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Quais são as principais causas de aftas e o que fazer para evitá-las?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

As causas da afta ainda não são totalmente conhecidas. Contudo, acredita-se que o aparecimento das aftas esteja relacionado com fatores imunológicos.

Há ainda indícios de que a afta pode ser desencadeada por infecções virais ou bacterianas, determinados alimentos, traumas, mordidas acidentais, alergias, escovação muito vigorosa dos dentes, mau posicionamento dos dentes, estresse, cigarro, tendência genética e ainda falta de ferro ou vitaminas.

Os fatores de risco para desenvolver aftas incluem: genética, alterações hormonais, ansiedade, estresse, falta de ferro, zinco, vitamina B12 e ácido fólico, má higiene bucal, alterações na dentição, uso de certos medicamentos, má alimentação, imunidade baixa e doenças.

O que é a afta?

As aftas são lesões pequenas e brancas rodeadas por uma área vermelha. Ocorrem dentro da boca, principalmente na mucosa que recobre a bochecha, os lábios, a gengiva e a garganta, embora também possam aparecer sobre a língua.

As aftas podem ter formato raso, redondo ou ovalado, com coloração branca, vermelha ou amarelada. A afta causa dor, muito desconforto e dificuldade para comer, beber ou ainda falar.

As aftas não são contagiosas e podem ser pequenas ou grandes, podendo surgir isoladamente ou em grupos. As maiores, com mais de 1 cm, podem durar até 6 semanas e deixar cicatriz. Já as menores, com menos de 1 cm, tendem a desaparecer espontaneamente em 7 a 10 dias sem deixar cicatriz.

As mais comuns são as aftas herpetiformes, que surgem em grupos formados por pequenas úlceras e são recorrentes

Qual é o tratamento para aftas?

O tratamento da afta é feito através da aplicação de pomadas analgésicas para aliviar a dor, anti-inflamatórios para controlar a inflamação, além de lavagem bucal com enxaguantes antissépticos e antibacterianos para controlar a irritação no local. Também pode ser indicada a aplicação de um gel para proteger a mucosa oral.

Em alguns casos, podem ser prescritos medicamentos antibióticos para tratar a infecção secundária que pode estar causando a afta.

Durante o tratamento da afta, deve-se evitar alimentos quentes, ácidos ou apimentados, que podem irritar ainda mais a lesão.

Como prevenir as aftas?

Para prevenir o aparecimento de novas aftas, é preciso tentar identificar as suas causas e afastar-se dos fatores que podem desencadear novas lesões. Além disso, é importante manter um estilo de vida saudável para não baixar a imunidade.

Alguns alimentos também devem ser evitados para ajudar a prevenir as aftas, como alimentos apimentados ou muito condimentados, alimentos salgados artificialmente (salgadinhos, amendoim, batatas fritas), frutas cítricas ou ácidas (laranja, abacaxi, kiwi, limão, morango, tangerina, acerola), alimentos muito duros, alimentos e bebidas quentes, refrigerantes e chocolate.

Se as aftas não cicatrizarem dentro de um período máximo de 10 dias, consulte o/a médico/a de família, clínico/a geral ou dentista para avaliar o quadro e orientar quanto ao tratamento mais adequado.

Saiba mais em:

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Como tratar afta na língua?

Quais os sintomas e tratamento da sífilis?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os primeiros sinais e sintomas da sífilis são pequenas feridas que surgem nos órgãos genitais e o aparecimento de caroços nas virilhas (ínguas). As manifestações da sífilis primária costumam surgir de 7 a 20 dias depois de uma relação sexual desprotegida com alguém infectado.

As ínguas e as feridas não causam dor, não coçam, não ardem e não produzem pus. As feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz, mesmo sem tratamento.

Os sintomas então desaparecem e a pessoa pensa que está curada. Porém, apesar da sífilis permanecer adormecida durante meses ou anos, a bactéria continua circulando no sangue.

Na mulher, a sífilis pode se manifestar na região dos grandes lábios, vagina, região entre ânus e vagina, clitóris e colo do útero. No homem, a doença se manifesta no órgão genital, geralmente na glande e na pele que a recobre.

Quais os sintomas da sífilis secundária?

Depois de um tempo, geralmente 1 ou 2 meses, podem surgir manchas nos troncos e extremidades do corpo (palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelo, perda de peso, febre, mal-estar e dor de cabeça.

