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Sangramento na gravidez é normal?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O sangramento na gravidez é comum, sobretudo no início da gestação e não costuma ser um problema grave. No entanto, não deve ser considerado normal, até que seja avaliado pelo obstetra.

Isso porque o sangramento pode representar desde uma situação normal, como o sangramento de fixação do embrião na parede do útero, chamado sangramento de nidação, até uma situação de risco como o início do abortamento ou uma gravidez ectópica (fora do útero).

Sendo assim, qualquer sangramento durante a gravidez deve ser informar imediatamente ao seu obstetra ou ginecologista.

O que causa sangramento no início da gravidez?

Nos três primeiros meses de gestação o sangramento é bastante frequente e nem sempre é sinal de complicação. Neste período o sangramento pode ser causado por:

1. Implantação do embrião (sangramento de nidação)

O sangramento acontece quando ocorre a implantação do óvulo fecundado (embrião) no útero, chamado de sangramento de nidação. É um pequeno sangramento vaginal de cor rosada, sem cheiro e que dura até 3 dias. Para muitas mulheres pode ser imperceptível.

Este sangramento é considerado um dos primeiros sinais de gravidez e pode vir acompanhado de cólicas.

2. Relação sexual, alterações hormonais

O sangramento que ocorre após as relações sexuais e devido às alterações hormonais também podem ser considerados normais. Geralmente são pequenos sangramentos que a mulher nota após urinar, ao secar-se com papel higiênico ou na calcinha.

Esse tipo de sangramento nem sequer é suficiente para cobrir um absorvente, cessa espontaneamente e é chamado de sangramento de escape. Não é uma situação preocupante.

3. Infecção urinária

Se junto ao sangramento você perceber sinais de infecção como coceira, ardência, febre, mau cheiro e/ou presença de corrimento vaginal, é necessário buscar um médico de família, ginecologista ou obstetra para descobrir a causa e tratar a infecção.

As infecções não representam risco a você e/ou ao bebê, se forem adequadamente tratadas.

4. Gravidez ectópica

A gravidez ectópica ocorre quando o óvulo fecundado se implanta fora da cavidade uterina e o feto se desenvolve fora do útero como, por exemplo, nas tubas uterinas (gravidez tubária).

Nestes casos ocorrem sangramentos vaginais irregulares (sangramento que vai e volta) e dor abdominal em cólicas.

O risco de hemorragia nestes casos é elevado e por este motivo é necessário ir o mais rápido possível para uma emergência, pois o tratamento é cirúrgico de urgência.

5. Aborto espontâneo

O aborto espontâneo é a situação mais temida pelas mulheres que estão no primeiro trimestre de gestação. No aborto espontâneo, a mulher apresenta um sangramento mais volumoso, com presença de coágulos e acompanhado de fortes cólicas.

É uma situação que traz risco à vida da mulher pelo volume do sangramento. Por esta razão, é importante dirigir-se o mais rapidamente possível a um serviço de emergência.

Sangramentos no segundo trimestre de gestação

Durante o quarto, quinto e sexto meses de gestação os sangramentos são mais raros do que nos três primeiros meses. As situações mais comuns que provocam sangramento neste período são:

  • Após as relações sexuais,
  • Depois da realização de algum esforço físico como levantar pesos,
  • Presença de tosse ou espirros frequentes,
  • Até algumas horas após a realização de um exame de toque vaginal e
  • Placenta prévia (implantação mais baixa da placenta).

Nas primeiras situações, o sangramento é pequeno, não representa risco à mãe nem ao bebê, mas a placenta prévia pode oferecer risco para ambos.

A placenta na grande maioria das vezes, se fixa na parede lateral do útero e é responsável pela nutrição do bebê. Quando a sua implantação ocorre na parte inferior do útero, próximo ao canal da vagina, é chamada de placenta prévia, ou "placenta baixa".

O problema acontece próximo ao final da gestação, na fase em que o bebê mais cresce e começa a comprimir a placenta com a cabeça. Essa compressão pode oferecer menos oxigênio e nutrientes para o bebê, além de romper alguns vasos da placenta, levando ao sangramento vermelho vivo e indolor.

