todas as crianças com TDAH apresentam hiperatividade. Quando presente, esse sintoma tende a diminuir durante a adolescência.

Impulsividade

Crianças com TDAH têm dificuldade em controlar os impulsos e são impacientes para esperar a sua vez de fazer alguma coisa.

Sintomas de TDAH em adultos

Nos adultos com TDAH, ocorrem problemas de falta de atenção para situações do cotidiano e trabalho, além de serem muito esquecidos. Também são inquietos e impulsivos. Possuem dificuldade em avaliar o seu próprio comportamento e o quanto isso afeta os que estão à sua volta.

Frequentemente são considerados “egoístas” e também trazem outros problemas associados, como uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

Como é feito o diagnóstico do TDAH?

O diagnóstico do TDAH é feito com base nos sintomas, uma vez que não existe um exame específico para diagnosticar o transtorno. Logo, não são evidenciadas alterações aos exames de ressonância, eletroencefalograma ou qualquer outro exame de imagem, embora sejam necessários para descartar outras doenças que poderiam causar sintomas semelhantes.

A investigação para o diagnóstico costuma ser bem detalhada. O TDAH é definido por uma lista de sintomas, sendo 9 referentes à falta de atenção, 9 à hiperatividade e impulsividade.

A investigação e a confirmação do diagnóstico devem ser feitas por médicos neurologista e psiquiatra e também por um neuropsicólogo.

Em geral, são feitos testes e avaliações de neuropsicologia para confirmar o diagnóstico e investigar se existem outras doenças mentais associados ao transtorno.

O diagnóstico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade deve ser feita por um médico psiquiatra ou neurologista infantil especializado em TDAH.

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