As manchas e os demais sintomas também desaparecem espontaneamente. Contudo, após alguns anos, começam a surgir complicações graves, como paralisia, cegueira, doenças neurológicas, problemas cardíacos, doenças ósseas, podendo provocar inclusive a morte do paciente.

Qual é o tratamento para sífilis?

O tratamento da sífilis é simples e é feito com antibiótico, normalmente a penicilina. O tempo de duração do tratamento varia entre 7 e 14 dias, de acordo com a fase da doença.

O parceiro ou a parceira da pessoa que está em tratamento deve fazer os exames necessários para diagnosticar a sífilis. Se o resultado for positivo, ele ou ela também deverá realizar o tratamento.

É importante usar preservativos nas relações sexuais para prevenir a transmissão da doença, mesmo durante o tratamento.

No caso da sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez ou no momento do parto, o tratamento também é feito com penicilina. Entretanto a criança precisa ficar internada para uma investigação sobre possíveis complicações, e deverá ser acompanhada até os 18 meses.

Vale ressaltar que a sífilis é facilmente tratada, sobretudo no início dos sintomas. Por isso, pessoas que tiveram relações sexuais sem proteção e apresentam algum dos sintomas característicos da sífilis, devem procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para investigar a causa, receber um diagnóstico e tratamento adequados.

Saiba mais sobre o assunto nos links:

Anemia: Sintomas, Causas e Tratamento
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A anemia, sobretudo a ferropriva, é um problema de saúde muito comum tanto entre as crianças como em adultos, ocorrendo também com muita frequência durante a gravidez. Anemia significa redução da concentração de hemoglobina nos eritrócitos, que são as células vermelhas do sangue.

A hemoglobina é uma proteína especial. Além de dar a cor vermelha ao sangue, é responsável pela ligação com o oxigênio para que o sangue possa levar o gás dos pulmões para todo o corpo. Quando a pessoa tem anemia, ela terá uma menor oxigenação do organismo.

Quais são os sintomas de anemia?

Os principais sintomas de anemia são: fraqueza, dor de cabeça, irritabilidade, cansaço, falta de ar ou dificuldade para realizar atividade física e palidez.

Pessoas com anemia podem apresentar ainda fadiga, aumento da frequência cardíaca, palpitações, falta de apetite, desânimo, falta de atenção, baixo rendimento escolar, dor abdominal em crianças, desejos alimentares específicos ou estranhos como desejo de comer gelo ou terra, queda de cabelos, língua lisa, unhas quebradiças e feridas nos cantos da boca.

Quanto maior o grau da anemia mais intensos tendem a ser os sintomas da anemia. O diagnóstico é realizado através de exame de sangue realizado em laboratório.

Quais as causas da anemia?

Existem muitas causas de anemia: hemorragia intensa, doenças crônicas, doenças da medula óssea (responsável pela produção das células sanguíneas), doenças genéticas (anemia falciforme), deficiência de vitaminas e sais minerais, sendo a causa mais comum de anemia, além de deficiência de ferro, chamada de anemia ferropriva.

O ferro é um mineral muito difundido na natureza e encontrado em quase todos os vegetais. Porém, o organismo humano tem dificuldade de absorver os sais de ferro provenientes dos vegetais e a nossa principal fonte de ferro acaba sendo a carne, principalmente o peixe e a carne vermelha, que têm um tipo de ferro que é mais facilmente absorvido no intestino (ferro heme).

Porém, para a produção da hemoglobina e das células do sangue, outras vitaminas como o ácido fólico e outras vitaminas do complexo B encontrados nos vegetais e cereais, também são necessárias.

Qual é o tratamento para anemia?

O tratamento da anemia depende da sua causa e da gravidade do quadro. Muitas vezes, é possível reverter o quadro apenas com alterações na alimentação. Porém, há casos em que é preciso incluir suplemento de ferro, medicamentos e até transfusão de sangue.

Dentre as diversas medidas dietéticas, recomenda-se:

⇒ Restringir a ingestão de leite para algo em torno de 300 ml ao dia (máximo de 500ml de leite ao dia, pois o leite dificulta a absorção do ferro e compete com os alimentos mais ricos em ferro);

⇒ Aumentar a ingestão de vegetais com folhas verde-escuro como brócolis, couve e espinafre, feijão, cereais e grãos em geral, abóbora, beterraba. Ter uma ingestão moderada de carnes vermelhas (as vísceras como o fígado são ricas em ferro) e peixes.

