Perguntar
Fechar
O que é acidose, quais são os sintomas e tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Acidose é o acúmulo de ácidos no sangue. O quadro caracteriza-se pela diminuição do pH sanguíneo para valores inferiores a 7,35. Para que o organismo funcione adequadamente, o pH do sangue deve ficar entre 7,35 e 7,45. Quando está acima de 7,45, ocorre a alcalose.

A acidose respiratória ocorre quando há um acúmulo de gás carbônico (CO2) no organismo. Esse é o gás que é eliminado pelos pulmões durante a expiração. A retenção de CO2 no corpo aumenta a concentração de ácido carbônico, levando à acidose.

A acidose respiratória surge quando os pulmões não conseguem eliminar adequadamente o gás carbônico. Isso pode acontecer em casos de doenças pulmonares como a pneumonia, intoxicação por álcool ou medicamentos sedativos, traumas torácicos, doenças ou problemas neurológicos, entre outros.

Saiba mais em: Quais são as causas da acidose respiratória?

Já a acidose metabólica pode ocorrer devido ao acúmulo de ácidos no organismo ou perda de bicarbonato pelas fezes ou urina. Suas principais causas são: diabetes, acúmulo de ureia no sangue (uremia), acúmulo de ácido lático (acidose lática), jejum prolongado, diarreia e fístulas no intestino delgado.

Os sinais e sintomas da acidose incluem dificuldade respiratória, perda de apetite, náuseas, vômitos, alterações neurológicas, dor de cabeça, confusão mental, cansaço, diminuição da produção de urina, hálito cetônico, redução da capacidade de contração do músculo cardíaco, entre outros.

A acidose metabólica é sinal de alguma doença de base, por isso o seu tratamento é direcionado para a causa. Em casos de acidose grave, o tratamento inclui a administração de bicarbonato de sódio.

Já o tratamento da acidose respiratória tem como objetivo melhorar a respiração, mantendo uma boa oxigenação e uma ventilação pulmonar adequada. O tratamento pode incluir a administração de oxigênio, remoção de secreções respiratórias, tratamento da infecção pulmonar, entre outras medidas.

O diagnóstico, acompanhamento e tratamento da acidose metabólica é geralmente feito pelo médico clínico geral.

Também podem lhe interessar:

Tenho dificuldade para respirar, o que pode ser?

O que pode causar alcalose metabólica?

Quais são as causas da alcalose respiratória?

O que é escleroterapia e para que serve?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Escleroterapia é uma técnica não cirúrgica usada para tratar varizes. O procedimento consiste na aplicação ou injeção de uma substância esclerosante que provoca a formação de uma cicatriz na veia varicosa, obstruindo a circulação sanguínea no local. O sangue é então obrigado a buscar novas veias para voltar a fluir naquela área. O resultado é o desaparecimento da varicose e uma melhoria do aspecto estético.

O esclerosante utilizado pode ser em forma de líquido, espuma ou laser. O objetivo é provocar o fechamento do vaso sanguíneo danificado.

Na escleroterapia convencional são injetadas substâncias químicas esclerosantes, como o polidocanol e a glicose hipertônica, por meio de uma pequena e fina agulha. Podem surgir lesões arroxeadas (hematomas) após o procedimento, que são absorvidas com o passar dos dias. A sensação causada é de uma pequena picada e ardência leve, principalmente nas regiões mais sensíveis da perna.

Na crioescleroterapia, o procedimento realizado é semelhante ao da escleroterapia convencional, porém a substância injetada é resfriada, visando provocar um resultado mais rápido, com menos possibilidade de ocorrência de hematomas e com menos dor que na técnica convencional.

Na escleroterapia a laser, o processo de esclerose do vaso ocorre por meio da emissão de ondas de luz que promovem o aumento da temperatura no interior do vaso e uma reação inflamatória.

Alguns tipos de pele, mais escuras ou bronzeadas, podem não ser adequadas ao tratamento com laser. Pode ser um pouco dolorido e provocar uma leve sensação de ardência local durante algumas horas após o tratamento. Utiliza-se, geralmente, um aparelho que resfria a pele com um jato de ar frio para evitar a dor durante o procedimento.

