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Coceira na vagina pode ser candidíase?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, coceira na vagina pode ser candidíase, uma infecção vaginal causada pelo fungo Candida albicans. A candidíase pode causar coceira na vulva, coceira na entrada da vagina e coceira dentro da vagina.

Além de coceira vaginal, a candidíase pode causar o aparecimento de corrimento vaginal branco espesso e abundante, semelhante a requeijão, ardência nos grandes lábios e na vagina, dor durante a relação sexual, dor ao urinar, vermelhidão e inflamação da vulva (parte externa da vagina).

Como aliviar a coceira na vagina em caso de candidíase?

O tratamento da candidíase é realizado com pomada ginecológica para coceira, creme, comprimidos vaginais ou supositórios e comprimidos orais. Para aliviar a coceira e a ardência na vagina são usados remédios antifúngicos, como miconazol, clotrimazol, tioconazol e butoconazol.

A pomada ginecológica ou o remédio antifúngico podem precisar ser usados por até 7 dias. Se a mulher não tiver infecções repetitivas, pode ser indicado um medicamento de 1 dia, tomado em dose única.

Quando a coceira nas partes íntimas femininas e os outros sintomas são mais graves ou quando a mulher tem candidíase vaginal com frequência, pode ser necessário usar medicação por até 14 dias, além de pomada ginecológica com azol ou tomar comprimidos de fluconazol todas as semanas para prevenir novas infecções.

Além da candidíase, o que mais pode causar coceira na vagina?

A coceira na vagina também pode ser causada por certos distúrbios da pele ou infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Em casos raros, o prurido vaginal pode ser sintoma de câncer de vulva.

Coceira na vulva ou na entrada da vagina em, geral, tem como causas alergia ou irritação. Já uma coceira dentro da vagina pode ser sintoma de alguma infecção causada por fungos ou bactérias. Nesse caso, além da coceira, é comum haver corrimento vaginal e inchaço local.

Abaixo seguem as principais causas de coceira na vagina, na vulva ou na região ao redor da vagina.

1. Alergia

A exposição da vagina a produtos químicos irritantes pode causar coceira. Esses irritantes podem desencadear uma reação alérgica que cria uma erupção cutânea com coceira em várias áreas do corpo, incluindo a vagina.

A alergia pode ser causada por calcinha de nylon, sabonete, absorvente, perfume, desodorante, amaciante de roupa, sprays femininos, duchas, cremes, pomadas, papel higiênico perfumado, entre outros.

O uso de calcinhas de material sintético e o uso frequente de calça jeans, sobretudo nos dias mais quentes, podem irritar a vulva (parte externa da vagina), provocando coceira e aumentando as chances de candidíase.

O que fazer: quando a coceira na vagina é causada por alergia, é necessário identificar o que está provocando a reação alérgica e afastar o agente irritante para acabar com a coceira. Além disso, é importante usar calcinhas de algodão e evitar o uso de calças jeans apertadas.

2. Doenças da pele

Algumas doenças de pele, como eczema e psoríase, podem causar vermelhidão e coceira na região da vagina.

No eczema, surge uma erupção avermelhada com textura escamosa e que coça. A psoríase provoca o aparecimento de manchas vermelhas escamosas, sobretudo no couro cabeludo e nas articulações. Porém, às vezes, esses sintomas também podem ocorrer na vagina.

O que fazer: na maioria das vezes, o tratamento das doenças de pele que causam coceira na vagina é feito com pomadas e remédios aplicados diretamente no local. Em alguns casos, pode ser necessário tomar medicamentos por via oral.

3. Vaginose

Além de coceira na vagina, leva ao aparecimento de corrimento vaginal cinzento e normalmente com mau cheiro, dor durante as relações sexuais e ardência ao urinar.

A vaginose surge quando ocorre um desequilíbrio nas bactérias que compõem a flora vaginal ou no pH da vagina. É parecida com uma infecção vaginal causada por fungos, como a candidíase.

O que fazer: o tratamento da vaginose pode ser feito com medicamentos antibióticos orais ou pomada vaginal com antibiótico. A vaginose pode ser transmitida para o parceiro, por isso ele também pode precisar receber tratamento.

4. Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)

Além de coceira na vagina, as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), antes chamadas de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), podem causar dor, sensação de formigamento, queimação, aparecimento de corrimento com cheiro e feridas. Clamídia, herpes genital, tricomoníase e gonorreia estão entre as ISTs mais comuns.

O que fazer: o tratamento da infecção sexualmente transmissível depende da doença e da sua causa. Nas infecções causadas por vírus, são usados medicamentos antivirais específicos para a doença. Nas doenças causadas por bactérias e fungos são utilizados medicamentos antibióticos e antifúngicos, respectivamente.

5. Menopausa e alterações hormonais

A menopausa pode causar coceira na vagina devido à falta de lubrificação vaginal, provocada pela queda dos níveis do hormônio estrógeno.

Gravidez, pré-menopausa e uso de anticoncepcional hormonal também podem causar alterações hormonais que levam à secura vaginal, o pode causar coceira na vagina.

O que fazer: uma vez que a coceira na vagina nesse caso é causada pela falta de lubrificação, o uso de lubrificantes vaginais pode ajudar a aliviar a coceira. Se o prurido for muito intenso, pode ser indicada a aplicação de pomada vaginal de estriol.

6. Líquen escleroso

Causa coceira na vagina e o aparecimento de vários pontinhos brancos na pele. O líquen escleroso pode estar relacionado com alterações hormonais e imunidade baixa.

