Filariose é uma doença parasitária crônica, causada por vermes nematoides denominados filárias. A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito Culex quinquefasciatus (pernilongo) infectada com larvas do parasita. Nos seres humanos, a filária responsável pela filariose linfática (elefantíase), a forma mais comum de filariose, é o nematoide Wuchereria bancrofti.
Existem 8 espécies de filárias que podem infectar o ser humano, podendo causar 3 tipos de filariose, de acordo com a localização dos vermes:
- Filariose subcutânea: afeta a camada de gordura localizada logo abaixo da pele;
- Filariose linfática: os vermes alojam-se sobretudo nos vasos linfáticos;
- Filariose de cavidade serosa: afeta principalmente a cavidade abdominal.
Quando adulto, o Wuchereria bancrofti macho mede cerca de 4 cm de comprimento e 0,1 mm de diâmetro, enquanto que a fêmea pode chegar aos 10 cm de comprimento e 0,3 mm de largura.
Os vermes podem alojar-se no sistema linfático, no sangue, na pele ou abaixo da pele, nos pulmões ou nos olhos, causando lesões, inflamações, obstruções e alergias.
O período de incubação, ou seja, o tempo entre a picada do mosquito e o aparecimento dos vermes na circulação periférica varia entre 6 e 12 meses. Contudo, antes disso, cerca de 1 mês depois da picada, podem surgir sinais de alergia.
Quais são os sintomas da filariose?
Sintomas agudos da filariose
A maioria das pessoas com filariose não apresenta nenhum sintoma da doença. Quando presentes, na fase aguda, os sintomas da filariose podem incluir inflamação dos vasos e gânglios linfáticos, febre, dor de cabeça e mal-estar.
Pode haver aumento dos gânglios linfáticos, que se manifesta pela presença de nódulos compactos e com superfície irregular, principalmente na região inguinal e nas axilas.
A dilatação dos vasos linfáticos pode ser notada através da palpação. Nos homens, os parasitas adultos localizam-se preferencialmente nos vasos do saco escrotal.
Quando o verme adulto morre, espontaneamente ou devido ao tratamento, pode provocar a formação de nódulos ou processos inflamatórios nos gânglios ou nos vasos linfáticos. Nesses casos, pode-se notar o aumento do gânglio ou a presença de um nódulo no trajeto do vaso.
Sintomas crônicos na filariose
Posteriormente, após meses ou anos, pode ocorrer:
- Inchaço nos membros e/ou mamas, no caso das mulheres;
- Elefantíase da bolsa escrotal;
- Inchaço nos testículos por retenção de líquido, no caso dos homens;
- Doenças infecciosas da pele;
- Presença de gordura na urina;
- Urina com aspecto semelhante ao leite;
- Lesões verrucosas na pele;
- Lesões descamativas na pele;
- Úlceras (raramente).
Também é comum haver mau cheiro, causado pelas infecções frequentes que pioram ainda mais o inchaço e o quadro geral.
Os sintomas da filariose variam conforme o estágio de crescimento do verme, a resposta imunológica da pessoa, a quantidade de parasitas adultos, a localização dos vermes no sistema linfático e a realização de tratamento anterior com medicamentos contra filárias.
Quando o verme adulto alcança vasos linfáticos de pequeno calibre, pode causar uma interrupção parcial da circulação ou provocar danos permanentes no vaso linfático, mesmo quando o nematoide é eliminado. Como resultado, a circulação linfática na região do vaso danificado fica comprometida, causando congestão e estagnação da linfa.
Nas fases mais avançadas da filariose, o inchaço torna-se permanente e dificilmente se reverte. Nesses casos, as dobras da pele são profundas e difíceis de serem visualizadas. A pele pode ficar com aspecto verrucoso. A piora contínua do inchaço provoca a elefantíase.
Com o tempo, a filariose pode evoluir para formas graves e incapacitantes de elefantíase, caracterizada pelo aumento excessivo do tamanho dos membros.
Existe alguma prevenção contra a filariose?
A melhor forma de prevenir a filariose é proteger-se contra a picada do mosquito que transmite a doença, através do uso de repelentes, telas de proteção contra insetos e uso de roupas compridas. Pessoas que vivem em locais afetados pela filariose devem tomar medicação de prevenção contra a doença.
Qual é o tratamento para filariose?
O tratamento da filariose normalmente é feito com o medicamento Dietilcarbamazina. Outra medicação utilizada é a Ivermectina. Em alguns casos, são usadas as duas medicações combinadas. Também podem ser necessários outros medicamentos e tratamentos, de acordo com o quadro clínico resultante da infecção pelos vermes adultos.
O tratamento da filariose é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).