O tratamento consiste em repouso rigoroso da mãe, medicamentos e no caso de sangramento intenso ou sinais de sofrimento para o bebê, a cesariana de urgência.

O que causa sangramento no final da gravidez?

Nos três últimos meses de gestação (sétimo, oitavo e nono mês) os sangramentos causam maior preocupação pelo risco de descolamento de placenta. Além disso, é aguardado que a mulher entre em qualquer momento, especialmente no nono mês, em trabalho de parto.

Descolamento de placenta

Ocorre quando a placenta se separa da parede interna do útero antes do nascimento do bebê. O descolamento de placenta é mais comum após o sétimo mês em mulheres que tem pressão alta.

Os sintomas incluem sangramento vermelho vivo ou escuro, cólicas fortes e contrações persistentes.

É uma situação grave, pois, além de provocar forte hemorragia, interrompe o fluxo de nutrientes e oxigênio para o bebê. Nestes casos pode ser necessário realizar cesariana de emergência, por este motivo deve-se rapidamente ir para o hospital.

Aborto tardio

O abortamento nessa fase da gestação costuma acontecer por complicações de doenças crônicas, como diabetes mellitus e pressão alta. Os sintomas de aborto são sempre o sangramento, associado a cólicas abdominais intensas, podendo apresentar ainda, febre, náuseas ou vômitos, no caso de aborto infectado.

O tratamento será definido de acordo com o quadro e tipo de aborto. Para o aborto incompleto, retido ou infectado, pode ser preciso internação para hidratação, antibioticoterapia e curetagem.

Trabalho de parto

O sangramento que ocorre durante o trabalho de parto é normal e esperado. Este sangramento é causado pela perda do tampão mucoso. Este tampão fica na entrada do útero e funciona como uma proteção contra a entrada de bactérias.

Quando ocorre a perda do tampão, sai pela vagina uma secreção transparente e espessa que pode ou não conter sangue. Junto com a perda do tampão e a presença de secreção a mulher sente também as contrações do útero.

Não é necessário correr para o hospital, pois o nascimento do bebê ainda pode demorar. Você deve entrar em contato com o médico obstetra e cumprir as suas orientações.

O que fazer em caso de sangramento na gravidez?

Se ocorrer qualquer sangramento na gestação, o médico responsável pelo pré-natal deve sempre ser informado. Você pode observar a quantidade de sangue perdida e a duração do sangramento, da seguinte forma:

  1. Coloque um absorvente limpo e verifique a cada 30 a 60 minutos, durante algumas horas;
  2. Se o sangramento for intenso, o abdômen estiver rígido e com dor, ou se houver contrações fortes e frequentes, chame uma ambulância através do número 193 ou dirija-se para um serviço de urgência.
Quando devo me preocupar?
  • Quando o sangramento é constante (não pára);
  • Sangramento abundante: molha a sua roupa ou ultrapasse a roupa íntima;
  • Cor do sangue: sangramento vermelho vivo ou escuro;
  • Presença de coágulos no sangue;
  • Se já sangrou outras vezes durante a gravidez;
  • Sangramento com cólicas, dor ou contrações fortes;
  • Desmaios, tonturas, náuseas, vômitos, diarreia, febre;
  • História de queda ou trauma recente.

Na maioria das vezes, o tratamento do sangramento durante a gestação consiste em repouso. Entretanto, é necessária uma avaliação ginecológica e talvez, a realização de ultrassom para avaliação do bebê. Isto a deixará mais tranquila em relação à sua saúde e a do seu bebê.

Referências:

UpToDate - Errol R Norwitz, e cols. Overview of the etiology and evaluation of vaginal bleeding in pregnant women. Dec 17, 2019.

Febrasgo - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Acetato de hidrocortisona (creme dermatológico): quais as indicações e como usar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O acetato de hidrocortisona é um medicamento corticosteroide indicado para o tratamento de doenças alérgicas e inflamatórias que afetam a pele como: dermatites, eczemas (processos alérgicos de pele), picadas de insetos, vermelhidão provocada pelo sol e queimaduras de primeiro grau.

