O tratamento da obesidade é complexo e envolve a participação de diferentes profissionais. É feito de forma individualizada e inclui o uso de medicamentos, mudanças nos estilos de vida, especialmente na alimentação e prática de atividade física, com supervisão médica contínua para que seja seguro e eficaz.
Tratamento dietético

O tratamento dietético consiste em implementar uma alimentação reduzida em calorias. Isto levará à redução de peso. Entretanto, este tratamento só é eficaz quando a pessoa passa por um processo de reeducação alimentar que possibilite mudanças dos seus hábitos alimentares durante toda a vida.
Assim, o planejamento alimentar deve considerar, além da quantidade de calorias, as preferências alimentares da pessoa, a sua condição financeira, o seu estilo de vida e a quantidade de energia necessária à manutenção da sua saúde.
O sucesso do tratamento dietético também depende do constante contato entre paciente e médico/a e/ou nutricionista. O tempo dedicado por estes profissionais auxilia muito na eliminação e na manutenção do peso eliminado.
Em longo prazo, a capacidade de manter as mudanças de comportamento em relação à alimentação e atividade física determinará o sucesso de qualquer programa de emagrecimento.
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Tratamento medicamentoso
O tratamento medicamentoso é realizado de acordo com o grau de obesidade. É indicado quando:
- A pessoa possui IMC maior ou igual a 30 kg/ m²;
- O IMC for maior ou igual a 25 ou 27 kg/m² e quando a pessoa possui outras doenças associadas como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares, colesterol elevado, entre outras;
- A perda de peso não ocorre com o tratamento não medicamentoso (reeducação alimentar e atividade física).É também necessário nas situações em que há história de falhas de perda de peso com restrição alimentar. Este fato é suficiente para a indicar o tratamento medicamentoso;
- O IMC é normal, mas há aumento da circunferência abdominal. Estas pessoas são consideradas obesas viscerais e devem ser tratadas quando há outras doenças associadas (hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares e colesterol elevado).
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Tratamento cognitivo-comportamental
O tratamento comportamental é aplicado em conjunto com técnicas cognitivas (terapia cognitiva-comportamental) e se configura como um dos métodos auxiliares para o controle do peso.
Fundamenta-se em analisar e promover mudanças de transtornos de comportamentos relacionados ao estilo de vida da pessoa com obesidade. Tem como objetivo programar estratégias que ajudarão na perda e controle de peso, reforçando a motivação para o tratamento e, deste modo, evitando recaída e o ganho de peso.
As estratégias comportamentais possibilitam que a pessoa aprenda a identificar os estímulos que antecedem seus comportamentos compulsivos e situações que dificultam a adesão ao tratamento, o que possibilita a modificação de hábitos prejudiciais à saúde.
Podem incluir o registro da ingestão alimentar, de episódios de compulsão alimentar, dos dias de prática de atividade física, pensamentos sobre alimentação, peso e imagem corporal em uma técnica chamada de automonitoramento, entre outras estratégias. São definidas de forma individualizada com psicólogo/a ou psiquiatra.
Tratamento cirúrgico: cirurgia bariátrica
A cirurgia bariátrica é um recurso utilizado somente em casos de pessoas com obesidade grave e que não tenham perdido peso com tratamento medicamentoso e dietético e nem melhorado das doenças associadas (hipertensão, diabetes, colesterol alto, doenças cardiovasculares, entre outras).
Nestes casos de indicação cirúrgica, a pessoa é acompanhada por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais com experiência em obesidade e cirurgia bariátrica. Compõem a equipe: endocrinologista, cirurgião bariátrico, nutricionista ou nutrólogo, psiquiatra ou psicólogo, anestesista, enfermeiro e assistente social. Cardiologista, pneumologista, fisioterapeuta, odontologista, entre outros profissionais podem compor a equipe de acordo com a necessidade do paciente.
Os procedimentos cirúrgicos devem ser realizados em centros qualificados com os equipamentos adequados.
São indicações para operações bariátricas:
- Idade de 18 a 65 anos;
- IMC maior que 40 kg/m² ou 35 kg/m² com uma ou mais doenças relacionadas com a obesidade;
- Comprovação documental de que os pacientes não conseguiram reduzir ou manter seu peso apesar dos cuidados realizados há pelo menos dois anos (terapia medicamentosa, dietética, psicológica e atividade física);
- Em pessoas com mais de 65 anos é necessária avaliação de risco cirúrgico e anestésico, a presença de outras doenças, benefícios da perda de peso e limitações da idade.
É importante que o tratamento seja definido por profissionais (nutrólogos, nutricionistas, cirurgiões, psicólogos, psiquiatras) capacitados para lidar com os quadros de obesidade. Estes tratamentos podem ser utilizados de forma combinada e devem ter acompanhamento constante.
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