A escleroterapia é feita sem necessidade de internação hospitalar e a paciente pode voltar para casa logo após o procedimento.

No caso de surgirem hematomas deve-se evitar a exposição ao sol até que eles desapareçam. Alguns médicos orientam o uso de meias elásticas ou o enfaixamento da perna com faixa elástica após o procedimento.

A/o cirurgiã/o vascular é o médica/o responsável pela realização da escleroterapia.

Saiba mais em: Como é feita a escleroterapia com espuma? Quais são os riscos?

O que é celulite infecciosa? É contagiosa?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Celulite infecciosa é uma infecção da pele que se estende pelos tecidos subcutâneos. A celulite infecciosa não é contagiosa e ocorre principalmente em pessoas com imunidade baixa. A doença é causada por bactérias do tipo estreptococos ou estafilococos, sendo este último o mais frequente.

A celulite infecciosa surge após um trauma ou uma lesão na pele (furúnculo, úlcera, micose, picada de insetos, espinha, arranhões), que funcionam como porta de entrada para as bactérias, que penetram na pele e infeccionam as suas camadas mais profundas.

A celulite infecciosa é considerada uma doença grave que pode levar à morte, devido a possibilidade de evolução para sepse (infecção generalizada). A infecção pode ocorrer em qualquer parte do corpo, embora pernas, pés e rosto sejam os locais mais afetados.

Quando afeta o rosto, a celulite infecciosa requer ainda mais atenção, pois pode causar meningite bacteriana ou lesão nos olhos.

Quais os sintomas da celulite infecciosa?

Poucos dias após o trauma ou a lesão, começam a surgir os primeiros sinais e sintomas da celulite infecciosa: dor, calor, vermelhidão, inchaço e ardência no local afetado, febre, calafrios, aumento dos gânglios linfáticos próximos ao local e formação de bolhas dolorosas que podem provocar morte do tecido quando se rompem.

Qual é o tratamento para celulite infecciosa?

O tratamento da celulite infecciosa consiste na administração de antibióticos e na realização de exames para detectar o tipo de bactéria que causou a infecção. A doença não deixa sequelas, desde que o tratamento adequado seja iniciado precocemente.

O médico dermatologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da celulite infecciosa.

Qual é o melhor tratamento para acabar com a prisão de ventre?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O melhor tratamento para prisão de ventre é aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras e beber bastante água. Além disso, incluir algumas mudanças nos hábitos diários, como ir ao banheiro sempre que sentir vontade de evacuar e praticar atividade física regularmente, também é indicado para quem tem intestino preso.

As fibras atuam como um "laxante natural", aumentando o volume das fezes e favorecendo a passagem e a eliminação das mesmas pelo intestino.

Os alimentos indicados para soltar o intestino são as frutas (laranja, mamão, manga, ameixa), legumes (feijão, ervilha, grão-de-bico, lentilha), hortaliças (cenoura, couve, alface e folhas de um modo geral), cereais integrais, aveia, linhaça, entre outros alimentos ricos em fibras.

Também é importante beber pelo menos 2 litros de água por dia, já que as fibras são mais difíceis de serem eliminadas se estiverem mais secas e podem prender o intestino. A água é essencial para prevenir esse "efeito rebote", pois umedece e amolece as fezes.

Veja também: Quais são os alimentos indicados em caso de prisão de ventre?

O movimento intestinal é ativo principalmente após as refeições. Por isso, a pessoa deve prestar atenção ao seu corpo e tentar ir ao banheiro logo que tiver vontade de evacuar. Segurar a vontade ou esperar passar faz com que a água das fezes seja reabsorvida, o que torna a evacuação mais difícil.

A prática regular de atividade física, como caminhada, favorece o funcionamento adequado do intestino e deve ser incluída no tratamento da prisão de ventre sempre que possível.

Em alguns casos, pode ser necessário utilizar laxantes e supositórios para soltar o intestino e acabar com a constipação intestinal.

Saiba mais em: O que fazer se ficar mais de uma semana sem evacuar?

A pessoa com prisão de ventre que realiza essas medidas e não apresenta melhoras pode procurar o/a médico/a de família ou clínico/a geral para uma receber uma avaliação detalhada e as devidas orientações.