O que fazer: o objetivo do tratamento do líquen escleroso é aliviar os sintomas e acelerar a cicatrização. Se os sintomas forem leves, pode não ser necessário tratamento. O tratamento pode incluir:

  • Anti-histamínicos;
  • Medicamentos para acalmar o sistema imunológico (em casos graves);
  • Corticoides orais ou em pomadas para diminuir a inflamação e reduzir a resposta imune;
  • Injeções de corticoides na lesão;
  • Vitamina A em pomada ou comprimido;
  • Terapia com luz ultravioleta.
7. Líquens vulvares

Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões na vagina e não tem uma causa conhecida. Provoca coceira intensa na vagina e pode evoluir para câncer de vulva.

O que fazer: o tratamento da coceira na vagina causada por líquens vulgares geralmente é feito com pomada vaginal de corticoide. A pomada pode eliminar completamente os sintomas em mais de 70% dos casos.

A aplicação da pomada vaginal, em geral, é realizada duas vezes ao dia, por três meses, além de doses de manutenção posteriormente. Em alguns casos, pode ser necessário manter as doses de manutenção por até 10 anos.

8. Câncer de vulva

Em casos raros, a coceira na vagina pode ser um sintoma de câncer de vulva, que é a parte externa do órgão genital feminino. Inclui os lábios interno e externo da vagina, o clitóris e a abertura da vagina.

O câncer de vulva nem sempre causa sintomas. No entanto, quando os sintomas ocorrem, eles podem incluir coceira, sangramento anormal ou dor na região vulvar.

O que fazer: o tratamento do câncer de vulva normalmente é feito através de cirurgia para retirar o tumor. A radioterapia também pode ser indicada. O tratamento é feito por meio da aplicação de radiação no local para destruir as células cancerosas.

Quando procurar um médico em caso de coceira na vagina?

É importante consultar um médico ginecologista ou médico de família quando a coceira na vagina for intensa. A mulher também deve procurar o médico se a coceira persistir por mais de uma semana ou vier acompanhada de algum dos seguintes sintomas:

  • Feridas ou bolhas na vulva;
  • Dor ou sensibilidade na região genital;
  • Vermelhidão ou inchaço na vagina;
  • Dificuldade para urinar;
  • Corrimento vaginal;
  • Dor ou desconforto durante a relação sexual.

Em caso de coceira na vagina, na vulva ou em qualquer local das partes íntimas femininas, consulte um médico ginecologista ou médico de família para fazer uma avaliação e receber o tratamento adequado.

Vaginose bacteriana: como identificar e tratar?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade
O que é vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana é a causa mais comum de corrimento vaginal na mulher. Ela pode causar sintomas que incomodam o dia a dia da mulher e aumentar o risco de adquirir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Quais são os sintomas da vaginose bacteriana?

Os sintomas característicos de vaginose bacteriana são corrimento vaginal branco-cinzento com odor fétido parecido à “peixe podre”. Esse cheiro é mais percebido logo após a relação sexual.

Algumas mulheres podem ter também coceira vaginal. Além desses sintomas, a mulher pode ter, com menos frequência, vermelhidão, inchaço, dor ao urinar e dor durante as relações sexuais.

Mais de 50% dos casos de vaginose bacteriana podem não manifestar nenhum sintoma. Porém, quando os sintomas estão presentes são muito incômodos para a mulher.

Vaginose bacteriana ou Candidíase?

A vaginose bacteriana pode ser confundida com a candidíase. As duas podem ser desencadeadas por um desequilíbrio da flora vaginal. Em geral, na candidíase, os principais sintomas são:

  • coceira vaginal
  • corrimento branco e espesso

Na candidíase, não é comum o corrimento com cheiro forte que lembra peixe podre.

Além disso, o agente etiológico é diferente. Enquanto na vaginose bacteriana, a Gardnerella vaginalis é a bactéria que fica em maior evidência, na candidíase o desequilíbrio é causado pelo fungo Candida.

Por fim, o tratamento de cada uma também é diferenciado. Para realizar um tratamento efetivo da vaginose bacteriana, o tratamento pode incluir o uso de pomada vaginal com um tipo de antibiótico. No caso da candidíase, a pomada vaginal também é indicada, porém com outro tipo de antibiótico.

Por que posso estar com vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana ocorre quando há uma mudança no número e nos tipos de bactérias na vagina. Em geral, os lactobacilos são um tipo de bactérias encontradas habitualmente na vagina. Na vaginose bacteriana, a quantidade de lactobacilos é reduzida e há um desbalanceamento local da flora vaginal.

A real explicação ainda não foi detalhada, porém, na presença de alguns fatores pode haver maior propensão ao aparecimento dessa infecção:

  • múltiplos parceiros sexuais
  • realização frequente de duchas vaginais
  • nova parceria sexual
  • tabagismo

A vaginose bacteriana pode ser transmitida sexualmente, por brinquedos sexuais (sex toys), pelo contato da boca com a genitália e pelos dedos.

Qual é o tratamento para vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana precisa de tratamento adequado. Os medicamentos mais comumente usados são metronidazol e clindamicina. Eles podem ser usados em comprimido via oral ou em creme/pomada vaginal. A duração do tratamento pode variar entre 5 a 7 dias nos casos mais comuns. Quando a infecção é recorrente e acontece várias vezes ao ano, pode ser necessário aumentar o tempo de tratamento para até 14 dias.

Como esses medicamentos são antibióticos, é muito importante realizar o tratamento completo até o final dos dias recomendados pelo médico.

Como posso saber se estou com vaginose bacteriana?

O diagnóstico de vaginose bacteriana é feito com a história clínica da paciente e com o exame físico realizado pelo médico ou enfermeiro. Em alguns casos, pode ser necessário a realização de alguns testes para definir especificamente a causa.

De qualquer forma, na presença desses sintomas que incomodam, como o corrimento vaginal com mau cheiro, é importante procurar o serviço de saúde.

