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Como eliminar gordura no fígado?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O excesso de gordura no fígado é denominado Esteatose Hepática, ou doença hepática gordurosa (DHG). Para eliminar essa gordura é preciso identificar o que está causando esse acúmulo no fígado.

As causas mais comuns são a obesidade, diabetes, colesterol aumentado e hipertensão arterial. O consumo excessivo de álcool e outra doenças crônicas como o hipotireoidismo e a síndrome dos ovários policísticos, também são causas frequentes.

Portanto, o tratamento para esteatose hepática consiste em:

  • Iniciar dieta adequada (orientada por nutricionista ou nutrólogo);
  • Prática de exercícios físicos regularmente;
  • Mudança de hábitos e vida e
  • Tratamento das doenças responsáveis por esse acúmulo de gordura.

Vale lembrar que o uso de bebida alcoólica é totalmente contraindicado para portadores de esteatose hepática. Seja qual for a causa, o álcool prejudica ainda mais a função do fígado, aumentando o risco de complicações da doença, que pode evoluir para cirrose e/ou câncer hepático.

O médico hepatologista é o responsável pela avaliação, tratamento e acompanhamento das doenças no fígado.

4 passos que você pode começar imediatamente

A dieta deve ser orientada por um nutricionista, atendendo às necessidades específicas para cada pessoa.

Contudo, antes mesmo da avaliação nutricional, para obter um bom resultado, você deve iniciar o tratamento seguindo os 3 passos descritos abaixo:

1. Dieta para reduzir a gordura no fígado

Prefira como fonte de carboidratos: Alimentos integrais, como farelos, pães, biscoitos, leguminosas, devido a maior quantidade de fibras solúveis. As fibras solúveis são fundamentais no tratamento da esteatose hepática, porque tem a capacidade de se unir à glicose e aos lipídeos presentes no bolo alimentar, dificultando a sua absorção;

Inclua legumes e verduras: Em todas as refeições inclua ao menos uma porção de legumes e verduras (principalmente os folhosos como alface, rúcula, agrião, espinafre, brócolis e couve flor);

Consuma mais leguminosas: Como feijão, ervilhas, grão de bico, lentilhas e soja;

Aumente o consumo de frutas diariamente: Optando por frutas com menor quantidade de açúcar, como abacaxi, maçã e frutas vermelhas;

Leite e derivados devem ser desnatados e ou com o menor teor de gordura possível. Os queijos ricota e cottage são os mais aconselhados;

Evite doces e alimentos ricos em açúcar, reduzindo assim os níveis de triglicerídeos no sangue, o que pode agravar ainda mais a esteatose hepática;

Evite gordura e frituras. Procure preparar os alimentos no forno ou grelhados.

2. Prática de atividades físicas

A recomendação de atividades físicas, com bons resultados, devem ser de no mínimo 30 minutos por dia, pelo menos 5 vezes na semana. A escolha do exercício é uma escolha pessoal, mas que deve levar em conta uma avaliação profissional, para adequar a melhor opção caso a caso.

O mais importante é que seja um atividade prazerosa, aumentando as chances de uma boa adesão e boa resposta.

A perda de 3 a 5% do peso corporal em 6 meses, melhora consideravelmente os casos de esteatose leve a moderada. Para um caso mais grave, esse valor deve ser de 10% ou mais.

3. Mudança de hábitos de vida

Os principais motivos de acúmulo de gordura, estão intimamente relacionados aos hábitos de vida. Por isso é fundamental uma reavaliação e mudanças no que considera ruim, ou no que for solicitado pela equipe médica.

O tabagismo, sedentarismo e consumo de bebidas alcoólicas são extremamente desaconselháveis, assim como a alimentação gordurosa.

As doenças crônicas devem ser devidamente acompanhadas pelo médico da família, ou clínico geral, para que não chegue a uma complicação grave como a esteatose, por uso inadequado das medicações do dia a dia.

4. Tratamento das doenças responsáveis por esse acúmulo de gordura

Enquanto a doença de base não for tratada, o acúmulo de gordura poderá retornar, ou até não se modificar embora todas as outras medidas estejam sendo praticadas. Por isso passo deve ser procurar um médico clínico geral ou hepatologista para dar início ao tratamento da causa desse problema.

