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Pomada vaginal: como usar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Antes de usar uma pomada vaginal com aplicador é preciso bater levemente a bisnaga numa superfície plana com a tampa virada para cima, para que o creme vaginal fique na parte inferior da bisnaga e não haja desperdício na hora de retirar a tampa. Depois, basta seguir os seguintes passos:

  1. Retire a tampa e com o verso rompa o lacre da bisnaga, girando a tampa;
  2. Encaixe o aplicador no bico da bisnaga, mantendo o êmbolo na posição original;
  3. Aperte suavemente a bisnaga, do fundo para o bico, para forçar a saída da pomada para o aplicador, até que o mesmo fique travado;
  4. A seguir, em posição ginecológica, introduza profundamente o aplicador com o creme na vagina, de maneira delicada;
  5. Para liberar a medicação, aperte o êmbolo até sua posição original.

A aplicação da pomada vaginal deve ser feita preferencialmente à noite, pois o contato local prolongado favorece a sua ação. Na dúvida, fale com o ginecologista ou peça orientação ao farmacêutico.

Leia também: Mulher virgem pode usar pomada vaginal com aplicador?

Sinto uma ardência anal, principalmente quando sento. O que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Ardência anal pode ser sinal de fissura anal, hemorroida, ou ainda outras doenças. Se for uma fissura anal, além da ardência, você poderá apresentar também os seguintes sintomas:

  • Dor anal intensa, durante e logo após evacuar,
  • Sangramento, geralmente observado no papel higiênico e
  • Coceira na região anal e ao redor.

Já as hemorroidas podem causar ardência e sintomas como:

  • Coceira anal,
  • Sangramento, também percebido na roupa íntima ou no papel higiênico,
  • Dor ou ardência durante ou após a evacuação e
  • Saliência palpável no ânus.
O que fazer em caso de ardência anal?

Se a causa for uma fissura anal, o tratamento normalmente consiste em:

  • Banho de assento em água morna durante cerca de 10 minutos, 2 ou 3 vezes ao dia ou se sentar sobre uma bolsa de água morna. O calor aumenta o fluxo sanguíneo e ajuda a cicatrizar a ferida;
  • Evitar esforço ao evacuar, pois, pode reabrir uma fissura que já está curada ou causar uma nova fissura;
  • Aplicação externa de trinitrato de glicerina para estimular a circulação sanguínea e relaxar o esfíncter anal;
  • Aplicação de creme com esteroides para diminuir o desconforto;
  • Injeção de Botox para paralisar temporariamente o esfíncter anal e melhorar os espasmos;
  • Cirurgia, quando o tratamento conservador não teve resultado.

Em caso de hemorroida, o tratamento é feito através de:

  • Alterações na alimentação, com eliminação de alimentos que podem piorar o quadro, como álcool e pimenta, e inclusão de fibras;
  • Não segurar a vontade de evacuar;
  • Fazer banhos de assento com água morna ao invés de usar papel higiênico;
  • Evitar fazer força para evacuar;
  • Cirurgia, nos casos de hemorroida externa ou quando ocorrem episódios repetidos de trombose, dor ou sangramento.

Para uma investigação mais aprofundada do seu caso, consulte um/a médico/a proctologista ou um/a gastroenterologista.

Para saber mais sobre ardência e dor no ânus, você pode ler:

Ardência durante e após evacuar, o que fazer?

Dor no ânus: o que pode ser?

Referência

SBCP. Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

O que causa o vômito amarelo e amargo e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O vômito amarelo e amargo está relacionado com o acúmulo de bile no estômago. Esse acúmulo pode acontecer simplesmente pelo fato do estômago estar vazio por muito tempo, pela ingestão de alimentos amarelos, ou pelo mau funcionamento da válvula pilórica.

A bile costuma ter coloração esverdeada, entretanto, quando passa para o estômago e se dilui nos ácidos estomacais, se torna amarela e de gosto amargo.

Se você está apresentando vômito amarelo e amargo, conheça as suas possíveis causas e saiba o que fazer em cada uma delas.