Saiba mais em:

O que é prisão de ventre e quais são as suas causas?

Quais são os sintomas de prisão de ventre?

Prisão de ventre na gravidez é normal? O que devo fazer?

Como aliviar a prisão de ventre no bebê?

Prisão de ventre pode ser câncer?

Cisto pilonidal tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Cisto pilonidal tem cura através de tratamento cirúrgico, no qual o cisto pilonidal é removido e o local é suturado ("costurado"). Porém, o fechamento cirúrgico da lesão só pode ser feito se o cisto não estiver inflamado ou infeccionado.

Por isso, o melhor momento para a realização da cirurgia é quando a lesão não apresenta sinais ou sintomas de inflamação, como dor, vermelhidão e inchaço.

Na presença de infecção, realiza-se primeiro um tratamento com antibióticos e uma drenagem parcial do cisto, deixando a cirurgia para uma outra fase.

Após a remoção cirúrgica do cisto pilonidal, a área operada deve ser bem higienizada e desinfetada. Também pode ser necessário remover os pelos próximos ao local para que não entrem na ferida.

A retirada do cisto pilonidal através de cirurgia é indicada quando ocorrem inflamações constantes e aumento de tamanho do cisto, causando muito incômodo. Mesmo após a operação, o cisto pode voltar em cerca de 12% dos casos.

O que é um cisto pilonidal?

O cisto pilonidal é uma bolsa de pele preenchida com pelos, restos celulares, glândulas sebáceas e sudoríparas, que surge na região do cóccix. Trata-se de um processo inflamatório crônico que normalmente está associado à presença de pelos. Um vez infeccionado, o cisto forma um abscesso que causa muita dor.

Essas bolsas de pele se formam durante o desenvolvimento embrionário e geralmente são eliminadas. Porém, algumas podem ficar ocultas na pele, sendo chamadas fendas embrionárias. Se as fendas forem grandes o bastante para inflamar ou serem perceptíveis a olho nu, são chamadas de cisto pilonidal.

Quando o cisto está inflamado, pode formar pus e vazar, causando bastante dor quando a pessoa está sentada.

Quais as causas do cisto pilonidal?

Em geral, o cisto pilonidal é formado em locais com pelo encravado. Permanecer muito tempo na posição sentada, o uso de roupas apertadas, entre outras condições que possam provocar atrito ou pressão e empurrar o pelo para dentro da pele, podem originar o cisto pilonidal. O pelo é reconhecido pela pele como um corpo estranho, que forma então um cisto em torno do mesmo.

A origem do cisto pilonidal também pode estar na rotura de um folículo piloso, causada pelo estiramento da pele e pelos movimentos que acontecem nas suas camadas mais profundas. Nesses casos, o cisto é formado ao redor do folículo.

Há ainda alguns fatores de risco que aumentam as chances de formação do cisto pilonidal, como obesidade, sedentarismo, permanecer muitas horas na posição sentada, excesso de pelos no corpo, falta de higiene e presença de pelos muito espessos.

Quando o cisto está infeccionado ou inflamado, forma-se um abcesso dolorido no local. A pele fica vermelha e ocorre saída espontânea de secreção com sangue e pus.

Esse tipo de cisto é cerca de 3 vezes mais comum em homens, sobretudo a partir dos 30 anos de idade, sendo frequente em pessoas que permanecem muitas horas sentadas.

Quais são os sinais e sintomas de um cisto pilonidal?

O cisto pilonidal geralmente começa a se manifestar como uma inflamação na região do cóccix, causando dor ou desconforto, principalmente quando a pessoa está sentada. O início dos sinais e sintomas normalmente ocorre na adolescência e no início da idade adulta.

À medida que o processo inflamatório evolui, é possível notar um nódulo de consistência mole, com até 5 cm de diâmetro. É comum a presença dos sinais e sintomas típicos de uma inflamação, como dor, vermelhidão e aumento da temperatura local.

Uma vez que o cisto pilonidal contém glândulas sudoríparas no seu interior, o calor tem tendência para agravar o quadro. A temperatura elevada no local aumenta a transpiração e o suor se acumula no cisto, causando inflamação ou infecção.

