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Quais os sintomas da menopausa precoce?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O primeiro sintoma da menopausa precoce é a menstruação irregular antes dos 40 anos de idade, com ciclos menstruais mais curtos ou mais longos, ou ainda ausência de menstruação. Depois, os sinais e sintomas são os mesmos da menopausa natural, podendo incluir ondas de calor, transpiração noturna, insônia, irritabilidade, alterações de humor, falta de concentração, diminuição da libido, dor durante as relações e secura vaginal. Há casos em que a mulher perde o interesse pelas coisas e pode até entrar em depressão.

A menopausa precoce, também conhecida como falência ovariana prematura, além de impedir a gravidez, pode aumentar as chances de doenças cardiovasculares, como derrame (AVC) e infarto, bem como aumentar o risco de osteoporose e envelhecimento precoce.

Essas complicações da menopausa precoce são devidas à diminuição da produção dos hormônios femininos estrógeno e progesterona, que tem ação protetora sobre os ossos e o sistema cardiovascular.

O diagnóstico da menopausa precoce é confirmado por exames de dosagem hormonal que pode ser realizada semanalmente. O ultrassom também pode ser necessário para analisar o tamanho dos ovários, que ficam menores.

Quais as possíveis complicações da menopausa precoce?

Como a falência ovariana prematura diminui os níveis de alguns hormônios, a menopausa precoce pode causar:

Ansiedade e depressão: alterações hormonais causadas por falência ovariana prematura podem contribuir para a ansiedade ou causar depressão;

Síndrome do olho seco e doença da superfície ocular: Algumas mulheres com menopausa precoce têm algum desses problemas oculares. Ambos podem causar desconforto e visão turva. Se não forem tratadas, essas condições podem causar danos permanentes nos olhos.

Doença cardíaca: níveis mais baixos de estrógeno podem afetar os músculos ao redor das artérias e aumentar o acúmulo de colesterol na parede dos vasos. Esses fatores aumentam o risco de aterosclerose (endurecimento das artérias).

Infertilidade: ocorre devido ao mau funcionamento dos ovários, que não produzem óvulos adequadamente.

Hipotireoidismo: A tireoide é uma glândula que produz hormônios que controlam o metabolismo e o nível de energia do corpo. Baixos níveis de hormônios da tireoide podem afetar o metabolismo e causar falta de energia, lentidão mental, entre outros sintomas.

Osteoporose: O hormônio estrógeno ajuda a manter ossos fortes. Sem estrogênio suficiente, mulheres com menopausa precoce tem um risco maior de desenvolver osteoporose, uma doença óssea que deixa os ossos fracos e frágeis, aumentando o risco de fraturas.

O que é a menopausa precoce?

A menopausa precoce ocorre quando os ovários da mulher param de funcionar normalmente antes dos 40 anos de idade. Como resultado, a mulher deixa de menstruar e não pode mais engravidar. Nas mulheres com falência ovariana prematura, a infertilidade e os períodos irregulares têm início antes dos 40 anos. Às vezes, podem começar mesmo na adolescência.

Quais as causas da menopausa precoce?Cirurgia de retirada dos ovários

A remoção de ambos os ovários faz com que a menopausa ocorra imediatamente. Se a mulher tiver 50 anos ou menos, pode-se tentar deixar um ovário ou parte dele, se possível, o que pode impedir a menopausa precoce.

Quimioterapia

Alguns tipos de quimioterapia podem danificar os ovários e causar menopausa precoce. A menopausa pode ocorrer imediatamente ou meses após o tratamento.

O risco de menopausa precoce devido à quimioterapia depende do tipo e da quantidade do medicamento quimioterápico utilizado. Além disso, quanto mais jovem for a mulher, menor é a probabilidade dela ter menopausa precoce por causa da quimioterapia.

Radioterapia

Receber radioterapia na região pélvica também pode danificar os ovários. Em alguns casos, os ovários podem curar-se e começar a funcionar novamente. Porém, se a mulher receber grandes doses de radiação, o dano pode ser permanente.

Terapia hormonal

A terapia hormonal usada para tratar câncer de mama e de útero pode causar menopausa precoce.

Outras causas de menopausa precoce
  • Hipotireoidismo autoimune;
  • Lúpus eritematoso sistêmico;
  • Insuficiência renal;
  • Endometriose;
  • Tabagismo.

Porém, cerca de 90% dos casos de menopausa precoce não tem uma causa exata conhecida. Pesquisas demonstraram que a falência ovariana prematura está relacionada a problemas nos folículos. Os folículos são pequenos sacos nos ovários, onde os óvulos crescem e amadurecem. Os problemas nos folículos ovarianos surgem quando eles param de funcionar mais cedo do que o normal ou não funcionam adequadamente.

Na maioria dos casos, a causa do problema folicular é desconhecida. No entanto, às vezes pode ser causado por:

  • Doenças genéticas como a síndrome do X frágil e a síndrome de Turner;
  • Pequena quantidade de folículos;
  • Doenças autoimunes, incluindo tireoidite e doença de Addison;
  • Quimioterapia ou radioterapia;
  • Distúrbios metabólicos;
  • Toxinas, como fumaça de cigarro, produtos químicos e pesticidas.
Quais os fatores de risco da menopausa precoce?

Certos fatores podem aumentar o risco de uma mulher ter menopausa precoce, tais como:

História familiar: mulheres que têm mãe ou irmã com falência ovariana prematura têm maior probabilidade de ter menopausa precoce.

Genética: algumas mudanças nos genes observadas em doenças genéticas aumentam os riscos de falência ovariana primária, como síndrome do X frágil ou síndrome de Turner.