Tratamento de gordura no fígado

O tratamento definitivo da gordura no fígado, inclui além das medidas alimentares e de estilo de vida saudável, o tratamento da doença de base, ou seja, o que causou esse acúmulo de gordura nas células do fígado.

As causas mais comuns são: Obesidade, colesterol aumentado, diabetes e hipertensão arterial. Existem ainda as doenças e síndromes onde a esteatose hepática faz parte dos sinais e sintomas encontrados (hepatite C, hipotireoidismo, síndrome dos ovários policísticos e síndrome da apneia do sono) e o uso crônico de medicamentos (amiodarona®, tamoxifeno®, corticosteroide®, estrogênio® e esteroides anabolizantes).

Para cada caso existe um tratamento específico que será determinado pelo médico hepatologista ou médico da família que o acompanha.

Obesidade

Essa é a causa mais comum para o acúmulo de gordura no fígado, é preciso iniciar as medidas gerais, com dieta orientada e prática de exercícios, além da avaliação de medicamentos e cirurgia bariátrica. Opções que cabe ao médico endocrinologista junto com o cirurgião avaliar.

A medida de IMC (índices de massa corpórea), fatores de risco e condições de saúde do paciente, são os elementos que direcionam esse tratamento.

Colesterol aumentado

Para o controle do colesterol, além das medidas dietéticas e mudanças de hábitos, podem ser prescritos medicamentos que auxiliam nessa redução. A estatina® é a medicação mais utilizada para esse fim.

Diabetes mellitus

A diabetes é uma doença que apesar de não ter cura, tem tratamentos cada vez mais avançados, com a vantagem de bons resultados e menos efeitos colaterais. Pode ser tratada inicialmente apenas com dieta e atividades físicas, e nos casos mais avançados ou mais resistentes, com medicamentos hipoglicemiantes (metformina®, forxiga®, galvus®, entre outros) ou Insulina®.

Sendo assim, o principal é manter o acompanhamento regular com médico endocrinologista e usar a medicação de forma correta.

Hipertensão arterial

A hipertensão arterial também é uma doença crônica, que exige que o tratamento seja seguido rigorosamente, com uso do medicamento todos os dias, sem esquecimento, e acompanhamento médico, para evitar oscilação da pressão e complicações por esse motivo.

Saiba mais no link: Qual o tratamento e prevenção para hipertensão arterial?

Hepatites virais

As hepatites são infecções virais que acometem as células do fígado, causando danos e substituindo por gordura. O tratamento depende do tipo de vírus e gravidade, devendo ser avaliado pelo médico hepatologista, caso a caso.

A hepatite B e C são as mais associadas à esteatose hepática.

Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é uma doença autoimune, onde a produção dos hormônios da tireoide é deficiente. O tratamento consiste em repor esses hormônios através de medicamentos orais. O controle das taxas hormonais resolve por completo o acúmulo da gordura, quando for esse o motivo da doença. O médico endocrinologista é o responsável por esse tratamento.

Síndrome dos ovários policísticos (SOP)

A SOP é um distúrbio hormonal, aonde uma dos principais sintomas é a obesidade, por isso, a presença da esteatose hepática não é incomum. O tratamento é baseado em controle e equilíbrio hormonal com anticoncepcionais, e tratamento dos sintomas que aparecem.

O médico ginecologista é o responsável pelo diagnóstico, tratamento e acompanhamento da síndrome.

Síndrome da apneia do sono

Os transtornos do sono, como a apneia do sono (pausas na respiração durante o sono), é mais uma situação que cursa com o acúmulo de gordura no corpo, e pode ser curado com o tratamento adequado. Nos casos mais leves, a dieta, prática de atividades físicas e alguns ajustes de posicionamento e higiene do sono resolvem o problema. Outros casos podem precisar de um aparelho para auxiliar na respiração enquanto dormem, o CPAP (pressão positiva contínua das vias aéreas).

O médico especialista no sono (neurologista, otorrinolaringologista ou pneumologista) saberão definir a melhor orientação para cada caso.

Saiba mais no link: Apneia do sono tem cura? Qual o tratamento?

Uso de medicamentos (amiodarona®, tamoxifeno®, corticosteroide®, estrogênio® e esteroides anabolizantes)

Se for observado o uso de medicamentos como possíveis causadores da esteatose, deverá ser discutido com o médico que o prescreve, a possibilidade de troca da medicação ou ajuste de doses. Claro que dependerá do que vem tratando, dos riscos e benefícios dessa mudança.