Em casos muito raros, quando o cisto pilonidal é crônico e permanece infectado por muito tempo, sem tratamento adequado, pode haver evolução para carcinoma, um tipo de câncer de pele.

O tratamento do cisto pilonidal é da responsabilidade da equipe médica cirúrgica (Cirurgia Geral ou Cirurgia Plástica) ou da equipe da Dermatologia.

Bexiga neurogênica: Quais as causas, sintomas e tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A bexiga neurogênica é um conjunto de disfunções que afetam o enchimento, o esvaziamento e a capacidade de armazenamento da bexiga. Pode estar presente em algumas doenças neurológicas e outras como diabetes e SIDA, provocando perda da capacidade de controlar a micção.

Indivíduos com bexiga neurogênica não conseguem perceber quando a bexiga está cheia e não são capazes de eliminar a urina voluntariamente. Em bexigas com funcionamento normal, à medida que a urina se acumula no seu interior, as suas paredes relaxam para ir acomodando um volume cada vez maior de urina.

Causas

Em crianças, as principais causas de bexiga neurogênica são as doenças neurológicas congênitas, como mielomeningoceles, paralisia cerebral, entre outras.

Nos adultos, a bexiga neurogênica está relacionada com lesões na medula espinhal (paraplegia, tetraplegia), Parkinson, diabetes, esclerose múltipla, diabetes, derrames (AVC), tumores cerebrais, entre outras doenças e problemas neurológicos.

Sintomas

A bexiga neurogênica pode causar aumento da pressão no interior da bexiga, esvaziamento incompleto da bexiga, incontinência urinária, incapacidade de começar ou interromper uma micção, aumento do intervalo entre as micções, jato de urina fraco, perdas involuntárias de urina e infecções urinárias recorrentes.

Tratamento

O principal exame usado para diagnosticar a bexiga neurogênica é o teste urodinâmico, que permite avaliar a capacidade de armazenamento e a pressão interna da bexiga.

O tratamento para bexiga neurogênica depende da causa e pode compreender medicamentos, fisioterapia, uso de sonda para esvaziar a bexiga ou cirurgia.

O tratamento geralmente é realizado pelo médico urologista.

Saiba mais em:

O que é bexiga hiperativa e quais os sintomas?

Bexiga hiperativa tem cura? Qual o tratamento?

Micose no couro cabeludo: quais as causas, sintomas e tratamento?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A micose no couro cabeludo é causada pela presença de fungos na cabeça, mais precisamente no couro cabeludo. A micose na cabeça é chamado de tinea capitis. A micose no couro cabeludo é causada por fungos denominados dermatófitos.

Os fungos são microorganismos que podem viver nos tecidos mortos do cabelo (fungo capilar), das unhas e das camadas externas da pele, prosperando em áreas quentes e úmidas.

Micose no couro cabeludo (tinea capitis)

Os fungos que causam micose na cabeça podem se espalhar facilmente. A tinea capitis é mais comum em crianças e tende a desaparecer na puberdade. No entanto, a micose no couro cabeludo pode ocorrer em pessoas de qualquer idade.

O que pode causar micose no couro cabeludo?

O risco de desenvolver micose no couro cabeludo é maior se:

  • Houver pequenas lesões no couro cabeludo;
  • A cabeça não for lavada com frequência;
  • O couro cabeludo ficar molhado por muito tempo, como quando a pessoa transpira em excesso, por exemplo.

A pessoa pode desenvolver micose na cabeça se tiver contato direto com alguma micose localizada em qualquer parte do corpo de outra pessoa.

A micose capilar também pode ser transmitida através de pentes, chapéus ou roupas que foram usadas por alguém com micose. A infecção também pode ser transmitida por animais de estimação, principalmente gatos.

Quais são os sintomas de micose no couro cabeludo?

A tinea capitis pode afetar parcialmente ou totalmente o couro cabeludo. As áreas da cabeça afetada pela micose apresentam as seguintes características:

  • Queda de cabelo com pequenos pontos pretos, devido aos fios de cabelo que se soltaram;
  • Formato redondo;
  • Pele escamosa, que pode estar vermelha ou inchada, o que indica a presença de inflamação;
  • Presença de feridas com pus;
  • Coceira intensa;

A pessoa pode apresentar ainda febre baixa e presença de gânglios no pescoço.

