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Qual é o tratamento para amebíase?

Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

O tratamento para amebíase é feito com uso de medicamentos anti-parasitários. O objetivo do tratamento é eliminar a invasão dos parasitas e acabar com o transporte intestinal dos mesmos. Pelo alto risco de tornar-se uma doença invasiva, a amebíase deve ser tratada mesmo na ausência de sintomas.

Os remédios usados para eliminar a ameba são o secnidazol, o metronidazol, o tinidazol e o teclozam.

A primeira opção de tratamento para as formas intestinais de amebíase é o secnidazol, nas doses de 2g para adultos (dose única) e, para crianças, 30 mg/kg/dia, sendo que a dose máxima não deve ultrapassar 2g por dia. O medicamento deve ser evitado no primeiro trimestre de gestação e na amamentação.

A segunda opção de tratamento para amebíase é o medicamento metronidazol. A dose para adultos é de 500 mg, 3 vezes ao dia, durante 5 dias. Para crianças, a dose indicada é de 35 mg/kg/dia, 3 vezes ao dia, durante 5 dias.

Nas formas graves de amebíase, geralmente usa-se o metronidazol, com doses para adultos de 750 mg, 3 vezes ao dia, durante 10 dias e, para crianças, 50 mg/kg/dia, durante 10 dias.

A terceira opção de tratamento medicamentoso para a amebíase intestinal é o tinidazol. A dose nesses casos, para adultos, é de 2g, uma vez ao dia, durante 2 dias. Nas formas extra-intestinais, recomenda-se 50 mg/kg/dia, durante 2 ou 3 dias. Para crianças, a dose recomendada é 50 mg/kg/dia.

A quarta e última opção de tratamento para amebíase é o medicamento teclozam, usado nas formas leves de amebíase ou naqueles casos em que não há manifestação de sintomas. A dose recomendada é de 1.500 mg por dia (dose única), divididas em 3 doses de 500 mg. Para crianças, recomenda-se 15 mg/kg/dia, por 5 dias.

Quando há abscesso no fígado, pode ser necessário aspirar o abscesso. A drenagem do abscesso feita por cirurgia aberta não é indicada, exceto nos casos graves, quando não é possível aceder ao abscesso para fazer a aspiração e quando não há resposta ao tratamento dentro de 4 dias.

O que é amebíase?

Amebíase é uma infecção intestinal causada pelo protozoário Entamoeba histolytica, mais conhecido como ameba. O protozoário também pode invadir tecidos além dos intestinos, dando origem à forma extra-intestinal da doença.

Amebíase: o que é, sintomas e tratamento
Ameba

A possibilidade da doença se tornar invasiva irá depender de certos fatores como idade, susceptibilidade genética e aspectos imunológicos.

Quais são os sintomas da amebíase?

Os sintomas da amebíase podem variar de uma leve diarreia até uma grave disenteria. A amebíase pode provocar diarreia com presença de sangue e muco nas fezes, febre e calafrios. Nos casos mais leves, a diarreia é leve e geralmente vem acompanhada apenas por desconforto abdominal. Contudo, ainda se observa sangue e muco nas fezes.

Nos casos mais graves, o parasita se dissemina pela circulação sanguínea, causando muitas vezes abscesso no fígado, nos pulmões ou no cérebro. Se não for devidamente diagnosticada e tratada a tempo, a amebíase pode levar à morte.

Como ocorre a transmissão da amebíase?

A transmissão da amebíase ocorre através da ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes com cistos maduros da ameba.

A falta de higiene pessoal e na manipulação e cuidados com os alimentos pode favorecer a disseminação dos cistos dentro de uma mesma família.

É importante lembrar que a pessoa infectada pode transmitir a amebíase, mesmo que não esteja manifestando sinais e sintomas.

O tempo decorrido entre a infecção e a manifestação dos sintomas varia entre duas e quatro semanas. Porém, há casos em que o período de incubação pode ser de dias, meses ou anos.

Como prevenir a amebíase?

A amebíase pode ser prevenida com condutas mínimas de higiene como:

  • Lavar bem as mãos com água e sabão, principalmente após as evacuações e antes de manipular alimentos;
  • Lavar adequadamente frutas e verduras;
  • Evitar beber água de fontes desconhecidas e sem o devido tratamento sanitário.

O/a médico/a de família ou o/a clínico/a geral podem fazer o diagnóstico e indicar o tratamento adequado.