Cabe aos médicos decidirem a opção mais acertada.

Existe algum remédio para gordura no fígado?

Sim, existem alguns remédios indicados, principalmente em casos mais avançados de gordura no fígado, porém sem um consenso bem definido pelos médicos especialistas.

Vitamina E

A vitamina E, é um dos medicamentos propostos por grupos de médicos especialistas, mas apenas para pacientes com a doença confirmada por biópsia ( exame que nem sempre é necessário). No entanto, existem efeitos colaterais indesejados, além disso, não há evidências para essa recomendação em pacientes diabéticos ou cirróticos.

Pioglitazona®

A pioglitazona®, outra medicação que pode ser usada para tratar esteatose associada a hepatite, com comprovação por biópsia. O seu uso está associado a melhora da inflamação e queda das taxas das enzimas produzidas no fígado. Entretanto, também não foi testada para pacientes com diabetes, portanto, a segurança e eficácia a longo prazo para o uso nesses pacientes não está estabelecida, não sendo indicada.

Outros hipoglicemiantes como a Metformina® tem resultados controversos, por isso seu uso é discutível.

Estatinas®

Já as estatinas® podem ser consideradas como uma boa opção de tratamento, principalmente para aqueles com níveis de colesterol aumentado, com objetivo de reduzir os riscos de doenças cardiovasculares.

Ômega 3

Alguns trabalhos mostraram benefícios do ômega 3 nos casos de esteatose, mas não de suas complicações, como a esteato-hepatite.

O uso de medicamentos prebióticos, probióticos e suplementos ainda não apresentam dados científicos que suportem a sua recomendação no tratamento da esteatose.

Cuidado com os remédios caseiros

O melhor tratamento caseiro é mesmo o aumento da ingesta de água e seguir as orientações alimentares de um profissional dessa área, o nutricionista.

Especialistas comprovam que o uso de produtos "naturais" vem crescendo em larga escala, devido a crença de que sendo naturais não teriam efeitos colaterais, entretanto, já foram comprovados diversos casos de hepatite medicamentosa pelo uso de chás e ervas medicinais.

Portanto, recomendamos que não faça uso de nenhum produto, mesmo que pareça inofensivo, antes de informar e ser esclarecido pelo médico de família ou hepatologista.

Como eliminar a gordura no fígado de maneira rápida?

Para acelerar o tratamento, uma forma é informar ao profissional do esporte que o acompanha, de que teve esse diagnóstico. Sabendo da esteatose hepática, o profissional poderá planejar um treino mais direcionado para aumento de perda calórica, de forma segura e adequada para cada pessoa.

Outra maneira é consultar um médico nutrologista, que poderá acrescentar um tratamento específico, medicamentoso, para o seu caso.

Vale ressaltar, que a esteatose hepática se não tratada de maneira correta, pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado. Doenças graves, potencialmente fatais.

Por isso, se recebeu esse diagnóstico, comece o quanto antes o seu tratamento, siga rigorosamente as orientações do seu médico e nutricionista, para evitar prejuízos irreparáveis na sua saúde.

Cisto no fígado pode virar câncer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O risco de um cisto no fígado virar câncer é baixo, já que a grande maioria dos cistos hepáticos é benigna e não apresenta riscos de transformação maligna. Contudo, alguns tipos de cistos, como o cistoadenoma, pode evoluir para câncer em alguns casos.

Os cistoadenomas são considerados tumores pré-cancerígenos, com potencial para se transformarem em tumores malignos conhecidos como cistoadenocarcinomas. Felizmente, os adenomas representam apenas 5% dos cistos hepáticos. 

As pessoas com mais chances de terem um adenoma são as mulheres que tomam pílula anticoncepcional há mais de 5 anos. Homens que fazem uso de anabolizantes também têm maior probabilidade de desenvolver cistoadenoma no fígado.

Além das chances de malignização, esse tipo de cisto hepático pode causar sangramentos e infecções. 

Nos exames de imagem, as principais características que levantam suspeitas de que o cisto no fígado é, ou pode virar câncer são as suas marges irregulares, a forma ovalada e a presença de septações e calcificações no interior do tumor. É assim que tipicamente se apresentam os cistoadenomas (cistos pré-cancerígenos) e os adenocarcinomas (tumores malignos).