Como usar acetato de hidrocortisona (creme dermatológico)?

Antes de iniciar o uso de acetato de hidrocortisona é importante consultar o/a médico/a. Se este creme dermatológico for mesmo indicado para o seu caso, aplique uma camada fina da medicação sobre a lesão de pele efetuando uma leve fricção.

Utilize o creme apenas pelo tempo estipulado pelo médico.

Crianças com idade inferior 4 anos e bebês não devem ter o tratamento com acetato de hidrocortisona prolongado por mais de 3 semanas, especialmente nas áreas do corpo que ficam cobertas por fraldas.

Contraindicações ao acetato de hidrocortisona

Acetato de hidrocortisona não deve ser usado nos seguintes casos:

  • Alergia à hidrocortisona ou outros componentes da fórmula;
  • Mulheres grávidas ou que estão amamentando;
  • Pessoas com lesões decorrentes de sífilis ou tuberculose na área da pele a ser tratada;
  • Portadores de doenças provocadas por vírus como catapora e herpes zoster;
  • Rosácea;
  • Dermatite perioral;
  • Reações após a aplicação de vacinas na região a ser tratada.
Efeitos colaterais de acetato de hidrocortisonaReações adversas comuns

As reações adversas mais comuns são:

  • Prurido (coceira);
  • Ardor;
  • Eritema (vermelhidão);
  • Vesiculação (formação de bolhas).
Efeitos colaterais por uso em áreas extensas do corpo ou por períodos prolongados

Quando utilizado em áreas corporais extensas ou por períodos prolongados de mais de 4 semanas podem ocorrer os seguintes sintomas locais:

  • Atrofia da pele;
  • Telangiectasia (dilatação dos capilares ou de pequenos vasos presentes em determinada região do corpo);
  • Estrias;
  • Alterações de pele semelhantes à acne.
Reações adversas raras
  • Foliculite (reação inflamatória dos folículos pilosos);
  • Dermatite perioral (inflamação da pele na área em torno da boca);
  • Hipertricose (crescimento de pelos em excesso);
  • Reações alérgicas de pele.
Reações adversas em recém-nascidos
  • Fissura labial.

Bebês de mães tratadas com corticoides aplicados em áreas extensas do corpo ou por períodos prolongados durante a gestação ou amamentação possuem risco aumentado de desenvolver fissura labial. Estas mulheres devem informar sobre este tratamento ao seu médico ou médica.

Cuidados quanto ao uso de acetato de hidrocortisona
  • Em casos de doenças cutâneas infecciosas, causadas por bactérias e/ou por fungos, é necessário o uso de terapia específica adicional. Procure seu médico.
  • Informe ao/à médico/a qualquer alteração na pele durante o tratamento, Ressecamento excessivo da pele durante, manchas, coceira ou lesões.
  • Não aplique acetato de hidrocortisona nos olhos. O medicamento não é indicado para uso oftálmico. Quando for aplicar o creme dermatológico no rosto, tome cuidado para que este não entre em contato com os olhos.
  • O desenvolvimento de glaucoma pode ser uma complicação do uso prolongado de acetato de hidrocortisona, especialmente quando aplicado em áreas extensas por período prolongado, ou aplicação sobre a pele ao redor dos olhos.

Não utilize acetato de hidrocortisona sem indicação e orientação médica. Siga as recomendações médicas quanto à aplicação e duração do tratamento e comunique-se quando observas efeitos colaterais.

Em quanto tempo a cesárea cicatriza por dentro?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A cesárea cicatriza em torno de 6 a 10 semanas após o parto. Este tempo pode variar um pouco conforme o organismo de cada pessoa.

Os diferentes tecidos que são cortados na cirurgia cicatrizam em diferentes momentos.