⇒ Aumentar o consumo de frutas ricas em vitamina C, pois essa vitamina é importante para a absorção do ferro e ajuda também no tratamento e na prevenção da anemia.

A correta avaliação e diagnóstico da anemia deve ser realizada pelo/a médico/a que pode solicitar os exames específicos para anemia e avaliar o grau e tipo de anemia e, a partir deste correto diagnóstico, propor um tratamento adequado.

Saiba mais sobre esse assunto nos artigos:

Referência:

ABHH - Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia celular.

Queimadura de limão: o que fazer e como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Em caso de queimadura de limão, faça compressas com soro fisiológico e chá de camomila para aliviar o incômodo, aplique protetor solar a seguir para proteger a pele e procure um médico dermatologista para avaliar a lesão. Se a queimadura formar bolhas, o que pode acontecer nos casos mais graves, nunca as estoure.

O tratamento da queimadura de limão pode ser feito através de pomadas com corticoides, cremes hidratantes e filtros solares. Também podem ser indicados produtos clareadores para eliminar mais rápido a mancha escura da pele. 

A fitofotodermatose, termo médico para a queimadura provocada por limão e outras frutas cítricas, ocorre porque o suco do limão provoca uma reação alérgica na pele ao entrar em contato com os raios ultravioletas do sol.

A reação alérgica provoca um processo inflamatório e surgem então manchas avermelhadas na pele que podem causar coceira ou ardência. Nos casos mais graves, pode haver inclusive formação de bolhas.

É importante lembrar que o protetor solar não evita a queimadura de limão. Para prevenir, lave abundantemente as mãos com água e sabão após manipular a fruta. Lave também o rosto, principalmente ao redor da boca, após beber sucos ou caipirinhas de limão.

Consulte um médico dermatologista se notar qualquer sinal de vermelhidão na pele após manipular limão ou outras frutas como caju e laranja. As queimaduras devem receber um tratamento adequado o quanto antes para evitar o agravamento do quadro.

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Cisto hemorrágico é grave? Qual o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Cisto hemorrágico não é grave e normalmente não precisa de um tratamento específico. Trata-se de um cisto de ovário fisiológico, ou seja, não está relacionado com doenças e surge naturalmente durante a ovulação.

Normalmente os cistos hemorrágicos desaparecem espontaneamente em até 3 meses. Quando necessário, o tratamento pode incluir:

  • Acompanhamento da evolução dos cistos por ultrassonografia;
  • Uso de anticoncepcionais hormonais, como a pílula;
  • Cirurgia.

O anticoncepcional hormonal serve para evitar o crescimento de novos cistos hemorrágicos, embora não acelere a resolução dos cistos que já existem.

Através do ultrassom o ginecologista pode observar a evolução dos mesmos, bem como detectar novos cistos.

Raramente os cistos hemorrágicos se rompem podendo extravasar sangue, que se mantinha no seu interior, para a cavidade abdominal, levando a dores abdominais de forte intensidade, na maioria das vezes a única indicação de tratamento mais agressiva, a intervenção cirúrgica. 

Nesses casos, dependendo da intensidade do sangramento, o tratamento é feito através de cirurgia por laparoscopia, intervenção menos invasiva, ou laparotomia exploradora, para retirar o cisto e conter a  hemorragia.

O médico ginecologista é o responsável pelo diagnóstico e tratamento do cisto hemorrágico no ovário.

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O que fazer para aumentar ou diminuir o fluxo menstrual?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem diversas medidas para ajudar a aumentar ou reduzir o fluxo menstrual, de froma caseira, ou através de medicamentos e procedimentos cirúrgicos.

Entretanto, as alterações no fluxo menstrual podem ser um sinal de algum problema de saúde na mulher. Portanto, recomendamos sempre avaliar o caso junto com um ginecologista.

Formas de aumentar o fluxo menstrual 1. Parar o uso de anticoncepcionais

Uma maneira de aumentar o fluxo menstrual é não fazer uso de anticoncepcionais. Os contraceptivos hormonais têm como um dos mecanismos de ação, a redução da camada uterina (endométrio), diminuindo o sangramento.

Sem a medicação o fluxo retorna ao habitual.

2. DIU de cobre

O DIU de cobre (dispositivo intrauterino), tem como um dos seus efeitos colaterais, aumentar o fluxo sanguíneo durante a menstruação. Se houver essa necessidade, esse pode ser um método eficaz.

Já o DIU hormonal, tem o efeito contrário, de reduzir o sangramento.

