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O que pode causar ardência ou dor no pé da barriga durante a relação sexual?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas de dor ou desconforto durante a penetração sexual podem ter diversas causas. Desde falta de lubrificação, doenças infecciosas ou inflamatórias, traumas, vaginismo ou doenças uterinas. Fatores psicológicos também podem ocasionar ou piorar a dor associada a penetração sexual.

O local onde dói e como é a dor são características importantes para definir a causa da dor durante a relação. Algumas mulheres queixam de dor em ardência ou queimação na entrada da vagina, já outras podem sentir dor no fundo da vagina ou mesmo na região do baixo ventre, ou seja, no pé da barriga.

Por isso, a dor associada ao ato sexual é classificada em dois grupos: as dores superficiais e as dores profundas, cada um dos grupos está associado a condições e doenças específicas.

Causas de dor superficial

As dores superficiais são aquelas localizadas na vulva, na entrada da vagina e no períneo, a região em volta da vulva. Geralmente, podem ser sentidas como uma ardência ou queimação nesta região. São dores que aparecem logo no início da penetração ou ainda podem ser sentidas todas às vezes em que se toca a vulva ou a entrada da vagina.

Os principais motivos de dor superficial durante a relação são:

Falta de lubrificação

A falta de lubrificação é uma frequente causa de dor na relação, logo no começo da penetração. Pode ocorrer por diferentes motivos desde falta de vontade e libido, desconforto com o parceiro, inibição. Também pode ser decorrente de alterações hormonais, que levam a queda na produção de estrogênio, como acontece na menopausa.

Alguns medicamentos também podem causar secura vaginal e impedir que a vagina se lubrifique adequadamente para o ato sexual, como antidepressivos, anti-hipertensivos, anti-histamínicos e anticolinérgicos.

Vulvovaginites e doenças infecciosas

Doenças vulvovaginais como a candidíase, a vaginose bacteriana e a tricomoníase são importantes causas de desconforto durante a relação sexual. A candidíase pode causar uma inflamação de toda a vulva e das paredes vaginais, o que torna a relação sexual difícil e dolorosa.

O herpes genital também é uma importante causa de dor na vulva que merece ser lembrada. É uma doença sexualmente transmissível que causa além de dor, pequenas bolhas com líquido que inflamam e causam sensação de queimação.

Trauma ou irritação na pele

A presença de feridas, áreas irritadas, ou traumatizadas pode causar uma maior sensibilidade da vulva e da entrada da vagina, ocasionando desconforto durante a relação sexual. Algumas situações corriqueiras, como a depilação ou relações sexuais intensas podem traumatizar a região genital e causar dor.

Doenças de pele

O líquen plano e o líquen escleroso são duas doenças dermatológicas que causam lesões na pele e podem levar a alterações na elasticidade nos tecidos da vulva, além de formação de feridas ou outras lesões dolorosas.

Síndromes vulvares (Vulvodinia e Vaginismo)

O vaginismo é um termo que se refere a contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico, ou seja, a mulher que sofre de vaginismo contrai sem querer as paredes da vagina. Esta contração causa dor e impede que ocorra a penetração e se tenha relações sexuais satisfatórias.

Diferentes fatores podem estar relacionados com o aparecimento deste distúrbio, como: alterações anatômicas, inflamações, atrofia, sensibilidade nervosa.

Fatores psicológicos também podem contribuir para esta disfunção como: ansiedade, fobias, falta de conhecimento sexual, crenças culturais e religiosas, trauma genital ou abuso sexual.

Já a vulvodinia é uma sensibilidade da região da vulva que pode causa intensa dor, sensação de queimação e ardência.

Causas de dor profunda

As dores profundas são aquelas sentidas no pé da barriga ou no baixo ventre. Podem ser sentidas de diferentes formas como cólica, sensação de peso ou de queimação na barriga. Podem ocorrer quando o pênis toca o fundo da vagina e se intensificar conforme a posição no ato sexual.

Algumas causas de dores profundas são:

Doença inflamatória pélvica

A doença inflamatória pélvica é uma infecção causada pela bactéria Clamídia que pode atingir o útero, trompas e ovários. Causa uma importante inflamação destes órgãos, fazendo com que durante o ato sexual o toque do pênis no fundo da vagina leve a uma dor em profundidade localizada no pé da barriga.

Endometriose

A endometriose é uma doença que pode causar dor profunda durante as relações sexuais ou mesmo em outros momentos. É causada pelo crescimento do tecido do revestimento do útero (endométrio) em outras áreas da pelve como ovários, trombas e ligamentos.

Aderências uterinas e pélvicas

O útero ou outros órgãos pélvicos como os ovários e as tubas uterinas podem apresentar aderências, tecidos que se aderem um ao outro. As aderências podem ser formadas após procedimentos cirúrgicos, como a curetagem, ou após infecções, ou traumatismos.

Doenças do trato urinário

Duas doenças do trato urinário estão relacionadas com a dor no pé da barriga na relação sexual: a cistite e a Síndrome da bexiga dolorosa.

A cistite corresponde à infecção urinária que atinge a bexiga, causando dor ou ardência para urinar, micção frequente, sangue e alterações na cor e no odor da urina.

Já a Síndrome da bexiga dolorosa, também conhecida como cistite intersticial, corresponde a uma inflamação crônica, que causa sintomas de cistite, como ardência e dor para urinar, e dor no pé da barriga.

É normal sentir dor durante a relação?

Geralmente, não é normal sentir dor durante a relação. Alguma dor leve ou desconforto em algumas posições específicas podem ocorrer. Também durante a primeira relação sexual ou após a menopausa, o desconforto na relação é mais comum. No entanto, normalmente é um desconforto leve e passageiro, que melhora com o aumento da excitação sexual e lubrificação adequada.

Se a dor for persistente, mais intensa ou mesmo impedir o ato sexual, deve-se buscar compreender qual a causa desta dor. Caso isso aconteça converse com o seu médico de família ou ginecologista.

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Referências Bibliográfica

Barbieri R. Female sexual pain: Differential diagnosis. Uptodate. 2021

5 passos para uma aplicação intramuscular segura no glúteo
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A aplicação da injeção intramuscular precisa seguir alguns passos para ser segura. Esses passos ajudam a:

  • Diminuir dores e desconforto causados pela injeção
  • Diminuir os erros de aplicação
  • Garantir o efeito do medicamento

Conheça quais são esses passos para poder fazer boas escolhas e observar se estão fazendo o melhor pela sua saúde.

1. Preparo correto da seringa

Parece óbvio, mas é sempre bom lembrar: o medicamento, a seringa e a agulha para a aplicação do medicamento têm que ser estéreis (sem contaminação). Observe o preparo anterior à aplicação para saber se eles foram retirados da embalagem na hora do uso. Isto também garante que a seringa e a agulha não foram usadas antes.

