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Tive uma gravidez tubária, é possível engravidar de novo?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, é possível engravidar de novo depois de uma gravidez tubária ou ectópica (fora do útero). Porém, o sucesso de uma nova gestação vai depender dos danos que a gravidez tubária provocou no seu aparelho reprodutor.

Será preciso realizar alguns exames para verificar as condições das trompas de Falópio, bem como as causas do problema.

Normalmente, mais da metade das mulheres que tiveram gravidez tubária e que foram submetidas à cirurgia conseguem engravidar de novo depois de 12 a 18 meses.

No entanto, essas mulheres têm 10 vezes mais chances de desenvolver uma gravidez ectópica do que aquelas que nunca tiveram uma.

Se as duas trompas estiverem rompidas ou com lesões, recomenda-se fazer uma fertilização in vitro (FIV) para poder engravidar novamente.

Na maior parte dos casos de gestação ectópica, o óvulo que foi fecundado não faz o caminho todo e acaba se instalando logo no início das trompas. Em outras situações, a implantação ocorre no ovário, colo do útero ou cavidade abdominal.

Alguns fatores que aumentam as chances de uma gravidez fora do útero (ectópica):

  • Tabagismo (prejudica o transporte do embrião na tuba);
  • Idade mais avançada;
  • Infertilidade;
  • Vários parceiros sexuais (maiores riscos de DST - doenças sexualmente transmissíveis);
  • Mulheres que já se submeteram a uma cirurgia abdominal.

Por isso é importante detectar a gravidez ectópica ou tubária logo no início. Quanto mais cedo o problema for diagnosticado, mais rápido a mulher receberá tratamento cirúrgico e menores serão os danos provocados nas trompas ou em qualquer outra estrutura envolvida.

Os sintomas de uma gravidez ectópica são:

  • Dores abdominais;
  • Sangramento vaginal;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Desmaios, no casos mais extremos.

É importante lembrar que uma mulher que teve uma gestação tubária ou ectópica vai continuar ovulando e poderá engravidar novamente sem grandes problemas.

Veja também: Pode haver dificuldade de gravidez após gravidez ectópica?

Se a paciente não conseguir engravidar depois de 1 ano de tentativas, é indicado consultar o/a médico/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral para iniciar investigação.

Leia também:

Uma gravidez ectópica pode ser detectada pelo beta HCG?

Quem tem adenomiose pode engravidar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, quem tem adenomiose pode engravidar, embora possa ser um pouco mais difícil. A adenomiose pode impedir a gravidez devido às alterações funcionais e estruturais do útero, levando à infertilidade.

Sabe-se que até 14% das mulheres inférteis são portadoras de adenomiose e a doença pode prejudicar até mesmo os tratamentos de reprodução assistida.

A adenomiose pode causar infertilidade pelas seguintes razões:

  • A perda da estrutura normal da musculatura uterina pode alterar o transporte dos espermatozoides através do útero;
  • Alterações na vascularização da parte mais interna do útero (endométrio) podem impedir a implantação do embrião no útero;
  • Interfere no transporte do óvulo pelas tubas até ao útero;

Apesar das dificuldades que a adenomiose pode trazer para mulheres que pretendem engravidar, ela tem tratamento e a gravidez é possível.

O tratamento inicial indicado é clínico, feito com medicamentos hormonais. Se não houver sucesso no tratamento adotado, passa-se então para os tratamentos cirúrgicos.

Saiba mais sobre o tratamento da adenomiose em: Adenomiose tem cura? Qual o tratamento?

Quais os riscos de adenomiose na gravidez?

Parece haver uma relação entre a adenomiose e um maior risco de aborto no 1º trimestre de gravidez e de parto prematuro, no final da gestação, contudo as pesquisas ainda não são totalmente conclusivas sobre esse assunto, inclusive muitas mulheres que tem adenomiose podem não sofrer nenhum problema durante a gestação e parto. 

A secreção de substâncias chamadas prostaglandinas,que induzem o trabalho de parto, parece ser a causa das complicações na gravidez.

O médico ginecologista deverá orientar o tratamento mais indicado para a adenomiose.

Leia também: Qual a diferença entre adenomiose e endometriose?; O que é adenomiose e quais os sintomas?

Depois dos 30 anos é mais difícil engravidar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, depois dos 30 anos, começa a ficar mais difícil engravidar, sobretudo a partir dos 35 anos devido à diminuição do número e da qualidade dos óvulos.

Isso acontece porque as mulheres nascem com um limite para o número de óvulos que vão produzir ao longo da vida. Esse número vai diminuindo progressivamente, conforme o tempo vai passando e os óvulos vão sendo liberados. A diminuição da reserva ovarina torna-se ainda maior após os 35 anos de idade.