Jejum prolongado

O jejum prolongado é a causa mais comum do vômito amarelo e amargo. Além do longo tempo de estômago vazio, a tosse frequente e a obstrução intestinais também podem provocar este tipo de vômito. Nestes casos, a bile retorna para o estômago e se acumula, provocando o vômito de cor amarela e sabor amargo.

O que posso fazer? Evite permanecer sem comer por longo tempo. Você pode fazer pequenos lanches no decorrer do dia.

Ingestão de alimentos e líquidos amarelos

Ingerir alimentos ou bebidas de cor natural amarela como laranja ou tangerina, por exemplo, ou coloridas com corantes artificiais podem dar coloração amarela ao vômito quando ele acontece.

Entretanto, deve-se suspeitar da presença de bile sempre que você vomitar amarelo e com sabor amargo.

O que posso fazer? Tente ingerir água em pequenas quantidades para diluir o líquido e alimentos amarelos do estômago. Evite encher demais o estômago.

Mau funcionamento da válvula pilórica

A válvula pilórica divide o intestino do estômago. Quando esta válvula não se fecha adequadamente a bile pode passar para o estômago e misturar-se aos ácidos gástricos.

Os sintomas do refluxo biliar incluem vômito amarelo e amargo, tosse, dor e sensação de queimação na região do estômago (azia).

O que posso fazer? Evite comer em excesso e aguardo por pelo menos 30 minutos para se deitar, após a alimentação. Se os sintomas persistirem, procure o médico de família ou gastroenterologista para avaliar e se preciso, iniciar medicação. São exemplos de tratamento, a domperidona, omeprazol ou pantoprazol. Raramente é indicado tratamento cirúrgico.

Obstrução Intestinal

A obstrução intestinal é uma causa mais rara, que além do vômito amarelado e amargo, causa a um inchaço na barriga, constipação e, conforme se alimenta e aumenta a formação de fezes e gases, leva a uma dor abdominal intensa.

Os vômitos podem se tornar escurecido e com cheiro de fezes, chamado vômito fecaloide.

O que fazer? A obstrução intestinal é considerada uma emergência médica e não há nada que você possa fazer em casa. Por este motivo, ao suspeitar de obstrução intestinal, procure atendimento médico urgente.

O que posso fazer para amenizar os vômitos?

O tratamento do vômito amarelo e amargo depende da sua causa. Entretanto, você pode adotar algumas medidas que podem aliviar os sintomas:

  • Mastigue bem os alimentos e coma devagar,
  • Evite ingerir líquidos durante as refeições.
  • Alimente-se com pequenas porções durante o dia para evitar que o estômago fique muito cheio,
  • Especialmente no jantar, como em pequena quantidade, evitando alimentos líquidos como as sopas,
  • Faça a última refeição do dia pelo menos duas horas antes de dormir,
  • Evite deitar nos 30 primeiros minutos após as refeições,
  • Durma com o corpo virado para o lado esquerdo, para evitar que o conteúdo presente no estômago retorne para o esôfago e para a boca.
Quando devo procurar um médico?

Alguns sinais de alerta podem indicar que algo mais grave pode estar acontecendo. Estes sintomas incluem:

  • Episódios de vômito que permanecem por mais de 24 a 48 horas,
  • Sinais de desidratação: sede, boca seca, fraqueza e redução na quantidade de urina,
  • Febre acima de 38 graus,
  • Vômito com sangue vivo ou de cor preta,
  • Dor abdominal constante,
  • Abdome distendido (barriga inchada),
  • Prisão de ventre.

Se você sentir qualquer um desses sintomas, busque o mais rapidamente quanto possível uma emergência hospitalar.

Para saber mais sobre vômitos, você pode ler:

Tossir muito e vomitar um líquido amarelo, o que pode ser?

Estou com vômito amarelo, pode ser perigoso? Como faz para parar?

O que comer quando está vomitando?

4 causas principais de vômito verde e o que posso fazer

Referência:

FBG. Federação Brasileira de Gastroenterologia

Menstruação não veio, no lugar dela uma borra marrom...
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A menstruação marrom e escura como borra de café é bastante comum no início e, principalmente, no final do ciclo menstrual e nem sempre está associada a doenças.