Por isso, o tratamento para os adenomas consiste na sua remoção cirúrgica. A cirurgia deve ser realizada tão logo o cisto seja diagnosticado. A ecografia é o primeiro exame mais usado para diagnosticar o tipo de tumor.

Porém, em alguns casos, pode ser necessário fazer tomografia computadorizada, ressonância magnética, cintilografia e exames de sangue para determinar com precisão se o cisto hepático é câncer ou pode originar a doença.

Contudo, para a grande maioria dos cistos no fígado, que são tumores benignos, muitas vezes o tratamento não é necessário. A cirurgia é indicada nos casos em que o cisto cresce muito e comprime outros órgãos que estão ao seu redor, como o estômago e a vesícula, ou ainda quando causa sangramentos.

Em geral, os cistos hepáticos não manifestam sintomas, exceto nos casos de cistos grandes que podem comprimir órgãos e estruturas próximas. Ainda assim, essas situações são raras e poucas vezes observadas.

O hepatologista é o especialista indicado para diagnosticar e tratar, quando necessário, os cistos hepáticos.

É verdade que a hepatite A é combatida à base de doces?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não. A hepatite A tem como tratamento cuidados e orientações básicas.

Trata-se de uma doença causada pela contaminação do vírus da hepatite A (VHA), através de água ou alimentos contaminados, por isso acomete com maior frequência crianças e adolescentes, além de pessoas que moram em ambientes com saneamento básico precário. Esse vírus se aloja no fígado, aonde gera a intensa reação inflamatória e consequentemente seus sintomas.

O tratamento dessa infecção é praticamente repouso, alimentação balanceada, muito liquido (exceção de bebidas alcoólicas), e evitar medicamentos que sobrecarreguem ainda mais o fígado, como o paracetamol.

Não existe um medicamento específico para o tratamento da hepatite A, mas com certeza não há estudos científicos que sugiram o uso de doces para este tratamento.

Em caso de dúvidas ou mais esclarecimentos o médico clinico geral, medico da família ou gastroenterologista podem ajudar. Agende uma consulta médica.

Saiba mais sobre o assunto em:

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Qual é o tratamento para hepatite B?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento para hepatite B depende do estágio da doença. Para a hepatite aguda, o tratamento tem como objetivo apenas aliviar os sintomas. Na fase crônica, a hepatite B é tratada com medicamentos específicos para combater a multiplicação do vírus, diminuir os danos ao fígado e prevenir a evolução da cirrose e do câncer hepático.

Hepatite B aguda

O tratamento da hepatite B aguda inclui:

  • Cuidados gerais, como evitar o consumo de bebidas alcoólicas e medicação sem prescrição médica;
  • Aumentar a ingesta de água;
  • Alimentação saudável;
  • Repouso relativo, diminuir atividade física.

Os sintomas nessa fase estão presentes na minoria dos casos e podem incluir febre, fadiga, dores abdominais, náuseas, vômitos, escurecimento da urina, dores articulares e icterícia (pele e olhos amarelados).

Embora a maioria das pessoas com Hepatite B recupere-se da doença sem complicações, há casos raros em que o quadro evolui para hepatite fulminante, que pode levar à morte.

O tratamento para esses pacientes deve ser internado em setor de terapia intensiva, para controle rigoroso de sais e líquidos corporais, batimentos cardíacos, respiração, prevenção de hemorragias e, quando necessário, transplante de fígado.

Hepatite B crônica

O tratamento da hepatite B na fase crônica se baseia no uso de medicamentos que servirão para conter a replicação viral e a inflamação hepática, prevenindo ou reduzindo o risco de evoluir para um quadro mais grave como cirrose ou câncer de fígado.

Como prevenir a Hepatite B?

Para prevenir a hepatite B, basta tomar a vacina, usar preservativo em todas as relações sexuais e nunca compartilhar agulhas, seringas, materiais de manicure e pedicure ou qualquer objeto perfurante ou cortante.

A vacina contra hepatite B é disponibilizada gratuitamente nas Unidades de Saúde do SUS (Sistema Único de Saúde).

Saiba mais em:

Hepatite B tem cura? Se tem, qual o tratamento?

Existe vacina para a hepatite b?

Quais são os sintomas da hepatite B?

