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Qual o tratamento para a cirrose?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

A cirrose hepática é irreversível, sendo assim, o tratamento da cirrose tem o objetivo de diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O único tratamento para cirrose que é potencialmente curativo é o transplante hepático, que é recomendado para apenas alguns pacientes selecionados, pois não é isento de riscos potencialmente graves.

Há tratamentos específicos, dependendo da doença ou condição que levou a cirrose, por isso é importante a avaliação médica para determiná-los.

De maneira geral, é recomendado para todos os pacientes com cirrose: parar de ingerir álcool; dieta balanceada, com 1 a 2 gramas de proteína, por quilo, por dia, e pode ser necessário uso de suplementos vitamínicos e de aminoácidos. Além disso, pode ser necessário o uso de diuréticos e propranolol, para controle das complicações.

É fundamental o seguimento regular por médico gastroenterologista ou hepatologista para o tratamento adequado.

Retirar a vesícula pode causar problemas no fígado?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

A retirada da vesícula pode aumentar o risco de problemas no fígado, pois há um aumento na circulação hepática dos ácidos biliares.

As doenças hepáticas mais comuns após retirar a vesícula são:

  • Esteatose hepática (gordura no fígado) não-alcoólica;
  • Cirrose.

A esteatose hepática não-alcoólica pode ocorrer após a cirurgia devido ao acúmulo de gordura nas células do fígado. Isso pode causar inflamação do fígado, que pode evoluir para fibrose e cirrose. As pessoas com gordura no fígado podem se sentir cansadas ou com desconforto abdominal.

A cirrose ocorre quando o fígado é danificado de modo repetido e contínuo, causando cicatrizes que prejudicam o funcionamento hepático. Alguns sintomas são falta de apetite, cansaço, perda de peso e mal-estar generalizado.

Para evitar problemas no fígado após a retirada da vesícula, o mais importante é manter uma dieta adequada e fazer atividade física regular. Isso irá ajudar a controlar os níveis de gorduras e açúcar no sangue, além de ajudar a ficar com o peso certo.

Deve-se também ter cuidado com hábitos que podem aumentar o risco de desenvolver problemas hepáticos, como o consumo de álcool e o uso de medicamentos sem indicação médica.

Saiba mais sobre os problemas no fígado em:

Referências:

Housset C, Chrétien Y, Debray D, Chignard N. Functions of the Gallbladder. Compr Physiol. 2016; 6(3): 1549-77.

Lee TH. Cirrose Hepática. Manual MSD.

Tholey D. Fígado gorduroso (Esteatose hepática. Manual MSD.

Como se chama a análise para saber o estado do fígado?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem muitos exames para avaliar o funcionamento do fígado, tudo depende da indicação e suspeita diagnóstica do seu médico.

Contudo sabemos que alguns exames são comuns à maioria dos problemas hepáticos, um roteiro digamos básico de exames, mas não "inteiramente completo"para esse fim.

Exames para avaliar o fígado

Podemos citar como exames gerais para a avaliação da função hepática:

Coagulograma

O coagulograma é um importante exame para avaliar a função do fígado, pois esse órgão participa ativamente da produção de fatores de coagulação. O seu comprometimento aumenta os episódios de sangramento, como sangramento pelo nariz de maneira espontânea, ou sangramento gengival ao escovar os dentes.

Transaminases (TGO, TGP)

As transaminases, glutâmico-oxalacética (TGO) e glutâmico-pirúvica (TGP), são enzimas produzidas no fígado, responsáveis pela digestão de certas proteínas. Se houver deficiência dessas enzimas, acontece uma queda importante das proteínas, principalmente a albumina, prejudicando a formação de células e causando outros sinais e sintomas, como o edema generalizado e ascite, situações encontradas nos pacientes com cirrose.

Saiba mais em: O que é TGO e TGP?

Bilirrubina (direta, indireta e total)

A bilirrubina é a fração restante da metabolização das hemácias. Quando as hemácias envelhecem, são quebradas e metabolizadas, resultando em bilirrubina, dentro do baço. Porém o baço não é capaz de eliminá-la, sendo levada para o fígado.