Este processo ocorre até a mulher entrar na menopausa, cuja idade média de ocorrência é de 50 anos. Embora, muitas mulheres possam entrar na menopausa antes.

Por isso, quanto mais avançada é a idade da mulher também maior é a dificuldade de uma gravidez natural.  Por exemplo, as mulheres na faixa etária dos 25 aos 30 possuem cerca de 85% de chance de gravidez em 1 ano, já na faixa etária entre os 35 e 40 anos essa porcentagem cai para 50%

Por isso costuma-se dizer que a idade ideal para engravidar é até os 35 anos, pois a fertilidade da mulher ainda não regrediu com a idade e o risco de malformações também é menor.

Caso deseje engravidar consulte o seu médico de família ou ginecologista para mais orientações;

Leia também:

Até que idade uma mulher pode engravidar?

Qual a idade ideal para engravidar?

Aborto pode causar infertilidade?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Aborto espontâneo ou realizado em ambiente hospitalar e clínicas autorizadas não causa infertilidade.

Os abortos espontâneos com até 20 semanas de gravidez, que ocorrem quando a gestação não evolui adequadamente, são feitos em ambiente hospitalar e apresentam baixos riscos de complicações para a mulher.

Alguns casos raros de aborto induzido com medicações e curetagem (raspagem uterina) pode levar a complicações durante ou depois do procedimento. Essas complicações podem deixar sequelas, impedir a mulher de engravidar novamente e, portanto, causando infertilidade. Porém essa situação é muito rara de acontecer e não representa a causa mais importante de infertilidade feminina.

Algumas complicações do aborto que podem causar infertilidade são:

  • Perfuração do útero: Ocorre quando utilizada a "colher" de curetagem ou o aspirador perfuram a camada do útero e como consequência pode haver infecção e obstrução das trompas. Essa situação é bem rara, ocorre em 0,06% das curetagens;
  • Endometrite pós-aborto: Infecção dentro da parede do útero que ocorre quando não há uso de antibióticos receitados após o procedimento;
  • Evacuação incompleta da cavidade uterina: Presença de restos do abortamento que levam à formação de aderências e dificultam a menstruação.

Leia também: Quais são os sintomas de aborto?

Quem tem herpes pode engravidar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim. Quem tem herpes genital pode engravidar. A presença de herpes genital não inviabiliza a gestação nem diminui a fertilidade quer da mulher quer do homem. Por isso, mulheres com herpes podem engravidar normalmente.

A herpes genital é uma doença sexualmente transmissível que pode ser prevenida com o uso de preservativo durante os atos sexuais. Trata-se de uma infecção causada por vírus que, apesar de não apresentar uma cura definitiva, pode ser tratada e manejada de acordo com a frequência e sintomas.

Posso transmitir herpes para o bebê?

O risco de herpes neonatal é maior quando a mãe adquire herpes genital no final da gravidez. Isso porque o seu corpo ainda não produziu anticorpos suficientes e o bebê deixa de ter a sua proteção natural ao nascer.

O risco de transmissão pode chegar aos 50% se a gestante adquirir herpes genital quando está mais próxima do parto. Contudo, se a mãe for infectada pelo vírus no primeiro trimestre de gravidez, o risco pode ser inferior a 1%. Gestações em que a mulher é portadora de herpes genital podem ser consideradas de risco, sobretudo se a infecção acontecer durante a gravidez.

Apesar dos riscos, a infecção do feto durante a gestação através da placenta é pouco comum. De fato, o maior risco de contaminação do herpes ocorre no momento do parto, o que ocorre em cerca de metade dos casos, mesmo que a mulher não apresente sinais e sintomas.

O feto pode ser infectado pelo vírus presente no útero, o que é raro, ou pelo contato direto do bebê com as secreções maternas infectadas no momento do parto. Essa forma de contágio pode ocorrer em até 80% dos casos.

Para tentar prevenir a infecção do bebê, geralmente indica-se o parto por cesariana, principalmente quando a gestante apresenta lesões ou se o surto tiver acontecido até 6 semanas antes do nascimento.

Apesar da cesariana não eliminar por completo o risco de transmissão do herpes genital para o bebê, trata-se do tipo de parto indicado se a gestante apresentar lesões no momento do parto. Essa forma de parto diminui a exposição do recém-nascido ao vírus e a taxa de mortalidade materna decorrente do parto natural.

Quais as complicações do herpes na gravidez?