Como pode ocorrer a transmissão da hepatite B?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A transmissão da Hepatite B ocorre através do sangue, esperma e leite materno, já que é neles que o vírus HBV está presente. Assim, a hepatite B pode pode ser transmitida através de relações sexuais sem preservativo, durante a gravidez, amamentação ou parto, partilha de seringas ou agulhas, contado direto com o sangue ou objetos contaminados (agulhas, materiais de manicure, piercing e tatuagens), entre outras formas.

Para prevenir-se e evitar a transmissão da hepatite B, deve-se tomar a vacina contra a doença, usar camisinha em qualquer forma de contato sexual e não compartilhar materiais de manicure, pedicure, piercing e tatuagens, lâminas de barbear ou depilar, seringas, agulhas, entre outros objetos cortantes e perfurantes.

Na fase aguda, a hepatite B pode ser assintomática ou causar sintomas como febre, cansaço, dores abdominais, náuseas, vômitos, escurecimento da urina, dores articulares e icterícia (pele e olhos amarelados).

Em alguns casos mais raros, a doença pode evoluir para hepatite fulminante e provocar sangramentos, confusão mental, sonolência e dificuldade para respirar.

Quando não tratada, a hepatite B torna-se crônica e não costuma apresentar sinais e sintomas. Contudo, quando presentes, têm origem na insuficiência e cirrose hepática, podendo se manifestar por icterícia, acúmulo de líquido no abdômen, inchaço nos membros inferiores, aumento de tamanho do baço e confusão mental.

A vacina contra hepatite B é eficaz e está disponível gratuitamente nas Unidades de Saúde do SUS (Sistema Único de Saúde).

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Esteatose hepática grau 2 posso consumir cerveja?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O ideal é que não. A esteatose hepática, que corresponde ao acúmulo de gordura no fígado pode ser de origem alcoólica ou de origem não alcoólica, a base do tratamento de ambas as formas de esteatose é a adoção de uma dieta equilibrada, com restrição de gordura e carboidratos e a cessação do uso de álcool, por isso no seu caso não consumir álcool faz parte do tratamento da esteatose hepática.

O que é a esteatose hepática?

A esteatose hepática, também conhecida como gordura no fígado ou fígado gordo, é o processo de acumulo de gordura nas células do fígado, que a longo prazo se não tratada pode evoluir para um processo inflamatório do fígado, levando a esteato-hepatite e, em casos mais graves e prolongados leva a cirrose hepática.

Existem dois tipos de esteatose hepática, o mais prevalente é aquele relacionado a doença hepática gordurosa não-alcoólica, o segundo tipo está relacionado a doença hepática gordurosa alcoólica, ou seja, é originado diretamente pelo uso abusivo de álcool.

A doença hepática gordurosa não-alcoólica apresenta diferentes fatores de risco que contribuem para o seu aparecimento, os principais são:

  • Obesidade,
  • Diabetes,
  • Dislipidemia (aumento de colesterol e/u triglicérides)
  • Hipertensão arterial
  • Uso de medicamentos, como amiodarona, corticosteroides, estrógenos, tamoxifeno
  • Uso de esteroides anabolizantes

Algumas doenças também estão relacionadas a esteatose hepática como: Hepatite C, síndrome dos ovários policísticos, hipotiroidismo, hipogonadismo, lipodistrofia, entre outras.

A esteatose hepática tem tratamento?

A esteatose hepática tem tratamento e é perfeitamente reversível se forem adotadas medidas de mudança de estilo de vida principalmente no que se refere a dieta, realização de atividade física e controle de doenças associadas, por exemplo, é essencial manter o controle do diabetes, da dislipidemia e da hipertensão arterial. Em algumas situações o uso de medicamentos pode ajudar no tratamento da esteatose hepática.

Consulte o médico que solicitou o exame para maiores esclarecimentos.

Quais os sintomas da cirrose?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

Os sintomas da cirrose podem ser muito variados. Há pacientes que não apresentam sintomas, especialmente nos estágios iniciais da doença, assim como pacientes que necessitam de transplante hepático, pois o fígado perdeu grande parte de sua função.

Há sintomas decorrentes da perda de função do fígado, como:

  • Surgimento de pequenos vasos no tórax,
  • Aumento das mamas,
  • Perda de pelos,
  • Maior chance de sangramentos,
  • Pele amarelada (icterícia),
  • Alterações do nível de consciência e
  • Aumento do volume abdominal (ascite).