A pele costuma cicatrizar rapidamente e, por isso, os pontos costumam ser retirados 7 a 15 dias após a cirurgia, caso não haja nenhuma complicação. Já a parte do corpo que mais demora para concluir o seu processo de cicatrização em uma cesárea é o útero.

Para que o processo de cicatrização e a recuperação da cesárea ocorra mais facilmente algumas medidas estão recomendadas:

  1. Cuidar da cicatriz: manter a região da cicatriz limpa e seca, lavando diariamente apenas com água e sabão neutro. É normal que haja alguma coceira ou desconforto nessa região até a cicatrização total, mas é importante evitar mexer ou coçar a região dos pontos para impedir o risco de inflamações ou infecções.
  2. Evitar levantar pesos ou realizar esforços físicos: nas primeiras semanas após a cesárea é importante evitar esforços desnecessários. Não levante nada mais pesado que o seu bebê e evite subir e descer escadas tanto quanto possível.
  3. Fazer pequenas caminhadas: é importante manter-se ativa, mas com cuidado nas primeiras semanas após o parto cesárea. Caminhar alguns minutos dentro de casa pode ajudar no controle de alguns sintomas como constipação ou gases.
  4. Manter-se hidratada e alimentar-se de forma saudável: beber bastante líquidos e comer alimentos nutritivos como legumes, verduras e frutas contribuirá para uma recuperação mais rápida.

Siga sempre as recomendações do seu médico e procure atendimento médico se notar sintomas, como dor forte, febre, barriga inchada ou dura e presença de vermelhidão ou secreção no local da cicatriz.

Melhores posições para engravidar: isso existe mesmo?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não existem estudos científicos que comprovem uma determinada posição como melhor para engravidar, principalmente porque a fertilidade está relacionada a diversos fatores, por exemplo, a posição do útero.

Entretanto, um grupo de pesquisadores franceses, publicou em 2011 um estudo sobre o tema, no qual concluiu que as melhores posições para engravidar seriam a de "missionário" e "de quatro", pois durante a penetração a ponta do pênis fica diretamente alinhada ao colo do útero, permitindo um alcance mais profundo do esperma. Embora confirme também, que o excesso de preocupação possa dificultar a concepção.

O fator mais importante é conhecer e assegurar relações durante o período fértil, no qual ocorre a ovulação. Para isso é preciso entender o seu ciclo menstrual e período fértil.

Saiba mais: Como calcular o período fértil?

Para que ocorra gravidez é necessário que a relação ocorra durante período fértil. 6 Dicas para Engravidar 1. Conhecimento sobre a Anatomia

É importante que homens e mulheres conheçam seus corpos, e saibam como eles funcionam. Especialmente para as mulheres, o conhecimento sobre seu corpo sempre foi um tabu; e para algumas, ainda é. Conhecer o próprio corpo e saber identificar, em seu ciclo menstrual, o período fértil e os sinais de ovulação, são primordiais para aumentar as chances de engravidar.

O muco vaginal elástico e semelhante à clara de ovo, dores abdominais de um único lado do abdômen, temperatura corporal, libido e umidade vaginal aumentadas são alguns sinais de ovulação. A presença de escape, com pequeno sangramento de cor marrom também pode ocorrer, embora não tão frequente.

Para casais que pretendem engravidar, recomenda-se intensificar a frequência das relações sexuais neste período.

2. Parar de tomar anticoncepcional

Aguarde pelo menos duas menstruações ocorrerem antes de iniciar as tentativas de engravidar. Este é um tempo adequado para que os ovários retomem suas funções hormonais normais e o endométrio, tecido que reveste internamente o útero, volte a crescer. Com a recuperação da espessura do endométrio, o útero estará mais preparado para receber o óvulo fecundado. Estudos mostram que a chance de os abortos espontâneos ocorrerem é de 10 a 15% quando a mulheres engravidam logo após a suspensão do uso de anticoncepcional, o que se deve ao fato de o endométrio ainda estar muito fino para sustentar o óvulo.

3. Evitar fumar e/ou utilizar outras drogas

O tabagismo e/ou o uso de outras drogas podem alterar a qualidade dos óvulos e comprometer a fertilidade.

