O corrimento vaginal é toda perda líquida ou semilíquida que sai pela vagina, que não seja sangue. Há diferentes tipos de corrimentos e estes podem variar quanto à cor, odor, consistência, quantidade, associação a outros sintomas, como coceira, dor e vermelhidão local.
1. Corrimento branco ou amareladoA secreção vaginal branca ou branca/amarelada de aspecto grumoso, pastoso semelhante à nata ou ricota, indica infecção, na maior parte dos casos, por um fungo chamado Candida albicans. Este fungo causa a Candidíase.
O corrimento pode formar placas esbranquiçadas que aderem à mucosa vaginal. Neste tipo de infecção, o corrimento vem acompanhado por irritação da vulva, coceira e vermelhidão.
2. Corrimento cinza ou cinza amareladoA presença de corrimento cinza amarelado, com bolhas e odor ruim semelhante ao de peixe podre e que não causa irritação na mucosa vaginal é causada por vaginose bacteriana. Originado pela alteração da flora natural da vagina, que são microrganismos habituais existentes na flora vaginal.
Este corrimento vem acompanhado de ardência ao urinar e coceira no exterior da vagina. Normalmente é provocado pela Gardnerella vaginalis.
3. Corrimento amarelo ou amarelo-esverdeadoEste tipo de corrimento tem característica purulenta (pus), é malcheiroso e bolhoso. É também associado a sintomas como dor durante as relações sexuais, ardência e coceira. Acomete a vagina, o colo do útero e a uretra. Pode ser causado pela bactéria Trichomonas vaginalis.
A secreção tem aspecto purulento pela presença de bactérias mortas ou cápsulas de bactérias. Esta infecção chama-se Tricomoníase. Vale destacar que algumas pessoas não sentem nenhuma alteração.
Este tipo de corrimento consiste no sangue coagulado que vem no fim da menstruação e que se mistura à secreção vaginal normal. Não tem cheiro e nem se associa a sintomas como coceira, vermelhidão, entre outros.
5. Corrimento vermelho ou sangue vivoNão se pode dizer que este tipo de secreção vaginal é um corrimento como os outros. Ele pode ter causas não relacionadas às infecções vaginais. Pode ser sangue com o corrimento proveniente de lesão do colo do útero, trauma, sangue das paredes da vagina, lesão por Papiloma Vírus Humano (HPV), escape da menstruação devido ao uso de anticoncepcional ou mesmo alterações hormonais.
Pode ser também sinal de uma doença mais grave, como câncer de vagina ou câncer de colo. O ginecologista saberá avaliar cada caso.
6. Corrimento rosaÉ um corrimento vermelho, muito clarinho. Consiste em um dos primeiros sintomas da gravidez. Sua causa tem relação com a implantação do embrião na parede do útero, ao qual chamamos nidação, que leva a um pequeno sangramento. Ocorre durante dois a três dias e se mantém com aspecto rosa. Não tem nenhum outro sintoma associado.
7. Corrimento durante gravidez (qualquer cor)Todo corrimento merece atenção, especialmente quando ocorre durante a gravidez. Neste período os corrimentos anormais podem ocasionar trabalho de parto prematuro, rompimento da bolsa ou infecção da placenta.
Sim. Os corrimentos considerados normais são a lubrificação natural da vagina que também acontecem durante a gravidez ou pela excitação sexual. Todas as mulheres em seu estado de saúde normal, produzem estas secreções.
No período fértil a secreção vaginal se apresenta espessa, transparente e com aspecto de clara de ovo.
Podem ser brancas ou transparentes, não têm cheiro, não coçam e se apresentam em quantidade moderada. Estas secreções também fazem parte do mecanismo de defesa vaginal contra infecções.
Tratamento em caso de corrimentoO tratamento para cada corrimento deve ser prescrito pelo ginecologista, clínico geral ou médico de saúde da família. Cada corrimento tem um agente causador diferente, por isto o tratamento deve ser especificado, após um exame ginecológico.
Na presença de corrimento, é recomendado sempre procurar um médico para avaliação.
Dicas de prevenção- Evitar o uso frequente de calças muito apertadas;
- Usar preferencialmente calcinhas de algodão;
- Cuidar da higiene íntima mantendo a região seca;
- Dormir com roupas soltas e arejadas.