Outros sintomas podem ocorrer pelo aumento de pressão nos vasos do abdome, como aumento do baço, vasos visíveis no abdome (similares a varizes) e varizes no esôfago, podendo levar a vômitos com sangue ou fezes mal cheirosas e escuras.

Na presença de quaisquer desses sintomas, deve ser consultado médico gastroenterologista ou hepatologista, ou mesmo pronto atendimento.

Quem teve hepatite pode doar sangue?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Quem teve hepatite após os 11 anos de idade não pode doar sangue.

A portaria nº 1.353 de 2011 do Ministério da Saúde indica as principais causas de inaptidão definitiva e temporária para a doação de sangue. A hepatite viral após os 11 anos de idade está na lista de inaptidão definitiva.

A exceção é feita nos casos de infecção aguda de Hepatite A, que deve ser comprovada com exames de sangue e avaliação do médico do serviço de hemoterapia.

Nos demais casos de hepatite após  os 11 anos de idade a pessoa fica impedida de doar sangue definitivamente.

Quem tem Hepatite B pode beber bebida alcoólica?
Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

Hepatite B é causada por um vírus e não por bebida alcoólica, claro que quem toma bebidas alcoólicas e tem hepatite B está correndo um sério risco de dano no fígado.

A transmissão é feita por meio do sangue contaminado (transfusão, agulhas e seringas, tatuagem entre outros) e relação sexual.

A hepatite B crônica pode ter tratamento, mas não é efetivo para todos os pacientes.

Hepatite A tem cura?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Hepatite A tem cura, embora não haja um tratamento específico para a doença. Recomenda-se repouso, abstinência de álcool durante e pelo menos 3 meses após o fim da doença e medicamentos para aliviar dores de cabeça, enjoos e febre, quando necessário. Deve-se evitar medicamentos contendo Paracetamol para não sobrecarregar o fígado.

Normalmente, a pessoa que adquiriu hepatite A cura-se espontaneamente em cerca de 1 a 2 meses, com boa recuperação em casa, não necessitando de internamento hospitalar. Quando há sintomas, estes costumam ser leves. A hepatite A não evolui para doença crônica e raramente torna-se grave ao ponto de necessitar de transplante de fígado. Existe, contudo, vacina para a hepatite A.

A transmissão da hepatite A dá-se pela via fecal-oral, ou seja, de uma pessoa infectada para outra saudável ou através de alimentos ou água contaminada. Boas práticas de higiene como lavar as mãos com água e sabão, beber água filtrada, lavar verduras e frutas antes de comer são as formas de prevenir a doença.

Qual é o tratamento para Hepatite C?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O tratamento da hepatite C é baseado em medicamentos específicos para combater o vírus e orientações gerais, seja para a forma aguda ou crônica. Atualmente, com a chegada de novos medicamentos, a taxa de cura pode chegar a 90%. Os medicamentos utilizados são:

  • Antivirais de ação direta (AAD), como Daclatasvir; Simeprevir; Sofosbuvir;
  • Ribavirina;
  • Interferon;
  • Associação entre as medicações.

Os novos medicamentos, AAD, agem diretamente no vírus, interrompendo a sua multiplicação até a eliminação completa no sangue. Eles oferecem vantagens comparados aos antigos, pela posologia mais prática, já que apresentam formulações orais e subcutâneas; além disso, o tempo de tratamento é mais curto, entre 8 e 24 semanas apenas e com menos efeitos adversos.

Entretanto a escolha de qual medicamento para cada caso deve ser avaliado pela equipe médica, de acordo com as características da pessoa e estágio da doença.

Vale lembrar também, que não são todos os casos de Hepatite C que recebem indicação de tratamento medicamentoso imediatamente, a necessidade terapêutica irá depender de exames específicos, como biópsia do fígado e exames de biologia molecular.

O que o portador de hepatite C não deve comer?

Não existem restrições dietéticas ou de atividade física para os pacientes com hepatite C crônica. Devem ser evitados apenas o uso de medicamentos que possam sobrecarregar o fígado e cessar o consumo de álcool, porque podem agravar o curso clínico da doença.

É fundamental que os pacientes informem de todo e qualquer medicamento que esteja em uso ou que seja prescrito, ao seu médico hepatologista, antes de iniciar.

Importante também, que esses pacientes sejam bem esclarecidos quanto às possíveis vias de transmissão e o risco de contaminar outras pessoas.

E durante a gestação?