Se for possível, confira o comprimento e o calibre da agulha. Quando a parte plástica que encaixa na seringa é verde, a agulha serve para medicamentos oleosos, viscosos ou suspensões — exemplos destes medicamentos são os anticoncepcionais e a penicilina benzatina (Benzetacil®).

Observe também se o medicamento está na embalagem original e sua validade. Veja se o nome na embalagem é o mesmo que está na receita médica.

Para o preparo da seringa, o local onde a agulha é encaixada e a ponta das agulhas precisam permanecer sem contaminação. Por isso, estas partes não podem tocar em nenhum outro lugar que não seja a embalagem.

Seringas e agulhas que estão fora das embalagens originais podem ter sido usadas. Mesmo que não foram, podem estar contaminadas. Seu uso pode trazer infecções.

2. Preparo correto do medicamento

Os frascos de medicamentos precisam ser limpos com álcool antes de serem usados. O profissional tem que ter todo o cuidado durante o preparo para que a agulha e o medicamento permaneça sem contaminação. A quantidade de medicamento na seringa tem que corresponder com a receita médica.

No caso de medicamentos em frasco-ampola (com tampa de borracha), a agulha utilizada para furar a tampa de borracha e aspirar o medicamento fica menos afiada. Ela deve ser trocada por uma nova que irá machucar menos.

A seringa com ar ou restos de medicamentos no frasco podem fazer com que a quantidade a ser aplicada seja menor. Isso pode diminuir o efeito do medicamento.

3. Cuidados antes de aplicar o medicamento

O profissional que fará a aplicação costuma explicar o que irá fazer, para tranquilizar você. Ele pode perguntar se já tomou alguma vez o medicamento e se já teve alguma alergia.

Caso a aplicação seja feita em um hospital, o profissional poderá pedir para que se deite de lado ou de bruços.

Fazer a aplicação intramuscular glútea em áreas comuns, como corredores, aumenta o risco de contaminação e de erros na aplicação e ainda não respeita o seu direito à privacidade. A aplicação deverá ser realizada em uma sala especificamente destinada para isso. Quando entrar na sala, observe a limpeza e ventilação do local.

No caso de ser realizada em uma farmácia, você deverá se posicionar de pé, de costas e com a perna correspondente ao lado onde será realizada a aplicação dobrada e relaxada. Isso faz com que você sinta menos dor durante a aplicação. Deve haver um local apropriado para poder se sentar após o procedimento, caso precise.

No caso de você ter que tomar mais de uma injeção para o tratamento, é indicado que faça um rodízio do local da aplicação. Ou seja, alterne o lado da injeção.

4. Local adequado de aplicação

Antes de fazer a aplicação, a pele do local deve ser limpa com álcool 70%. Deve-se esperar que o local seque antes da aplicação.

Você não precisa abaixar totalmente sua roupa, porque a aplicação é feita na parte mais alta do glúteo.

Para diminuir o risco de atingir o nervo ciático com a agulha durante a aplicação, o profissional “mapeia” a região segura do glúteo. Uma linha horizontal imaginária passa pela ponta da divisão das duas partes do glúteo. Outra linha imaginária vertical divide o lado da aplicação ao meio. O local mais seguro para a aplicação é a parte lateral superior.

A aplicação intramuscular glútea não é segura em criançasaté dois anos. Neste caso, a injeção é aplicada na lateral da coxa. Um adulto precisa segurar com firmeza a criança, evitando que mova os braços e as pernas.

Fazer a injeção do medicamento nas outras partes do glúteo traz maior risco de uma lesão do nervo ciático. Isto pode acarretar de dor até a perda de movimentos. O lugar mais seguro para evitar a lesão do nervo durante a aplicação no glúteo é a região ventroglútea (lateral do quadril).

5. Técnica correta para aplicação

A pele deve ser esticada para cima ou para baixo, no local da injeção (técnica em “Z”). A técnica deve ser utilizada para medicamentos com alta viscosidade, oleosos e suspensões (anticoncepcionais injetáveis, ferripolimaltose e alguns antibióticos, por exemplo). Isso impede o refluxo do medicamento. Você pode sentir se isso foi feito.

Caso aconteça refluxo do medicamento, uma quantidade menor fica disponível. Não dá para prever se ele terá o efeito esperado.

O medicamento é injetado lentamente para dar menos dor durante a aplicação. Depois que termina, o profissional pressiona o local da aplicação por cerca de 30 segundos para diminuir a chance de o local ficar roxo.

Por fim, é colocado um curativo no local. Ele pode ser removido pouco tempo depois da injeção. Só precisa proteger o local até que pare de sair sangue.

O efeito do medicamento pode ficar comprometido para pacientes obesos mesmo quando a técnica em "Z" for utilizada. Neste caso, é mais indicada a aplicação na região ventroglútea (mais ao lado do quadril).

Para aumentar a segurança

A aplicação na região ventroglútea (lateral do quadril) é indicada como a mais segura para evitar a lesão do nervo ciático em idosos e pessoas muito magras. Ela também garante que a aplicação foi realizada no músculo em pessoas com uma camada mais grossa de gordura, como os obesos e as mulheres.

A via oral sempre deve ser preferida quando o medicamento puder ser utilizado desta forma, por ser a opção mais segura.

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Referências

Alcântara F. POP 053. Aplicação de Injetáveis.

Lott B. E-book aplicação de injetáveis. 7 respostas completas para suas principais dúvidas.

Jornal BD Mão Boa. Ano VI. Número 24. 2008

Mishra P, Stringer MD. Sciatic nerve injury from intramuscular injection: a persistent and global problem. The International Journal of Clinical Practice. 2010; 64(11): 1573-1579

Piercing: remédios para cicatrização, inflamação e infecção
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Como para a colocação do piercing é feito um furo em algum lugar do corpo, o uso de pomadas ou outros medicamentos pode ser necessário. Você pode optar por usar produtos para manter a pele saudável e hidratada, que ajudam na cicatrização.

Quando perceber que está inflamado (dor, inchaço, vermelhidão e calor no local), pode ser necessário o uso de um produto anti-inflamatório. Nestes casos, são normalmente usadas pomadas com corticoides.