A micose no couro cabeludo pode causar queda de cabelo e cicatrizes duradouras na cabeça.

Qual é o tratamento para micose no couro cabeludo?

O tratamento para micose no couro cabeludo é feito com medicamento antifúngico por via oral, que mata os fungos no cabelo. O remédio precisa ser tomado durante 4 a 8 semanas.

O tratamento da tinea capitis inclui ainda o uso de shampoo para micose no couro cabeludo, contendo cetoconazol ou sulfeto de selênio. O shampoo pode reduzir ou impedir a propagação do fungo, mas não é suficiente para curar a micose na cabeça. Além disso, é importante manter o couro cabeludo limpo.

Assim que o shampoo começar a ser usado, deve-se ter os seguintes cuidados:

  • Lavar as toalhas com água quente e sabão e secá-las em alta temperatura;
  • Deixar os pentes e as escovas de cabelo de molho por uma hora, numa mistura de água sanitária (cloro) com água. A solução deve ter uma parte de cloro e dez partes de água. Isso deve ser feito por 3 dias seguidos.

Além disso, ninguém na casa deve compartilhar pentes, escovas de cabelo, chapéus, toalhas, fronhas ou capacetes com outras pessoas.

A micose no couro cabeludo pode ser difícil de ser eliminada. Além disso, a tinea capitis pode voltar a aparecer, mesmo após o tratamento. Porém, em muitos casos, os casos de micose na cabeça tendem a melhorar espontaneamente após a puberdade.

O médico dermatologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da micose no couro cabeludo.

O que fazer para baixar a febre do bebê e quando devo me preocupar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Para baixar a febre do bebê, você pode:

  • Dar banho morno no bebê,
  • Vestir com roupas leves e frescas,
  • Oferecer líquidos com frequência,
  • Manter a criança em ambiente arejados e
  • Medicamentos, quando prescrito pelo pediatra.

No entanto, a presença de febre acima de 39 graus, choro persistente, irritabilidade, vômitos e recusa do leite materno, são sinais que preocupam e, portanto, devem ser informados ao pediatra imediatamente.

Recém-nascidos e bebês com menos de 3 meses, com temperatura acima de 37,8ºC, também é preocupante e precisa ser avaliado por um pediatra.

1. Dê banho no bebê com água morna

Dê banhos com água morna no bebê. A água deve estar a uma temperatura de 36ºC. Se não tiver um termômetro para verificar a temperatura da água, use a parte interna do braço ao invés das mãos para saber se a água está morna. O banho deve ter duração de 10 minutos. Enxugue o bebê imediatamente após o banho e vista-o com roupas leves.

Não dê banho com água fria. Além do desconforto que provoca no bebê, a água fria acelera os batimentos cardíacos, que já estão mais acelerados devido à febre. O banho frio pode causar também tremores, que aumentam ainda mais a temperatura corporal.

Além do banho, o uso de toalhinhas molhadas na testa, nuca e virilhas também ajudam a baixar a temperatura.

Cerca de 30 minutos após o banho ou aplicação das compressas, verifique a temperatura do seu bebê. Se não tiver baixado entre em contato com médico de família ou pediatra.

2. Vista o seu bebê com roupas leves

Vista seu bebê com roupas leves e use apenas um lençol ou cobertor leve para mantê-lo confortável e fresco, mesmo que ele esteja com calafrios. Agasalhar demais o bebê pode interferir nos métodos naturais de resfriamento do corpo, aumentando a febre ou impedindo que ela diminua.

3. Ofereça líquidos mais vezes ao bebê

Ofereça líquidos, como leite materno, leite em fórmula e água, regularmente. Bebês a partir dos 6 meses já podem beber sucos naturais também. Dilua os sucos em água (metade água, metade suco). A quantidade de líquidos recomendada é de 500 ml a 1000 ml por dia.

Os líquidos ajudam o corpo a regular a temperatura, além de combater a desidratação, que é uma complicação comum da febre.

4. Mantenha o ambiente fresco e arejado

Manter o ambiente fresco e arejado ajudar a evitar que a temperatura corporal do bebê se torne muito elevada.

