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Infecção urinária (cistite) pode atrasar a menstruação?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Muito raramente a infecção urinária atrasa a menstruação.

Cistite é a infecção urinária baixa que atinge a bexiga. A infecção é causada por bactérias, em geral a Escherichia coli, que provoca dor ao urinar, aumento da frequência urinária e saída de pouca urina.

A menstruação é um processo fisiológico caracterizado pela redução do nível de alguns hormônios no sangue e, consequentemente, descamação da camada interna do útero.

Esses dois processos são independentes e raramente a cistite interfere no ciclo hormonal. Alguns medicamentos usados no tratamento da cistite podem provocar o atraso menstrual, sendo também uma situação rara.

Caso o atraso menstrual seja superior a 1 semana da época prevista para vir a menstruação, é importante procurar uma Unidade de Saúde para investigação desse atraso e realização de teste de gravidez para afastar essa hipótese principal.

Leia também: Infecção urinária pode alterar a pressão arterial?

O que é cistite e quais os sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Cistite aguda é uma infecção ou inflamação na bexiga, causada, na maioria dos casos, pela bactéria Escherichia coli, que habita naturalmente o intestino.

Conhecida popularmente como "infecção urinária", a cistite atinge muito mais mulheres do que homens. Uma das principais razões por que a cistite é mais frequente nas mulheres é que a uretra da mulher é mais curta que a do homem (cerca de 5 cm no sexo feminino e 12 cm no masculino), o que diminui a distância que a bactéria tem que percorrer para chegar à bexiga da mulher.

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento de cistite em mulheres estão a frequência de relações sexuais (relações recentes aumentam o risco), uso de espermicidas, demorar para urinar após as relações, caso recente de cistite e fatores genéticos.

Outros fatores que aumentam os riscos de cistite: uso de diafragma, gravidez, cálculos na bexiga, próstata aumentada, imunidade baixa e uso de sonda vesical.

Quais são os sintomas da cistite?

Os sintomas da cistite incluem ardor, dificuldade em urinar, que pode ser acompanhada de dor, aumento do número de micções, vontade constante e urgente de urinar, liberação de pouca urina, desconforto na pelve, presença de sangue na urina e escurecimento da urina, que fica mais escura e com odor mais forte.

As cistites não provocam febre. Se houver, é provável que a infecção tenha atingido os rins ou a próstata, no caso dos homens.

Em crianças, a cistite pode causar ainda episódios de micções involuntárias durante o dia.

Quando não é tratada devidamente e a tempo, a infecção pode chegar aos rins, tornar-se muito mais grave e se generalizar.

O tratamento da cistite é feito com medicamentos antibióticos.

A cistite é uma infecção que pode ser tratada pelo/a clínico/a geral ou médico/a de família.

Qual o tratamento para cistite?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

tratamento para cistite aguda é feito com antibióticos, que são escolhidos de acordo com as características do/a paciente e do agente infeccioso. Outros medicamentos, como anti-inflamatórios e antiespasmódicos, também podem ser usados para aliviar a dor e outros sintomas da cistite.

A duração do tratamento com antibióticos, no caso da cistite aguda simples, geralmente vai de 3 a 5 dias, podendo variar entre 1 dia (dose única) e 7 dias a depender da medicação receitada. 

Na cistite recorrente, o tratamento é profilático e prolongado (mínimo de 6 meses). Consiste no uso contínuo de antibióticos em doses mais baixas e automedicação intermitente, com o objetivo de prevenir futuros episódios de cistite. Se, mesmo assim, a pessoa voltar a desenvolver uma infecção, pode ser dada uma vacina por via oral que fortalece o sistema imunológico. Este último tratamento geralmente dura 9 meses.

Já o tratamento para cistite intersticial (Síndrome da Bexiga Dolorosa) é bem mais complexo que o da cistite bacteriana e envolve diversos métodos, desde medicamentos antidepressivos à fisioterapia.

O tratamento para cistite pode ser feito pelo/a clínico/a geral ou médico/a de família. 