Vaginose bacteriana é perigoso?

A vaginose bacteriana propriamente não é prejudicial à saúde da mulher. Porém, ela pode ser associada a alguns problemas de saúde como:

  • aumento do risco de parto prematuro em mulheres gestantes
  • infecção do local cirúrgico em casos de abortamento ou histerectomia
  • aumento do risco de infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, clamídia, HIV/AIDS, herpes genital

O mais indicado é a utilização de preservativo durante todas as relações sexuais como forma de prevenção das infecções vaginais.

Quando procurar o serviço de saúde?

Pode ser difícil saber se o corrimento vaginal é causado pela vaginose bacteriana ou por outras infecções vaginais. Por isso, realizar uma consulta médica é importante na presença desses sintomas para diferenciar o agente etiológico e indicar o tratamento específico para seu caso.

Leia também:

Resultado do exame deu gardnerella: será que é vaginose?

Pomadas para feridas nas partes íntimas: qual devo usar?

Referências:

Febrasgo - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

Corrimento rosado, o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Corrimento rosado pode ser o sinal inicial de uma gravidez ou um corrimento habitual do ciclo menstrual. Quando há mau cheiro com o corrimento rosado, isso pode indicar uma infecção vaginal.

No caso de gravidez, quando ocorre a fecundação do óvulo, a mulher pode observar a presença de um leve corrimento rosa, sendo um corrimento vaginal normal apresentado pela mulher.

A cor rosada do corrimento é devida aos vestígios de sangue, resultado da entrada do espermatozoide no óvulo e do deslocamento do mesmo até o útero.

Esse corrimento pode aparecer poucos minutos depois da relação ou até 3 dias depois, visto que esse é o tempo que o espermatozoide permanece vivo no organismo feminino.

Corrimento rosado antes da menstruação

O aparecimento de uma pequena quantidade de corrimento rosado antes do período menstrual pode ser apenas um resultado de alterações hormonais que ocorrem durante o ciclo menstrual.

Durante a ovulação algumas mulheres também podem apresentar corrimento rosado acompanhado de dores ou desconforto na região dos ovários, de duração limitada. Estes sintomas são causados pela liberação do óvulo pelo ovário e melhoram espontaneamente.

Também é possível que o corrimento rosado possa vir acompanhado de cólicas menstruais, alguns dias antes de a mulher apresentar sangramento menstrual mais intenso. Ou seja, a menstruação começa gradativamente apenas com um pequeno corrimento rosado, depois sangue mais claro em pequena quantidade, até vir sangue em maior quantidade.

No início de uma gravidez, algumas mulheres podem apresentar um corrimento rosado, que aparece antes ou no dia previsto da menstruação. Se suspeitar que está grávida e a menstruação atrasar mais que 7 dias, é importante fazer um teste de gravidez.

Corrimento rosado depois da menstruação

Após a menstruação, algumas mulheres podem apresentar corrimento rosado. Nesses casos, a cor rosa do corrimento é devida à presença de restos de sangue que ficaram no útero e estão sendo expelidos.

Corrimento rosado na gravidez

Durante a gravidez, a presença de secreção vaginal rosa pode ocorrer durante ou após esforços físicos, ou relações sexuais. Em outros casos, o corrimento rosado na gestação pode indicar aborto.

No início da gravidez, a causa do corrimento rosado normalmente é o sangramento decorrente da fecundação do óvulo pelo espermatozoide e da implantação do óvulo no útero. Esse corrimento é normal e não é sinal de complicações. Pode durar de um a cerca de três dias.

No 1.º trimestre de gravidez, o útero fica muito sensível e está com um aumento considerável de fluxo sanguíneo. Por isso, alguns estímulos podem causar pequenas rupturas no útero, com rompimento de vasos sanguíneos, como esforço físico ou relação sexual, por exemplo. Nessas situações, também pode surgir um corrimento rosado durante ou depois da atividade.

No caso das relações sexuais, por exemplo, o corrimento rosado também pode ser provocado pela ruptura de vasos sanguíneos da vagina, que fica mais irrigada de sangue na gravidez e com um número maior de vasos sanguíneos.

Esses corrimentos rosados que surgem na gravidez são considerados normais e normalmente não indicam nada mais grave.

Mesmo assim, é importante estar atenta à cor do corrimento. Se a secreção apresentar uma coloração vermelho vivo, pode ser sinal de placenta prévia, descolamento de placenta, gravidez ectópica (gravidez fora do útero) ou aborto. Nessas situações, a gestante também costuma ter cólicas e deve-se procurar uma avaliação médica com urgência.

Corrimento rosado tomando anticoncepcional

Um corrimento rosado ou levemente amarronzado pode surgir durante o ciclo menstrual naquelas mulheres que apresentam escapes decorrentes do uso de algum tipo de anticoncepcional.

Os sangramentos de escape podem surgir em qualquer período do ciclo menstrual e podem ter duração de até uma semana. Nesses casos, trata-se de um efeito colateral normal do anticoncepcional.

A ocorrência de sangramentos de escape é mais comum no início do uso do anticoncepcional, quando o organismo da mulher ainda está se adaptando aos hormônios do medicamento. Porém, se os sangramentos persistirem por mais de 3 meses, é recomendado consultar o/a profissional de saúde.

Corrimento rosado com odor ou mau cheiro

O contato do corrimento com o material de absorventes ou tampões vaginais, que demoram muito a ser trocados, pode fazer com que haja a proliferação de bactérias ocasionando mau odor. Por isso, está recomendado trocar absorventes e tampões vaginais com frequência.