Doenças: doenças auto-imunes e infecções virais.

Idade: Mulheres com idades entre 35 e 40 anos têm mais chances de ter menopausa precoce.

Qual é o tratamento para menopausa precoce?

Não existe um tratamento ou medicamento capaz de restaurar o funcionamento normal dos ovários. Contudo, existem tratamentos para alguns dos sintomas da menopausa precoce. Também existem maneiras de reduzir os riscos à saúde e tratar as possíveis complicações.

Terapia de reposição hormonal

Para evitar os efeitos colaterais e sintomas da baixa produção de hormônios, é indicada a reposição hormonal, desde que a mulher não apresente nenhuma contraindicação ao tratamento.

A reposição hormonal é contraindicada para pacientes sedentárias, com câncer ou que já tiveram a doença, história na família de infartos precoces ou ainda que tenham níveis elevados de colesterol e triglicerídeos.

A terapia de reposição hormonal substitui o estrogênio e outros hormônios que os ovários não estejam produzindo. A terapia com hormônios melhora a vida sexual da mulher e reduz o risco de doenças cardíacas e osteoporose.

Estrogênio vaginal

Mesmo quando a terapia hormonal é contraindicada, podem ser usadas pequenas quantidades de estrogênio dentro e ao redor da vagina para aliviar a secura. Esses hormônios são vendidos sob a forma de creme, gel, comprimido e anel.

Exercícios e dieta adequada

Quando a terapia de reposição hormonal é contraindicada, o tratamento da menopausa precoce deve ser feito através da prática de atividade física (caminhar, pedalar, exercícios de fortalecimento muscular), alimentação balanceada e ingestão de alimentos ricos em cálcio para diminuir os riscos de osteoporose.

Antidepressivos

No caso da mulher não poder tomar hormônios, poderão ser prescritos outros tipos de medicamentos para aliviar as ondas de calor, como alguns antidepressivos. Devido aos seus efeitos químicos, eles são eficazes contra as ondas de calor, mesmo se a paciente não tiver depressão.

Lubrificantes ou umectantes

Esses produtos podem ajudar a tornar as relações mais confortáveis em caso de secura vaginal. Os lubrificantes indicados são aqueles à base de água.

Fertilização in vitro

Mulheres com falência ovariana prematura que desejam engravidar podem considerar a fertilização in vitro.

Atividade física regular e manutenção do peso corporal

Exercitar-se regularmente e controlar o peso pode reduzir o risco de osteoporose e doenças cardiovasculares como derrame cerebral e infarto. Além disso, os exercícios regulares podem ajudar com as mudanças de humor, as insônias e as ondas de calor suaves.

Tratamentos de doenças relacionadas

Se houver uma condição ou doenças relacionadas à falência ovariana prematura, é importante tratá-las adequadamente. O tratamento podem incluir medicamentos e hormônios.

É fundamental que a paciente realize o tratamento da menopausa precoce para prevenir todas as possíveis complicações, inclusive a secura vaginal, causada pela falta de estrogênio e progesterona.

Por isso, mulheres com idade inferior a 40 anos e que ficam mais de 4 meses ser ter período menstrual podem estar com os primeiros sintomas da menopausa precoce e devem procurar um médico ginecologista.

Saiba mais em: Posso estar entrando na menopausa?

Primeira relação depois da histerectomia: quando pode?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

As relações sexuais são proibidas por 40 a 60 dias após a histerectomia, dependendo da recuperação de cada mulher. Por esse motivo, a mulher deve esperar a orientação do médico nas consultas pós-cirúrgicas.

Após voltar à vida sexual normal, uma parte das mulheres pode sentir dor ou desconforto durante as relações sexuais. Em boa parte dos casos, o problema é superado com o conhecimento, a paciência e o apoio do parceiro. Raramente é necessária outra cirurgia para resolver o problema.

Quando a histerectomia é total, ou seja, com retirada dos ovários, há maior risco de problemas durante o ato sexual. Neste caso, o uso do creme vaginal Colpotrofine pode ser indicado pelo médico. Esse creme ajuda na recuperação, além de evitar a sensação de queimação vaginal, secura vaginal, prurido ou dor durante as relações sexuais.

Você também pode querer ler:

Referências:

Siedhoff MT, Carey ET, Findley AD, Hobbs KA, MoulderJK, Steege JF. Post-hysterectomy dyspareunia. J Minim Invasive Gynecol. 2014; 21(4): 567-75.

Ewalds-Kvist SBM, Hirvonen T, Kvist M, Lertola K, Niemelä P. Depression, anxiety, hostility and hysterectomy. J Psychosom Obstet Gynaecol. 2005:193-204.

FEBRASGO Notícias: Histerectomia Laparoscópica: padronizar para proliferar

Comissão de Endoscopia Ginecológica. 01 Dezembro 2017.

Colpotrofine. Bula do medicamento.

Tenho herpes e agora me apareceu candidíase...
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. O vírus da herpes e a cândida, fungo causador de candidíase, são germes frequentemente encontrados no nosso organismo, que em situações normais não causam doenças. Entretanto, são germes "oportunistas", ou seja, quando encontram ambientes favoráveis para a sua multiplicação, como situações de baixa imunidade e uso de certos medicamentos, se proliferam e desencadeiam os sintomas.

O quadro de herpes mais comum é a herpes labial, ferida pequena no lábio que cicatriza em média dentro de uma semana. E a candidíase mais comum, é a candidíase vulvovaginal, aquela que se manifesta pelo corrimento vaginal esbranquiçado, com prurido e ardência local.