Já o fígado armazena parte da bilirrubina na produção da bile, para promover a digestão de alimentos. É a bilirrubina quem dá a coloração esverdeada à bile.

Leia também: Para que serve o exame de bilirrubina no sangue?

Sorologias

Na suspeita de hepatites, devem ser solicitadas as sorologias para todos os vírus, A, B, C, D e E.

Saiba mais no link: Quais os sintomas da hepatite A?

Proteínas totais e frações

O exame de avaliação de proteínas totais e frações, corrobora para o diagnóstico de insuficiência hepática. Principalmente se detectado níveis muito baixos de albumina.

Exames de imagem

E por fim, porém não menos importante, os exames de imagem. A tomografia abdominal, ultrassonografia e ressonância magnética, são exames de imagem complementares, que auxiliam na definição do diagnóstico.

Os exames de imagem podem ainda auxiliar no direcionamento e maior especificidade de exames invasivos, como as biópsias guiadas por ultrassom.

Para que serve o fígado?

O fígado é um órgão de extrema importância para o organismo, que atua em quase todos os sistemas do corpo e desempenha muitas funções vitais para o organismo.

Dentre tantas funções, podemos citar como principais, a digestão de nutrientes, a produção de proteínas, fatores de coagulação, bile e glicose, através da gliconeogênese. O fígado é responsável também pela excreção de substâncias tóxicas ao organismo. Participa da metabolização e excreção de medicamentos, de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas. Ainda tem função de defesa pelas células de Kupffer.

Portanto, para cada suspeita médica, seja hepatite, cirrose, doenças hematológicas, neurológicas, entre outras, existem protocolos de exames a serem solicitados.

Na suspeita de um problema no fígado, procure um médico clínico geral, médico da família ou hepatologista.

Pode lhe interessar também: Fígado inchado: o que pode ser?

Existe vacina para a hepatite B?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, existe vacina para a hepatite B, que está inclusive disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde do SUS (Sistema Único de Saúde), para pessoas de todas as idades.

Geralmente, a primeira dose da vacina para hepatite B é dada ainda na maternidade, nas primeiras 12 horas após o nascimento, e a segunda dose no primeiro mês de vida. Depois, o bebê recebe a terceira dose aos 6 meses de idade. O intervalo entre a primeira e a segunda dose é de 30 dias e, da primeira para a terceira, de 180 dias.

Para as pessoas adultas que ainda não forma vacinadas também são dadas três doses de vacina. Nesse caso, a pessoa toma a segunda dose 30 dias depois da primeira, como os bebês, mas a terceira dose é administrada mais cedo, 6 meses após a primeira.

Em gestantes é essencial confirma se já foram vacinadas ou não, caso não tenham sido realiza-se a atualização vacinal durante o pré-natal.

A vacina contra a hepatite b é administrada sob a forma de injeção, normalmente aplicada na parte lateral da coxa ou no braço. É importante lembrar que a vacina só é eficaz para prevenir a hepatite B se a pessoa receber as 3 doses.

A vacinação é a forma mais eficaz de proteger a Hepatite B, doença transmitida por um vírus.

Procure o seu médico de família para mais esclarecimentos.

Saiba mais em:

Quais são os sintomas da hepatite B?

Qual é o tratamento para hepatite B?

Hepatite B tem cura? Se tem, qual o tratamento?

Tenho a pele amarela desde que nasci. Posso ter hepatite?

Como pode ocorrer a transmissão da hepatite B?

O que é cirrose hepática e quais as causas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Cirrose hepática é uma fibrose que ocorre no fígado, caracterizada por uma desorganização estrutural e vascular do órgão, que leva a morte de células e prejuízo nas suas funções.

Um fígado normal tem a superfície lisa, enquanto o fígado com cirrose apresenta nódulos e rigidez, devido a inflamação crônica.

Quais são as causas da cirrose?

Há diversas causas para a cirrose. Dentre as mais comuns estão o consumo excessivo de álcool e as hepatites B e C, infecções do fígado causadas por vírus.