A menstruação marrom escura em borra pode indicar:

  • Fluxo menstrual reduzido;
  • Escapes;
  • Alterações hormonais;
  • Menopausa;
  • Infecções sexualmente transmissíveis;
  • Endometriose;
  • Lesão no colo do útero.

Este tipo de sangramento dificilmente pode ser considerado um sinal de gravidez. No início da gravidez algumas mulheres podem apresentar um pequeno sangramento, que é geralmente cor rosada e dura de 2 a 3 dias. Rara são as vezes que este sangramento é de cor marrom.

Se você está apresentando um sangramento marrom com duração superior a 7 dias, se for volumoso e se ocorrer dor pélvica, é importante consultar um ginecologista.

Menstruação em borra marrom pode ser um sinal de:

1. Fluxo menstrual reduzido

A redução do fluxo menstrual normalmente ocorre no início e no fim da menstruação. Quando vem em menor quantidade, o sangue demora mais tempo a passar pelo canal vaginal, o que aumenta a sua exposição ao oxigênio e o torna mais escuro. Deste modo, apresenta uma tonalidade marrom semelhante à borra de café.

2. Escapes

Os escapes são pequenos sangramentos que ocorrem entre uma menstruação e outra. Geralmente estes sangramentos são de cor marrom e acontecem em mulheres que estão em uso de Dispositivo Intrauterino (DIU), anticoncepcionais injetáveis e implantes subcutâneos ou pílulas de progestágeno.

3. Alterações hormonais

Algumas alterações hormonais causadas por distúrbios de tireoide e, especialmente a queda dos níveis de progesterona, podem fazer com que a menstruação venha com uma cor marrom ou em borra. Junto com o estrógeno, a progesterona tem como uma de suas funções regular o ciclo menstrual.

É bastante comum que a progesterona fique diminuída quando a mulher troca de pílula anticoncepcional ou quando usa a pílula do dia seguinte. Nestes casos, a mulher pode vir a ter um sangramento amarronzado, escuro e em pouca quantidade.

4. Menopausa

O principal sintoma da menopausa é a irregularidade do ciclo menstrual. A menstruação pode ficar um ou dois meses sem vir ou mesmo descer duas vezes em um mesmo mês. Além disso, alterações no fluxo menstrual como redução da quantidade e cor marrom escura do sangramento também podem ser observadas. Isto se deve às quedas hormonais que as mulheres apresentam neste período da vida.

5. Infecções sexualmente transmissíveis

Infecções sexualmente transmissíveis, especialmente aquelas causadas por bactérias, como a gonorreia provocam alterações no sangue da menstruação, tornando-o marrom escuro.

Porém, esta alteração da cor da menstruação pode vir acompanhada de um odor fétido, dor na região inferior do abdome e febre. Neste caso, é preciso buscar um ginecologista para realizar o tratamento adequado.

6. Endometriose

A endometriose pode provocar sangramento de cor marrom escuro, semelhante à borra de café e de grande volume. O sangramento com estas características pode acontecer durante ou entre as menstruações e vem acompanhado de cólica abdominal, dor pélvica, dor durante o ato sexual, dificuldade de engravidar e dura mais de 7 dias.

Uma avaliação ginecológica é importante para efetuar o acompanhamento e tratamento da endometriose.

7. Lesão no colo do útero

As lesões no colo do útero podem provocar sangramento marrom. Estas lesões podem ser causadas por bactérias, vírus como o HPV ou por alguns tipos de câncer. Nestes casos, verifique se há presença de odor fétido e se o sangramento ocorre durante ou depois do ato sexual.

O exame ginecológico é importante para identificar a presença da lesão e investigar a sua causa.

Quando devo me preocupar?

Você deve ficar atenta e procurar um ginecologista quando:

  • O sangramento marrom durar mais de 7 dias;
  • Apresentar dor pélvica ou cólica intensa;
  • Tiver febre;
  • O sangramento acontecer em grandes volumes.

Nestes casos, busque atendimento ginecológico para investigação e tratamento adequado. Não utilize medicamentos sem prescrição.