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Coceira na vagina, dor ao urinar, atraso menstrual e corrimento branco ou esverdeado podem ter explicações diferentes. Você pode estar com mais de um acometimento ao mesmo tempo, como, por exemplo, infecção urinária e infecção vaginal.
A maioria desses sintomas pode ser justificado por uma infecção vaginal. Essa infecção vaginal é conhecida como vulvovaginite e, as mais comuns são:
- Candidíase
- Vaginose bacteriana
- Tricomoníase
A presença de alguma dessas infecções pode explicar os seus sintomas.
No entanto, nenhuma dessas infecções causa atraso menstrual. Por isso, se o seu atraso menstrual for maior de 15 dias da data esperada de vir a menstruação, é recomendado fazer um teste de gravidez.
Coceira na vaginaA coceira na vagina pode ter diversas causas:
- desajuste na flora normal vaginal
- infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
- alergia ao látex da camisinha
- redução de estrógeno
- alergia a produtos de higiene
A coceira na vagina precisa ser avaliada pelo médico ginecologista ou médico de família. Com a história clínica e o exame físico, o médico poderá avaliar se a paciente está com alguma alergia no campo exterior à vagina ou se há alguma infecção na parte interna da vagina.
Como posso aliviar a coceira na vagina?Para aliviar a coceira, é necessário identificar a causa da infecção e fazer o tratamento correto e completo.
Caso a coceira na vagina seja causada por alergia, é necessário identificar o que está provocando a reação alérgica e afastar o agente irritante para acabar com a coceira.
Além disso, é importante usar calcinhas de algodão e evitar o uso de calça jeans apertada.
Antes de tomar qualquer medicação, é muito importante passar por uma avaliação médica para que haja a identificação do que está causando a coceira. A partir da avaliação, o medico poderá indicar o melhor tratamento para o seu caso. Isso pode ser feito com o uso de pomada interna vaginal ou com comprimidos que devem ser tomados via oral.
CandidíaseCandidíase é uma infecção vaginal causada pelo fungo Candida.
Os principais sintomas são:
- Corrimento vaginal branco e espesso
- Coceira e irritação na vagina
- Dor ao urinar
- Dor durante a relação sexual
A candidíase não deve ser tratada quando a mulher está sem sintomas. Porém, na presença deles, é importante fazer uma consulta médica para melhor indicação de qual medicação usar. Em geral, o tratamento consiste no uso de pomada vaginal medicamentosa utilizada por 7 a 14 dias.
Vaginose bacterianaAlém de coceira na vagina, a vaginose bacteriana provoca corrimento vaginal cinzento e normalmente com mau cheiro (peixe podre), dor durante as relações sexuais e ardência ao urinar.
A vaginose surge quando ocorre um desequilíbrio nas bactérias que compõem a flora vaginal.
Relações sexuais frequentes, uso de duchas vaginais ou período pré-menstrual favorecem a alteração da flora bacteriana vaginal, podendo desencadear a vaginose.
O tratamento da vaginose pode ser feito com medicamentos antibióticos orais ou pomada vaginal com antibiótico. A vaginose pode ser transmitida para o parceiro, por isso ele também pode precisar receber tratamento.
TricomoníaseÉ uma infecção transmitida durante as relações sexuais e causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Na mulher, ele causa vulvovaginite e, no homem, uretrite.
Em alguns casos ela não provoca sintomas. Quando estão presentes, os sintomas podem ser:
- coceira vaginal intensa
- corrimento vaginal abundante
- odor fétido
- sangramento após a relação sexual
O tratamento dessa infecção (feito com antibióticos orais) é de extrema importância principalmente em mulheres grávidas. Ela pode causar efeitos adversos na gestação inclusive perda gestacional.
Dor ao urinarA dor ao urinar pode estar presente nos casos dessas infecções vaginais como a candidíase, a vaginose bacteriana ou a tricomoníase. Porém, uma infecção urinária pode ser uma outra explicação do seu problema.
Infecção urinária é muito comum entre mulheres sexualmente ativas. Essa infecção deve ser devidamente tratada uma vez que pode evoluir para uma infecção nos rins ou sistêmica.