Qual o tratamento para síndrome da bexiga dolorosa?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento da síndrome da bexiga dolorosa (ou cistite intersticial), se baseia em três pilares, são eles:

  • Mudanças na dieta e aconselhamento;
  • Fisioterapia e
  • Uso de medicamentos;

Alguns estudos sugerem ainda a melhora dos sintomas com atividade física regularmente, mas ainda carece de estudos.

A mudança na dieta e aconselhamentos médicos devem ser os primeiros passos para o tratamento da síndrome, visto que mais de 45-50% dos pacientes, relatam importante melhora dos sintomas após essas modificações alimentares.

Inclusive, mais de 90% das crises relatadas, foram causadas pela ingesta de alimentos sabidamente desaconselhados.

Por isso é importante que o paciente identifique os alimentos e bebidas que pioram os sintomas e elimine-os da dieta, pelo menos temporariamente. Depois, eles podem ser reintroduzidos aos poucos, conforme a reação da pessoa.

A fisioterapia para fortalecimento do assoalho pélvico está indicada para quase todos os casos, de acordo com a avaliação médica. Auxilia tanto na incontinência e dor local, quando na autoestima da paciente (quando mulher).

Dentre os medicamentos mais estudados e indicados, a primeira escolha no Brasil, é a amitriptilina, na dose inicial de 50 a 75 mg por dia. Outros medicamentos parecem bastante promissores, porém necessitam de mais estudos, como a cimetidina e o hidroxizine, em pacientes alérgicos.

Nos Estados Unidos, o último consenso indica a medicação Pentosan polissulfato (PPS), como grande aquisição no conjunto do tratamento, porém ainda não está disponibilizada no Brasil.

Durante o tratamento da síndrome da bexiga dolorosa, podem ser indicados exercícios físicos, pois liberam substâncias que aumentam a sensação de prazer e bem-estar e aliviam a dor.

Leia também: Cistite intersticial tem cura? Com é o tratamento?

Dieta

Na esmagadora maioria dos casos, os sintomas pioram após o consumo de determinados alimentos, como frutas cítricas, bananas, tomates, nozes, castanhas, amendoim, soja, ovos, frutos do mar, peixes, comidas apimentadas, adoçantes artificiais, vitamina C e produtos derivados do trigo.

Esses alimentos poder provocar reações alérgicas em todo o organismo, inclusive na bexiga, com presença de dor e outros sintomas que indicam irritação local.

Além desses alimentos, pessoas com síndrome da bexiga dolorosa devem evitar alimentos muito condimentados, molhos e temperos industrializados, café e bebidas alcoólicas.

Contudo cabe a cada pessoa identificar o que piora os sintomas e eliminar da dieta durante 7 dias. Se houver melhora do quadro, o alimento pode ser novamente introduzido na alimentação gradualmente, sempre observando o retorno ou a ausência dos sintomas.

Embora a síndrome da bexiga dolorosa não seja uma doença grave, o seu tratamento é complexo. O objetivo é melhorar os sintomas, sobretudo a dor, e melhorar a qualidade de vida da pessoa.

O médico urologista ou ginecologista, é o especialista responsável pelo tratamento da síndrome da bexiga dolorosa.

Saiba mais em:

Quais as causas da síndrome da bexiga dolorosa?

Cistite intersticial tem cura? Com é o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Cistite intersticial não tem cura. Trata-se de uma doença inflamatória crônica da bexiga, com causas desconhecidas. Entretanto, os tratamentos atuais melhoram consideravelmente os sintomas.

Como é o tratamento de cistite intersticial?

O tratamento é difícil e complexo, definido de acordo com cada caso, e compreende:

  • Uso de medicamentos;
  • Mudanças comportamentais e alimentares;
  • Fisioterapia;
  • Cirurgia, mais raramente pode ser indicada.

Sendo o principal objetivo do tratamento, controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da pessoa.

Medicamentos

As medicações podem ser administradas por via oral ou aplicadas diretamente na bexiga.