3. Alimentação

Alimentos com alta concentração de vitamina K, como brócolis, couve, fígado, aspargos, folhas de espinafre e abacate, interferem na cascata de coagulação normal do organismo, o que pode aumentar o fluxo menstrual.

Vale ressaltar que pessoas que tomam medicamentos anticoagulantes, devem evitar o consumo desses alimentos, pelo risco de sangramento grave.

Limão aumenta a menstruação?

Na Índia, um grupo de pesquisadores, descreve o limão e outras plantas como possíveis tratamentos naturais para as alterações menstruais¹. No entanto, não houveram dados suficientes, o que conclui de precisa de mais pesquisas nesse tema para uma confirmação do seu efeito.

Formas de reduzir o fluxo menstrual 1. Anticoncepcionais orais e injetáveis

Os anticoncepcionais têm como mecanismo de ação reduzir a proliferação celular do endométrio durante o ciclo menstrual. Com menor camada e menos células o sangramento se torna escasso ou acaba por completo. Para retornar ao fluxo normal e permitir a gestação, basta interromper o uso do remédio.

2. Estrogênio oral

O estrogênio oral tem o mesmo efeito, de reduzir a proliferação celular do útero, com isso diminui o fluxo no período de descamação celular, a menstruação.

3. Anti-inflamatórios não esteroides (AINE)

Os AINE reduzem os níveis de prostaglandinas, que estão aumentados nas mulheres com fluxo menstrual abundante, com isso diminuem o fluxo sanguíneo além de aliviar as cólicas menstruais. Os mais indicados são o ibuprofeno e o ácido mefenâmico (Ponstan®).

4. Medicamentos antifibrinolíticos

Os medicamentos antifibrinolíticos como o ácido tranexâmico® é utilizado apenas para casos refratários, com sangramento uterino abundante. Não deve ser utilizado sem orientação médica.

5. Curetagem uterina

Através de uma raspagem ou sucção do útero, a curetagem acaba com sangramentos intensos sem prejudicar a fertilidade da mulher. No entanto, esse método cirúrgico não trata a causa da menstruação abundante e os fluxos vão continuar a ser intensos se outro tratamento, definitivo, não for iniciado.

6. Tamponamento

No tamponamento é introduzido um balão com líquido na cavidade uterina. Após 3 horas, cerca de metade desse líquido é retirado e, se não houver mais sangramento, o balão é inteiramente retirado. No caso de sangramento persistente ou intenso, o balão pode ser mantido no útero por até 12 horas.

7. Histerectomia

A retirada do útero é a última opção de tratamento para fluxos menstruais abundantes, sendo indicada quando preenche os critérios de: falha em todos os outros métodos, idade mais avançada, família constituída e não desejar mais engravidar.

8. Ablação endometrial

O procedimento de ablação consiste em destruir a camada do útero, com frio extremo, calor ou outros materiais específicos. É um procedimento que pode ser feito no consultório ou no centro cirúrgico. Indicado para mulheres com fluxo menstrual intenso, reduzindo ou até terminando por completo com o fluxo. Não é recomendado para mulheres que ainda desejam engravidar.

É importante lembrar que antes de tentar aumentar ou reduzir o fluxo menstrual, é preciso saber o que está por trás dessa alteração na menstruação. Consulte um ginecologista para receber um diagnóstico adequado e o tratamento mais indicado de acordo com o seu caso.

Paracetamol diminui o fluxo menstrual?

Não. O uso de Paracetamol ou outros analgésicos não têm efeito na redução de sangramento uterino, embora ajude nos sintomas de cólicas menstruais.

Chá-verde reduz a menstruação?

A relação dos chás com aumentar ou diminuir o fluxo menstrual ainda não está clara. Não existem estudos científicos que comprovem esse efeito. Porém, alguns trabalhos indicam uma melhora da cólica menstrual, e não do fluxo, em mulheres que consumem mais chá-verde².

Recentemente, um outro estudo de revisão foi publicado³, afirmando que cápsulas de gengibre e o xarope de murta reduziram significativamente a duração menstrual e o sangramento. Entretanto, o próprio autor sugere que mais estudos devem replicar esse resultado, para que possa ser incluído como um tratamento seguro e eficaz.

Saiba mais em:

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Sangramento menstrual intenso: quais as principais causas e o que fazer

Referências:

¹Bhatia H. et al.; Traditional phytoremedies for the treatment of menstrual disorders in district Udhampur, J&K, India. J Ethnopharmacol. 2015 Feb 3;160:202-10.