4. Ter cuidado com o peso e a alimentação

O peso interfere na fertilidade. Se o seu Índice de Massa Corporal está muito abaixo ou muito acima da faixa normal, poderá levar mais tempo para conseguir engravidar. Buscar uma alimentação saudável com orientação do nutricionista ajudará a construir um bom plano alimentar que pode tornar seu organismo mais saudável e facilitar a ocorrência de gravidez.

5. Fazer um check-up ginecológico

Informar à ginecologista que você e seu parceiro pretendem engravidar é importante. A partir desta informação, o(a) médico(a) já efetua o exame ginecológico preventivo e os demais exames necessários (hemograma, dosagem de hormônios, entre outros), antes da gestação.

Além disso, poderá oferecer reposição de vitaminas indicados para evitar complicações no neurodesenvolvimento fetal.

6. Ter atenção à idade

O fator isolado mais importante que pode comprometer a fertilidade feminina é a idade. Mulheres com idade superior a 35 anos com tentativas de engravidar durante 6 meses sem sucesso, devem buscar o especialista em fertilidade para não perder muito tempo. Se houver ovários policísticos ou problemas nas trompas, ou o homem apresentar problemas com sêmen, não se deve esperar este prazo de seis meses. O correto é procurar rápido um especialista.

A decisão de engravidar deve ser um plano comum do casal. Ambos devem estar dispostos a cuidar de sua saúde para promover a gestação. É importante que procurem orientação médica e sigam as recomendações para evitar problemas de saúde, preservar a saúde da mãe e do feto e fortalecer os vínculos afetivos.

Para saber mais: Quero engravidar: o que devo fazer?

Minha esposa está grávida de 12 semanas e a médica receitou Ciprofloxacino. O que eu faço?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Em teoria o uso de Ciprofloxacino está liberado a partir do segundo semestre de gestação, ou seja gestações com 12 semanas ou mais.

Quando fiz a cesariana o médico perguntou se podia fazer um corte maior e depois do parto tirar o excesso de gordura da minha barriga, isso existe?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Esse tipo de cirurgia existe sim, chama-se abdominoplastia e já tive pacientes que fizeram durante a cesárea, somente não sei dizer se é indicado fazer junto com a cirurgia de cesariana (provavelmente não deve haver nenhum problema).

Diarreia na gravidez: o que pode ser e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A principal causa de diarreia na gravidez, é a alteração hormonal natural desse período. Além disso, o aumento do tamanho do útero, mudanças na alimentação e uso de vitaminas, também podem causar a diarreia.

Nesse caso, é importante aumentar o consumo de água e manter uma boa alimentação, evitando frituras ou alimentos gordurosos. As mudanças costumam ser o suficiente para ajuste do trânsito intestinal.

Mas se a diarreia permanecer por mais de 2 dias ou apresentar outros sintomas, como febre, vômitos e dores abdominais, é preciso procurar o médico que a acompanha para uma avaliação mais cuidadosa.

Causas de diarreia na gravidez
  • Alterações hormonais,
  • Aumento do útero, especialmente, do 7º ao 9º mês de gestação,
  • Alimentação gordurosa,
  • Intolerância alimentar,
  • Gastroenterite e
  • Medicamentos e suplementos.
O que posso fazer?

A maior parte dos casos de diarreia na gravidez são solucionados com medidas simples que você pode adotar em casa:

1. Mantenha o repouso

Fazer repouso enquanto você estiver apresentando episódios de diarreia permitirá que o seu sistema imunológico funcione melhor para combatê-la.

2. Aumente a ingestão de água

Beba em torno de 2 litros de água ao dia enquanto a diarreia estiver presente. Você também pode ingerir suco, entretanto evite os industrializados, devido à presença de corantes e conservantes que podem deixar o seu intestino ainda mais sensível.