Corrimento branco e esverdeadoEsse tipo de corrimento é comum nas vulvovaginites explicadas acima. É muito importante prestar atenção no tipo do corrimento, no cheiro, na cor e na quantidade. Essas informações são úteis para caracterizar qual agentes está causando a infecção.
No período pré menstrual, as alterações hormonais provocam mudanças no pH interno da vagina e isso pode favorecer a proliferação da flora habitual da vagina. Com isso, é comum as mulheres apresentarem sintomas de candidíase, como a coceira, antes da menstruação.
Busque ajuda profissionalConsulte um ginecologista ou médico de família para essa avaliação e indicação do melhor tratamento para seu caso. Esses sintomas são bem irritativos e podem impactar a qualidade de vida da mulher.
Vale a pena ressaltar que o tratamento recomendado deve ser seguido corretamente e pelos dias indicados. Quando o tratamento não é realizado dessa forma, há chances da coceira não desaparecer.
Referência:
FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
A relação foi perto da menstruação e você usou a pílula do dia seguinte, então as chances de gravidez são muito pequenas; além de que seus sintomas não parecem ser de gravidez, talvez o uso da pílula ou a própria ansiedade gerada por toda essa situação possa ser a causa dos seus sintomas, mas só há um jeito de descobrir: vá a um médico.
A colposcopia é um procedimento realizado para examinar a vagina, a vulva e o colo do útero, com o uso de um colposcópio. Sua realização demora, normalmente, de 10 a 20 minutos e não dói, mas pode causar um ligeiro desconforto.
Não há contraindicação para a realização da colposcopia em grávidas. Geralmente a colposcopia é realizada quando o exame de papanicolau ou citologia oncótica apresenta um resultado anormal.
Como é feita a colposcopia?Durante a colposcopia, a mulher fica deitada em posição ginecológica. A seguir, é introduzido na vagina um instrumento conhecido como bico de pato.
O colposcópio é então posicionado e, através do uso de líquidos específicos, é possível visualizar anormalidades na vagina, na vulva e no colo uterino.
ColposcópioO colposcópio é um aparelho semelhante a um microscópio, dotado de lentes de aumento e luzes, específico para examinar a vagina, vulva e o colo do útero, permitindo uma melhor visualização de lesões nesses locais. Durante o procedimento, o aparelho não é introduzido nem entra em contato com a mulher.
Colposcopia com biópsiaEm alguns casos, a colposcopia pode ser feita com biópsia. No procedimento, é retirado um pequeno fragmento de lesões ou alterações observadas no exame. Depois, o material é analisado em laboratório para diagnosticar o tipo de lesão, conforme as características celulares observadas ao microscópio.
Como é o preparo para a colposcopia?- Não aplicar cremes, medicamentos ou duchas vaginais nas 48 horas anteriores ao exame,
- Não manter relações sexuais nas 48 horas anteriores ao exame;
- Não estar menstruada;
- Procurar esvaziar a bexiga antes do exame, para proporcionar um maior conforto durante sua realização.
O uso de medicamentos ou a suspensão deles para a realização do exame vai depender da orientação médica. É importante que a mulher leve os exames anteriormente realizados (papanicolau ou colposcopias) caso o médico não os tenha.
O ginecologista é o especialista responsável pela realização da colposcopia.
A eficácia da pílula do dia seguinte não é de 100% e seu uso em curto espaço de tempo não diminui seu efeito.
Pode ser gravidez, pode ser alguma doença ou mesmo apenas uma desordem hormonal, o ideal é passar em uma consulta de avaliação com um médico de família ou ginecologista.
É importante avaliar detalhadamente a causa da ausência de menstruação (amenorreia) e, se necessário, realizar exames para descobrir a causa. Qualquer ausência de menstruação que dure mais de três meses deve ser investigada.
As principais causas de ausência de menstruação por 3 meses ou mais, são:
Distúrbios hormonaisO atraso menstrual em mulheres que já menstruaram pode ter diferentes causas. As principais causas se relacionam a alterações em hormônios, que alteram o ciclo menstrual.
Diferentes órgãos do corpo podem interferir na menstruação e causar ausência de menstruação. Por isso, é importante estar atenta a alguns sintomas que podem surgir além da amenorreia, como.
- Aumento da quantidade de pelos, da oleosidade da pele e cabelo, acne, ganho de peso: estes sintomas podem ser causados pela Síndrome dos Ovários Policísticos.