Para saber mais sobre corrimento marrom você pode ler:

Referência:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

Câimbra na panturrilha: o que pode ser e o que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Câimbra na panturrilha (batata da perna) pode ser causada por atividade física intensa, desidratação, mau condicionamento físico, má alimentação, deficiência de sais minerais ou ainda gravidez.

A câimbra é uma contração muscular involuntária, violenta e exagerada, que provoca dor intensa e paralisa a musculatura afetada. A câimbra ocorre quando o músculo deixa de ter as condições ideais para um contração muscular normal.

A câimbra na panturrilha acontece muitas vezes durante a noite, às vezes quando a pessoa está dormindo, quando os músculos estão relaxados após exercícios físicos intensos. No entanto, o espasmo também pode ocorrer durante o dia e no decorrer da prática de atividade física.

A causa mais comum de câimbra na panturrilha durante a atividade esportiva é a desidratação. No entanto, a água sozinha nem sempre é suficiente para evitar as câimbras, já que o corpo também perde muitos sais minerais. Para isso, as bebidas isotônicas são mais indicadas, pois repõem também os sais perdidos com a transpiração.

As câimbras musculares na panturrilha são comuns e podem ser interrompidas esticando suavemente o músculo afetado, que pode estar rígido ou mais volumoso. Geralmente ocorre quando o músculo está lesionado ou sobrecarregado.

Quais as possíveis causas de câimbra na panturrilha?
  • Atividade física intensa;
  • Desidratação durante esforços prolongados, por exemplo uma corrida;
  • Gravidez, principalmente no terceiro trimestre, devido ao ganho de peso e alterações posturais naturais dessa fase, que aumentam o esforço dos músculos da panturrilha;
  • Alteração nos eletrólitos do corpo, que também são conhecidos como sais minerais e atuam diretamente na contração muscular, tais como cálcio, magnésio e sódio;
  • Fratura ou stress nos ossos da perna, que podem provocar uma contração muscular involuntária ao redor da lesão como forma de proteção;
  • Diabetes, problemas na tireoide, hipoglicemia (pouco açúcar no sangue), abuso de álcool e outras situações que alterem o metabolismo normal do corpo;
  • Mal de Parkinson, Esclerose Lateral Amiotrófica e outras doenças neurológicas que afetam os nervos responsáveis pela contração muscular;
  • Varizes e insuficiência venosa;
  • Falta de preparo físico decorrente de longos períodos sem fazer exercícios;
  • Falta de vitaminas B1, B5 e B6;
  • Medicamentos diuréticos, como a Furosemida, e para hipertensão arterial, como o Nifedipino, entre outros tipos de medicamentos;
  • Insuficiência renal, menstruação.

Para diagnosticar a causa das câimbras, podem ser realizados exames de sangue para verificar os níveis de cálcio, potássio ou magnésio, a função dos rins e o funcionamento da tireoide.

O que fazer em caso de câimbra na panturrilha?

1) Puxe lentamente e suavemente a ponta do pé para cima, contrariando a contração muscular. Se não conseguir fazer isso sozinho, peça ajuda a alguém;

2) Respire fundo e continue o movimento até desaparecer a dor e o espasmo muscular;

3) Não faça movimentos bruscos para tentar vencer a câimbra, pois poderá piorar o problema;

4) Não faça alongamentos durante a câimbra para evitar lesões na musculatura.

O que fazer depois da câimbra?

1) Aplique uma compressa quente na panturrilha durante 20 minutos;

2) Massageie o local com movimentos circulares durante alguns minutos;

3) Faça alongamentos na panturrilha. Lembrando que o alongamento para ser eficaz precisa ser mantido durante pelo menos 20 segundos e sem "soquinhos".

4) Quando a dor aliviar, aplique gelo no local por 20 minutos.

Se o músculo ainda doer, podem ser indicados medicamentos anti-inflamatórios para ajudar a aliviar a dor. Se as câimbras musculares forem graves, poderão ser prescritos outros medicamentos.