Também a higienização vaginal excessiva com uso de duchas vacinas ou sabonetes perfumados, impróprios para a zona íntima, podem prejudicar a flora bacteriana normal da região genital e causar mau odor. O uso de roupa íntima com tecidos sintéticos impede a ventilação adequada da região e pode também favorecer o desenvolvimento de mau cheiro.

O corrimento rosado com odor forte também pode indicar alguma infecção associada, como a vaginose bacteriana causada pela bactéria Gardnerella vaginalis. O tratamento da infecção pode ser realizado com cremes vaginais ou antibióticos.

Mais raramente a presença de corrimento róseo avermelhado com mau odor importante também pode estar relacionado a câncer de colo de útero. O exame de rastreio de câncer de colo deve ser efetuado com a periodicidade recomendada pelo seu médico, de modo a prevenir o câncer e sintomas como este.

Corrimento rosado após a relação

A ocorrência de corrimento vaginal rosado também pode ser observada após as relações sexuais. Isso pode acontecer após relações sexuais mais intensas, se houver ruptura de vasos sanguíneos na vagina. Se não houver outros sinais e sintomas associados, é provável que não seja nada de grave.

Quando devo procurar um médico?

Apesar de o corrimento vaginal ser uma resposta fisiológica natural do corpo da mulher, ele também pode sinalizar alguma doença ou condição que precisa ser melhor avaliada.

O mais indicado é consultar o ginecologista, médico de família ou clínico geral sobre a ocorrência de um corrimento rosado, quando:

  • Corrimento apresentar mau odor;
  • Corrimento que causa coceira e prurido;
  • Corrimento persistente;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Dor intensa em baixo ventre;
  • Dor ou ardência para urinar;
  • Presença de febre.

Na presença de algum destes sintomas ou toda vez que sentir dúvidas ou estiver insegura sobre o seu corrimento procure um médico, para que as causas sejam apuradas e, se necessário, devidamente tratadas.

Conheça mais sobre esse assunto nos artigos a seguir:

Referências:

Bacterial vaginosis: Clinical manifestations and diagnosis. 2020. Uptodate.

Approach to females with symptoms of vaginitis. 2021. Uptodate.

Quais são os sintomas do HPV?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os sintomas do HPV são muito variados, já que existem centenas de tipos de HPV. A infecção pelo vírus pode se manifestar pela presença de verrugas na pele ou nos órgãos genitais, dificuldades respiratórias, dificuldades para engolir, entre outras manifestações.

Quando transmitido pela via sexual, normalmente surgem verrugas na cabeça do pênis (glande), na vagina, no ânus, no colo do útero, na boca ou na garganta, conforme a forma de contato sexual.

HPV na garganta Quais os sintomas do HPV no homem?

No homem, os sinais e sintomas são facilmente identificados pela presença lesões (verrugas) no próprio pênis ou na pele que recobre o órgão. Para identificar as lesões no ânus, é necessário fazer uma anuscopia, exame que permite ver o interior do ânus.

Veja também: Homem com HPV pode ter filhos?

Quais os sintomas do HPV na mulher?

Em mulheres, quando não há manifestação de sintomas, o diagnóstico do HPV pode ser realizado por meio de um exame das células do colo do útero e da vagina.

Porém, à medida que a doença evolui, podem surgir manifestações como dor, corrimento e sangramento vaginal. Nessa fase, é necessário realizar uma colposcopia para determinar o avanço da infecção no canal vaginal e no colo do útero.

Também pode lhe interessar o artigo: Quem tem HPV pode engravidar?

Como ocorre a transmissão do HPV?

A transmissão do HPV se dá por contato direto com pessoas contaminadas ou suas secreções, sendo a via sexual o principal meio de contágio. A mãe também pode transmitir o HPV para o bebê no momento do parto se estiver infectada. O risco do vírus ser transmitido também é maior se as verrugas estiverem visíveis.

Contudo, vale lembrar que, mesmo sem apresentar sintomas de infecção pelo HPV, a pessoa pode transmitir o vírus.

O tratamento das infecções pelo HPV vai depender da gravidade e localização das lesões. Pode incluir desde a remoção da lesão por cauterização elétrica ou medicações, ou ainda cirurgias e quimioterapia nos casos de câncer.

Em caso de sintomas de HPV, consulte o/a médico/a clínico geral ou médico/a de família para receber um diagnóstico e tratamento adequado.

Saiba mais em:

Referências:

FEBRASGO - Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.

O que é gardnerella e como se contrai?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Gardnerella vaginalis e Mobiluncus sp são bactérias que fazem parte da flora vaginal normal de até 80% das mulheres sexualmente ativas. A Gardnerella vaginalis, sozinha ou associada ao Mobiluncus sp, é uma das principais causas de vaginose bacteriana, um quadro que se caracteriza pelo desequilíbrio dessa flora, com um predomínio da G. vaginalis.

Na vaginite, há uma infecção dos tecidos vaginais com inchaço e vermelhidão na vagina, além de dor na relação sexual. Já na vaginose não existem lesões dos tecidos ou estas são muito discretas, sendo caracterizada somente pela quebra do equilíbrio microbiano normal da vagina.

A vaginose bacteriana é um tipo de infecção vaginal. A vagina normalmente contém bactérias “boas” conhecidas como lactobacilos, além de outros tipos de bactérias.. A vaginose bacteriana ocorre quando há maior proliferação de bactérias anaeróbicas, como a Gardnerella.

A gardnerella é sexualmente transmissível?

A gardnerella pode ser transmitida sexualmente, mas não é propriamente considerada uma doença sexualmente transmissível na mulher, já que esta bactéria faz parte da flora vaginal normal das mulheres em pequena quantidade.