Dentre os medicamentos utilizados para tratar a cistite intersticial, o mais prescrito no Brasil é a amitriptilina, um antidepressivo usado para controlar a dor, com resultados bastante satisfatórios. Outros medicamentos via oral são: anti-histamínicos, ciclosporina e Pentosan polissulfato.

Dentre os medicamentos indicados por via intravesical, ou seja, aplicados diretamente na bexiga, com objetivo de reconstituição da parede interna, estão: Pentosan polissulfato, toxina botulínica (botox) e Ácido hialurônico.

Mudança comportamental e alimentar

As atividades físicas estão sempre recomendadas porque além de liberar substâncias que aumentam a sensação de prazer e bem-estar, também atuam no alívio da dor. Assim como os exercícios de fortalecimento e relaxamento para os músculos do assoalho pélvico.

O controle alimentar é o cuidado de maior importância no tratamento, pois na grande maioria dos casos de cistite intersticial, os sintomas se agravam ou são precipitados pela ingestão de determinados alimentos e bebidas. O recomendado é que a pessoa identifique e exclua os alimentos que acredite ter influência na crise, por uma semana. Após esse período, os mesmos podem ser reintroduzidos gradualmente, observando sempre o retorno ou a ausência dos sintomas.

Veja também: tratamento para síndrome da bexiga dolorosa

Fisioterapia

Na fisioterapia existem diversas técnicas capazes de auxiliar no tratamento da síndrome, entre elas algumas parecem apresentar melhores resultados, como a reeducação vesical.

Reeducação vesical

Na reeducação da bexiga, os intervalos entre as micções devem ser iguais e programados, para não se chegar ao ponto de sentir vontade urgente de urinar. Ao longo das semanas, os intervalos entre as micções podem ser aumentados gradativamente.

Cirurgia

A cirurgia é raramente indicada, apenas para os casos em que os demais tratamentos não obtiveram resultado. As técnicas mais utilizadas são Hidrodistensão, Derivação urinária, Neuromodulação sacral e a Cistoplastia.

A hidrodistensão consiste em encher a bexiga com soro para além do seu limite de armazenamento, provocando uma distensão excessiva nas suas paredes.

A derivação urinária é uma técnica e que o fluxo de urina é desviado, no intuito de poupar a parede da bexiga, mesmo que temporariamente.

Na neuromodulação sacral é implantado um eletrodo diretamente nos nervos envolvidos no controle das funções da bexiga. O eletrodo é conectado a um gerador, assim como o marcapasso cardíaco. Os estímulos gerados por esse eletrodo alteram a sensibilidade da bexiga, reduzindo os sintomas em até 60% dos pacientes.

E a cistoplastia é uma cirurgia plástica, ou restauração da bexiga.

No entanto, nem todos os casos respondem de forma positiva aos tratamentos conhecidos para esta situação.

O médico urologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da cistite intersticial.

Saiba mais em: Cistite intersticial: Quais as causas e complicações?

Quais as causas da síndrome da bexiga dolorosa?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A síndrome da bexiga dolorosa é uma doença inflamatória de causa desconhecida, que se caracteriza por dor na região da pelve (baixo ventre) no momento em que a bexiga se enche de urina, além de causar vontade constante de urinar.

Alguns fatores parecem estar relacionados, porém ainda não existe um consenso sobre o assunto. Fatores alérgicos, imunológicos, genéticos e psicológicos estão relacionados ao início dos sintomas.

Uma vez que boa parte das pessoas com síndrome da bexiga dolorosa são portadoras de alergias, e/ou doenças auto imunes como a artrite reumatoide, hipotireoidismo, diabetes, lúpus e síndrome do intestino irritável, sugere uma causa também de origem imunológica.

Existem ainda fatores genéticos que podem estar envolvidos no desenvolvimento da doença, apesar dos mecanismos serem conhecidos apenas em parte.

Embora a causa da síndrome da bexiga dolorosa seja desconhecida, acredita-se que no início ocorra uma agressão na mucosa que recobre a bexiga, lesionando o tecido mais superficial conhecido como urotélio. A mucosa lesionada deixa de oferecer proteção contra a deposição de bactérias e cristais que estão na urina, o que resultaria na dor intensa.