Medicamentos com antibióticos podem ser necessários nos casos de infecção. Veja as opções de produtos para cada caso:

3 opções para cicatrização do local do piercing

O uso de pomadas, loções, cremes ou soluções cicatrizantes pode ajudar a acelerar o processo de regeneração, aliviando a coceira e prevenindo infecções. Não se esqueça de lavar as mãos e o local antes de aplicar o produto. Algumas opções são:

1. Bepantol® Baby / Derma Creme Multirrestaurador

O principal componente é a pró-vitamina B5 (dexpantenol) que é um eficiente agente de hidratação e auxilia na restauração natural da pele. Pode ser aplicado inclusive em regiões mais delicadas como os lábios, nariz, mamilos e genitais. O uso é indicado de 1 a 3 vezes ao dia ou conforme orientação médica.

2. Bepantol Sensicalm®

É o mais indicado para quem tem a pele seca, sensível e fácil de irritar. Ele hidrata e estimula a proteção da pele pelos microorganismos benéficos. Pode ser usado da mesma forma que o Bepantol.

3. Dersani Original®

Ela é uma loção oleosa à base de ácidos graxos e vitaminas A e E. A loção pode ser aplicada na pele a cada 12 horas, diretamente sobre o furo. É uma opção no caso de já ter em casa, pois é utilizado para auxiliar no processo de cicatrização de feridas mais graves.

Se tiver outro produto em casa que já tenha sido utilizado para o mesmo propósito (Saf Gel®, por exemplo), pode utilizá-lo. Verifique como usar na bula e não se esqueça de se certificar de que ainda está na validade. No caso do Saf Gel®, ele pode ser usado por até 28 dias após a abertura.

Cuidados especiais para o piercing na boca e língua

O uso de enxaguatórios bucais (como Listerine®) é recomendado para evitar infecção dos piercings feitos na boca e na língua.

No caso especial de inflamação em piercings feitos na boca, pode ser utilizada uma preparação de triancinolona acetonida em orabase (Omcilon®-A Orabase). É um medicamento anti-inflamatório para uso na parte interna da boca. Ele adere ao local, formando uma cobertura protetora que reduz a dor e faz com que o medicamento tenha tempo de agir.

Aplique uma pequena quantidade do medicamento no local inflamado, sem esfregar. Espere que seque e forme a película (a área ficará lisa e escorregadia). A aplicação deve ser feita preferencialmente antes de dormir e após as refeições e escovação dos dentes. É usado de 2 a 3 vezes ao dia, dependendo dos sintomas.

O medicamento só pode ser usado quando não houver infecção. Em caso de infecção ou se não perceber melhora após 7 dias de uso, consulte seu médico. Não deve ser usado por pessoas alérgicas aos componentes, por diabéticos e por mulheres grávidas.

Para inflamação e infecção devido ao piercing

Nos casos em que houver inflamação (inchaço, vermelhidão e dor) e infecção (pus) no local onde o piercing foi feito, é necessário o tratamento com pomadas ou cremes aplicados no local. Algumas vezes podam ser necessário também tomar antibióticos. Exemplos dos produtos que podem ser indicados para uso no local são:

1. Sulfato de neomicina / bacitracina zíncica (Nebacetin®)

É usada para tratar infecções de pele e de mucosas. Ela contém dois antibióticos que juntos inibem o crescimento de vários tipos de bactérias que costumam causar infecções nestes locais.

Após lavar as mãos e o local com água e sabão e secá-los, aplique uma camada fina da pomada no local. Repita a aplicação de 2 a 5 vezes ao dia. Mantenha o tratamento por até 3 dias, quando já deverá ser possível perceber a melhora dos sinais da infecção.

Não deve ser usada por quem tem alergia à neomicina, insuficiência renal, problemas de audição ou labirintite, próximo aos olhos, por quem está grávida ou amamentando.

2. Dipropionato de betametasona / sulfato de gentamicina (Trok-G®)

Contém um antibiótico e um anti-inflamatório corticoide em sua composição. Outra opção com composição muito semelhante é a Diprogenta®. São recomendadas quando o médico precisa de um medicamento para combater a infecção e a inflamação.

Pode ser aplicada 2 vezes ao dia (a cada 12 horas), após lavar o local com água e sabão. Não deve ser usada por quem tem alergia à betametasona ou à gentamicina, insuficiência renal, problemas de audição ou labirintite, próximo aos olhos, por quem está grávida ou amamentando.

A duração do tratamento indicada pelo médico deve ser respeitada para diminuir o risco de desenvolvimento de micoses no local.

3. Mupirocina (Bactroban®)

Pode ser indicada pelo médico para o tratamento de infecções causadas por piercings no nariz. Contém o antibiótico mupirocina. Siga o que está indicado na prescrição médica para saber como usar.

Não deve ser usado no interior do nariz, por pessoas alérgicas à mupirocina, mulheres grávidas ou amamentando. O medicamento deve ser usado com precaução se você tem problemas nos rins.

Cuidados durante o tratamento com antibióticos tópicos

Lave as mãos antes e após usar os medicamentos.

Quando o médico não especificou na receita, a escolha entre pomada ou creme deve ser feita segundo as características do local a ser tratado. Quando houver crosta, descamação ou o local estiver ressecado, usar pomada. Se houver secreção, usar o creme.

Passe a pomada no horário certo para garantir o efeito do produto.

Dependendo da reação do organismo, do local onde o piercing foi feito e da gravidade da infecção, pode ser necessário prolongar o tratamento. Mantenha seu médico informado caso não observe melhora dentro de 3 a 5 dias após o início do tratamento.

O médico também deve ser informado no caso de você perceber que o medicamento está causando irritação no local da aplicação.

Cuidados essenciais

A pele bem hidratada e saudável cicatriza mais rapidamente. Mantenha limpo o local onde o piercing foi feito para ajudar na cicatrização do furo e evitar inflamação e infecção. Para isso, lavá-lo com água e sabão e mexer nele com as mãos limpas é o suficiente.

Piercings na cartilagem superior da orelha, umbigo, mamilos e genitais muitas vezes demoram mais para cicatrizar. Por isso, nestes casos os cuidados devem ser mantidos por mais tempo.

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Referências:

Donna I Meltzer. Complications of body piercing. Am Fam Physician. 2005; 72(10): 2029-34.

A Paul Kelly. Medical and surgical therapies for keloids. Dermatol Ther. 2004; 17(2): 212-8.

Sangramento menstrual intenso: quais as principais causas e o que fazer
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O sangramento menstrual intenso, pode estar relacionado com diferentes causas, como problemas hormonais, relacionados a doenças no útero ou ainda alterações na coagulação sanguínea.

É considerado sangramento menstrual intenso, fora do normal, quando há aumento do volume de sangue (acima de 80 ml por período), ou quando há aumento no número de dias de menstruação (acima de sete).

Vejamos os três principais grupos de causas do aumento do fluxo menstrual.

1. Problemas hormonais

Alterações hormonais podem prejudicar a ovulação. A falta de ovulação pode causar irregularidade menstrual, que varia desde a ausência de menstruação até a menstruação em excesso.