Entretanto, no homem, a Gardnerella pode ser adquirida através de relações sexuais e embora raro pode causar uretrite e balanite (inflamação do prepúcio e da glande).

Quais as causas da vaginose por gardnerella?

Existem diversas condições que podem provocar um desequilíbrio da flora vaginal e aumentar o risco de vaginose bacteriana, tais como:

  • Tabagismo;
  • Duchas vaginais constantes;
  • Ter vários parceiros sexuais;
  • Baixa imunidade (diabetes, depressão, estresse, uso de antibióticos);
  • Infecções;
  • Gravidez.

A vaginose é mais comum em mulheres sexualmente ativas, mas também pode ocorrer em mulheres que não têm relações sexuais frequentes.

Quais os sintomas de vaginose por gardnerella?

A vaginose por gardnerella pode não apresentar sinais e sintomas. Quando ocorrem, eles caracterizam-se por:

  • Corrimento homogêneo branco acinzentado cremoso e às vezes com bolhas dispersas na sua superfície e odor desagradável;
  • Prurido (coceira) vaginal, embora seja pouco comum;
  • Ardência ao urinar;
  • Liberação de odor semelhante ao de peixe após a relação sexual, devido à presença do esperma (pH básico) no ambiente vaginal.

O diagnóstico da vaginose por gardnerella é feito através da análise do corrimento.

Qual é o tratamento para vaginose por gardnerella?

O tratamento da vaginose por gardnerella é feito com remédios antibióticos, administrados por via oral e sob a forma de pomada vaginal. Geralmente, não é necessário que o parceiro receba tratamento. Porém, se a mulher tiver uma parceira, ela também precisa realizar o tratamento.

Se tomar metronidazol, não beba álcool enquanto estiver a tomá-lo. No caso do metronidazol, não se deve ingerir bebidas alcoólicas nas 24 horas seguintes à toma da medicação. A combinação de álcool com esse medicamento pode causar náuseas e vômitos.

Se a vaginose por gardnerella não for tratada, as bactérias podem se espalhar e entrar no útero ou nas trompas, causando infecções mais graves. Tratar a vaginose bacteriana reduz esse risco. O tratamento é especialmente importante em mulheres grávidas.

Algumas mulheres sofrem de vaginose bacteriana crônica (recorrente). Os medicamentos podem fazer com que a infecção desapareça, mas ela volta depois de algumas semanas. Há mulheres que relatam que a vaginose retorna todos os meses após a menstruação ou relação sexual. Nesses casos, podem ser indicados remédios probióticos.

Para ajudar a aliviar a irritação vaginal:

  • Lave a vulva e o ânus com sabão neutro e sem desodorante;
  • Não faça duchas vaginas e não lave o interior da vagina;
  • Enxágue e seque bem o órgão genital;
  • Use absorventes ou toalhas de higiene sem perfume;
  • Use calcinhas de algodão e roupas largas. Evite usar meia-calças;
  • Limpe-se de frente para trás após ir ao banheiro

O tratamento para gardnerella deve ser seguido rigorosamente, conforme orientação médica. Interromper o tratamento antes do tempo pode tornar as bactérias resistentes aosmedicamentos e causar recaídas.

É possível prevenir a vaginose por gardnerella?

Para prevenir a vaginose por gardnerella, recomenda-se diminuir o número de parceiros sexuais, usar camisinha em todas as relações sexuais e não fazer duchas vaginais, pois este procedimento elimina bactérias saudáveis na vagina que protegem contra infecções.

O tratamento da vaginose por Gardnerella é realizado pelo clínico geral, médico de família ou ginecologista.

Também pode ser do seu interesse:

Fiz exame preventivo e o resultado deu: cocos. O que significa?

Qual o tratamento no caso de gardnerella?

Remédios para tratar a gardnerella e a infecção recorrente

Referência bibliográficas:

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis

Tem algum remédio para mau cheiro na vagina?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Deve procurar um ginecologista para verificar se existe uma infecção que cause esse mau cheiro e para fazer o tratamento. Não é esperado que a vagina apresente um mau cheiro, portanto não há um remédio ou pomada vaginal específicos para isso.

O odor vaginal normal pode incomodar algumas mulheres, no entanto, se a mulher não apresenta nenhuma doença vulvovaginal apenas alguns cuidados com a higiene local são necessários para manter um ambiente vaginal saudável e assim evitar o mau cheiro. Os principais cuidados são:

  • Não utilizar sabonetes e cremes vulvovaginais que não respeitem o pH vaginal;
  • Não utilizar sabonetes perfumados ou com substâncias irritativas;
  • Lavar a região de mucosas interna da vulva apenas com água;
  • Usar sabonete apenas na região externa da vulva, ou seja onde há pele;
  • Evitar a realização de duchas vaginais;
  • Evitar o uso de calcinhas e calças de tecidos sintéticos;
  • Minimizar o uso de cosméticos na zona íntima.
O que pode causar mau cheiro na vagina?

Algumas infecções vaginais como a vaginose bacteriana podem causar mau cheiro, nesse caso existe tratamento com medicação específica que serve para tratar essa doença e consequentemente acabar com o mau odor.

A vaginose bacteriana é uma vulvovaginite causada por uma mudança na composição da flora vaginal, em que passa a haver o predomínio de bactérias anaeróbias nocivas como a Gardnerella Vaginalis, nessa situação pode haver a presença de um corrimento esbranquiçado de odor fétido, em alguns casos semelhante a peixe podre.

O tratamento da vaginose é feito com antibiótico tomado por via oral, como o metronidazol, ou pomada vaginal a base de clindamicina.

O uso excessivo de produtos cosméticos na região da vulva e da vagina, como sabonetes, cremes e desodorantes também podem alterar a flora bacteriana local normal e provocar alteração do odor natural da zona intima, portanto, é importante seguir as recomendação descritas.

