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O que é anorexia e quais as suas causas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A anorexia nervosa é um transtorno alimentar que caracteriza-se pela distorção da autoimagem, pelo intenso medo de engordar e pela preocupação excessiva com o peso.

A pessoa com anorexia olha-se ao espelho e vê-se gorda, mesmo que esteja com o peso ideal ou muito magra, o que a leva a fazer dietas extremas, jejuns prolongados, exercícios físicos extenuantes e até tomar laxantes e diuréticos para não "ganhar mais peso".

A anorexia nervosa pode causar desnutrição grave, afetando todos os principais órgãos do corpo. As complicações mais preocupantes estão relacionadas ao coração, aos líquidos corporais e aos sais minerais sódio, potássio e cloro.

Nesses casos, o coração enfraquece e bombeia menos sangue para o resto do corpo. Pode haver desidratação e desmaios. O sangue pode tornar-se ácido e os níveis de potássio no sangue podem baixar. O uso de laxantes ou diuréticos ou ainda os vômitos, podem agravar o quadro. Nos casos mais graves, pode haver morte súbita devido à ocorrência de arritmias cardíacas.

Quais as causas da anorexia?

A anorexia nervosa não tem uma causa específica. Muitas vezes ocorre em pessoas muito perfeccionistas, inflexíveis, ansiosas, depressivas, com tendências suicidas e que têm comportamentos obsessivos.

Contudo, o desenvolvimento desse transtorno alimentar pode estar associado a diversos fatores, tais como predisposição genética, imposições de padrões de beleza que enaltecem a magreza, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e ainda abusos sofridos durante a infância.

Quais os sintomas da anorexia?

Um dos principais sinais da anorexia nervosa é a magreza exagerada que esses indivíduos normalmente apresentam. Em alguns casos, podem chegar à desnutrição severa e desenvolver transtornos psiquiátricos e alimentares, como a bulimia, por exemplo.

Indivíduos com anorexia apresentam emagrecimento rápido e acentuado, alimentam-se pouco, evitam comer com outras pessoas, são muito magros mas têm muito medo de engordar, além de terem uma visão distorcida da autoimagem, vendo-se gordos mesmo estando magros e recusando-se em assumir o emagrecimento extremo.

É comum essas pessoas praticarem muito exercício físico, podendo ainda recorrer ao uso de medicamentos laxantes e diuréticos.

Nas mulheres, que são as mais afetadas pela anorexia nervosa, sobretudo na adolescência, pode haver ausência de menstruação durante vários ciclos, além de diminuição da libido e perda das características femininas.

Nos homens, a anorexia pode causar ainda disfunção erétil e atraso na maturidade reprodutiva.

Qual é o tratamento para anorexia?

O tratamento da anorexia nervosa é feito com a recuperação do peso corporal, psicoterapia e medicamentos para controlar a ansiedade, a depressão e as atitudes compulsivas.

Se o emagrecimento ocorreu muito depressa ou for muito intenso, é fundamental recuperar o peso corporal. Nesses casos, a fase inicial do tratamento normalmente é feita em ambiente hospitalar. Nos quadros mais extremos, a pessoa é alimentada por via endovenosa ou através de uma sonda que vai do nariz ao estômago.

Após a recuperação do estado nutricional, tem início a segunda fase do tratamento da anorexia, que baseia-se sobretudo na psicoterapia. O tratamento pode incluir ainda terapia familiar e medicamentos psiquiátricos para ansiedade, depressão e compulsão.

A anorexia nervosa tem cura em cerca de 50% dos casos. Muitas pessoas com anorexia melhoram temporariamente e depois têm recaídas. Em alguns casos, a pessoa desenvolve uma forma crônica de anorexia. Prever como cada caso vai evoluir é muito difícil.

O tratamento da anorexia nervosa é feito com acompanhamento médico (psiquiatra, endocrinologista), nutricional e psicológico. É muito importante que toda a família esteja envolvida no processo.

A anorexia nervosa pode trazer várias complicações para a saúde, por isso, caso você esteja nessa situação, procure o/a clínico/a geral ou médico/a de família para maiores avaliações.

Também pode lhe interessar: Como é o tratamento para transtornos alimentares?

Quais as causas do transtorno de conduta?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As causas do transtorno de conduta são multifatoriais, acredita-se que seja uma associação entre fatores genéticos, sociais e ambientais.