Como prevenir câimbras na panturrilha?
  • Aumente o consumo de alimentos ricos em sódio, potássio, cálcio e magnésio, como tomate, banana, mamão, leite e derivados, couve, espinafre e brócolis;
  • Beba pelo menos 2 litros de água por dia;
  • Hidrate-se com bebidas isotônicas durante atividades físicas intensas;
  • Pratique atividade física regularmente, ao menos 3 vezes por semana;
  • Faça alongamentos antes e depois do exercício físico;
  • Diminua a intensidade dos exercícios, para que estejam dentro das suas capacidades.

Se as câimbras persistirem após os alongamentos e os cuidados indicados, forem muito frequentes, fortes ou durarem muito tempo para passar, o mais indicado é consultar um médico de família ou clínico geral, para que a causa das câimbras seja identificada e tratada.

Posso engravidar na troca do anticoncepcional?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Se a troca de anticoncepcional for realizada de maneira adequada não há risco. Caso você comece a tomar o anticoncepcional novo no mesmo dia que iniciaria o anterior, não há chance de gravidez. Já está protegida logo na primeira cartela do novo anticoncepcional. Mesmo que comece a tomar o novo anticoncepcional um dia antes, não tem problemas.

Porém, se começar com atrasos para iniciar o novo anticoncepcional, as chances de engravidar aumentam Quanto maior o atraso, mais desprotegida você fica. Por isso, o mais indicado é usar preservativos durante a primeira cartela do novo anticoncepcional, e só confiar no anticoncepcional a partir da segunda cartela.

O ideal quando possível é consultar um profissional de saúde para esclarecer as dúvidas e orientar sobre a escolha do novo anticoncepcional e a realização da troca.

Lembrando que ao iniciar um anticoncepcional oral pela primeira vez a primeira pílula anticoncepcional deve ser tomada no 1º dia da menstruação. Se for uma cartela de 21 comprimidos, a mulher deve fazer uma pausa de 7 dias e retomar a seguir. Se a cartela for de 24 pílulas, a pausa é de 4 dias. 

Durante essa pausa entre uma cartela e outra não há risco de engravidar, mesmo que a mulher troque de anticoncepcional.

Leia também:

Posso engravidar na pausa do anticoncepcional?

Tomei o anticoncepcional com falhas. Posso engravidar?

Dúvidas sobre Anticoncepcional

Bactérias na urina são sinal de infecção urinária?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, a presença de bactérias na urina é o principal sinal de uma infecção urinária, principalmente se o resultado do exame indicar também presença de leucócitos e nitrito. Pessoas saudáveis e sem sintomas de doenças normalmente não apresentam bactérias na urina.

Em algumas situações pode aparecer bactérias na urina em pequena quantidade, sem outras alterações. Nesses casos, pode ser que a amostra de urina foi contaminada e o exame precisa ser repetido.

Também há casos em que a pessoa pode ter bactérias na urina e não apresentar sintomas de infecção urinária. É a chamada bacteriúria assintomática, mais comum em pessoas idosas, com diabetes ou que utilizam sonda vesical.

A infecção urinária geralmente é causada pela bactéria E. coli, proveniente do intestino. Quando há infecção, é comum encontrar também leucócitos e nitrito na urina.

Os leucócitos são glóbulos brancos, ou seja, são as células de defesa do organismo. A presença deles na urina, normalmente, indica alguma inflamação nas vias urinárias, geralmente infecção urinária.

A associação entre nitrito e infecção urinária deve-se ao fato das bactérias converterem o nitrato, um metabólito abundante na urina, em nitrito.

Além de bactérias na urina, uma pessoa com infecção urinária também poderá apresentar os seguintes sintomas:

  • Aumento da frequência urinária;
  • Dor ou ardência durante a micção;
  • Vontade urgente de urinar;
  • Dor lombar;
  • Febre;
  • Corrimento amarelado na uretra.

Saiba mais em: Quais são os sintomas e causas de uma infecção urinária?

O diagnóstico da infecção urinária na maioria das vezes é clínico, ou seja, é feito apenas através da avaliação do médico sobre o relato dos sintomas e a realização do exame físico.

No entanto, em alguns casos, pode ser necessário solicitar o exame de urina tipo 1 que mostra a presença de bactérias e de uma urocultura (exame de urina tipo 2), que irá identificar a bactéria causadora da infecção e qual o melhor antibiótico para tratá-la.