Quando a apresentação de uma dessas infecções é incomum, acometendo mais de uma região, apresentando feridas muito extensas, dolorosas ou recorrente, o mais recomendado é que procure um médico infectologista, para investigação e avaliação mais cuidadosa. Inclusive para o planejamento do seu tratamento individualizado.

Herpes

A herpes é uma infecção causada por dois tipos de vírus, o vírus varicela zoster (VVZ), o mesmo da catapora, e o herpes simplex. A herpes é uma infecção viral comum, acredita-se que 99% da população adulta já tenha sido exposta a esse vírus e adquirido imunidade durante a infância, porém só costuma provocar sintomas, no início da idade adulta.

A infecção e os sintomas estão associados a situações de estresse, queda da imunidade, uso de medicamentos, exposição prolongada ao sol e mudanças de hábitos, como alimentação ruim e condições precárias de higiene.

Ainda não existe cura para o herpes, mas existem tratamentos que devem ser indicados caso a caso pelo médico dermatologista ou infectologista. Vacinas contra o vírus vem sendo testadas, mas ainda sem comprovação científica.

Para casos de recorrência de herpes, sintomas que duram mais de 10 dias, lesões muito extensas ou dolorosas, procure seu médico dermatologista para uma avaliação e tratamento mais específico. Pode ser preciso uso de medicamentos antivirais orais além da pomada.

Leia também: Como controlar Herpes Labial?

Candidíase

A Candidíase é uma infecção fúngica, também oportunista, que costuma se beneficiar de situações que alterem a o sistema imune, ou que alterem a oxigenação da pele e mudanças no Ph vulvovaginal, no caso de candidíase vulvovaginal.

Vele ressaltar que a infecção por Candida pode acontecer tanto em regiões superficiais, como a pele e mucosas, quanto em órgãos internos nos pacientes mais debilitados.

Embora esteja presente em mais de 50% da população, não causa doenças até que haja um ambiente propício. Fatores que facilitam a proliferação do fungo são:

  • Uso cada vez mais frequentes de antibióticos;
  • Uso de contraceptivos;
  • Uso de corticoides;
  • Gravidez, diabetes e todas as doenças que afetam o sistema imune, como a Aids;
  • Uso de roupas apertadas e quentes por muito tempo;
  • Uso de roupas molhadas (como biquínis e toalhas úmidas), por exemplo durante o verão.

No caso de frequência elevada de infecções fúngicas, deve procurar um médico infectologista para avaliar suas condições de imunidade e iniciar um tratamento específico.

O que é e como tratar a colpite difusa? Tem cura?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Colpite é uma inflamação da mucosa vaginal, ou seja, o revestimento de todas as paredes da vagina até o colo do útero. É chamada de colpite difusa quando pontos avermelhados estão presentes em toda a mucosa vaginal e no colo do útero.

Quanto maior o número de pontos vermelhos, mas grave e intensa é a inflamação.

A colpite difusa tem cura e somente pode ser confirmada através do exame ginecológico. O seu tratamento depende do agente causador da doença.

Tratamento da Colpite Difusa

O tratamento da colpite difusa é feito com medicamentos orais, cremes ou óvulos vaginais, de acordo com os seus agentes causadores, dentre os quais os mais comuns são: a Candida albicans, Gardnerella vaginallis e Trichomonas vaginalis.

Tratamento da colpite causada por Candida albicans

A colpite provocada pelo fungo chamado de Candida albicans tem duração de 3 a 14 dias e pode ser efetuado com:

  • Medicamentos orais: fluconazol, itraconazol ou cetoconazol,
  • Cremes vaginais: nistatina ou miconazol,
  • Óvulos vaginais: miconazol ou clotrimazol.
Tratamento da colpite causada por Gardnerella vaginallis

A Gardnerella vaginallis é uma bactéria que também pode provocar colpite difusa. Nestes casos, o tratamento dura em torno de 7 dias e é realizado também com uso de antibióticos.

  • Medicamentos orais: metronidazol e clindamicina,
  • Creme vaginal: clindamicina,
  • Gel vaginal: metronidazol.
Tratamento da colpite causada por Trichomonas vaginalis

O Trichomonas vaginalis é um protozoário flagelado de elevada transmissão sexual. Nas colpites causadas por este agente somente são usados medicamentos orais por um período de 7 dias.

  • Medicamentos orais: metronidazol e tinidazol.

Os tratamentos locais com cremes vaginais e óvulos não são indicados e os parceiros sexuais devem ser tratados. Para as mulheres grávidas, somente é indicado o uso de metronidazol a partir do segundo semestre de gestação. Além disso, as pessoas sem sintomas não devem ser tratadas.

Colpite difusa tem cura

A cura da colpite difusa envolve uma avaliação por meio dos sintomas apresentados pela paciente e pelo exame ginecológico. Com base nesta avaliação, o ginecologista define o melhor tratamento que pode incluir medicamentos orais, cremes vaginais e/ou óvulos.

Em alguns casos, especialmente quando a colpite é provocada por bactérias, os parceiros sexuais também devem ser tratados.

Para curar definitivamente, é fundamental o seguimento rigoroso do tratamento.

Quais os sintomas da colpite?

Os sintomas da colpite variam de acordo com o agente que está causando a doença e incluem:

  • Corrimento vaginal: é o principal sintoma e pode ser branco, amarelado, acinzentado ou esverdeado que pode ter ou não odor fétido,
  • Coceira (prurido),
  • Ardência ao urinar (disúria)
  • Edema na região da vulva,
  • Vermelhidão,
  • Dor durante as relações sexuais (dispaurenia).
O teste de Schiller pode ajudar a saber se tenho colpite

Além de avaliar os sintomas e as características da inflamação na mucosa da vagina, o ginecologista realiza o teste de Schiller.