3. Mantenha uma alimentação equilibrada

Procure alimentar-se de forma saudável, com alimentos de fácil digestão. Dê preferência a alimentos cozidos no dia e evite molhos ou condimentos. Procure comer carne magras, como frango e peixe, acompanhados de arroz branco, batatas, macarrão, legumes e ou verduras bem lavadas.

As frutas também podem ser consumidas, porém, sem casca e evitando as frutas secas. Banana e água de coco são boas escolhas, pois ajudam a repor o potássio e o sódio perdidos com a diarreia. Evite os alimentos fritos e gordurosos.

4. Beba soro caseiro

O soro caseiro é uma receita caseira muito utilizada em casos de diarreias para prevenir e combater a desidratação. Para um litro de soro caseiro você pode seguir a seguinte receita:

  • 1 litro de água fervida, filtrada ou mineral engarrafada,
  • 1 colher se sopa cheia de açúcar (20 g) e
  • 1 colher de café de sal (3,5g).

Mistures bem os ingredientes até que o açúcar e o sal se dissolvam completamente. Tome em pequenos goles, várias vezes durante todo o dia.

Devo procurar o médico de família ou obstetra quando:

Procure atendimento se você sentir:

  • Diarreia persistente que dura mais de 3 dias,
  • Mais de 3 episódios de diarreia ao dia,
  • Mas de 2 episódios de diarreia durante vários dias,
  • Vômitos frequentes,
  • Febre superior a 38 graus,
  • Dor abdominal intensa,
  • Presença de sangue nas fezes.

Estas situações podem levar a desidratação intensa que pode prejudicar você e o seu bebê, além de indicar um possível quadro de infecção. Por estes, motivos procure o mais rapidamente atendimento hospitalar.

Para saber mais sobre diarreia na gravidez, você pode ler:

Dor de estômago, vomitando e com diarreia, isso é sintoma de gravidez?

Muco nas fezes durante a gravidez é normal?

Referências

American Pregnancy Association.

G.C.F. et al. Gastrointestinal diseases during pregnancy: what does the gastroenterologist need to know?. Annals of Gastroenterology, 31(4): 385-394, 2018.

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO.

Riscos e cuidados de uma gravidez depois dos 40 anos
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A gravidez depois dos 40 anos é considerada uma gravidez de risco, portanto o maior cuidado deve ser seguir rigorosamente o pré-natal, visando a prevenção de complicações gestacionais, as mais comuns são: a hipertensão, obesidade, diabetes gestacional, aborto espontâneo e parto prematuro.

Cuidados na gravides aos 40 anos de idade

As medidas mais importantes para cuidar da gestação e prevenir as complicações nesta faixa etária são principalmente:

  • Manter o acompanhamento pré-natal rigoroso, para avaliar constantemente a saúde materna e fetal;
  • Alimentação adequada;
  • Atividade física regularmente e com as devidas orientações médicas;
  • Adotar estilo de vida saudável, além da alimentação saudável e atividade física, também é muito importante não consumir bebidas alcoólicas, não fumar, não usar substâncias ilícitas ou suplementos sem orientação médica;
  • Evitar estresse e aborrecimento;
  • Preferir roupas confortáveis e claras, especialmente em dias quentes;
  • Fazer repouso com mais frequência, ou conforme orientação médica.

Devido à idade, é importante que a família ao decidir pela gestação, agende uma consulta médica prévia, aonde poderão esclarecer todas as dúvidas, seja sobre riscos aumentados para anomalias cromossômicas no bebê, por exemplo, a Síndrome de Down e riscos, e cuidados para saúde da mãe.

No entanto, desde que a mulher tenha boas condições de saúde e faça um acompanhamento pré-natal adequado, ela pode ter uma gestação tão boa quanto de uma mulher mais jovem. Isso porque já está comprovado que o pré-natal e as condições de saúde da grávida são os principais fatores determinantes para uma gravidez sem intercorrências, do que apenas a idade.

Portanto, antes de tentar engravidar, a mulher deve falar com o seu médico ginecologista, para receber todo o acompanhamento necessário.

Pode lhe interessar também: Que cuidados mulher com pressão alta deve ter durante a gravidez?