As principais diferenças entre esquizofrenia e transtorno bipolar são:
Características | Esquizofrenia | Transtorno Bipolar |
Início do quadro | Mais lento (insidioso) | Mais rápido (súbito) |
Delírio | "Mania de perseguição", não influenciada pelo humor | "Mania de grandeza", muito influenciado pelo humor |
Alucinação | Comum | Menos comum |
Sintoma negativo | Comum | Não apresenta |
Déficit cognitivo | Comum | Menos comum |
Disfunção social | Comum | Menos comum |
Tratamento medicamentoso | Antipsicóticos de 1ª e 2ª geração | Estabilizadores de humor e antipsicóticos de 2ª geração |
A maior diferença entre esquizofrenia e transtorno bipolar é que os pacientes com transtorno bipolar apresentam uma melhor evolução, com eliminação total dos sintomas e retorno às suas atividades diárias entre uma crise e outra, enquanto que a esquizofrenia mantém os seus sintomas residuais, mesmo entre as crises.
Os esquizofrênicos são caracterizados sobretudo por sintomas negativos, como perda de interesse, desmotivação, apatia e dificuldades de se socializar e relacionar.
Porém, com a chegada dos primeiros antipsicóticos nos anos 50, as diferenças entre esquizofrenia e transtorno bipolar diminuíram bastante, ao ponto dos casos de ambas as doenças serem confundidas uma com a outra.
A resposta aos medicamentos passou então a influenciar o diagnóstico psiquiátrico, com tendência para diagnosticar como bipolar o paciente que melhor responder e se recuperar com o tratamento.
A crise aguda de um paciente com transtorno bipolar pode ser parecida com o surto psicótico de uma pessoa com esquizofrenia, principalmente se houver também delírios e alucinações, o que torna difícil diferenciar uma doença da outra nessa fase, ficando porém mais fácil após a crise.
Em geral, o paciente bipolar tem uma melhor recuperação e volta às suas atividades mais rápido que o esquizofrênico, sem apresentar também os sintomas negativos característicos da esquizofrenia.
Os sintomas cognitivos são também menos afetados nos casos de transtorno bipolar do que nos de esquizofrenia.
Apesar dos sintomas de humor (depressão, euforia, exaltação, raiva, irritabilidade) serem frequentes na esquizofrenia, eles são a principal alteração causada pelo transtorno bipolar.
São essas variações de humor que levam às crises de depressão ou mania e que explicam os principais problemas de comportamento, delírios e alucinações dos pacientes bipolares.
Já o esquizofrênico, apesar do humor influenciar o seu comportamento, ele não é o causador dos seus principais sintomas.
Isso é facilmente verificado no final da crise, quando os pacientes bipolares melhoram com a estabilização do humor enquanto que os esquizofrênicos continuam com delírios, alucinações e sintomas negativos, mesmo tendo um humor aparentemente melhor.
O médico psiquiatra é o responsável por diferenciar e diagnosticar a esquizofrenia e o transtorno bipolar, bem como conduzir o tratamento.
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As diferenças entre esquizofrenia e depressão são bastante significativas. Apesar de muitas vezes o paciente esquizofrênico apresentar também depressão, esta última em geral se instala após o aparecimento da esquizofrenia.
Embora a apatia e a falta de motivação se manifestem na esquizofrenia e na depressão, existem outros sinais e sintomas que podem facilmente diferenciar uma doença da outra.
Características da EsquizofreniaA esquizofrenia é um transtorno mental que provoca crises de psicose caracterizadas por delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento amplamente desorganizado ou catatônico, negativismo, alterações da afetividade (indiferença, falta de expressão afetiva) e perda de motivação.
O esquizofrênico também pode apresentar dificuldade de concentração, alterações na coordenação motora, desconfiança excessiva e indiferença.
As alucinações são sobretudo auditivas e caracterizam-se pela sensação de ouvir vozes que não são reais. Os delírios geralmente se manifestam pela sensação de perseguição devido a situações irreais.
O discurso do esquizofrênico é desorganizado e os comportamentos são inadequados, com falas e atitudes sem sentido ou lógica. Também apresentam mudanças de humor sem razão aparente, manifestando alegria ou tristeza.
Outro sintoma da esquizofrenia é a dificuldade de memória, organização e entendimento em relação a assuntos, ideias e pormenores.
No trabalho, os esquizofrênicos normalmente têm dificuldade de relacionamentos, podendo apresentar ainda dificuldade nos estudos ou nas relações familiares.
Os sintomas da esquizofrenia tendem a se manifestar entre a adolescência e a idade adulta, até mais ou menos os 30 anos de idade. O indivíduo começa a apresentar mudanças de comportamento e nos relacionamentos sociais e interpessoais.
A causa da esquizofrenia está relacionada com fatores genéticos, ambientais e psicológicos.
A doença geralmente evolui em episódios agudos onde surgem vários destes sintomas, sobretudo delírios e alucinações. As crises são intercaladas por períodos de remissão, com poucos sintomas manifestos.