- Saída de secreção láctea ou leite pela mama: este é um sintoma causado pelo aumento de um hormônio chamado prolactina, um distúrbio que pode estar associado a tumores.
- Sintomas de perda ou ganho de peso, insônia ou sonolência, mudanças na pele, cabelos ou no trânsito intestinal: sintomas que podem sugerir distúrbios na tireoide, uma glândula que produz hormônios que quando em excesso ou em falta também podem atrasar a menstruação.
- Secura vaginal, alterações de humor e ondas de calor podem sugerir falência ovariana, quando os ovários deixam de funcionar, algo que pode indicar o inicio do período que antecede a menopausa. Se ocorrer em uma idade jovem pode sugerir falência ovariana precoce.
Hábitos do estilo de vida como excesso de atividade física ou estresse também podem interferir no ciclo menstrual. Mudanças no peso, seja para mais ou para menos e mudanças na alimentação também são causas frequentes de atraso menstrual. Portanto, avalie se houve alguma alteração nos últimos meses que tenha interferido com o peso, exercícios ou estresse.
Uso de medicamentosAlguns medicamentos também podem fazer com que a menstruação não venha por algum tempo. Os anticoncepcionais (pílulas, injeções, implantes, adesivos ou anel) podem causar ausência de menstruação após o seu término, o retorno a normalidade pode acontecer em algumas semanas ou meses.
Outros medicamentos que também podem causar este problema são o danazol, a metoclopramida e os antipsicóticos.
Para mais informações sobre atraso menstrual, consulte o seu médico de família ou ginecologista.
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Referências bibliográficas
Evaluation and management of secondary amenorrhea. Uptodate. 2021.
Tomar duas pílulas juntas não diminui a eficácia do anticoncepcional, porém não há necessidade de tomar mais de uma pílula por dia.
As pílulas anticoncepcionais foram planejadas para serem tomadas 1 a cada dia e de preferência no mesmo horário todos os dias.
Essa situação de tomar 2 pílulas no mesmo dia pode acontecer quando a mulher esquece de tomar uma pílula, e então ela deve tomar a pílula esquecida o mais breve possível. Quando o esquecimento ocorre, alguma falha pode acontecer e é recomendado o uso de outro método anticoncepcional em conjunto como o preservativo masculino ou feminino para garantir a proteção.
Caso a mulher tome duas pílulas no mesmo dia, no dia seguinte ela deve continuar a tomar a medicação normalmente tomando um comprimido por dia. Dessa forma, ela terminará a cartela um dia antes do previsto. Mesmo assim, deve fazer a pausa prevista de acordo com o anticoncepcional (alguns 7 dias e outros 4 dias) e começar a nova cartela como habitualmente.
A mulher que tem útero baixo, pode sentir uma protuberância na vagina, pressão vaginal e algumas disfunções urinária, fecal ou sexual.
Outros sintomas podem incluir:
- Dor lombar baixa;
- Sensação de que alguma coisa está saindo pela vagina;
- Dor durante a relação sexual;
- Dificuldade para urinar ou evacuar;
- Dificuldade para caminhar.
A intensidade desses sintomas será de acordo com a evolução e o estágio do prolapso uterino.
Útero baixo pode ser o rebaixamento do útero para a vagina, numa condição conhecida como prolapso uterino.
O prolapso uterino pode ser classificado de 4 formas, conforme o grau do prolapso:
- 1º grau: quando o colo do útero desce em direção à vagina;
- 2º grau: quando o colo do útero alcança a saída da vagina;
- 3º grau: quando o colo do útero sai da vagina;
- 4º grau: quando todo o útero fica fora da vagina.
O útero baixo normalmente está associado a outras condições, como bexiga caída e herniação de alças do intestino delgado ou intestino grosso em direção à vagina.
O tratamento do prolapso uterino é feito através de exercícios, medicamentos, cirurgia e introdução de um dispositivo (pressário) para sustentar o útero.
Para prevenir o útero baixo, recomenda-se perder peso (quando necessário), combater a prisão de ventre, realizar exercícios específicos para fortalecer a musculatura pélvica e evitar levantar pesos.
O diagnóstico e tratamento do prolapso uterino pode ser feito pelo/a médico/a de família, clínico/a geral ou ginecologista.
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