Caso tenha mais dúvidas ou apresente outros sintomas além do mau cheiro como corrimento ou sangramento anormal procure um médico de família ou ginecologista para uma avaliação.

Conheça mais sobre o assunto no artigo:

É normal ter corrimento amarelo com mau cheiro?

Sangramento acompanhado com mau cheiro terrível

Estou com corrimento marrom mesmo tomando anticoncepcional: o que pode ser e o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

As mulheres que usam anticoncepcional hormonal oral (pílula), especialmente as que estão iniciando o seu uso, podem apresentar um corrimento marrom chamado de escape ou spotting, devido à variação das concentrações de hormônio no corpo.

Este tipo de corrimento (sangramento) ocorre em pouca quantidade e cessa espontaneamente. É também comum no início e no final da menstruação e após as relações sexuais. Geralmente, não está ligado a gravidez.

Se você está apresentando corrimento marrom (sangramento de escape) deve manter o uso do seu anticoncepcional até o final da cartela e conversar com o ginecologista.

Corrimento marrom pode ser gravidez?

O corrimento marrom geralmente não é um sinal de gravidez, principalmente, se você usa anticoncepcional regularmente conforme orientação médica.

No entanto, no início da gestação pode haver um pequeno sangramento, chamado sangramento de nidação, que corresponde à implantação do embrião na parede do útero.

Esse sangramento é de cor rosada, de pequena quantidade e que dura de 2 a 3 dias no máximo. Acredita-se que apenas 20% das mulheres percebam o sangramento de nidação.

Se você está grávida e apresenta corrimento marrom é importante entrar em contato com o obstetra para investigar a sua causa.

Se estou usando anticoncepcional, por que o corrimento marrom acontece?

Este corrimento marrom (sangramento de escape) se deve aos hormônios presentes no anticoncepcional e não oferece riscos à saúde. Ele é bastante comum se você:

  • Está se adaptando ao uso da pílula anticoncepcional,
  • Está trocando de anticoncepcional ou
  • Parou de usar pílula e está retomando o uso.

Nestes casos, ocorre uma variação da quantidade de hormônios, especialmente a progesterona, no corpo da mulher o que provoca o sangramento marrom.

O que devo fazer?

Mesmo que você esteja apresentando sangramento, é importante que mantenha o uso do anticoncepcional de acordo com a orientação do ginecologista.

A tendência é que o corpo se adapte ao medicamento e o sangramento de escape cesse de forma espontânea. Isto ocorre cerca de três meses após o início do uso do anticoncepcional, após a sua troca ou retomada.

Esquecer de tomar o anticoncepcional é um fator que pode fazer com que o sangramento permaneça por mais tempo. Para evitar que isto aconteça, tome a medicação diariamente no mesmo horário. Isto reduz a chance de esquecê-lo.

No caso do sangramento não cessar ou esse efeito colateral causar grande impacto na sua qualidade de vida, converse com o ginecologista para avaliar a troca da medicação.

Quando devo me preocupar?

Você deve procurar um ginecologista ou médico de família se:

  • O corrimento marrom (sangramento de escape) incomodar muito e você pensar em suspender o uso do anticoncepcional,
  • Se o corrimento tiver cheiro mau cheiro,
  • Se apresentar coceira na vagina,
  • Se o sangramento for abundante e acompanhado de sangue vermelho vivo e/ou
  • Se sentir cólica ou dor abdominal.

Nestas situações é possível, através do exame ginecológico, que o médico observe o canal vaginal, o colo do útero e o aspecto do corrimento para definir o tratamento mais adequado para você.

Não utilize creme vaginais ou outros medicamentos sem indicação médica.

Para saber mais sobre corrimento marrom e sangramentos de escape pode ler:

Tomo injeção e começou a sair uma borra marrom... o que é isso, há algum problema?

Menstruação não veio, no lugar dela uma borra marrom...

Corrimento marrom, o que pode ser?

Referência:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Coceira na vagina, o que é?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A coceira na vagina pode ter diversas causas. Uma causa muito comum de prurido na vagina é a candidíase, uma infecção vaginal muito frequente. Ela é causada por um fungo (Candida albicans) que está presente normalmente na vagina sem causar algum problema ou sintomas.

Porém, em algumas situações, como períodos de muito estresse ou queda da imunidade, a quantidade desse fungo presente na vagina pode sofrer um aumento, causando coceira intensa na vagina e na região próxima à ela.

Outros sinais e sintomas da candidíase incluem presença de corrimento claro, esbranquiçado e sem cheiro, dor para urinar, dor na relação sexual e ardência.

O tratamento da candidíase baseia-se no uso de medicamentos antifúngicos por via oral ou vaginal.

Coceira na vagina pode ser alergia?

Sim. A coceira na vagina pode também ser causada por alergia a produtos, como no caso do sabão em pó usado para lavar a calcinha, ao sabonete e outros produtos usados para higiene íntima, ducha vaginal, ou ainda ao próprio tecido da calcinha.

As calcinhas que não são de algodão (material sintético) e o uso constante de calça jeans, principalmente em dias quentes, podem levar à irritação das regiões próximas à vagina (vulva) causando coceira e também contribuindo para o aparecimento da candidíase.

Menopausa causa coceira na vagina?

A menopausa é uma outra causa possível para a coceira vaginal. O prurido, nesses casos, ocorre devido à redução da produção de estrógeno, que ocorre nessa fase.

Veja também: Quais os sintomas da menopausa?

O uso de lubrificantes locais ajudam a amenizar o problema. Em casos mais intensos pode ser recomendado um tratamento com aplicação de creme de estriol na vagina.