Este teste é feito durante o exame ginecológico em que o médico passa, na parte interna da vagina e no colo do útero, uma substância com iodo. O uso desta substância permite identificar alterações nas células desta região que indicam inflamação ou infecção,

Para saber mais sobre colpites, você pode ler:

O que é colpite e o que pode causar?

Candidíase vaginal: tratamentos com medicamentos e remédios caseiros

Vulvovaginite: Quais os sintomas e como é o tratamento?

Referências

Centers for Disease Control and Prevention. CDC. Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2019. UpToDate®

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetricia. Guidelines Manual in the lower genital tract and colposcopy. FEBRASGO, 2018.

Primo, W.Q.S.P.; Corrêa, F.J.S.; Brasileiro, J.P.B. Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília. SBGO, 2017.

Corrimento branco pastoso, é normal? Quando devo me preocupar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, um corrimento branco pastoso, pode ser normal, desde que sem outros sintomas. A mulher produz secreção vaginal naturalmente todos os dias, para lubrificar e proteger a vagina.

De acordo com a fase do ciclo menstrual, essa secreção pode ser mais ou menos volume e ter variações de cor e elasticidade. No período fértil, por exemplo, o aumento dos níveis de progesterona, estimula uma maior produção de secreção, de coloração transparente, semelhante à clara de ovo e bastante elástica.

No entanto, o corrimento branco, com outros sintomas, como: cheiro forte, presença de grumos, vermelhidão na vagina, coceira ou ardência ao urinar, preocupa e pode indicar uma infecção vaginal. Nesse caso, é preciso procurar um ginecologista para avaliação e tratamento.

Corrimento branco líquido, sem cheiro

O corrimento ou apenas, secreção vaginal esbranquiçada e sem cheiro, de consistência líquida e sem mais sintomas, significa a lubrificação natural, que tem como objetivo principal proteger a vagina. No período fértil, essa secreção se torna mais espessa e tem o objetivo de facilitar a passagem dos espermatozoides e nutri-los, para uma maior vitalidade.

Sendo assim, não é preciso qualquer intervenção ou tratamento.

Corrimento branco pastoso, leitoso, "coalhado", com grumos

A presença de corrimento branco leitoso, pastoso e/ou com grumos, com ou sem cheiro, acompanhado de coceira intensa e vermelhidão vaginal, sugere a candidíase, uma infecção fúngica comum entre as mulheres, especialmente quando em situação de estresse.

A candidíase deve ser tratada com cremes antifúngicos tópicos, aplicados diretamente na vagina, com ou sem comprimidos orais. O ginecologista é o responsável por esse tratamento.

Corrimento branco com mau cheiro

Embora as infecções bacterianas nessa região, apresentem uma coloração mais esverdeada ou acinzentada, como a tricomoníase e a clamídia, pode vir inicialmente com aspecto mais esbranquiçado.

Por isso, na presença de corrimento branco, em quantidade abundante, associado a mau cheiro, dor, ardência na urina e coceira local, é preciso passar por uma avaliação médica, para identificar o agente causador (se fungo ou bactéria), e então iniciar o quanto antes o tratamento adequado, para evitar complicações graves, como a infertilidade feminina.

Na vaginose bacteriana, o tratamento é baseado em antibióticos tópicos, na forma de creme ou pomadas, além de medicamento oral, como o metronidazol. Cabe ao ginecologista avaliar a causa e o melhor medicamento, caso a caso.

Corrimento branco pode ser sinal de gravidez?

Sim, no início da gravidez, a mulher pode apresentar um corrimento esbranquiçado, devido à penetração do embrião na parede do útero, embora a coloração esperada seja rosada ou marrom-claro.

Neste caso, o corrimento não tem cheiro, e a mulher não deve sentir coceira, dor ou ardência vaginal. Em contrapartida, é comum que apresente outros sinais comuns do primeiro trimestre da gestação, como náuseas, vômitos, maior sensibilidade nas mamas e sonolência.

Conheça mais sobre esse assunto nos artigos:

Referências:

UpToDate. Patient education: Vaginal discharge in women (The Basics). Sep 28, 2020

FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Forte odor e queimor na vagina, o que pode ser?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Pode ser uma infecção vaginal, uma vulvovaginite, precisa de uma avaliação médica para o melhor diagnóstico e tratamento. Entre as vulvovaginites que causam sensação de queimação ou ardência na vagina e corrimento com odor destaca-se a tricomoníase.

Outra possibilidade é vaginose bacteriana, que também se caracteriza pela presença de corrimento com mau odor, no entanto, não costuma causar outros sintomas importantes.

Já a candidíase também é uma possibilidade, pois costuma causa intensa coceira na vulva, sensação de queimação e ardor, embora geralmente não cause odor forte associado.

Tricomoníase

A tricomoníase é uma infecção vaginal, sexualmente transmissível, causada pelo protozoário flagelado Trichomonas vaginalis, é uma vulvovaginite prevalente e muitas vezes pode ser assintomática, cerca de 10 a 50% das mulheres não apresentam sintomas, podendo passar despercebida.

Os principais sintomas da tricomoníase são:

  • Corrimento vaginal que pode ser abundante, ou espumoso e de coloração amarela-esverdeada;
  • Irritação e coceira vulvar;
  • Vermelhidão da vulva;
  • Ardência urinária;
  • Dor ou sangramento durante a relação sexual.