A formação da personalidade ocorre até os 18 anos de idade e é influenciada pelo próprio temperamento da pessoa, presente desde o nascimento, pelo caráter, adquirido no meio e nas experiências de vida, no que traz as ideias de certo e errado, bem como as normas e as condutas a serem seguidas na sociedade na qual faz parte.

Além disso, existem ainda fatores genéticos, complicações e condições durante a gestação que exercem um papel importante na formação da personalidade da pessoa.

O transtorno de conduta pode ser considerado um tipo de distúrbio de personalidade antissocial, porém que ocorre na infância e na juventude. O transtorno tem tendência a ocorrer em pessoas cujo o ambiente familiar não é positivo, aonde pais têm ou tiveram comportamentos antissociais, ambientes hostis, pais ausentes ou situações de abuso e/ou de violência.

Sintomas

O transtorno de conduta caracteriza-se por diversos comportamentos e atitudes que perturbam os outros, com atos perigosos ou até mesmo ilícitos. Crianças com desvio de conduta não levam em consideração os sentimentos alheios e não apresentam remorso, arrependimento ou culpa por suas atitudes reprováveis.

Importante ressaltar que alguns atos moralmente reprováveis são comuns na infância e na adolescência, como mentir, por exemplo, sem que represente um problema. Crianças e adolescentes com transtorno de conduta apresentam comportamentos disfuncionais graves e duradouros (pelo menos 1 ano) e podem persistir até à idade adulta, causando sofrimento aos outros e necessidade de tratamento especializado.

Leia também: Transtorno de conduta: Quais os sintomas e como é o tratamento?

Na suspeita de transtorno de conduta procure um/a médico/a psiquiatra para diagnóstico e tratamento. Assim como outros transtornos de personalidade, quanto antes for iniciado o tratamento, maiores as chances de reintroduzir e readaptar a criança/adolescente ao convício social.

Tem como o ginecologista saber se rompi o hímen? E se eu não quiser que conte aos meus pais?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. Na maioria das vezes o médico consegue através do exame físico, confirmar se o hímen foi rompido. A não ser que tenha uma condição menos comum, chamado de hímen complacente, o qual nem sempre é rompido nas primeiras relações.

Quanto a contar aos pais, vai depender de alguns critérios.

De acordo com o Estatuto da criança e do adolescente, de acordo com o Código de Ética Médica artigo 74, e consultas públicas junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre princípios da autonomia e da privacidade em relação a menores de idade, fica estipulado que o médico deve se basear nos seguintes fundamentos:

1. A idade do menor. Baseado no Código Penal Brasileiro, relação sexual com menores de 14 anos configura estupro, sendo assim, nesses casos, o médico deve acolher, orientar, e obrigatoriamente comunicar aos pais ou representantes legais o fato; 

2. Menores com idade entre 14 e 18 anos, o médico deve se basear no discernimento de cada um, ou seja, se o médico entender que o/a menor apresenta condições físicas, fisiológicas, mentais e psicológicas para iniciar atividade sexual, seguindo os cuidados necessários para manter sua saúde física e não apresentar riscos previsíveis para sua vida, poderá manter o sigilo e confiabilidade, acompanhando e oferecendo as devidas orientações; .

3. Se entender ou suspeitar que haja abuso sexual, deve obrigatoriamente quebrar o sigilo e também contar aos pais ou responsáveis legais, independentemente da idade ou discernimento, visando a proteção da saúde do/a menor.

Portanto cabe ao médico avaliar e proteger todo/a menor, principalmente com idade inferior a 14 anos, com vida sexualmente ativa, na questão de acolhimento, aconselhamento, orientações adequadas e sigilo médico.

O índice de doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, vem crescendo consideravelmente entre crianças na idade de 11 e 13 anos. Confirmando que esta prática, além de trazer prejuízos ao organismo das crianças, podem trazer consequências irrecuperáveis.

Para maiores esclarecimentos, deve agendar consulta com médico/a de família, clínico/a geral ou ginecologista.

Saiba mais sobre esses assuntos em:

Sou homem, tenho 19 anos e 1,64m. Tem como eu crescer 1cm?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Precisa procurar um médico especialista em crescimento, geralmente uma sub-especialidade de um endocrinologista.