Para isto, abra as janelas e use o ventilador ou ar condicionado. Não há problema em ligar o ventilador ou ar condicionado se o bebê estiver com febre. O que não é recomendado é que o local esteja quente, pois pode elevar ainda mais a temperatura do bebê e dificultar o resfriamento do corpo.

5. Administrar medicamento

Os medicamentos para febre (antitérmicos ou antipiréticos) somente devem ser utilizado sob orientação de um médico de família ou pediatra. Os mais utilizados são paracetamol e ibuprofeno.

A dose destes medicamentos geralmente é baseada no peso do bebê e deve ser determinada pelo médico. Respeite as doses e o intervalo entre elas.

Se a criança tiver mais de 3 meses, você pode administrar paracetamol infantil a cada 4 a 6 horas. O ibuprofeno pode ser dado a bebês com mais de 6 meses, a cada 6 a 8 horas. Não dê ibuprofeno se o bebê tiver menos de 6 meses de idade.

Se a febre não baixar em até uma hora depois de administrar o remédio, o bebê deve ser visto pelo médico de família ou pediatra.

Quando devo levar meu bebê imediatamente ao médico?

É indicado levar o seu bebê imediatamente ao médico de família, pediatra, ou mesmo em um serviço de emergência, se:

  • O seu bebê tem menos de 3 meses de vida;
  • A febre se mantiver por mais de 24 horas de duração;
  • Se a febre ultrapassar 39,0ºC;
  • Houver rigidez de nuca (pescoço rígido);
  • O seu bebê recusar o leite materno ou mamadeira (perda de apetite);
  • Você perceber que o bebê está dormindo mais que o normal;
  • O bebê estiver chorando muito ou estiver muito irritado quando acordado;
  • Houver manchas vermelhas, pintinhas ou bolhas na pele (erupções cutâneas);
  • O bebê está sempre gemendo ou choramingando;
  • O bebê chora muito ou fica muito tempo parado sem demonstrar reações;
  • Você perceber que o bebê tem dificuldade para respirar;
  • Houver sinais de desidratação: ausência de lágrimas, boca seca e eliminação de pouca ou nenhuma urina (notada pela fralda seca);
  • O bebê não aceita alimentar-se por mais de 3 refeições;
  • O bebê se tornar apático, fica muito quieto, diferente do seu habitual;
  • Nos bebês maiores, se não conseguirem ficar de pé ou caminhar;
  • E na presença de convulsão.

Se o seu bebê começar a se debater, o que chamamos de convulsão, tente manter a calma. Proteja a cabeça do seu bebê com um travesseirinho ou lençol, tente deixá-lo mais de lado e espere a convulsão passar. Logo após, coloque o bebê deitado de lado, mantenha a cabeça protegida e retire chupeta ou alimentos da boca e peça ajuda.

O seu bebê não se sufocará com a língua.

As convulsões causadas pela febre duram aproximadamente 20 segundos e não se repetem se a temperatura se mantiver estável.

Nestes casos, é indicado comunicar-se com o SAMU 192 ou levar à uma emergência.

Qual a temperatura normal do bebê? Quando é considerada febre?

A temperatura normal do bebê, medida na axila, varia de 35,5 °C a 37,5°C. Esta temperatura pode variar ligeiramente ao longo do dia. A temperatura corporal geralmente é mais baixa ao acordar e mais alta à tarde e à noite.

Considera-se que o bebê está com febre se a temperatura for igual ou superior a 37,8°C. Na maioria dos casos, a febre é sinal de alguma infecção por vírus, bactérias ou fungos.

Se o bebê tiver febre alta (acima de 39ºC) ou persistente, deve ser levado a um pediatra. Bebê entre 3 e 6 meses com uma temperatura de 38,0°C ou superior também deve ser avaliado pelo médico.

Não conclua que o bebê está com febre se sentir calor tocando em sua testa. É necessário realizar uma medição precisa da temperatura com um termômetro para determinar se criança tem febre e se possível, anotar as medidas para levar os valores na avaliação médica.

Nunca dê remédio de adulto para um bebê, ainda que sejam doses bem menores.

Não dê medicamentos para febre ao seu bebê sem orientação médica e confirme se o medicamento é infantil verificando a embalagem e a bula.

Referência

Sociedade Brasileira de Pediatria.