É importante lembrar que cabe ao médico que solicitou o exame de urina interpretá-lo, uma vez que os resultados devem ser analisados em conjunto com a história clínica, os sintomas e o exame físico do paciente.

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Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Urologia. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

Estou com uma bolinha no seio direito, tipo espinha...
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Bolinha no seio que parece uma espinha pode ser infecção na glândula de Montgomery. Pode ser necessário o tratamento com antibióticos ou drenagem

O que são as glândulas de Montgomery?

As glândulas de Montgomery são glândulas sebáceas que representam um estágio intermediário entre glândulas mamárias e sudoríparas. Na superfície da pele, os ductos dessas glândulas formam elevações conhecidas como tubérculos de Montgomery.

Elas são localizadas ao redor do mamilo, na aréola, a parte mais escura do seio.

Posso espremer essas bolinhas?

Não é indicado espremer essas bolinhas, pois elas podem inflamar e causar infecção local. Nesse caso, vão ter aspecto de espinha e causar dor.

Ao espremê-las, as bactérias da pele podem entrar pelos ductos da glândula e provocar uma infecção. Com isso, a pele fica mais tensa, quente, com vermelhidão e até pus. Pode também evoluir para casos mais graves como abscesso. Nesses casos, é necessário procurar um médico para tratar os problemas.

Para que servem as glândulas de Montgomery?

Essas glândulas secretam gordura, que lubrifica e protege a aréola de infecções. Essas glândulas fazem parte da anatomia normal da mama. Se você tem essas bolinhas, não é motivo de preocupação.

Elas podem ficar mais evidentes durante a gestação e amamentação. Isso faz parte da adaptação do corpo materno nesse período.

A secreção das glândulas de Montgomery parece ser importante para o início da amamentação, logo que o bebê nasce. O cheiro da secreção faz o bebê:

  • Girar a cabeça em direção à mama, favorecendo o alinhamento da cabeça do bebê com a mama
  • Saber o local que deve sugar para se alimentar
  • Saber como mover a boca e a língua para retirar o leite da mama e engoli-lo

Em conjunto com o leite materno, tem um efeito calmante no bebê, diminuindo a irritação e aumentando a sonolência. Quanto mais glândulas a mãe tem, mais notáveis são esses efeitos.

Elas regridem no período após o parto em 30 a 50% das gestantes.

O que devo fazer com as bolinhas no seio?

Essas bolinhas são parte da estrutura mamária. É normal que estejam presentes na região da aréola. Por isso, não é necessária nenhuma intervenção médica.

Em raros casos, essas glândulas podem ficar obstruídas, adquirindo o aspecto mais parecido com o de uma espinha. Isso pode resultar em:

  • inflamação aguda
  • cisto de Montgomery
  • saída de líquido claro ou acastanhado das mamas

Quando não há infecção, esses cistos devem ser apenas observados, pois a maioria se resolve espontaneamente em semanas a meses. Em raríssimos casos uma drenagem é necessária.

As bolinhas nos seios são comuns e não apresentam nenhuma malignidade. Caso você queira se certificar, você pode consultar um médico de família, ginecologista ou clínico geral que irá lhe examinar e indicar a melhor conduta para o seu caso.

O que são os cistos de Montgomery?

Esses cistos podem se desenvolver ao redor da aréola e serem percebidos como uma massa ou bolinha maior que uma espinha. Nesses casos, a mulher também não costuma apresentar nenhum sintoma.

Conhecido como cisto retro areolar, ele pode ser detectado no exame clínico durante a consulta médica.

Quando há sinais de infecção (como vermelhidão, calor e aumento da sensibilidade), a mulher deve procurar o médico, pois pode ser necessária a realização de tratamento com antibióticos.

Leia também:

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Dor nos bicos dos seios. O que pode ser?

Tenho bolinhas nos mamilos. O que pode ser e o que fazer?

Principais causas da coceira no bico da mama

Referência:

FEBRASGO — Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Doucet S, Soussignan R, Sagot P, Schaal B. The secretion of areolar (Montgomery's) glands from lactating women elicits selective, unconditional responses in neonates. PLoS One, 2009. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0007579