²Zhang X. et al.; Association of tea drinking and dysmenorrhoea among reproductive-age women in Shanghai, China (2013-2015): a cross-sectional study. BMJ Open. 2019 Apr 8;9(4):e026643.

³Javan R. et al.; Herbal Medicines in Idiopathic Heavy Menstrual Bleeding: A Systematic Review. Phytother Res. 2016 Oct;30(10):1584-1591.

Trombose venosa profunda tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. A trombose venosa profunda (TVP) tem cura.

O tratamento é feito com medicamentos anticoagulantes, uso de meias elásticas e repouso. Dependendo do caso, pode ser necessário realizar cirurgias para dissolver ou retirar os coágulos, prevenindo complicações graves como a embolia, e consequente tromboembolismo.

O tratamento da trombose tem como objetivos diminuir o risco de embolização, principalmente para os pulmões, impedir o crescimento do trombo e a formação de novos trombos.

A embolização é um processo aonde um desses coágulos se soltam e ganham a corrente sanguínea, podendo parar em qualquer outro sistema aonde o calibre do vaso sanguíneo seja mais estreito; obstruindo a passagem de sangue e originando uma isquemia. Os órgãos mais acometidos são o pulmão - tromboembolismo pulmonar ou TEP, o cérebro - derrame ou AVC isquêmico "embólico" e coração - infarto agudo embólico

Estima-se que até 50% dos casos de trombose venosa profunda nas pernas evolua com embolia pulmonar se não tratada a tempo, com risco elevado de morte.

Sinais de trombose venosa profunda nas pernas Qual o tratamento da trombose venosa profunda? Anticoagulantes

O tratamento da trombose venosa profunda é feito com medicamentos anticoagulantes, como a heparina. O medicamento é eficaz para diminuir o risco de embolia pulmonar e de formação de novos trombos.

Após 5 dias de heparina, que é administrada com injeções subcutâneas, o paciente passa a receber apenas anticoagulantes em comprimido, como a warfarina. A warfarina é mantida por pelo menos 6 meses, dependendo da gravidade e dos fatores de risco do paciente.

Atualmente, além da warfarina dispomos dos chamados "novos anticoagulantes" com maior facilidade de ajustar doses e posologia. Mas cada caso deve ser avaliado para qual a melhor opção de medicamento além do tempo que deverá fazer uso.

Repouso e meias elásticas

O indivíduo com trombose deve permanecer na cama em repouso absoluto durante os primeiros dias de anticoagulação, pois movimentar o membro acometido aumenta o risco de embolização.

Contudo, assim que houver autorização médica, a pessoa deve começar a andar o quanto antes. Já o uso de meias elásticas é recomendado para diminuir o inchaço nos membros inferiores e favorecer a circulação sanguínea nas pernas.

Implante de filtro

Nos pacientes que apresentam contraindicação a anticoagulantes ou que, apesar da anticoagulação, continuam a apresentar novos episódios de tromboembolismo, indica-se a implantação de um filtro na veia cava.

O filtro de veia cava é um tipo de rede localizada dentro da veia cava, na região abdominal, e que impede que êmbolos vindos das pernas cheguem aos pulmões.

O tratamento da trombose venosa profunda pode ser feito em ambiente hospitalar ou domiciliar, conforme avaliação médica.

É preciso estar atento às alterações que a trombose venosa profunda pode provocar, principalmente se existe predisposição para a doença ou houve exposição a fatores de risco que favorecem a formação de trombos.

Em caso de suspeita de trombose venosa profunda, um médico angiologista ou cirurgião vascular deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, qual é o seu diagnóstico correto e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.

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O que é meningite?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. As meningites são causadas principalmente por vírus (meningite viral) e bactérias (meningite bacteriana).

A meningite também pode ser provocada por fungos (meningite fúngica), parasitas, lesões físicas, infecções (otites, por exemplo), câncer e uso de medicamentos.

A inflamação geralmente é decorrente de alguma infecção no líquido cefalorraquidiano, que fica entre as meninges e a medula espinhal e entre as meninges e o cérebro. As meningites podem causar lesões no cérebro e na medula.

As meningites virais são as mais frequentes e costumam ser menos graves. A meningite bacteriana, causada principalmente pelas bactérias Neisseria meningitidis (meningococo) e Streptococcus pneumoniae (pneumococo), é bem mais grave e pode ser fatal.