O que mais pode causar coceira na vagina?

⇒ Dermatite atópica vulvar: pode causar coceira na vagina e a sua causa é alérgica;

⇒ Tricomoníase vaginal: trata-se de uma doença sexualmente transmissível (DST), que pode provocar coceira e aparecimento de corrimento amarelo-esverdeado;

⇒ Líquens vulvares: são lesões que aparecem na vagina, cuja causa não é conhecida. A coceira é intensa e lesão pode aumentar o risco de câncer de vulva.

Para a realização de um diagnóstico e orientação sobre o tratamento ideal procure o seu médico de família ou médico ginecologista.

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Feridas na região íntima
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A presença de feridas na região íntima, seja na virilha, vulva ou vagina pode ter diferentes causas. Feridas, cortes e machucados leves podem ser causados por situações cotidianas como depilação, relação sexual, uso de tampões ou coletores menstruais.

A presença de fissuras vaginais também pode ocorrer devido a oscilações hormonais, e diminuição da lubrificação vaginal. Na menopausa, por exemplo, a queda dos níveis de estrogênio podem causar secura vaginal, fazendo com que lesões na região genital possam tornar-se mais frequentes, inclusive após o ato sexual.

Algumas medidas de cuidados importantes para a resolução e cicatrização dos ferimentos, em qualquer situação, são:

  • Lavar a área com água morna uma ou duas vezes por dia;
  • Evitar usar sabonetes perfumados, pois isso pode afetar o delicado equilíbrio do pH da sua vagina;
  • Após o banho secar a região íntima com cuidado, vista-se quando estiver totalmente seca;
  • Usar roupas íntimas de algodão e roupas leves e soltas até curar;
  • Evite relações sexuais durante o tratamento, se tiver relações use preservativo.

Lesões leves na região genital podem melhorar com o decorrer do tempo sem a necessidade de um tratamento específico. As escoriações causadas pelo ato sexual costumam ser leves e melhoram espontaneamente.

Quando se usa cremes ou pomadas para tratar feridas na região íntima?

O uso de pomadas ou cremes pode estar indicado, dependendo da causa do ferimento na região íntima. Algumas condições que podem levar ao uso de cremes e pomadas são:

Foliculite

A inflamação e infecção em pelos da região íntima, chamada de foliculite, causada pela depilação, pode melhorar apenas com a higiene habitual e realização de compressas mornas no local.

Nas infecções de origem bacteriana, o uso de pomadas contendo antibióticos pode ajudar, algumas pomadas comumente utilizadas são clindamicina, Nebacetin, Mupirocina, entre outras.

Leia mais em: Existe algum tratamento para foliculite?

Secura vaginal

Em situações em que a ferida na região íntima é causada por secura vaginal o uso de cremes lubrificantes pode causar alivio e prevenir o aparecimento de lesões. Em mulheres após a menopausa que apresentam atrofia genital, o uso de cremes contendo estrógenos, como o Estriol, é eficaz em aliviar os sintomas.

Candidíase

Já quando as feridas têm origem em infecções fúngicas como é o caso da candidíase vulvovaginal o tratamento pode ser feito com cremes vaginais que contém antifúngicos como o miconazol, a nistatina e o clotrimazol.

Reações alérgicas e dermatite

Uma situação muito frequente é a ocorrência de reações alérgicas na região da vulva e da vagina, que pode ser provocada por cosméticos, produtos de depilação ou mesmo alguns tecidos que causam vermelhidão, coceira e desconforto levando a um quadro de dermatite.

Nessa situação é essencial evitar o produto causador de alergias e hidratar bem a pele. Em situações de dermatites mais extensas o uso de pomadas contendo corticoides pode estar indicado.

Doenças crônicas da pele

Algumas doenças podem afetar a pele da vulva e períneo, causando lesões e escoriações, como:

  • Psoríase;
  • Líquen plano;
  • Líquen escleroso;
  • Eczema.

Nessa situação um médico deve ser consultado para implementar o melhor tratamento, que também pode envolver o uso de cremes contendo corticoesteroides ou outras substâncias.

Quando devo procurar um médico?

Em muitos casos pequenos cortes ou ferimentos melhoram em alguns dias se forem tomados cuidados de higiene locais. Entretanto, em algumas situações, é importante procurar um médico para uma avaliação. Consulte um médico de família ou ginecologista, se apresentar:

  • Feridas que sangram em grande quantidade;
  • Dor intensa na região genital;
  • Feridas de grandes dimensões, profundas ou numerosas;
  • Feridas com pus;
  • Feridas com bordas ásperas;
  • Corrimento abundante;
  • Apresentar uma ferida ulcerada e indolor;
  • Ferimentos que pioram no decorrer dos dias;
  • Preocupação excessiva com a ferida.

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Referências

FEBRASGO - Manual de Orientação em Trato Genital Inferior e Colposcopia. 2010.

Existem medicamentos que atrasam a menstruação?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. Existem medicamentos que podem atrasar a menstruação, principalmente alguns medicamentos psiquiátricos e neurológicos, que podem aumentar o hormônio prolactina e interferir no ciclo menstrual. Entre esses remédios estão:

  • Neurolépticos (Risperidona, Haldol, Melleril, Equilid): Normalmente atrasam a menstruação quando usados em doses elevadas, com exceção da Risperidona e do Equilid, que podem provocar atrasos mesmo em doses baixas;
  • Tranquilizantes Benzodiazepínicos: Em geral, só atrasam a menstruação em doses muito altas e depois de período prolongado de uso;
  • Antidepressivos: Podem atrasar a menstruação, mas não é comum.