O tratamento da tricomoníase é feito através de medicamentos tomados por via oral. Tanto a mulher quanto o parceiro sexual devem ser tratados, já que trata-se de uma infecção sexualmente transmissível, durante o tratamento e importante abster-se de relações sexuais.

Vaginose bacteriana

A vaginose bacteriana é uma vulvovaginite causa por uma bactéria, a Gardnerella vaginalis, essa bactéria causa um corrimento branco acinzentado com um forte odor semelhante a peixe.

O tratamento da vaginose bacteriana é muito simples e fácil de ser realizado, é feito através do uso de creme vaginal ou de medicamento antibiótico.

Candidíase vaginal

É uma infecção vaginal causada por fungo. Os principais sintomas são: prurido vulvar e vaginal intenso, corrimento esbranquiçado com grumos sem odor, ardência para urinar e desconforto durante as relações.

O tratamento também é realizado com creme vaginal ou antifúngico oral.

Na presença de odor vaginal intenso e ardência vaginal consulte um ginecologista ou médico de família para uma avaliação.

Qual o tratamento para vaginose?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A vaginose é tratada com medicações em comprimidos ou em creme vaginal.

É importante realizar o tratamento completo com a dosagem prescrita pelo médico mesmo que os sintomas já tenham desaparecido. Tomar todo o medicamento pode evitar o reaparecimento da doença.

Nesse caso específico, o parceiro sexual da paciente não precisa ser tratado.

O ginecologista, clínico geral ou médico de família poderão indicar o melhor tratamento para cada mulher.

Herpes simples: o que é, quais os sintomas, o que causa e tratamento
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Herpes simples é uma doença causada pelos vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1) e tipo 2 (HSV-2). A infecção se caracteriza pelo aparecimento de feridas, além de bolhas pequenas e dolorosas na boca (herpes labial) ou nos órgãos genitais (herpes genital).

O herpes simplex tipo 1 afeta frequentemente a boca e os lábios, causando herpes labial.

Herpes simples (herpes labial)

Já o herpes simplex tipo 2 quase sempre causa herpes genital, afetando a pele ou as mucosas dos órgãos genitais. Trata-se de uma infecção sexualmente transmissível. Pode ser transmitido através do contato com a pele ou através de secreções orais ou genitais.

No entanto, ambos podem causar herpes labial ou genital através do contato com feridas ativas.

Como ocorre a transmissão do herpes simples?

A pessoa pode adquirir herpes simples se a sua pele, boca ou órgãos genitais entrar em contato com alguém que tenha lesões ativas (surto). A transmissão também pode ocorrer através do contato com objetos infectados pelo vírus, como barbeadores, toalhas, pratos e outros objetos compartilhados.

No caso do herpes simplex tipo 2, o vírus pode ser transmitido mesmo quando não há lesões ou outros sinais e sintomas presentes. Isso dificulta perceber a presença da doença.

A maioria das pessoas é infectada pelo herpes simplex tipo 1 antes de completar 20 anos. Após a primeira infecção, o vírus fica inativo nos nervos do organismo. Quando se torna ativo, causa as lesões que caracterizam o herpes simples.

Quais os sintomas do herpes simples? Sintomas de herpes labial

Geralmente, os sintomas típicos do herpes labial aparecem depois de uma a três semanas do contato com o vírus e após sintomas de "aviso".

Os “sintomas de aviso” incluem:

  • Coceira nos lábios ou na pele ao redor da boca;
  • Queimação perto dos lábios ou na região da boca;
  • Formigamento próximo dos lábios ou da boca;
  • Dor de garganta;
  • Febre;
  • Gânglios inchados (nódulos);
  • Dor para engolir.

Depois, surgem as lesões características, que são:

  • Inicialmente pequenas bolhas vermelhas que estouram e liberam secreção,
  • A seguir, surgem pequenas bolhas cheias de líquido amarelado e claro,
  • Na fase final, as bolhas ficam amareladas cobertas por uma crosta,
  • Por fim, quando as lesões desaparecem, a pele no local fica rosada e mais sensível durante alguns dias.

O tempo de duração dos sintomas pode ser de até 3 semanas.

Sintomas de herpes genital

Muitas pessoas com herpes genital nunca apresentam lesões ou manifestam sintomas muito leves. Eles podem passar despercebidos ou ser confundidos com picadas de insetos ou outras condições que afetam a pele.

Contudo, nos casos em que ocorrem sinais e sintomas durante o primeiro surto, as manifestações podem ser graves. O primeiro surto geralmente ocorre após dois dias a duas semanas que ocorreu a infecção.

Os sintomas gerais do herpes genital incluem:

  • Diminuição do apetite;
  • Febre;
  • Mal-estar geral;
  • Dores musculares na região da coluna lombar, nádegas, coxas ou joelhos;
  • Presença de nódulos (“ínguas”) dolorosos na virilha.

Na região genital aparecem pequenas bolhas dolorosas, preenchidas com um líquido claro ou amarelado. Quando as bolhas se rompem, deixam feridas superficiais muito dolorosas no local, que depois formam crostas e curam-se lentamente durante 7 a 14 dias ou mais.

Antes que as bolhas apareçam, pode haver formigamento, queimação, coceira ou dor no local onde elas irão surgir.

As lesões podem ocorrer na vagina, no colo do útero, ao redor do ânus, nas coxas, nas nádegas, no pênis e no saco escrotal. O vírus herpes simplex tipo 2 também pode infectar outras partes do corpo, como boca, olhos, gengivas, lábios, dedos, entre outras.

