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Aveia prende ou solta o intestino?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A aveia ajuda a soltar o intestino, por ser um alimento rico em fibras. As fibras favorecem a passagem do bolo fecal pelo intestino, melhorando o trânsito intestinal e prevenindo a prisão de ventre. Porém, o consumo de aveia em flocos, farelo ou farinha deve se acompanhado por uma boa hidratação. Caso contrário, as fezes ficam secas e endurecidas e ocorre o efeito contrário, ou seja, o intestino fica “preso”.

Também é importante ressaltar que existem dois tipos de fibras: solúveis (dissolvem-se em água) e insolúveis (não se dissolvem em água). A aveia é uma excelente fonte de fibras solúveis, principalmente o farelo de aveia, que tem mais fibras que os grãos e muito mais que a farinha.

Apesar dessas fibras serem muito benéficas para a saúde, não são as mais indicadas para soltar o intestino. Para isso, são recomendadas as fibras insolúveis, presentes em alimentos como feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, arroz e pão integrais, farelo de trigo, verduras folhosas, brócolis, couve-flor, casca e bagaço de frutas.

As fibras insolúveis deixam as fezes mais macias (desde que haja uma boa ingestão de água), aumentam o volume das fezes, os movimentos intestinais e o número de evacuações. Por isso, os alimentos ricos nesse tipo de fibra são indicados em casos de prisão de ventre.

Quais são os benefícios da aveia?

A aveia é rica em fibras solúveis, sendo a principal delas o beta-glucano. Essas fibras formam uma espécie de gel no estômago, tornando o esvaziamento gástrico mais lento e prolongando assim a sensação de saciedade. Por isso, a aveia muitas vezes está incluída nas dietas para emagrecer.

O beta-glucano da aveia também reduz a absorção de gorduras, açúcar e toxinas cancerígenas pelo intestino. Assim, a aveia é indicada para auxiliar o controle do diabetes e do colesterol, além de ajudar a prevenir câncer de intestino.

As fibras da aveia também sofrem um processo de fermentação, que favorece o desenvolvimento de bactérias no intestino que são importantes para as defesas do organismo.

Portanto, o consumo de aveia pode trazer diversos benefícios à saúde. Mas para soltar o intestino, as fibras insolúveis, presentes em outros alimentos, são mais indicadas. Ainda assim, vale lembrar que a ingestão de aveia deve ser acompanhada por um consumo adequado de água para não causar prisão de ventre.

Diarreia após comer é normal na síndrome do intestino irritável?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, pessoas com síndrome do intestino irritável podem ter diarreia depois de comer. Indivíduos com essa síndrome podem alternar entre prisão de ventre e diarreia ou, na maioria das vezes, ter apenas uma ou outra condição.

Se a pessoa tiver síndrome do intestino irritável com diarreia, as fezes serão moles e aquosas. Nesses casos, há necessidade urgente de evacuar, o que pode ser difícil de controlar.

Indivíduos que têm a síndrome com constipação (prisão de ventre), apresentam dificuldade para defecar e evacuações menos frequentes. A pessoa pode precisar fazer força para evacuar e ter cólica intestinal. Muitas vezes, as fezes não são eliminadas ou sai apenas uma pequena quantidade.

Quais os sintomas da síndrome do intestino irritável?

Os principais sintomas da síndrome do intestino irritável incluem dor abdominal (cólica intestinal), gases, sensação de plenitude após comer (sensação incômoda de permanência de alimentos no estômago por tempo prolongado), falta de apetite, distensão abdominal, diarreia ou constipação (prisão de ventre).

Uma pessoa tem síndrome do intestino irritável quando os sintomas estão presentes por pelo menos 3 dias por mês, durante um período de 3 meses ou mais.

A dor e os outros sintomas geralmente diminuem ou desaparecem após a evacuação. Porém, os sintomas podem piorar se houver alterações na frequência das evacuações.

Os sintomas da síndrome podem piorar durante algumas semanas ou 1 mês e depois diminuir por algum tempo. Em outros casos, os sintomas estão presentes na maior parte do tempo.

Os sintomas da síndrome do intestino irritável diferem de uma pessoa para outra e podem ser leves ou graves. Contudo, na maioria dos casos, os sintomas são leves.