Outros medicamentos que podem interferir no ciclo menstrual e atrasar a menstruação: 

  • Antipsicóticos;
  • Corticoides;
  • Quimioterapia;
  • Imunossupressores;
  • Pílula do dia seguinte;
  • Anti-hipertensivos.

Leia também: Pomada vaginal pode atrasar a menstruação?

Os antibióticos geralmente não provocam atraso da menstruação, mas a infecção para a qual o remédio foi prescrito pode atrasar o ciclo.

Para maiores informações sobre o atraso menstrual causado por medicamentos, fale com o médico que receitou a medicação ou com o seu médico ginecologista.

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Estou sentindo muita coceira na minha vagina. O que pode ser?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Coceira na vagina pode ser indício de alguma infecção, baixa imunidade, verruga genital ou alergia. A candidíase é uma infecção vaginal frequente que causa coceira além de irritação e corrimento vaginal.

A candidíase é causada pelo fungo Candida albicans, que habita naturalmente a vagina sem causar nenhum tipo de sintomas ou problema na maior parte do tempo.

Contudo, em algumas situações, como em casos de estresse ou queda da imunidade, esse fungo pode se proliferar para além do normal, causando coceira intensa na vagina e nas suas proximidades.

Além da coceira, a candidíase pode apresentar como sinais e sintomas a presença de corrimento vaginal, dor para urinar, dor nas relações sexuais e ardência no local.

O tratamento da candidíase é feito com medicamentos antifúngicos, aplicados diretamente na vagina ou administrados por via oral.

Coceira na vagina pode ser alergia?

Alguns produtos podem provocar reação alérgica na vagina, como por exemplo: sabonete, absorvente, duchas vaginais, perfume, desodorante, shampoo, condicionador, lenço umedecido, calcinha de nylon, látex, detergentes e amaciantes de roupa.

Menopausa causa coceira na vagina?

Outra possível causa para a coceira na vagina é a menopausa. A coceira, nesses casos, é decorrente da diminuição da produção do hormônio estrógeno.

Nesses casos, podem ser usados lubrificantes de aplicação local para auxiliar a aliviar o prurido. Nos casos mais intensos, pode ser indicado o uso de creme de estriol na vagina.

O que mais pode causar coceira na vagina?
  • Dermatite atópica vulvar: trata-se de um problema de origem alérgica;
  • Tricomoníase vaginal: infecção sexualmente transmissível (IST), que pode causar coceira e aparecimento de corrimento vaginal amarelo esverdeado;
  • Líquens vulvares: lesões que surgem na vagina de causa desconhecida. Nesses casos, a coceira é intensa e a lesão pode aumentar as chances da mulher desenvolver câncer de vulva.

Além da dermatite alérgica, outras doenças dermatológicas devem ser levadas em consideração no momento da avaliação da coceira vaginal.

A mulher com coceira na vagina deve procurar o/a ginecologista, médico/a de família ou clínico/a geral para uma avaliação. Além disso, é importante observar a presença de outros sintomas como a presença de corrimento vaginal.

Que remédios posso usar para corrimento vaginal?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O remédio que você pode utilizar para tratar o corrimento vaginal depende do agente causador da inflamação e/ou infecção.

Corrimento com mau cheiro e coloração amarelada ou esverdeada, sugere infecção, e nesses casos, de forma geral, deverá ser tratada com medicamentos antibióticos, na forma de aplicação vaginal, como cremes ou comprimidos vaginais.

Dependendo do grau da infecção, podem ser ainda necessários remédios por via oral, de forma associada. Para definir esse medicamento procure um ginecologista.

Remédios para corrimento com mau cheiro

Não existe um tratamento único para todos os tipos de corrimento. O tratamento é efetuado conforme a causa da inflamação e/ou infecção.

Nos casos de infecção bacteriana, como tricomoníase, gardnerella, o corrimento costuma ser abundante, malcheiroso e causar coceira e ardência. O metronidazol é um dos antibióticos mais indicados, na forma de pomada vaginal, com aplicadores, por pelo menos 7 dias, associado ou não a comprimidos.

Remédio para corrimento branco

Para infecção fúngica, como a candidíase, que apresenta corrimento mais esbranquiçado, coceira intensa, porém com pouco ou nenhum odor, são indicados medicamentos antifúngicos, como o clotrimazol®.

Geralmente, o parceiro sexual também deve ser tratado, mesmo que não apresente sinais ou sintomas. O tratamento do parceiro impede a reinfecção e o prolongamento da doença ginecológica.

Se você está apresentando corrimento vaginal e/ou sinais de irritação, como dor, ardor, coceira ou vermelhidão, não deixe de procurar um/a ginecologista. Não utilize medicamentos orais ou vaginais sem indicação médica.

Principais causas de corrimento vaginal
  • Corrimento normal — Lembre-se que, é a mucosa da vagina produz uma secreção natural, durante todo o ciclo menstrual. Inclusive mais evidente no período fértil, de aspecto espesso, aquoso ou elástico, de cor branca leitosa ou transparente e sem odor ou com odor muito suave. Secreção que não indica presença de doenças;
  • Infecção bacteriana — corrimento amarelado ou esverdeado, com mau cheiro, irritação como ardência, dor, prurido (coceira) e vermelhidão na vagina e/ou vulva;
  • Infecção fúngica — corrimento esbranquiçado, branco, com grumos, sem cheiro ou cheiro discreto, com coceira intensa.

Ao usar pomadas ou cremes e comprimidos vaginais evite relações sexuais.

Existem ainda outras formas e causas de corrimento vaginal, que devem ser analisadas caso a caso, pelo ginecologista. É importante relatar ao/a médico/a o início dos sintomas, há quanto tempo eles estão presentes, se usou algum produto diferente na região genital ou durante o ato sexual (lubrificantes, espermicida).

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