Variações na ovulação acontecem mais frequentemente em adolescentes, nos primeiros anos após o início da menstruação, e nas mulheres próximas à menopausa, no fim da menstruação. Por isso, em adolescentes e em mulheres na pré-menopausa é comum que períodos de ausência de menstruação se intercalem com períodos de excesso de sangramento.

Também podem ocorrer alterações hormonais em pessoas com a Síndrome do Ovário Policístico, esta síndrome é caracterizada por disfunção na ovulação e excesso de hormônios androgênios, além da presença de pequenos cistos nos ovários.

2. Problemas no útero

Algumas condições e doenças do útero podem também alterar o padrão da menstruação e ocasionar sangramento menstrual excessivo. As principais são:

Pólipos

São pequenas formações na camada interna do útero, podem causar sangramento intenso durante a menstruação e também fora do período menstrual. Quando estão próximo do colo do útero, também pode causar sangramento durante a relação sexual.

Miomas (fibromas)

Os miomas são uma das mais frequentes causas de aumento do sangramento, seja durante a menstruação ou fora do período menstrual. Atinge muitas mulheres durante a idade fértil. Grandes miomas podem ser responsáveis por fluxo menstrual intenso, com coágulos, além de sensação de peso ou mesmo dor na região pélvica.

Adenomiose

A adenomiose é uma doença, na qual o tecido que reveste o útero chamado endométrio cresce na camada mais interna do músculo, no miométrio, fazendo com que o útero aumente de tamanho. Esta condição também pode aumentar o fluxo menstrual.

Hiperplasia endometrial

Corresponde ao espessamento do endométrio, a camada mais interna do útero. Este processo favorece o aumento do fluxo menstrual e também pode provocar sangramento fora do período menstrual ou mesmo em mulheres após a menopausa. Pode estar associado ao câncer de endométrio.

3. Problemas na coagulação do sangue

Disfunções na coagulação sanguínea fazem com que qualquer sangramento no corpo seja mais persistente e difícil de cessar, com a menstruação não é diferente. Por isso, pessoas com doenças na coagulação do sangue ou condições que afetam a coagulação, como o uso de medicamentos anticoagulantes, podem apresentar aumento do fluxo sanguíneo menstrual.

Algumas causas importante de alterações na coagulação que afetam a menstruação, são:

  • Doença de von Willebrand: é uma doença hereditária caracterizada pela deficiência do fator de von Willebrand, que leva a disfunção plaquetária propiciando o aumento do sangramento.
  • Plaquetopenia: corresponde a diminuição das plaquetas do sangue, componentes que atuam diretamente na coagulação do sangue. A diminuição no número de plaquetas ocorre em uma variedade de condições como: doenças infecciosas, doenças hepáticas, deficiências nutricionais e uso de medicamentos.
  • Uso de medicamentos anticoagulantes: como a varfarina e apixabano.
O que fazer quando suspeitar de fluxo menstrual intenso?

O tratamento do fluxo menstrual intenso irá depender da causa. Se a causa do sangramento menstrual for hormonal ou ausência de ovulação, o médico poderá prescrever anticoncepcionais ou reposição hormonal se for o caso.

Caso o problema se localize no útero deve-se instituir o melhor tratamento para a causa, que pode incluir procedimentos cirúrgicos, retirada do útero ou uso de medicamentos.

Se o sangramento for decorrente do uso de medicamentos anticoagulantes pode ser necessários suspender ou reduzir a posologia. Em situações de coagulopatias o tratamento deve ser guiado por um médico hematologista e pode envolver reposição de fatores da coagulação, transfusões ou medicamentos.

Como saber se o meu fluxo menstrual é intenso?

O sangramento menstrual intenso ocorre quando a mulher apresenta um volume menstrual maior do que 80 ml, ou o equivalente a 5 a 6 colheres de sopa durante todo o período em que está menstruada. Também é considerado fluxo menstrual intenso, a menstruação que dura mais de sete dias.

É muitas vezes difícil quantificar o volume da menstruação, por isso desconfie de fluxo menstrual intenso, quando:

  • Tiver que trocar de absorvente de hora em hora, durante horas seguidas;
  • Precisa trocar o absorvente durante a noite, enquanto dorme;
  • Presença de coágulos sanguíneos grandes e escuros;
  • Menstruação tão intensa que a impede de fazer as suas atividades do dia a dia, levando a ausências no trabalho, estudos ou outros compromissos;
  • Dores intensas na região pélvica, náuseas, enjoos ou outro sintomas;
  • Sente-se fraca ou sem energia.

Caso suspeite de sangramento menstrual intenso procure um ginecologista ou médico de família para ser realizada uma primeira avaliação. Só através do diagnóstico correto da causa de sangramento é possível instituir o tratamento mais adequado.

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Referências bibliográficas

Abnormal uterine bleeding in nonpregnant reproductive-age patients: Evaluation and approach to diagnosis. Uptodate.2021

Heavy Menstrual Bleeding. CDC.

O que comer quando está vomitando?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Independente do que esteja causando os vômitos, há alguns alimentos que são bem aceitos. Você pode tentar frutas como a banana e a maçã, que podem ser cozidas ou amassadas. Batata e legumes (como a cenoura, o chuchu e a mandioquinha) assados, cozidos ou em sopas também são indicados.

Opte por comer alimentos:

  • Pastosos ou líquidos, que ajudem a hidratar;
  • Naturais, de fácil digestão e que não causem gases;
  • Com pouco açúcar;
  • Menos gordurosos.

Evite temperos, especialmente os apimentados, e use pouco sal. O gengibre pode ser usado, por ser indicado nos casos de náuseas e vômitos. Devem ser evitados:

  • Leite e laticínios
  • Carnes e peixes
  • Alimentos muito quentes
  • Frituras
  • Vegetais crus
  • Frutas e sucos ácidos

Além dos cuidados com o que comer, não se esqueça de manter a hidratação. Isto é muito importante! Você pode beber água, soro caseiro, chás (como os de camomila e hortelã), suco de maçã natural e sem açúcar, água de coco ou isotônicos (tipo Gatorade). Nada de bebidas com gás ou que contêm cafeína ou álcool.

Como comer e beber para diminuir o enjoo e evitar o vômito

Nas primeiras horas após vomitar, pode ser que você não tenha apetite. Espere o tempo necessário para seu estômago descansar e o vômito parar. Enquanto espera, chupar picolés ou pedaços de gelo pode ajudar a hidratar e diminuir o mal-estar. Beba líquidos em pequenos goles, lentamente, mas com frequência. Isso ajudará a repor a água e os sais perdidos.

