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Endocardite Infecciosa: sintomas, complicações e como tratar
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Os sinais e sintomas da endocardite infecciosa podem variar conforme a gravidade da infecção. Dentre os mais comuns estão: febre, dor torácica, perda de peso, presença de sangue na urina, variações nos batimentos cardíacos, calafrios, suores noturnos, falta de ar, dores musculares e articulares, cansaço, tosse persistente, entre outros.

Contudo, de todos os sintomas da endocardite infecciosa, talvez o mais característico seja o aparecimento de manchas dolosas próximas às pontas dos dedos das mãos e dos pés. Essas manchas costumam ser vermelhas e manifestam-se sob a forma de nódulos, que se chamam nódulos de Osler.

Outras manifestações também incluem o aparecimento de pontinhos ou manchas avermelhadas em outras partes do corpo, como conjuntiva (parte branca do olho) e mucosas, as petéquias.

Os sinais e sintomas da endocardite bacteriana podem se manifestar aos poucos ou subitamente.

Complicações da Endocardite Infecciosa

A endocardite infecciosa pode gerar complicações que podem ser potencialmente fatais, como embolia, abscesso e insuficiência cardíaca congestiva.

Quase metade dos pacientes com endocardite infecciosa podem ter embolia. A complicação ocorre quando o coágulo infectado desprende-se da válvula e desloca-se para os pulmões, cérebro, rins, baço e artérias coronárias.

Ao chegar a esses órgãos, o coágulo causa infecção nos mesmos, originando a sepse (infecção generalizada). O coração nesses casos também costuma ser afetado. Porém, depois de começar o tratamento com antibióticos, o risco de embolia reduz significativamente.

O abscesso surge na válvula ou prótese valvar e pode precisar ser removido cirurgicamente, já que o poder de penetração dos medicamentos nesses abscessos é baixo.

Quando a endocardite infecciosa danifica ou destrói a válvula cardíaca, pode haver insuficiência cardíaca. Se não funcionarem adequadamente, as válvulas não permitem que o coração bombeie o sangue de forma eficaz.

A endocardite pode causar ainda outras complicações, como arritmia, danos em outros órgãos, acidente vascular cerebral (AVC), aumento de baço, entre outras.

Tratamento da Endocardite Infecciosa

O tratamento da endocardite infecciosa é feito através da administração de medicamentos antibióticos diretamente na veia. O tempo de duração do tratamento varia de 4 a 6 semanas.

Nos casos em que a endocardite infecciosa danifica ou destrói a válvula cardíaca, pode ser necessário repará-la ou substituí-la por uma artificial através de cirurgia.

O tratamento da endocardite infecciosa é complexo, pois o poder de penetração dos antibióticos na infecção dentro do coração é bastante reduzido, o que explica a duração prolongada da antibioticoterapia.

O diagnóstico da endocardite infecciosa é feito por meio de exames de sangue e imagem, principalmente o ecocardiograma. Através da ecocardiografia, o médico pode ver o interior do coração e detectar a presença da vegetação.

Outros exames que podem ajudar a detectar a doença são o eletrocardiograma, a radiografia, a tomografia computorizada e a ressonância magnética.

Vale lembrar a importância de tratar outras fontes de infecção e inflamação em outras partes do corpo, para prevenir que os agentes infecciosos cheguem à corrente sanguínea e se alojem no coração.

Saiba mais em: Quais as causas da endocardite infecciosa?

Quais as causas da endocardite infecciosa?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A endocardite infecciosa tem como causa, a presença de micro-organismos no sangue e lesões no interior do coração (endocárdio), sobretudo nas válvulas cardíacas.

Essas lesões são provocadas pela turbulência do fluxo sanguíneo, decorrente do mau funcionamento da válvula ou doenças cardíacas.

Endocardite infecciosa

A endocardite infecciosa é uma infecção que acomete o interior do coração (endocárdio) e as suas estruturas, sobretudo as válvulas cardíacas. Antigamente conhecida por endocardite bacteriana, hoje recebe nova nomenclatura, porque apesar de ser causada na maioria das vezes por bactérias, também pode ser desencadeada por fungos, especialmente Mycoplasma, Chlamydiae e Rickettsiae.

Os micro-organismos se alojam nas lesões e começam a se proliferar, formando um coágulo infeccioso denominado vegetação, que caracteriza a endocardite.

Os agentes infecciosos chegam à corrente sanguínea através de infecções, inflamações e diversas outras condições que servem de porta de entrada para as bactérias no organismo.

Fatores de risco

Os fatores de risco que podem favorecer o aparecimento da endocardite infecciosa incluem:

  • Uso de válvulas cardíacas artificiais,
  • Malformações e doenças cardíacas,
  • Febre reumática,
  • Episódios prévios de endocardite,
  • Administração de medicamentos por via endovenosa,
  • Uso de desfibrilador implantado ou marcapasso,
  • Partilha de agulhas e seringas,
  • Presença de cáries e outros processos inflamatórios e infecciosos bucais, entre outros.

Por isso é tão importante tratar as infecções desde o início e manter o tratamento até ao fim. Processos infecciosos e inflamatórios prolongados que não são tratados, ou o tratamento é interrompido precocemente, podem favorecer a penetração de micróbios na corrente sanguínea e desencadear a endocardite.