Outros sintomas do herpes genital podem incluir:

  • Dor ao urinar;
  • Corrimento vaginal;
  • Dificuldade para esvaziar a bexiga, podendo ser necessário utilizar um cateter.

Um segundo surto pode ocorrer após semanas ou meses. Geralmente, é menos intenso e desaparece mais rápido que o primeiro surto. Com o tempo, o número de surtos pode diminuir.

Qual é o tratamento para herpes simples? Tratamento do herpes labial

Os sintomas do herpes labial podem desaparecer espontaneamente após uma ou duas semanas, mesmo sem tratamento. Porém, podem ser indicados medicamentos antivirais orais ou em pomada, para ajudar a reduzir a dor e fazer com que os sintomas desapareçam mais rapidamente.

O remédio antiviral mais usado para tratar o herpes simples que afeta a boca é o aciclovir®. A medicação é mais eficaz se for utilizada assim que surgirem os sintomas de alerta, antes do aparecimento das lesões.

Tratamento do herpes genital

O tratamento do herpes genital também é feito com medicamentos antivirais, como aciclovir® ou valaciclovir®. Os remédios ajudam a aliviar a dor e o desconforto durante um surto, curando as lesões mais rapidamente. As medicações costumam ser mais eficazes durante a primeira manifestação do herpes simples do que nos surtos subsequentes.

Em caso de surtos repetidos, o medicamento deve ser tomado assim que o formigamento, queimação ou coceira começarem a surgir.

Pessoas com manifestações frequentes de herpes genital podem precisar tomar a medicação diariamente por um tempo. O objetivo é prevenir surtos ou diminuir a duração deles, além de reduzir a chance de transmitir o herpes para outra pessoa.

Recomenda-se que mulheres grávidas com herpes simples genital recebam tratamento durante o último mês de gravidez, para reduzir a probabilidade de surtos no momento do parto. Se houver um surto de herpes próximo ao momento do parto, é indicado o parto por cesariana para diminuir o risco de infectar o bebê.

Quais as possíveis complicações do herpes simples?

O herpes simples pode ser grave e perigoso se ocorrer dentro ou perto dos olhos. Também oferece riscos à saúde se a pessoa tiver imunidade baixa devido a doenças ou medicamentos. As possíveis complicações do herpes simples podem incluir:

  • Cegueira (quando afeta os olhos);
  • Propagação do vírus para outras partes do corpo, incluindo cérebro, olhos, esôfago, fígado, medula espinhal e pulmões. Essas complicações ocorrem com frequência em pessoas com baixa imunidade;
  • Infecção bacteriana da pele;
  • Infecção generalizada, que pode ser fatal em pessoas com o sistema imunológico debilitado.

Mulheres grávidas que têm uma infecção ativa de herpes genital ao dar à luz podem transmitir a infecção ao bebê. O vírus pode causar uma infecção no cérebro do recém-nascido.

Para maiores esclarecimentos, consulte um médico clínico geral ou um médico de família.

Você pode querer ler:

Bolhas na boca, quais as causas?

Quando o corrimento rosado antes da menstruação é normal?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

O mais comum é que esse corrimento rosado antes da menstruação aconteça exatamente como um “aviso” de que ela vai começar. Primeiro, o muco sai rosado, podendo ser acompanhado de um pouco de cólica. Depois, o fluxo menstrual começa.

Pode ser considerado corrimento rosado antes da menstruação todo aquele que acontece no período que antecede o início da menstruação em poucos dias. Normalmente ele é percebido na calcinha ou no papel higiênico.

Não sai como o fluxo menstrual. O corrimento é rosado porque é uma mistura de um pouco de sangue com o muco vaginal normal.

Há outras situações em que esse corrimento rosa antes da menstruação pode ser normal.

Causas não preocupantes para o corrimento rosado antes da menstruação

Há situações em que o sangue está presente no muco, mas isso não indica nenhuma doença. Algumas situações que podem causar a saída do corrimento rosado antes da menstruação são:

Gravidez

A gravidez é uma causa possível para o corrimento rosado antes da menstruação.

Quando o embrião começa a se fixar no útero, pode causar um pequeno sangramento. Isso pode acontecer por volta de uma semana antes da data esperada para a menstruação. O muco pode ficar rosado nesse período devido à presença do sangue.

Uso de pílulas anticoncepcionais

O uso de pílulas pode ser a causa de corrimento rosado antes da menstruação. É o chamado “escape”. Nesse caso, fale com seu médico para ver se deve continuar com o medicamento. Ele pode sugerir a troca por outra pílula para evitar esse problema.

Relações sexuais

Quando as relações sexuais são muito intensas ou acontecem durante a gravidez podem causar o corrimento rosado. Isso acontece porque a parede vaginal ou o colo do útero podem sangrar um pouco, deixando o muco rosado.

Você só precisa se preocupar se isso acontecer com frequência e se sentir dor durante as relações. Nesses casos, procure um médico de família ou um ginecologista.

Procedimentos médicos

Se você passou por uma cirurgia ginecológica ou colocou um DIU, é possível que o corrimento rosado seja causado por esses fatores. Isso pode ser normal logo após os procedimentos. O sangue pode vir de dentro do útero, tubas / trompas ou ainda dos ovários e deixar o muco vaginal rosado.

Se tiver dúvidas se o corrimento é normal nesses casos, entre em contato com o médico que fez o procedimento.

Quando o corrimento rosado antes da menstruação não é normal?