Tente adicionar uma sopa de vegetais ou frango nas primeiras 24 horas após os vômitos. Caso volte a vomitar, espere mais algumas horas antes de tentar comer novamente. Observe se sente que está melhor, se tem vontade de comer outras coisas. Escolha entre os alimentos naturais, pastosos, frios e de fácil digestão. Tente experimentá-los em pequenas porções, um tipo de cada vez, e veja como se sente. Pode ser que consiga retomar a alimentação normal, aos poucos, seguindo o que seu corpo está aceitando.

O que comer caso o vômito persista após 24 horas

Se os vômitos continuarem ou ainda não se sentir bem, pode seguir com uma dieta mais restrita por mais um ou dois dias.

Segundo dia

No segundo dia, você pode comer banana amassada, maçã cozida, arroz e torradas. Esta dieta é de fácil digestão, mais seca e sem fibras, o que ajuda na recuperação. Mas também é pouco nutritiva. Por isso, você não deve insistir com ela por muito tempo.

Terceiro dia

No terceiro dia, você pode começar a adicionar lentamente outros alimentos à sua dieta — já deve se sentir bem para tentar. Comece com coisas como frutas e vegetais cozidos e carne branca, como frango ou peru. Siga as dicas do seu corpo e não force para comer aquilo que o cheiro ou outra sensação estiverem indicando que você deve evitar.

Durante a gravidez, o que e como comer se estiver vomitando?

Alguns cuidados importantes para as gestantes são:

  • Evitar ingestão de líquidos nas primeiras duas horas do dia;
  • Comer com maior frequência (diminuir o intervalo entre as refeições) e em porções menores;
  • Fazer refeições mais leves, com alimentos menos gordurosos e naturais.

O uso de florais de Bach, de vitamina B6 (presente na banana, cenoura e batata, por exemplo) e de gengibre é recomendado para ajudar a se sentir melhor mais rapidamente.

Na hiperemese gravídica (vômitos muito frequentes), a conduta indicada é ficar sem comer até se sentir melhor, retomando a alimentação sólida progressivamente em seguida. Dar preferência a alimentos pouco gordurosos e ricos em carboidratos (o arroz, as torradas e bolachas água e sal ou cream cracker são exemplos). Comer em pequenas porções, em curtos intervalos (a cada 3 horas).

É importante manter a hidratação! Beba pequenas quantidades de soro, chás e água de coco com frequência. Se o vômito persistir, a desidratação e desnutrição podem trazer problemas para a sua saúde. Neste caso, entre em contato com o médico que faz o seu pré-natal para ser avaliada.

Para vômitos durante o tratamento para câncer

Os cuidados são os mesmos para os vômitos que ocorrem durante o tratamento de câncer:

  • Consumir alimentos frios / a temperatura ambiente
  • Comer pequenas refeições, com maior frequência
  • Evitar alimentos picantes, muito doces, gordurosos ou fritos
  • Consumir líquidos com gelo ou cubos de suco congelado

A dieta recomendada tem que ser nutritiva e variada:

  • Frutas, vegetais, grãos inteiros e produtos lácteos sem gordura ou com baixo teor de gordura;
  • Carnes magras, aves, peixes, feijão.

O gengibre é considerado um fitoterápico e pode fazer parte do tratamento. No Brasil, os produtos disponíveis para venda são: amido do gengibre, balas e cristais de gengibre, além do gengibre em pó e encapsulado. Ainda não está estabelecido o quanto deve ser utilizado para reduzir náuseas e vômitos, em dose que não traga problemas para a saúde.

Quando procurar ajuda?

Se você seguiu os conselhos, tomou cuidado com a alimentação e o vômito continua por mais de 24 horas e não sabe qual é a causa, é bom procurar um médico. Também é necessário procurar cuidados médicos se você tiver febre alta e / ou diarreia intensa associadas aos vômitos. Estes sintomas podem ser causados por infecções por bactérias, parasitas, certos medicamentos, apendicite, infecções urinárias e por alergia ou intolerância alimentar.

Preste atenção aos sinais de desidratação:

  • Sonolência;
  • Cansaço;
  • Fraqueza;
  • Boca seca;
  • Diminuição da quantidade de urina, urina com cor amarela muito intensa e até mesmo deixar de ter vontade de urinar.

Se perceber estes sintomas ou ainda se tiver dor abdominal também deve procurar um médico.

As medidas recomendadas podem não ter efeito para os vômitos se eles forem causados por dores de cabeça (enxaqueca), por pancadas ou tumores na cabeça (que podem aumentar a pressão intracraniana). Procure tratamento específico para estas situações.

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Referências

BRAT Diet: What Is It and Does It Work? Healthline. Medically reviewed by Kathy W. Warwick, R.D., CDE, Nutrition — Written by Erin Kelly — Updated on July 15, 2020. https://www.healthline.com/health/brat-diet

Êmese da gravidez / Geraldo Duarte... [et al]. -- São Paulo: Federação das Associações Brasileiras de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2018. (Série Orientações e Recomendações FEBRASGO, no. 2/Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-natal)

De Souza, A.P.S.; da Silva, L.C.; Fayh, A.P.T. Nutritional Intervention Contributes to the Improvement of Symptoms Related to Quality of Life in Breast Cancer Patients Undergoing Neoadjuvant Chemotherapy: A Randomized Clinical Trial. Nutrients 2021, 13, 589.

Consenso nacional de nutrição oncológica / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva; Nivaldo Barroso de Pinho (organizador) – 2. ed. rev. ampl. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016.

Di Lorenzo, C. Approach to the infant or child with nausea and vomiting. Literature review current through: Sep 2021. | This topic last updated: Jan 21, 2021.

Creatinina: o que significa quando está alta e quais são os sintomas
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O exame de creatinina serve para avaliar o funcionamento dos rins. Quando estes órgãos não funcionam bem, deixam de liberar creatinina na urina, então esta substância se acumula no sangue e apresenta valores altos no exame de sangue.

Portanto, a creatinina alta geralmente significa que os rins não estão funcionando adequadamente, ou seja, não realizam a sua função de filtragem do sangue, este quadro é chamado insuficiência renal.

A insuficiência renal pode ser aguda ou crônica. É aguda quando se instala rapidamente, em horas ou dias, e crônica quando se desenvolve lentamente, em anos.