O tratamento da hepatite C durante a gestação está contraindicado devido aos efeitos teratogênicos das medicações e principalmente devido à ausência de estudos que garantam a segurança do tratamento.

Não é recomendada gestação até 24 semanas após a conclusão do tratamento, tanto para homens quanto para mulheres.

E para outras situações especiais, como a doença em crianças e adolescentes, pacientes portadores de doença renal crônica, transplantados, pacientes alérgicos as medicações apresentadas, o tratamento será discutido e avaliado caso a caso.

Campanha de tratamento do vírus da hepatite C

O Ministério da Saúde desenvolve uma campanha importante de divulgação da doença e recomendações, com o objetivo de erradicar a doença no Brasil até o ano de 2030. Para isso, é fundamental que a sociedade se mobilize e realize os testes quando indicado, para diagnosticar de forma precoce a doença, permitindo alcançar esse importante objetivo.

Vale lembrar que grande parte das pessoas com hepatite C não apresenta nenhum sintoma, porém, se não for diagnosticada e devidamente tratada, a doença pode trazer complicações irreversíveis para o fígado, como a cirrose hepática e câncer hepatocelular.

Saiba mais em: Quais são os sintomas da hepatite C?

O/A médico/a hepatologista é o/a especialista indicado/a para diagnosticar e tratar a hepatite C.

Tenho a pele amarela desde que nasci. Posso ter hepatite?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Pele amarelada (icterícia) é um dos sinais de hepatite, mas é muito pouco provável que você tenha a doença desde o nascimento.

Icterícia (pele amarela)

A icterícia é um sinal, provocado pelo acúmulo de bilirrubina indireta no sangue, que então se deposita na epiderme, parte branca dos olhos e mucosas, deixando a pele e os olhos amarelados.

A bilirrubina é uma substância de cor amarela, resultante do metabolismo da hemoglobina (substância que dá a cor vermelha aos glóbulos vermelhos do sangue). Normalmente a bilirrubina é "conjugada", transformada em bilirrubina direta, no fígado, em seguida é lançada no intestino, para finalmente ser excretada. Quando existe algum defeito nesse circuito, a concentração de bilirrubina "não-conjugada" (indireta) aumenta no sangue, causando a icterícia.

Causas de icterícia

Dentre as condições e doenças que podem deixar a pele amarelada estão:

  • Condição fisiológica pós-parto, ou amamentação (condição bastante comum e benigna, causada pela imaturidade do organismo do bebê),
  • Hepatites;
  • Cirrose hepática;
  • Hemocromatose (doença genética que provoca uma absorção excessiva do ferro presente na alimentação);
  • Síndrome de Gilbert (condição benigna, também genética, que provoca uma elevação nos níveis de bilirrubina);
  • Câncer de fígado;
  • Anemia falciforme;
  • Cálculos ou tumores biliares;
  • Câncer de pâncreas.

Para cada caso existe um tipo de tratamento. Nos casos de icterícia neonatal fisiológica, está indicado exposição solar ou fototerapia. Para a maioria das hepatites, geralmente é indicado hidratação e orientações médicas. Porém em casos de tumores e outros mais graves, podem ser indicados cirurgia ou transplante hepático.

Portanto o mais importante é diagnosticar o quanto antes para iniciar o tratamento precocemente.

Fototerapia

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Hepatites

A hepatite é uma inflamação no tecido hepático (fígado), causada por infecções virais, excesso de medicamentos ou substâncias ilícitas, ou ainda secundária a doenças crônicas.

Os sintomas podem variar bastante, existem casos leves, que não chegam a manifestar qualquer sintoma, outros apresentam mal-estar, náuseas, vômitos, febre baixa, dor abdominal e icterícia. Nos casos mais graves, pode chegar a quadro de confusão mental e coma.

Na fase crônica da hepatite B, por exemplo, a maioria das pessoas não manifesta sintomas. Quando estes estão presentes, são causados pela insuficiência e cirrose do fígado, o que leva ao quadro de icterícia, e ainda:

  • Líquido acumulado no abdômen (ascite);
  • Inchaço nos membros inferiores;
  • Baço aumentado;
  • Confusão mental.

A icterícia pode ter diversas causas, para sua correta investigação é preciso realizar exames laboratoriais específicos.

Caso apresente esse sinal, recomendamos agendar uma consulta com médico clínico geral, médico de família ou hepatologista, para avaliação e orientações adequadas.

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