O corrimento rosado pode ser causado por problemas de saúde. Nesse caso, pode aparecer em qualquer momento do ciclo menstrual. Observar a presença de outros sinais pode ajudar a perceber se você precisa se preocupar com o corrimento rosado antes da menstruação. São eles:

  • Dor na vagina ou no pé da barriga quando tem relações sexuais
  • Cólicas
  • Corrimento com cheiro ruim, persistente ou que cause coceira

Nesses casos, procure um médico de família ou clínico geral. Alguns dos problemas de saúde que podem causar o corrimento rosado acompanhado de um ou mais dos sintomas listados são:

Infecções

Algumas infecções podem causar sangramento na vagina. Elas podem ser acompanhadas de dor no pé da barriga e, algumas vezes, por febre. Podem causar corrimento com cheiro ruim. Precisam ser tratadas.

Elas podem ser a causa de doença inflamatória pélvica quando não tratadas. Dores, infertilidade e alteração do trânsito intestinal são algumas das possíveis consequências dessa doença.

Uso de medicamentos

Os principais medicamentos que podem causar o corrimento rosado são os anticoagulantes. Eles afetam a coagulação do sangue e podem aumentar sangramentos em vários lugares do corpo, inclusive na vagina.

Não é normal ter corrimento rosado quando está usando pomada vaginal. Ela só vai causar sangramento se estiver irritando a sua vagina ou não fizer efeito. Informe o médico caso isso aconteça.

Doenças

Há muitas doenças que podem causar sangramento no aparelho reprodutor feminino, causando corrimento rosado. Algumas delas são do próprio aparelho reprodutor:

  • Inflamações na vagina
  • Pólipos
  • Infecções

Câncer de vulva, vagina, endométrio (no útero) ou ovário pode causar sangramentos e ter como consequência o corrimento rosado.

Outras doenças que podem causar o corrimento rosado anormal são as doenças que afetam a coagulação do sangue. Plaquetas baixas, deficiência de fatores de coagulação, doença grave do fígado e leucemia são alguns exemplos.

Tem certeza de que o corrimento rosado é vaginal?

É importante perceber se o corrimento sai da vagina mesmo. Para isso, observe quando ele sai (apenas quando você vai ao banheiro urinar ou só sai com a saída das fezes). Se utilizar um absorvente interno, veja se ele só sai quando o absorvente é removido.

Se você usar um absorvente protetor de calcinha, pode notar o local onde a mancha do corrimento foi formada.

Caso note que o corrimento sai do ânus ou da uretra, as causas também precisam ser investigadas. Procure um médico de família ou clínico geral.

Leia também:

Corrimento rosado, o que pode ser?

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Referências:

UpToDate. Abnormal uterine bleeding in nonpregnant reproductive-age patients: Evaluation and approach to diagnosis

UpToDate. Pelvic inflammatory disease: Clinical manifestations and diagnosis

Pomada ginecológica limpa o útero?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

As pomadas ginecológicas não fazem a limpeza do útero e só devem ser usadas quando indicadas por um ginecologista.

As pomadas ginecológicas têm substâncias diferentes, que servem, principalmente, para tratar infecções por fungos ou bactérias. Ao tratar essas infecções, pode-se considerar que as pomadas "limpam o útero" de:

  • Inflamações;
  • Infecções;
  • Corrimentos cervicais;
  • Lesões por condiloma acuminado (HPV).

Sempre que tiver coceira, ardor ou corrimento na região vaginal deve consultar um médico de família ou um ginecologista, para saber se existe necessidade de algum tratamento.

Você pode querer ler também:

Referência:

Albocresil. Bula do medicamento.

Queria saber se sentir ardência na vagina é normal?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Ardência na vagina não costuma ser grave, porém só um médico especialista após uma avaliação, poderá definir a causa e com isso a gravidade da situação.

Em geral, nos casos de episódios frequentes de ardência, ou ardência associada a outros sinais e sintomas, como coceira, presença de corrimento ou mal cheiro, provavelmente não será normal, sugere uma infecção ou inflamação vaginal.

Porém, se acontece raramente, ou por alguma causa aparente, como um trauma ou uso de roupas inadequadas e apertadas, não deve ser nada grave.

Sendo assim, dependendo da história clínica, frequência, presença de outros sinais e sintomas, associado ao exame médico, é possível determinar a causa desse problema, possibilitando assim iniciar o tratamento mais adequado.

O que pode causar ardência na vagina?

Muitas situações podem causar ardência ou desconforto na vagina, como por exemplo:

  • Infecção urinária,
  • Infecção bacteriana (vaginoses bacterianas),
  • Infecção fúngica,
  • Alergia (a sabonete íntimo, ou cremes lubrificadores),
  • Uso de roupas apertadas, roupas de lycra e mal ventiladas;
  • Uso de duchas higiênicas e sabonete íntimo diariamente,
  • Infecção sexualmente transmissível (gonorreia, clamídia, entre outras),
  • Problemas hormonais, como a redução de estrogênio na menopausa, devido ao ressecamento da mucosa vaginal,
  • Uso de medicamentos que reduzem o Ph vagina, como antibióticos locais (pomada).

Portanto, nesses casos recomendamos procurar um médico ginecologista, médico especializado nessa área, responsável por diagnosticar e tratar se necessário, a causa da ardência vaginal.

Leia também: Estou sentindo muita coceira na minha vagina. O que pode ser?