Trata-se de uma doença que ocorre em até 11% da população em geral, sendo as mulheres as mais afetadas, representando até 90% dos casos. Por isso deve-se estar atento a esse diagnóstico.

Diagnóstico

Não existe um exame ou teste laboratorial específico para diagnosticar a síndrome da bexiga dolorosa.

O exame urodinâmico pode ajudar a detectar a doença, mas não é específico para diagnosticar a síndrome. Outro exame, a cistoscopia, permite visualizar o interior da bexiga, assim como a endoscopia o estômago.

Em pessoas com a síndrome da bexiga dolorosa costumam estar presentes úlceras e pequenos pontos que indicam sangramentos. Tais achados são observados tanto em pessoas que manifestam sinais e sintomas, como naquelas que não manifestam.

A biópsia também não é capaz de diagnosticar a síndrome, mas pode ser indicada para descartar outras doenças.

Portanto, o diagnóstico dependerá da experiência da equipe médica, história clínica, exame físico e exames complementares, essencialmente para excluir outras causas.

O médico urologista é o especialista responsável pelo diagnóstico da síndrome.

Saiba mais em:

Cistite intersticial: Quais as causas e complicações?

Qual o tratamento para síndrome da bexiga dolorosa?

Cistite intersticial: Quais as causas e complicações?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As causas da cistite intersticial não são totalmente conhecidas, citamos algumas possíveis causas em estudo:

  • Idiopática (sem causa conhecida)
  • Alérgica
  • Secundária a doenças crônicas
  • Hábitos alimentares e Sedentarismo

Acredita-se que a origem da doença esteja em danos provocados na membrana que recobre a bexiga internamente. As lesões na mucosa deixariam a parede da bexiga exposta a substâncias e toxinas presentes na urina, causando a cistite.

A causa específica desses danos vem sendo estudada, porém ainda sem resposta. Na maioria das vezes é mesmo definida como Idiopática, ou seja, causa desconhecida.

Entretanto, visto que uma das medicações com melhores resultados para casos de cistite intersticial são os anti-histamínicos, pesquisas apontam para uma associação com origem alérgica.

Algumas doenças crônicas também parecem estar relacionadas ao desenvolvimento de cistite intersticial, como doenças autoimunes, síndrome do intestino irritável, fibromialgia, transtorno de ansiedade, além de fatores hereditários.

Outro mecanismo associado às crises de cistite intersticial, são os hábitos alimentares e sedentarismo, embora ainda não exista um consenso para essa teoria, a prática de atividade física regular e as orientações alimentares são um dos pilares no tratamento para esta doença, com bons resultados na prática clínica.

A cistite intersticial é uma doença inflamatória crônica da bexiga que se caracteriza por dor no baixo ventre sempre que a bexiga se enche. A dor normalmente alivia após a micção, embora possa persistir em alguns casos.

A cistite intersticial ou síndrome da bexiga dolorosa, como também é conhecida, é muito mais comum nas mulheres, com meia idade, embora possam acometer também os homens.

Uma vez que não existe um exame específico capaz de diagnosticar a cistite intersticial e os seus sintomas são semelhantes aos de outras doenças, nem sempre é fácil detectá-la, por isso o diagnóstico é realizado após excluir todas as possíveis causas, o que chamamos de diagnóstico de exclusão.

Alguns exames que auxiliam na exclusão e diagnóstico são a cistoscopia, que permite observar o interior da bexiga, e o estudo urodinâmico, que avalia a capacidade de armazenamento e a pressão interna da bexiga.

Leia também: Quais as causas da síndrome da bexiga dolorosa?

Complicações

Sem tratamento adequado, a cistite intersticial provoca na maioria das pessoas:

  • Dor crônica
  • Diminuição da capacidade de armazenamento da bexiga
  • Evidente prejuízo na qualidade de vida
  • Transtornos emocionais (como ansiedade e depressão).

Saiba mais em:

Cistite intersticial tem cura? Com é o tratamento?