Streptococcus pneumoniae (pneumococo), bactéria causadora de meningite bacteriana pneumocócica.

A meningite fúngica é mais rara e afeta sobretudo pessoas com o sistema imunológico comprometido, como as pessoas com diabetes, câncer, HIV/AIDS.

Apesar de ter tratamento, a taxa de mortalidade da meningite é alta, variando entre 5% e 15% dos casos. Quando não leva a óbito, a meningite pode deixar sequelas, como surdez e atraso do desenvolvimento psicomotor, em até 25% das pessoas que ficam doentes.

Qualquer pessoa pode contrair meningite, mas sabe-se que a doença atinge sobretudo crianças com menos de 5 anos.

Quais são os sintomas da meningite?

Os sintomas da meningite incluem febre, dor de cabeça, rigidez ou dor na nuca, náuseas, vômitos, manchas vermelhas ou roxas na pele (meningite meningocócica), dores musculares, confusão mental, sonolência e dificuldade para acordar.

As manchas na pele não desaparecem quando são pressionadas. No início, surgem manchas pequenas, que depois evoluem para manchas roxas ou negras. Esse sinal indica a passagem de sangue dos vasos sanguíneos para os tecidos localizados abaixo da pele.

Nos bebês, a meningite causa febre, irritação, cansaço, falta de apetite, endurecimento ou elevação da moleira, gemidos ao tocar na criança, inquietação, choro agudo, rigidez ou moleza corporal.

No início, os sintomas da meningite podem ser confundidos com os de uma gripe ou gastroenterite. Contudo, a evolução da doença pode ser rápida, podendo levar a óbito em poucas horas.

Na meningite bacteriana do tipo meningocócica, os sintomas geralmente começam a se manifestar depois de 4 dias que ocorreu a infecção. Porém, o período de incubação pode variar de 1 a 10 dias.

Como ocorre a transmissão da meningite?

A meningite viral pode ser transmitida pela saliva (fala, tosse, espirro, beijo) ou pelas fezes. A meningite bacteriana geralmente é transmitida de pessoa para pessoa através do contato com a saliva (tosse, espirro, fala, beijo) da pessoa doente ou portadora da bactéria.

É importante lembrar que a maioria das pessoas está imune contra muitos dos vírus e bactérias que podem causar meningites.

Porém, nem todas as meningites são contagiosas ou transmissíveis, pois isso depende da sua causa. Se a doença for provocada por um traumatismo craniano, por exemplo, ela não é transmissível.

Contudo, as meningites virais e bacterianas são altamente contagiosas e podem provocar surtos e epidemias.

Meningite bacteriana

A meningite meningocócica, por exemplo, é um tipo de meningite bacteriana, causada pela bactéria meningococo. Além de ser muito contagiosa, provoca um quadro grave e de evolução rápida. O mesmo acontece com a meningite pneumocócica, causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo), que apresenta um elevado risco de morte e sequelas graves.

Meningite viral

A meningite viral é menos grave e mais comum que a meningite bacteriana e pode melhorar sem um tratamento específico.

Qual é o tratamento para meningite?

O tratamento da meningite depende do agente causador (vírus, bactéria, fungo). As meningites bacterianas necessitam de tratamento imediato com antibióticos específicos para o tipo de bactéria e o/a paciente precisa ficar internado/a.

O tratamento das meningites virais incluem repouso, cuidados gerais e medicamentos para aliviar os sintomas. Os antibióticos não são necessários. Pode, ou não, haver necessidade de internação, dependendo do caso. Na maioria dos casos, a meningite viral resolve-se espontaneamente sem necessidade de tratamento.

É possível prevenir a meningite? Existe alguma vacina?

Sim, existe vacina contra certos tipos de meningite meningocócica (tipos A, C, W e Y), pneumocócica e por Haemophilus influenzae tipo b. Elas estão incluídas no Calendário Nacional de Imunização e são disponibilizadas gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Outras formas de prevenir a meningite incluem cuidados como evitar aglomerações, manter os ambientes ventilados e higienizar adequadamente os ambientes (casa, escolas, hospitais, creches).

Procure o/a médico/a clínico geral ou médico/a de família o mais rápido possível na presença de sinais e sintomas de meningite. O diagnóstico e tratamento precoce pode evitar sequelas e complicações que podem inclusive provocar a morte do/a paciente.

Saiba mais em:

Meningite tem cura? Qual o tratamento?

Meningite fúngica tem cura? Qual o tratamento?

É possível ter meningite mais que uma vez?