Alguns exemplos de doenças que afetam a função do rim e ocasionam aumento da creatinina no sangue:

  • Hipertensão arterial: a hipertensão arterial mal controlada e persistente causa com o tempo alterações no funcionamento do rim, elevando a creatinina no sangue.
  • Diabetes mellitus: o diabetes quando não controlado é uma das principais causas de problemas nos rins e aumento da creatinina.
  • Pielonefrite: corresponde a infecção urinária que atinge os rins, pode prejudicar o funcionamento renal.
  • Obstrução das vias urinárias: pode ocorrer devido à presença de cálculos no sistema urinário, que levam ao bloqueio do fluxo de urina. A obstrução pode levar a dilatação das vias urinárias e causar disfunção no rim, elevando a creatinina.
  • Uso de medicamentos: alguns medicamentos são tóxicos para o rim, e quando ingeridos podem ocasionar lesão e mau funcionamento destes órgãos. Alguns medicamentos que podem ser relacionar a toxicidade renal são: anti-inflamatórios, antibióticos (aminoglicosídeos, rifampicina, vancomicina), quimioterápicos, antipsicóticos, lítio, inibidores da bomba de prótons, entre outros;
  • Glomerulonefrite: são doenças que afetam a estrutura de filtração dos rins, os glomérulos. A glomerulonefrite pode ser causada por doenças infecciosas ou autoimunes e também pode aumentar a creatinina no sangue.
Outras causas de aumento da creatinina

Entretanto, além da insuficiência renal, existem outras causas quase sempre transitórias que podem levar a pequenos aumentos na creatinina, como:

  • Desidratação;
  • Consumo excessivo de proteínas ou suplementos nutricionais;
  • Exercícios de alta intensidade.
Quais sintomas a creatinina alta causa?

A elevação da creatinina no sangue pode não causar sintomas específicos inicialmente. Entretanto, quando os valores de creatinina estão suficientemente altos a ponto de causar insuficiência renal mais grave, alguns sintomas podem estar presentes, como:

  • Diminuição na quantidade de urina;
  • Náuseas e vômitos;
  • Sensação de cansaço sem causa aparente;
  • Inchaço em pernas, braços ou rosto;
  • Faltar de ar;
  • Insônia.

O diagnóstico da causa da elevação da creatinina deve ser feito por um médico. Em algumas situações, um nefrologista, médico especialista em doenças dos rins deve ser consultado. Por isso, caso apresente valores elevados de creatinina no exame de sangue, procure a avaliação do seu médico.

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Referência bibliográfica:

Sociedade Brasileira de Nefrologia

Remédios para tratar a gardnerella e a infecção recorrente
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os remédios mais frequentemente usados no tratamento da Gardnerella são: o metronidazol, a clindamicina, o secnidazol e o tinidazol, sendo que os dois primeiros são os mais recomendados devido a maior eficácia.

Existem formulações em comprimidos ou em gel vaginal, o tratamento com comprimidos é mais prático de ser usado, mas há maior risco de efeitos adversos.

Podem ser utilizados diferentes esquemas de tratamento, vejamos:

Tratamento com metronidazol

A primeira opção de tratamento para a infecção vaginal por Gardnerella é através do uso do antibiótico metronidazol, este é o medicamento mais eficaz para o tratamento desta bactéria.

Existem duas opções de tratamento, através de comprimidos ou de gel vaginal:

  • Metronidazol via oral: Comprimidos de 250 mg, tomar 2 vezes ao dia por 7 dias;
  • Metronidazol gel vaginal 100 mg/g: inserir um aplicador cheio durante a noite na vagina, ao deitar por 5 dias, evitar relações sexuais com penetração vaginal nesse período.

O tratamento com dose única de 2 gramas de metronidazol apresenta uma eficácia muito reduzida, por isso, atualmente não é mais recomendado.

Tratamento com clindamicina

Outra alternativa para o tratamento da Gardnerella é através do uso do antibiótico clindamicina, este antibiótico pode ser usado ao invés do metronidazol, e também apresenta eficácia razoável no combate a esta bactéria.

Em mulheres grávidas até o primeiro trimestre a clindamicina também é o antibiótico de eleição, já que o metronidazol é contraindicado para gestantes no começo da gravidez.

A clindamicina também pode ser tomada em comprimidos ou aplicada em gel vaginal, as posologias são:

  • Clindamicina via oral: Comprimidos de 300 mg, tomar 2 vezes ao dia por 7 dias;
  • Clindamicina gel vaginal a 2%: Inserir um aplicador cheio na vagina a noite, ao deitar, por 7 dias;
  • Clindamicina óvulo vaginal 100 mg: uma aplicação por 3 noites seguida ao deitar.
Tratamento com secnidazol

Uma outra opção de tratamento para a Gardnerella é o Secnidazol, este é o que tem a posologia mais fácil, já que é tomado em dose única, com dois comprimido de 1 grama. Deve-se tomar os dois comprimidos, com líquido, de preferência a noite no jantar.

Tratamento com tinidazol

Esta é a opção menos utilizada, está geralmente indicada quando não é possível utilizar as opções anteriores devido a intolerancia ou efeitos adversos. O esquema terapêutico com tinidazol é tomar um comprimido de 1 grama, uma vez ao dia por 5 dias.

Remédios para infecção recorrente de Gardnerella

Em casos recorrentes de vaginose bacteriana causada por Gardnerella, o medicamento utilizado também é o metronidazol. Entretanto, o tempo de tratamento aumenta, como descrito abaixo:

  • Metronidazol via oral: Comprimidos de 250 mg tomados 2 vezes ao dia por 10 a 14 dias;
  • Metronidazol gel vaginal: inserir um aplicador cheio durante a noite, ao deitar por 10 dias seguidos. Depois reduzir para duas aplicações por semana, por 4 a 6 semanas.

O tratamento com antibióticos deve ser seguido até o fim do tempo estipulado pelo médico. Tome o medicamento no mesmo horário, durante todo o período proposto. Fazer o tratamento de forma incompleta pode aumentar o risco de resistência bacteriana e diminuir a eficácia dos antibióticos.

Na infecção por Gardnerella não é necessário tratar os parceiros sexuais, já que a vaginose bacteriana não é considerada uma infecção sexualmente transmissível.

Vale destacar que o antibiótico azitromicina e o antifúngico fluconazol não estão indicados para o tratamento da Gardnerella, por não serem suficientemente eficazes no combate a bactéria.

A Gardnerella vaginalis é uma das bactérias causadores da vaginose bacteriana, uma infeção vaginal que causa corrimento branco, amarelado ou acinzentado, com mau cheiro.

Não tome medicamentos sem prescrição médica, por isso, na suspeita de infecção por Gardnerella consulte o seu médico para uma avaliação e orientação do tratamento.

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Referências bibliográficas:

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Ministério da Saúde. 2015.

Bacterial vaginosis: Treatment. Uptodate. 2021.

Pomadas para unha inflamada: como usar e o que fazer se não melhorar
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A unha inflamada, também chamada de paroníquia, pode levar a dor, vermelhidão e saída de pus em volta da unha. O tratamento pode incluir pomadas que atuam contra as bactérias que se proliferam na região em volta da unha causando infecção.