Características da DepressãoA depressão, um outro transtorno mental, caracteriza-se por uma tristeza profunda, duradoura e muito forte que o paciente não consegue vencer.
Os seus principais sintomas são: tristeza profunda e duradoura, falta de interesse ou prazer em atividades que se gosta de fazer, sensação de vazio, falta de energia, apatia, desânimo, falta de vontade de desempenhar tarefas, falta de esperança, pensamentos negativos, pessimismo e autodesvalorização.
A depressão ainda pode causar dificuldade de concentração, sono irregular, perda de apetite, ansiedade, dor de cabeça e desconfortos estomacais.
Casos mais graves de depressão podem levar também a ideias de morte e tentativas de suicídio. A depressão geralmente é recorrente, ou seja, o paciente tem episódios de depressão de tempos em tempos.
Porém, pacientes com depressão não apresentam alucinações e delírios, como frequentemente ocorre com os esquizofrênicos, a menos que tenham um outro transtorno mental.
Uma pessoa com esquizofrenia pode desenvolver uma depressão, mas esses dois transtornos diferem e devem ser tratados e diagnosticados separadamente pelo médico de família ou psiquiatra.
Os sintomas da esquizofrenia podem incluir delírios, alucinações, falta de vontade e de sentimentos, desorganização do pensamento, do discurso e do comportamento.
Os sintomas da esquizofrenia variam de pessoa para pessoa e geralmente aparecem na passagem da adolescência para a idade adulta, até os 30 anos aproximadamente, levando a uma mudança no comportamento e no relacionamento social da pessoa.
- Alucinações: as alucinações dos esquizofrênicos são principalmente auditivas e ocorrem quando a pessoa tem sensações ou ouve uma ou mais vozes que não são reais.
- Delírios: os delírios ocorrem quando a pessoa acredita que alguma situação irreal está acontecendo, podendo sentir-se perseguida e acuada.
- Desorganização do discurso: a desorganização do discurso é um sintoma marcante da esquizofrenia. Ocorre quando o que a pessoa diz não tem sentido ou lógica.
- Inadequação do comportamento: a inadequação do comportamento é um sintoma marcante da esquizofrenia. Ocorre quando a pessoa faz coisas que não tem sentido ou lógica.
- Dificuldade de concentração
- Alterações na coordenação motora
- Excesso de desconfiança
- Apatia: falta de interesse
- Ambivalência: sentimentos opostos em determinadas situações
- Dificuldade para memorizar: memorizar, organizar e entender assuntos, ideias e detalhes
- Dificuldade em se relacionar: no trabalho, nos estudos ou em casa
- Alterações incompreensíveis de humor: como alegria ou tristeza sem explicação
A esquizofrenia é um distúrbio psicótico causado possivelmente por uma predisposição genética estimulada por fatores psicológicos, ambientais ou biológicos.
Trata-se de um transtorno mental em que o paciente tem crises de psicose. Durante os episódios esquizofrênicos, o indivíduo tem delírios, alucinações e outros sintomas citados anteriormente.
Durante a sua evolução, a esquizofrenia manifesta crises agudas em que podem estar presentes vários sinais e sintomas, mas principalmente os delírios e as alucinações.
É importante que o psiquiatra faça o diagnóstico da esquizofrenia, uma vez que os seus sintomas podem ser confundidos com os presentes em outros distúrbios, como uso ou abstinência de drogas, presença de doenças cerebrais, transtornos do desenvolvimento (autismo), sintomas de mania ou depressão e doenças endócrinas.
A esquizofrenia não tem cura mas tem tratamento, que deve ser feito com base na integração da psicoterapia com o uso de medicamentos e de apoio social. Os antipsicóticos de segunda geração são os medicamentos mais usados no tratamento da esquizofrenia, porque causam menos efeitos colaterais ao paciente, facilitando a sua adesão ao tratamento. O uso de medicações e psicoterapia podem proporcionar uma vida produtiva para a pessoa com esquizofrenia.
A esquizofrenia é um distúrbio psicótico que surge, geralmente, no decorrer da adolescência até os 30 anos de idade, aproximadamente. Sua causa é possivelmente genética, desencadeada por estímulos que podem ser psicológicos, ambientais ou biológicos.
Leia também: Diferenças entre Esquizofrenia e Transtorno Bipolar; Diferenças entre Esquizofrenia e Depressão
A manutenção do tratamento com os medicamentos é muito importante para evitar as recaídas e eventuais surtos. A psicoterapia pode auxiliar tanto a pessoa com esquizofrenia como os seus familiares a enfrentarem o problema e a desenvolverem estratégias para integrá-la socialmente em atividades educacionais ou profissionais facilitando e contribuindo para a sua melhora.
O psiquiatra, o psicólogo e outros profissionais da saúde podem ajudar no tratamento da pessoa com esquizofrenia.