A cirrose também pode ser causada por doenças do fígado relacionadas à obesidade, doença auto imune (cirrose biliar primária), hepatite autoimunes, doença de Wilson, entre outras.

Quais são os sintomas da cirrose?

Os sintomas da cirrose podem ser muito variados e são provocados pela perda das funções do fígado. Quando presentes, os sintomas incluem cansaço, falta de energia, falta de apetite, perda de peso, náuseas, dor abdominal, sangramentos, aparecimento de manchas negras na pele e aparecimento de pequenos vasos no tórax.

Quando a doença já está mais avançada outros sinais e sintomas podem surgir, como:

  • Icterícia (pele e olhos amarelados), ascite (aumento do volume abdominal);
  • Inchaço nos membros inferiores, presença de sangue nos vômitos ou nas fezes;
  • Descoloração das fezes, confusão mental, agressividade;
  • Infecções, alterações hormonais, crescimento das mamas nos homens, perda de pelos;
  • Coma.

A cirrose também pode evoluir para o câncer de fígado.

Qual é o tratamento para cirrose?

O tratamento da cirrose depende da sua causa. Contudo, a única forma de cura, é com o transplante hepático, embora seja recomendado apenas para casos selecionados, pois oferece riscos potencialmente graves.

Se a origem da doença for a hepatite C, são usados medicamentos para eliminar o vírus e impedir que a cirrose evolua, podendo em alguns casos regredir o quadro.

No caso da hepatite B, o tratamento é feito com medicamentos antivirais e moduladores do sistema imunológico. Já na hepatite autoimune, são usados corticoides.

Na suspeita de cirrose hepática, procure um médico gastroenterologista ou hepatologista.

Leia também:

Quais são os sintomas da hepatite B?

Quais são os sintomas da hepatite C?

Insuficiência hepática tem cura? Quais as possíveis complicações?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A insuficiência hepática aguda pode ter cura dependendo da causa, e da condição clínica do paciente. Pacientes com doença hepática prévia, ou muitas doenças associadas, tem uma chance menor de cura.

Entretanto, a regeneração do fígado em pacientes que desenvolvem insuficiência hepática aguda parece estar mais relacionada com a causa. Entre as causas mais comuns estão as hepatites virais e intoxicação por medicamentos, sendo o paracetamol o mais frequente.

Nos casos de hepatite tipo B, as chances de cura variam entre 40 a 50%, na tipo A, 50 a 70%. Nos casos de intoxicação por paracetamol, 50 a 55% apresentam melhora, porém, nos casos de intoxicação medicamentosa por anti-inflamatórios ou certos antibióticos, a chance de cura não ultrapassa os 25%.

Complicações da Insuficiência hepática

As complicações mais temidas e que reduzem as chance de cura do paciente são:

  • Edema cerebral (acúmulo de líquido ne cérebro)
  • Ascite (acúmulo de líquido na barriga)
  • Distúrbios da coagulação (sangramentos)
  • Insuficiência renal aguda
  • Predisposição à infecções (Pneumonia, Sepse)
  • Falência de múltiplos órgãos

O acúmulo de líquido no cérebro (edema cerebral), distúrbios na coagulação e a falência múltipla de órgãos são as principais causas de morte nos casos de insuficiência hepática.

Outras complicações

A hipoglicemia, que se caracteriza pela baixa concentração de açúcar (glicose) no sangue, pode estar presente numa quantidade significativa de casos de insuficiência hepática. Esta alteração está relacionada à deficiência de produção e liberação de glicose pelo fígado doente.

A bradicardia (frequência cardíaca baixa) e a hipotensão (pressão baixa), são complicações cardiovasculares também possíveis e temidas nesses pacientes.

O diagnóstico e tratamento da insuficiência hepática é da responsabilidade do/a médico/a hepatologista e cirurgião, quando houver necessidade de transplante hepático.

Saiba mais em:

Qual é o tratamento para insuficiência hepática?

Quais os sintomas da insuficiência hepática?

O que pode causar insuficiência hepática?