Entre as principais pomadas utilizadas, destacam-se:

  • Mupirocina (Bactroban®)
  • Gentamicina
  • Gentamicina + betametasona (Diprogenta®)
  • Ácido fusídico + betametasona (Verutex®)

Além de pomadas, pode-se aplicar soluções de limpeza antissépticas na unha, como a iodopovidona e a clorexidina. Em situações de inflamação leve, o uso de soluções antissépticas pode ser o suficiente para tratar a unha e melhorar os sintomas.

Como usar a pomada para unha inflamada?

Antes de aplicar a pomada sobre a unha inflamada, deve-se higienizar a região com água e sabonete. Pode-se deixar o dedo com a unha inflamada de molho em água quente ou aplicar compressas quentes sobre a inflamação, durante 10 a 15 minutos.

Depois deste tempo, deve-se secar bem a unha e aplicar uma camada de pomada até a sua completa absorção. A frequência de aplicação pode variar de duas a três vezes ao dia, conforme orientação médica. O tempo de tratamento costuma durar entre 5 a 7 dias.

O que fazer se não melhorar a inflamação com a pomada?

Caso a inflamação na unha não melhore com a aplicação de pomada e os cuidados locais de limpeza, procure um médico, pode ser necessário o uso de antibióticos orais indicados quando a inflamação não melhora apenas com a pomada.

Se houver a presença de abscesso em volta da unha, está indicada a drenagem de pus.

A unha encravada também pode propiciar episódios repetidos de inflamação. O tratamento, nestes casos podem incluir procedimento cirúrgico que permite desencravar a unha.

Para mais orientações consulte um médico.

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Referências bibliográficas:

Paronychia. Uptodate. 2021.

Como saber se o piercing está inflamado? 5 sinais importantes
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Após a colocação de um piercing é importante estar atento a sinais e sintomas que podem indicar inflamação no local da aplicação. Alguns sintomas podem também sugerir infecção bacteriana, necessitando a avaliação por um médico.

Vejamos cinco sinais que podem indicar que o piercing está inflamado:

1. Vermelhidão

A presença de vermelhidão ao redor do piercing pode indicar inflamação da região. O local ficar um pouco vermelho e irritado é normal, entretanto, se a vermelhidão for intensa e não melhorar em alguns dias, deve-se ficar atento, pois pode indicar inflamação.

Piercing apresentando vermelhidão após a aplicação 2. Inchaço

O inchaço da região também é um dos principais sinais de inflamação. Um pequeno inchaço pode estar presente logo a seguir a colocação do piercing. Geralmente a aplicação de gelo pode ajudar no controle do inchaço.

Locais de cartilagem como orelhas (incluindo tragus) e nariz podem sofrer um processo inflamatório intenso, causando importante deformidade da cartilagem e aparência de inchaço, estas situações precisam ser avaliadas por um médico, porque causam o risco de perda de cartilagem e deformidade permanente.

3. Dor

A dor é um dos principais sinais de que algo não corre bem. A colocação de um piercing é dolorosa no momento da aplicação e pode também haver alguma dor durante algumas horas ou nos primeiros dias, em alguns locais mais sensíveis pode haver mais dor como na língua, mamilo ou genitais.

No entanto, a medida que ocorre a cicatrização do furo é esperado que a dor passe. Se a dor for intensa e não melhorar pode ser sinal de inflamação do piercing.

4. Calor no local

Inflamação também causa o aumento de temperatura da região que está inflamada. Sentir a pele em volta do piercing quente, vermelha e inchada pode indicar que existe uma inflamação no local.

5. Saída de secreção

Não é esperado que saia secreção do local onde está o piercing, a saída de secreção amarelada, purulenta ou com mau cheiro pode indicar que o local onde foi aplicado o piercing não está apenas inflamado, mas também infectado.

Piercing no umbigo, por exemplo, pode levar ao acúmulo de sujidade e bactérias levando a infecções que podem causar dor, inchaço e presença de secreção.

Outros sintomas de inflamação

A inflamação em piercing pode ainda levar ao aparecimento de gânglios dolorosos, piercing na língua ou na orelha podem causa aumento dos gânglios no pescoço. Também mais raramente em situações de infecções, o piercing inflamado pode desencadear febre.

O piercing pode ser uma porta de entrada para bactérias na pele, por isso, se não for bem cuidado através de medidas de higiene pode causar infecções de pele potencialmente graves.

Como cuidar do piercing inflamado?

O piercing inflamado precisa de cuidados especiais para, de modo a evitar o desenvolvimento de infecções e de maiores problemas que podem impossibilitar o uso do piercing. Algumas medidas simples de cuidados podem ser tomadas, como:

  • Limpeza frequente do local do piercing: lave a região do piercing com água e sabonete neutro, ou antibacteriano. Retire crostas e restos de pele.
  • Seque bem a pele após a limpeza, evite o acumulo de secreções.
  • Se necessário use soro fisiológico para retirar secreções e crostas na pele inflamada.
  • Evite mexer no piercing. Mexer muitas vezes no piercing pode piorar a inflamação e aumentar o risco de infecção.

Se a inflamação no piercing persistir por vários dias ou os sintomas se intensificarem procure um médico para avaliação.

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Referências

SBD. Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Quero um anticoncepcional que engorda, qual escolher?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A maioria dos anticoncepcionais e métodos contraceptivos não engordam. O método contraceptivo mais associado ao ganho de peso é a injeção trimestral de medroxiprogesterona. Entretanto, nem todas as mulheres irão engordar com este método.

Por isso, não existe uma recomendação específica de anticoncepcional para mulheres que querem engordar.

Embora, muitas mulheres relatem que ganharam peso com o uso de anticoncepcionais, até o momento não existe evidência científica consistente sobre o efeito dos contraceptivos hormonais no ganho de peso.

O provável é que o próprio processo de desenvolvimento e envelhecimento natural pode causar mudanças metabólicas que favorecem o ganho de peso e ser confundido com o início do uso de contraceptivos.

Anticoncepcionais hormonais orais e ganho de peso

Os anticoncepcionais orais de maneira geral não engordam por si só. Atualmente, os anticoncepcionais disponíveis possuem uma quantidade muito menor de hormônios do que os primeiros contraceptivos criados, que causavam maior retenção de líquidos e peso.

Um dos principais fatores associados ao ganho de peso com os anticoncepcionais hormonais é a retenção de líquidos, que pode aumentar e contribuir um pouco com o aumento de peso.

As mudanças de humor que também podem ser consideradas efeitos adversos de contraceptivos hormonais também podem levar a estados mais ansiosos ou depressivos favorecendo o aumento da ingesta de alimentos e a compulsão alimentar.