O tratamento da endocardite bacteriana é feito através da administração de medicamentos antibióticos por via endovenosa. Casos mais graves podem necessitar de cirurgia.

Saiba mais em: Endocardite infecciosa: Quais os sintomas, complicações e como tratar?

10 sintomas de endocardite
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas da endocardite variam de acordo com o tipo e a gravidade da doença.

Na forma aguda da endocardite os sintomas surgem rapidamente e são mais intensos, e na forma subaguda, os sintomas acontecem gradativamente.

Entretanto, podemos dizer que os sintomas mais comuns, em ambas as formas são a febre, sudorese noturna e dor no peito.

1. Febre e calafrios

A febre é o sintoma mais comum. Na endocardite aguda a febre é alta e pode ultrapassar os 39,4°C. Na endocardite subaguda a febre costuma ser mais branda, em torno de 37,2 °C a 38,3 °C e intermitente (febre que vai e volta). Em ambos os casos, a febre costuma aparecer ao fim da tarde ou durante a noite.

2. Sudorese noturna

A sudorese noturna é a presença de um suor exagerado que acontece durante o sono e ocorre por várias noites seguidas. É um sinal da presença de bactérias no sangue (bacteremia).

3. Dor no peito, tosse persistente

A dor no peito é um outro sintoma bastante comum na endocardite. Pode vir acompanhado de tosse persistente, que começa sem um motivo aparente e não passa com facilidade.

4. Falta de ar

Na endocardite, a sensação de dor no peito e a tosse podem vir acompanhadas de sensação de "falta de ar". Apesar de não parecer e nem alterar as medidas de oxigênio no sangue, a pessoa sente dificuldade de encher o peito de ar, sente a sua respiração restrita.

5. Fraqueza

Pessoas com endocardite podem apresentar sensação de fraqueza excessiva mesmo quando fazem pequenos esforços. Tarefas simples do dia a dia são capazes de provocar cansaço e desconforto.

6. Perda de peso

Em muitos pacientes a endocardite provoca a perda de peso e falta de apetite devido, especialmente, à infecção por bactérias

7. Dor nos músculos e articulações

É um sintoma comum da endocardite provocada por bactérias e ocorre devido a uma resposta do organismo à infecção.

8. Sopro no coração

O sopro cardíaco é uma alteração que causa o surgimento de um som adicional durante os batimentos cardíacos, como se fosse mesmo um sopro. Este som é produzido quando a corrente sanguínea passa pelas estruturas do coração com essa doença.

A percepção do sopro só pode ser identificada pelo exame físico do paciente, com o uso de um estetoscópio.

9. Manchas e nódulos

A endocardite infecciosa pode causar manchas (manchas de Roth) nos olhos e nas retinas. Estas manchas têm uma forma oval com o centro esbranquiçado e bordas avermelhadas, que indicam hemorragia.

Pequenas manchas avermelhadas ou arroxeadas (petéquias), muito semelhante às sardas, podem aparecer na pele e na parte branca dos olhos.

Os nódulos de Osler, nódulos macios e dolorosos que se formam nas pontas dos dedos das mãos e dos pés, embora não sejam tão comuns quanto outros sinais, quando aparecem em um quadro de febre a esclarecer, dor no peito e falta de ar, sugere fortemente a endocardite.

10. Hemorragias embaixo das unhas

As hemorragias que aparecem sob as unhas (hemorragias subungueais ou hemorragia em estilhaços) são pequenas estrias avermelhadas localizadas nos dedos das mãos e dos pés. Ocorrem com frequência em pacientes com endocardite, especialmente nos idosos.

O que é endocardite?

A endocardite infecciosa é uma inflamação na membrana que reveste a parte interna do coração (endocárdio) e nas válvulas cardíacas. A endocardite pode ser causada por bactérias ou por outros germes, como vírus e fungos. Quando a inflamação é causada por bactérias, chamamos de endocardite bacteriana.

O germe se aloja dentro do coração e se multiplica formando um coágulo "infeccioso" que recebe o nome de vegetação, característica da endocardite.

O que devo fazer e como é feito o tratamento?

A endocardite é uma doença grave, por isso, se apresentar sintomas que suspeite desta doença, procure imediatamente um atendimento para avaliação e tratamento.

O paciente deve ser internado para a administração de antibióticos pela veia, hidratação venosa e monitorização. A duração deste tratamento dura em torno de 4 a 6 semanas, dependendo da resposta clínica e melhora dos exames de sangue.

O objetivo principal do tratamento da endocardite é evitar lesões nas válvulas cardíacas e possíveis complicações da doença como:

  • Sepse (infecção generalizada);
  • Insuficiência cardíaca (doença que impede o coração de bombear adequadamente o sangue);
  • Embolia (quando um coágulo infectado se desprende da válvula do coração e vai, pela corrente sanguínea para os pulmões, cérebro ou artérias coronárias) e
  • Abscesso (formação de coleção de pus).

Nos casos mais graves em que os fungos ou as bactérias presentes no coração causam danos às válvulas cardíacas, pode ser preciso uma cirurgia para corrigir o dano e melhorar a função do coração.

Referências:

American Heart Association. Infective endocarditis.