O que é a síndrome do intestino irritável?

A síndrome do intestino irritável é um distúrbio que causa dor no abdômen e alterações no funcionamento do intestino.

Quais as causas da síndrome do intestino irritável?

As causas da síndrome do intestino irritável não são totalmente conhecidas. Sabe-se que pode ocorrer após uma infecção intestinal bacteriana ou causada por parasitas. Até mesmo o estresse pode desencadear a síndrome.

O intestino recebe e envia informações ao cérebro através de hormônios e impulsos nervosos, que interferem no funcionamento intestinal e nos sintomas da síndrome. Durante os períodos de estresse, os nervos podem se tornar mais ativos, aumentando a sensibilidade e as contrações do intestino.

A síndrome do intestino irritável pode ocorrer em qualquer idade, mas geralmente começa na adolescência ou no início da idade adulta, sendo duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. Adultos com mais de 50 anos têm menos chances de desenvolver a síndrome.

Qual é o tratamento para a síndrome do intestino irritável?

O objetivo do tratamento da síndrome do intestino irritável é aliviar os sintomas. Mudanças no estilo de vida podem ser úteis em alguns casos. Por exemplo, praticar exercícios regularmente e melhorar a qualidade do sono podem reduzir a ansiedade e ajudar a aliviar os sintomas intestinais.

Mudanças na alimentação também podem ajudar, tais como:

  • Evitar alimentos e bebidas que estimulam o intestino, como bebidas com cafeína, chá ou à base de cola;
  • Reduzir a dose das refeições;
  • Aumentar o consumo de fibras (pode aliviar a constipação ou a diarreia, mas piora o inchaço abdominal).

No entanto, não há uma dieta específica indicada para a síndrome do intestino irritável, uma vez que a condição é diferente em cada pessoa.

Alguns medicamentos podem ser indicados, de acordo com cada caso. Dentre eles estão:

  • Medicamentos anticolinérgicos (diciclomina, propantelina, beladona, hiosciamina): devem ser tomados aproximadamente meia hora antes de comer para controlar os espasmos dos músculos intestinais;
  • Loperamida e alossetrona: indicados no tratamento da síndrome do intestino irritável com diarreia;
  • Eluxadolina, lubiprostona;
  • Bisacodil, linaclotídeo: indicados no tratamento da síndrome do intestino irritável com prisão de ventre;
  • Rifaximina (antibiótico).

Psicoterapia ou medicamentos para ansiedade ou depressão também pode ajudar a controlar os sintomas.

A síndrome do intestino irritável pode acompanhar a pessoa até o fim da vida. Em alguns casos, os sintomas são incapacitantes e reduzem a capacidade de trabalhar, viajar e participar de eventos sociais. Contudo, muitas vezes, os sintomas podem ser melhorados ou aliviados com o tratamento adequado.

Vale lembrar que a síndrome não causa danos permanentes no intestino e não há risco de causar doenças graves, como câncer.

O médico gastroenterologista é o especialista indicado para diagnosticar a síndrome do intestino irritável e prescrever o tratamento adequado.

Bebê de 1 ano que faz coco 4 vezes ao dia, é normal?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Se o bebê não tem outros sintomas, as fezes não mudaram e esse já é um padrão que ele vem apresentando no decorrer do tempo é normal sim.

É esperado que bebês e crianças tenham alguma variação no hábito intestinal, algumas crianças podem ter um maior número de evacuações do que outras, além disso, mudanças na alimentação e no estilo de vida, como a prática de atividade física também podem interferir no funcionamento do intestino.

No entanto, quando o número de evacuações muda e aparecem alguns sintomas os pais devem ficar mais atentos. Entre esses sintomas podemos destacar:

  • Dor abdominal
  • Vômitos
  • Sangramentos ou muco nas fezes
  • Distensão abdominal
  • Falta de apetite
  • Agitação, choro ou sonolência excessivos
  • Fezes líquidas
  • Fezes endurecidas 

Caso esses sintomas venham acompanhados da mudança de hábito intestinal vale consultar o médico de família ou o pediatra da criança para uma avaliação.

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