Injeção anticoncepcional e ganho de peso

O único método contraceptivo que realmente tem uma associação com o ganho de peso é a injeção de medroxiprogesterona, ou injeção trimestral, com os nomes comerciais de Contracep ou Depo-Provera.

A medroxiprogesterona é um progestógeno de depósito, ou seja, é liberando continuamente no decorrer de três meses. O seu uso está associado ao ganho de 1 a 2 quilos por ano, devido ao aumento do apetite e outras mudanças hormonais que podem ocorrer com este contraceptivo.

Entretanto, nem toda mulher irá engordar com o uso da injeção trimestral, algumas irão manter o peso habitual e outras podem inclusive emagrecer.

Dispositivo intrauterino hormonal (DIU)

O DIU consiste em um dispositivo implantado no útero com uma pequena quantidade de levonorgestrel, hormônio que é liberado continuamente no decorrer dos anos. O uso do DIU hormonal não parece aumentar o peso segundo as pesquisas mais recentes na área.

Lembre-se sempre de consultar o seu médico de família ou ginecologista para ajudar a escolher o melhor método contraceptivo segundo o seu perfil.

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Referências bibliográficas

Planejamento Familiar UM MANUAL GLOBAL PARA PROFISSIONAIS E SERVIÇOS DE SAÚDE. OMS.

Contraception: Do hormonal contraceptives cause weight gain?. InformedHealth. 2017

Buclina, para que serve?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A Buclina (cloridrato de buclizina) é um medicamento usado principalmente como estimulante do apetite. Contudo, também possui ação antiemética, previne náuseas e enjoos, e ação anti-histamínica, ou seja, antialérgica.

Principal efeito da Buclina: aumento do apetite e ganho de peso

A Buclina é um medicamento que serve principalmente para aumentar o apetite, levando ao aumento da ingesta calórica e assim contribuindo para o ganho de peso, principalmente em crianças e pessoas desnutridas. É usada nas doenças e condições que causam inapetência.

Esta é a única indicação do uso deste medicamento presente na bula.

Outras ações da Buclina: anti-vômitos e anti-alérgico

A Buclina também tem uma ação antiemética, ajudando a evitar enjoos e náuseas, principalmente em contexto de viagem. Este medicamento leva à redução da vertigem e tontura durante a locomoção em meios de transporte.

O cloridrato de buclizina também é considerado um medicamento anti-histamínico, ou seja, com ajuda a aliviar sintomas de alergias, podendo também ser utilizado no tratamento de reações alérgicas. Entretanto, é pouco utilizado por existirem outras opções de anti-alérgicos mais eficazes.

Como tomar?

O uso da Buclina deve ser sempre orientado por um médico. A dose usual para o tratamento da falta de apetite e ganho de peso é de 1 comprimido de 25 mg ao almoço, e 1 comprimido ao jantar para adultos. Já para crianças a dose recomenda é de apenas meio comprimido ao almoço e meio comprimido ao jantar.

A Buclina não está indicada para mulheres grávidas ou em amamentação. Também não pode ser tomada por crianças menores de 6 anos, pois não há dados suficientes para garantir a segurança deste medicamento nestes dois grupos.

Quais são os efeitos colaterais?

Um dos efeitos colaterais mais frequentemente associado ao uso da Buclina é a sonolência diurna. Outros efeitos mais raros, mas que já foram relatados com o uso são: náuseas, vômitos, diarreia, tonturas, dor de cabeça, falta de ar e manchas na pele.

Para mais informações consulte o seu médico de família ou clínico geral.

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Referências bibliográficas

Bula Cloridrato de buclizina

4 causas de dor forte na boca do estômago
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A dor forte na boca do estômago, na região epigástrica, ou seja, no meio da barriga acima do umbigo pode representar situações de maior ou menor gravidade.

Quatro importante e frequentes causas de dor na boca do estômago são: a gastrite, a úlcera gástrica, a úlcera duodenal e a pancreatite.

1. Gastrite

A gastrite corresponde a inflamação da mucosa que reveste o estômago internamente. É a causa mais frequente de dor epigástrica. A dor causada pela gastrite geralmente é em queimação e pode piorar a noite.

Outros sintomas frequentes de gastrite são:

  • Náuseas ou vômitos;
  • Sensação de inchaço na barriga;
  • Queimação na região do abdômen ou no meio do peito;
  • Falta de apetite.

O tratamento da gastrite inclui:

  • Mudanças dietéticas: redução de alimentos ácidos, que contém cafeína, álcool.
  • Medicamentos: inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, esomeprazol e outros) e antiácidos.
  • Pode ser necessário usar antibióticos para combater a bactéria E. coli, associada a casos de gastrite.
2. Úlcera gástrica

A úlcera gástrica é uma condição em que ocorre a formação de uma pequena ferida no estômago em forma de úlcera.

Causa uma dor na boca do estômago de forte intensidade, que também costuma ser em queimação, e piora ao comer.

O tratamento pode incluir o uso de medicamentos que reduzem a acidez gástrica, como antiácidos e inibidores da bomba de prótons. Da mesma forma que na gastrite, também pode ser necessário o uso de antibióticos que visam erradicar a bactéria H. pylori, quando ela está presente no estômago

3. Úlcera duodenal

A úlcera duodenal também corresponde a formação de uma ferida, mas no duodeno, uma região entre o estômago e o intestino.

Causa também dor em queimação, mas diferentemente da dor causada pela úlcera gástrica, a dor da úlcera duodenal é aliviada ao se comer.

Para ajudar na cicatrização e resolução da úlcera duodenal algumas medidas são necessárias, como:

  • Redução do consumo de álcool;
  • Redução do estresse;
  • Comer fracionado, várias vezes ao dia e em menor quantidade;
  • Usar medicamentos que diminuem a acidez do estômago.
4. Pancreatite

A pancreatite corresponde a inflamação do pâncreas, um órgão localizado na região esquerda e superior do abdômen, geralmente próximo ao estômago.

A pancreatite causa uma dor em faixa, ou seja, toda a região superior da barriga pode dor. A dor da pancreatite é uma dor forte, que pode fazer com que a pessoa adquira uma posição de defesa ou tenha uma grande reatividade ao se tocar na região da dor.

O tratamento da pancreatite envolve uma série de atitudes a serem tomadas, como:

  • Cessação do uso de álcool;
  • Uso de analgésicos para controle da dor;
  • Em casos agudos, pode ser necessário ficar em jejum durante um certo período;
  • Uso de enzimas pancreáticas.

Caso apresente dor na boca do estômago de forte intensidade, procure o seu médico para uma avaliação inicial.

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Referências bibliográficas:

Diagnóstico Clínico. Oxford.