Meu filho tem 12 anos e nunca deixou de fazer xixi na cama, o que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Existem muitas formas de ajudar as crianças e adolescentes que ainda urinam na cama à noite. Algumas medidas que não incluem o uso de fármacos e costumam ser recomendadas são:

  • Evitar ingestão excessiva de líquidos a noite e de alimentos diuréticos, como café e coca-cola.
  • Estimular e parabenizar as noites que a criança não urina na cama, reforçar positivamente esse comportamento, pode-se mesmo recompensá-la. 
  • Não punir quando a criança urinar. Evitar fazer críticas destrutivas e que diminuam ainda mais a auto-estima da criança.
  • Pode-se estimular a criança a fazer junto com os pais um calendário em que se anota, dia a dia, as noites em que urinou ou não urinou na cama.
  • Estimular a criança a urinar antes de dormir.
  • Acordar a criança à noite em horários pré-definidos e estimulá-la a ir ao banheiro urinar. Com o decorrer do tempo, acordá-la cada vez mais tarde, até que ela possa passar a noite toda sem urinar.

A causa da enurese, que é a perda de urina involuntária durante a noite, costuma ser multifatorial e pode estar atrelada a alterações funcionais da bexiga, distúrbios do sono e fatores emocionais, além disso sabe-se que crianças filhas de mães ou pais que também tiveram enurese na infância tem maior chance de também apresentar os sintomas.

Espera-se que a resolução espontânea aconteça em 99% dos casos até os 15 anos de idade. Apenas 1% das crianças com enurese tornam-se adultos com o mesmo problema. Contudo, orienta-se que os pais devam procurar ajuda profissional por conta dos danos psíquicos e sociais à criança, que pode ficar insegura e com a auto-estima abalada por conta do problema.

É muito importante que a família apoie a criança com enurese e compreenda a enurese como um problema de saúde e não apenas como birra da criança. Uma avaliação médica também é importante para descartar possíveis causas orgânicas e doenças que podem levar à perda involuntária de urina como: infecção urinária, mal formações urológicas, doença renal, disfunções neurológicas, diabetes, constipação e encoprese, entre outras.

Em relação ao tratamento na maioria das vezes não são necessárias medidas agressivas por conta dos sintomas serem transitórios.

Procure ajuda profissional, médicos de família e pediatras podem fazer uma avaliação e já iniciar uma abordagem. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos e o médico pode orientar o uso do alarme.

Hoje sabe-se que os tratamentos que incluem várias medidas combinadas são aqueles que mais levam à melhora dos sintomas.

Em algumas situações o acompanhamento da criança por um psicólogo pode ajudá-la com aspectos emocionais que podem ser causa ou consequência da enurese noturna. 

Vou fazer 14 anos e ainda não menstruei, o que fazer?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Deve falar com seus pais ou responsáveis para que eles levem você ao/à médico/a.

A primeira menstruação, conhecida como menarca, geralmente acontece quando a menina tem entre 9 e 13 anos de idade. Contudo, para algumas meninas, a menarca pode só chegar aos 14 ou 15 anos, já que a idade da primeira menstruação pode variar de acordo com fatores genéticos, ambientais e psicológicos.

A chegada da menarca é um dos acontecimentos da puberdade, período em que o corpo da menina sofre várias mudanças, como crescimento de pelos nas axilas e região genital e aumento dos seios.

Com a menarca começam também os ciclos menstruais, que podem ter de 28 a 35 dias, bem como os sangramentos vaginais que caracterizam o período da menstruação.

Na menarca, o fluxo menstrual pode durar de 2 a 7 dias. Esse também é o tempo de duração habitual dos períodos menstruais que virão a seguir.

O sangramento menstrual observado na menarca pode variar ao longo dos dias. A cor pode ser vermelho vivo no início e passar para um tom mais marrom no final do período.

Contudo, após a primeira menstruação, durante os primeiros anos, os ciclos podem variar significativamente e a duração pode não ser igual em todos eles. Depois disso, o período menstrual costuma durar de 4 a 6 dias. À medida que a mulher envelhece, os ciclos tendem a ficar mais curtos e regulares.

Isso é um processo natural e que, em geral, deve apenas aguardar a chegada da menstruação. Porém, caso haja uma preocupação sua, você pode buscar ajuda profissional de um/a médico/a de família, clínico/a geral ou ginecologista.

Durante a consulta médica, será possível realizar uma história clínica completa, exame físico detalhado e, caso seja necessário, o/a médico/a poderá solicitar alguns exames complementares para analisar o seu caso.

Leia também:

Menarca é a primeira menstruação?

Adolescente de 14 anos pode tomar comprimido para não engravidar?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Sim. mas precisa tomar algo especialmente desenvolvido para essa idade e com baixa dosagem hormonal, precisa consultar um médico, preferencialmente um ginecologista para obter a receita correta.