7 dúvidas sobre o diafragma contraceptivo
Dra. Juliana Guimarães
Dra. Juliana Guimarães
Enfermeira doutorada em Saúde Pública

O diafragma é um contraceptivo feminino formado por um anel de metal bastante flexível, recoberto por uma fina membrana de látex ou silicone em formato de cúpula. É um método de barreira que, ao ser colocado na entrada da vagina, cobre completamente o colo do útero, impede a passagem dos espermatozoides e evita a fecundação.

Para aumentar a eficácia do diafragma, se recomenda lubrificar suas bordas com uma geleia espermicida que ajudará a imobilizar e matar os espermatozoides.

Diafragma: anel de metal flexível revestido por membrana de látex ou silicone em formato de cúpula. 1. Como usar o diafragma?

As mulheres que escolheram o diafragma como método contraceptivo, devem colocá-lo de 15 a 30 minutos antes do ato sexual e devem utilizá-lo em todas as relações sexuais, independente do período mês.

Você pode inserir o diafragma seguindo os seguintes passos:

  • Passo 1: Lave bem as mãos,
  • Passo 2: Coloque o diafragma contra a luz para verificar se há furos ou qualquer outro defeito,
  • Passo 3: Se for utilizar geleia ou creme espermicida, aplique-o na parte côncava do diafragma. Use a quantidade correspondente à uma colher de chá,
  • Passo 4: Para inserir o diafragma se coloque em uma posição que seja mais confortável para você. Pode ficar deitada, de cócoras ou em pé, com as pernas afastadas e uma delas flexionada,
  • Passo 5: Dobre o diafragma com a parte arredondada para baixo e segure com uma das mãos,
  • Passo 6: Com a outra mão afaste os lábios vaginais e coloque o diafragma dobrado empurrando-o com o dedo indicador em direção ao fundo da vagina,
  • Passo 7: Empurre a borda anterior do diafragma até que ele se ajuste completamente ao colo do útero e
  • Passo 8: Com o dedo indicador, toque o diafragma para verificar se o colo do útero está completamente coberto pela membrana de borracha.
Posturas e inserção do diafragma no canal vaginal. 2. Como fazer para retirar o diafragma?

Para retirar o diafragma coloque o dedo indicador por trás da sua borda anterior e puxe com cuidado para baixo e para fora.

O diafragma só deve ser removido 6 horas após a relação sexual. Após o uso, lave o diafragma com sabão neutro, seque e guarde em estojo específico para isto.

3. Como saber o tamanho do diafragma?

Existem diafragmas de diversos tamanhos. Para saber o tamanho mais adequado para você é importante consultar um médico ginecologista. Este profissional fará a medição do diâmetro do colo do seu útero para indicar o diafragma mais adequado para você.

4. Quais as vantagens do uso do diafragma?

Algumas mulheres decidem usar o diafragma devido às suas vantagens que incluem:

  • Pode ser usado por mulheres de todas as idades, desde a adolescência até a menopausa,
  • Ajuda a mulher a conhecer seu próprio corpo,
  • Não interfere no ciclo menstrual,
  • Pode ser usado com espermicida, o que aumenta a sua eficácia,
  • Protege o colo do útero contra eventuais lesões,
  • Pode ser usado por mulheres que estão amamentando,
  • Não é descartável e, quando usado com os devidos cuidados, tem durabilidade de 3 a 6 anos,
  • Pode ser utilizado juntamente com o preservativo masculino, o que faz com que aumente a proteção contra a gravidez e infecções sexualmente transmissíveis.
5. Quais as desvantagens e efeitos colaterais do uso do diafragma?

Embora apresente diversas vantagens, as desvantagens do uso do diafragma incluem:

  • Exigência de disciplina no uso, devendo ser colocado antes do ato sexual e somente ser retirado 6 horas após a relação,
  • Não evita todas as infecções sexualmente transmissíveis,
  • Reação alérgica à borracha do diafragma ou ao espermicida,
  • Irritação da vagina ou do pênis devido ao uso excessivo de espermicidas.
6. Em quais situações não posso usar o diafragma?

O diafragma não deve ser usado por mulheres que apresentam alteração no posicionamento do útero, musculatura vaginal enfraquecida, queda uterina (prolapso do útero) e rotura do útero. Estes problemas aumentam o risco de o diafragma não ficar na posição correta e, deste modo, não cumprir a sua função de prevenção da gravidez.

O uso durante a menstruação deve ser evitado devido à uma maior possibilidade de inflamação e infecção do colo do útero.

Igualmente, o diafragma é contraindicado para mulheres virgens ou que tenham alergia ao látex. Nos casos de alergia ao látex, procure diafragma de silicone.

7. É preciso usar o diafragma com espermicida? Uso do diafragma com gel espermicida: coloque o gel espermicida dentro da parte côncava do diafragma. Em seguida, insira o diafragma na vagina com parte arredondada para baixo.

O uso do espermicida no diafragma não é obrigatório. Entretanto, ele aumenta a eficácia do método. Quando usados juntos, o diafragma funciona como uma barreira para impedir a passagem dos espermatozoides pelo colo do útero. Já o espermicida age retirando a capacidade de movimentação do espermatozoide e matando-os.

É importante lembrar que o uso do diafragma não dispensa o uso de camisinha, uma vez que não protege de todas a infecções sexualmente transmissíveis, a exemplo do HIV.

Deste modo, diafragma e espermicida contribuem para evitar a gravidez.

Para saber mais sobre diafragma e métodos anticoncepcionais, você pode ler:

O que é espermicida e como funciona?

Dúvidas sobre anticoncepcional

Anticoncepcional: como tomar os diferentes tipos de anticoncepcionais

Melhor anticoncepcional: 5 dicas para ajudar na sua escolha

Referência

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.