A princípio não existe qualquer problema em voltar a tomar o anticoncepcional, visto que já fez uso prévio, porém o ideal é sempre passar por uma avaliação médica antes de iniciar qualquer tipo de tratamento.
Parei o anticoncepcional há um mês, posso retornar?
Sim. Se fazia uso do anticoncepcional, não sentia nenhum efeito colateral e interrompeu há pouco tempo, pode retornar sem problemas.
O primeiro comprimido deve ser tomado no primeiro dia da menstruação, conforme a primeira vez que fez uso.
Lembrando que no primeiro mês do anticoncepcional, a eficácia ainda não é completa, por isso deve fazer uso de mais um método de contracepção, como a camisinha, durante esse mês. A partir do segundo mês já estará protegida.
Se for anticoncepcional injetável, deve seguir a orientação do médico, de acordo com a medicação. A maioria pede que faça a aplicação nos primeiros dias da menstruação, porém alguns orientam a fazer a injeção entre o 7º e o 10º dia da menstruação.
Parei o anticoncepcional há um ano, posso retornar?
Na grande maioria das vezes pode retornar, mas o ideal é reavaliar com um ginecologista, visto que após 6 meses a um ano pode ter havido mudanças sobre as medicações e sobre as suas condições de saúde. Estas condições podem interferir na escolha do medicamento.
Como definir o melhor anticoncepcional para tomar?
Algumas questões devem ser avaliadas e discutidas com o ginecologista para definir o melhor anticoncepcional, de maneira individual, como:
- Avaliar situação clínica atual,
- Avaliar riscos e benefícios do seu uso,
- Fatores de risco para doenças como trombose, infarto e AVC, e
- Interação medicamentosa (com medicamentos que já faz uso regular).
1. Situação clínica atual
Com o tempo podemos desenvolver doenças crônicas ou mesmo agudas, modificar o estilo de vida, hábitos e alimentação, que interferem na opção do anticoncepcional a ser iniciado.
2. Riscos e benefícios do uso de anticoncepcionais
Uma questão extremamente importante e atual, é a discussão sobre os riscos e benefícios do uso de anticoncepcionais. Diversos estudos mostram que o uso de anticoncepcional aumenta o risco de câncer de mama, enquanto outros, evidenciam respostas benéficas, sendo considerado inclusive como um fator de prevenção para o câncer de ovário, endométrio e intestino.
Como ainda não existe um consenso nesse assunto, deve ser avaliado caso a caso.
3. Fatores de risco para trombose, infarto e AVC
Existe também um aumento do risco de doenças tromboembólicas, como a trombose, infarto e acidente vascular cerebral (AVC), em mulheres com fatores de risco e história familiar para essas doenças.
Mais um motivo importante para que toda a mulher seja cuidadosamente avaliada, antes de iniciar um medicamento hormonal como os anticoncepcionais.
4. Interação medicamentosa
A interação medicamentosa é uma situação comum, especialmente quando é preciso fazer uso de medicamentos para doenças crônicas diariamente. Por exemplo, o uso regular de medicamentos anticonvulsivantes, uso de certos antibióticos, antirretrovirais e uso de anabolizantes, mesmo que de forma intermitentes, alteram a eficácia dos anticoncepcionais.
Por isso é importante informar ao seu médico o uso de qualquer medicamento, mesmo que faça uso de vez em quando.
A escolha do melhor anticoncepcional depende exatamente dessa avaliação. Portanto, embora não haja problemas em recomeçar a medicação, o mais adequado é que converse com o seu ginecologista, para decidirem juntos pela melhor opção.
Saiba melhor sobre quem pode ou não fazer uso de anticoncepcionais no seguinte artigo: Todas as mulheres podem tomar anticoncepcional
Referência:
FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.