A transmissão do herpes genital da gestante para o feto é grave. A encefalite está entre as piores complicações, pois é responsável pela maioria dos casos de mortes.

O herpes genital na gravidez pode causar ainda aborto ou parto prematuro. Se infectar o feto através da corrente sanguínea, pode provocar lesões fatais para o bebê. Sabe-se que a quantidade de anticorpos presentes na gestante antes do parto pode influenciar a intensidade da infecção e as chances de transmissão do herpes para a criança.

A gravidade do herpes neonatal está no aumento de infecções no sistema nervoso central, o que aumenta significativamente as taxas de mortalidade.

Como é o tratamento do herpes na gravidez?

O diagnóstico do vírus do herpes é feito através de exames de sangue. A cesariana não evita por completo a transmissão do herpes genital para o bebê, mas é o tipo de parto recomendado se a gestante apresentar lesões no momento do parto.

A herpes neonatal é um quadro grave, que exige cuidados médicos e hospitalares especializados. O tratamento também é feito com aciclovir, na dose de 5 mg por dia, por via intravenosa, a cada 8 horas, durante uma semana.

Para prevenir a transmissão do herpes genital, recomenda-se usar preservativos durante toda a gestação. Embora não exista uma cura definitiva para o herpes genital, há medicamentos antivirais específicos que podem reduzir o tempo de duração dos sintomas e prevenir o aparecimento de novas lesões.

A mulher que pretende engravidar deve procurar um serviço de saúde para uma consulta pré-concepcional justamente para avaliar a sua saúde, bem como iniciar algumas terapias preventivas como o uso de ácido fólico.Leia também:

Posso engravidar após retirar um ovário?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

1 - Fiz cirurgia e retirei um ovário, posso engravidar normalmente.

Sim.

2 - Fiz cirurgia e retirei a trompa e o ovário de um lado, posso engravidar?

Sim.

É possível engravidar sem os dois ovários?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Não é possível engravidar sem os dois ovários, pois uma mulher que não tem ambos os ovários deixa de ovular e torna-se infértil. Logo, é impossível ficar grávida pelos meios naturais.

Para haver gravidez, é preciso que haja uma união entre o espermatozoide do homem (produzido pelos testículos) e o óvulo da mulher (produzido pelos óvulos). Dessa união surge o embrião, que se implanta no útero e inicia assim a gravidez.

Porém, existe a possibilidade de engravidar se for utilizado o óvulo de uma outra mulher, através de uma técnica chamada fertilização in vitro, mais conhecida como "bebê de proveta".

No procedimento, o óvulo doado é fecundado com o espermatozoide em laboratório e o embrião é então transferido para o útero da mulher.

Daí a técnica ser conhecida como “bebê de proveta” ou “fertilização in vitro”, pois a fecundação ocorre em laboratório e não no corpo da mulher, como acontece naturalmente.

Para mais informações sobre essa técnica e a possibilidade de engravidar sem ter os dois ovários, fale com o seu médico ginecologista.

É possível fazer fertilização in vitro depois de ter feito laqueadura?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, é possível fazer fertilização in vitro depois de ter feito laqueadura. Aliás, esta é praticamente a única forma de uma mulher que fez laqueadura engravidar, a menos que ela faça uma cirurgia de reversão da laqueadura.

A fertilização in vitro só é possível após a laqueadura porque, neste procedimento, o óvulo é fecundado pelo espermatozoide fora do corpo da mulher, ao contrário do que acontece na inseminação artificial, em que a fecundação ocorre no útero.

Após a fecundação in vitro, o óvulo fecundado (que agora é um embrião), é introduzido no útero para que se implante e tenha início a gravidez.

A laqueadura é uma cirurgia para esterilização em que as trompas são cortadas ou amarradas, bloqueando o caminho que o óvulo percorre do ovário até o útero, o que não impede a fertilização in vitro.  

Nessa técnica, os óvulos são coletados através de uma agulha e depois são misturados com o esperma do homem. A seguir, são deixados numa incubadora a uma temperatura semelhante àquela encontrada no interior do útero (37ºC) por 24 horas.

Após a fertilização do óvulo pelo espermatozoide, forma-se um embrião, que é então transferido para o útero para se implantar e gerar a gravidez.

A taxa de sucesso da fertilização in vitro depende de fatores como a idade da mulher (quanto mais nova, maior a chance de gravidez), qualidade dos óvulos, espermatozoides e embriões, qualidade do endométrio (camada interna do útero) e da transferência do embriões.

O médico ginecologista deverá alertar a paciente quanto às suas chances de engravidar com a fertilização in vitro, antes ou após uma laqueadura.

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