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Sonambulismo: como identificar e tratar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O sonambulismo é um transtorno do sono que afeta principalmente crianças e adolescentes. Os episódios normalmente ocorrem durante a primeira metade do sono, geralmente após uma hora de sono. Um sonâmbulo se levanta durante a noite, dormindo, e pode caminhar pela casa, abrir e fechar portas e janelas e até falar.

Durante um episódio de sonambulismo a pessoa pode estar com os olhos abertos, com o olhar vago e distante. Uns apenas ficam sentados na cama, enquanto outros ficam em pé, andam pelo quarto ou pela casa, vão ao banheiro, despem-se ou vestem-se, falam ou resmungam coisas sem sentido, abrem e fecham gavetas, portas ou janelas. Há casos em que a pessoa pode chegar a sair de casa, mas são raros.

Os episódios de sonambulismo tanto podem ser breves e durar apenas alguns segundos ou minutos, como podem ser longos e se prolongar por mais 10 minutos, raramente se prolonga mais do que esse tempo.

O sonâmbulo não se comunica e tem dificuldade de acordar quando é chamado. Aliás, a ideia de que não se pode acordar um sonâmbulo não passa de um mito. Contudo, se for necessário despertar a pessoa para evitar um acidente, deve-se fazer isso com calma para que ela não se assuste sem necessidade. Se ela não acordar, deve ser conduzida calmamente para a sua cama.

Normalmente um sonâmbulo não se lembra do que fez na noite anterior, mesmo que tenha realizado tarefas mais complexas como abrir e fechar gavetas, por exemplo. No sonambulismo, as funções motoras estão despertas, mas a consciência não.

Alguns fatores pode contribuir para a ocorrência de episódios de sonambulismo como cansaço, falta de sono, estresse, ansiedade, doenças, dormir em ambiente estranho, uso de medicamentos ou drogas, embriaguez, transtornos psiquiátricos, entre outras.

Geralmente não é necessário o tratamento do sonambulismo, é comum que o quadro se resolva espontaneamente com o decorrer do tempo.

Para mais informações consulte o seu médico de família ou clínico geral. Em casos que são necessários maior investigação pode ser necessário o acompanhamento por um médico neurologista.

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Quais os sintomas dos distúrbios do sono?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
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Clínica médica e Neurologia

Os distúrbios do sono podem causar diferentes tipos de sintomas, durante o sono ou no dia seguinte, devido à falta de um sono reparador. Podemos destacar como principais sintomas:

  • Dificuldade para iniciar o sono
  • Dificuldade em manter o sono, despertares noturnos frequentes
  • Dificuldades em ter uma rotina de sono regular
  • Comportamentos não esperados durante o sono
  • Cansaço durante o dia, sonolência diurna
  • Fadiga
  • Sensação de fraqueza
  • Déficit de memória
  • Dificuldade de concentração e atenção
  • Distúrbios de humor
Distúrbios de sono

Os principais tipos de distúrbios do sono incluem: insônia, sonambulismo, apneia do sono, bruxismo, narcolepsia e síndrome das pernas inquietas.

Os distúrbios podem ter como causas problemas emocionais, como depressão, estresse ou ansiedade; doenças crônicas; efeitos adversos de medicamentos; ambiente que não favorece o sono (excesso de luz, ruídos, temperatura inadequada...); consumo exagerado de bebidas com cafeína, bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas; hábito de fumar; hábito de dormir durante o dia (cochilos prolongados); falta de rotina de sono, entre outras.

Insônia

A insônia, um dos distúrbios do sono mais comum, pode se manifestar de diversas formas. Os sintomas podem incluir dificuldade para dormir ou manter o sono, cansaço importante no dia seguinte, associado a distúrbios de atenção e humor.

Os episódios de insônia podem ser temporários, com duração de 2 a 3 semanas, ou crônicos, permanecendo por mais de 3 meses, ou mesmo durante anos.

Apneia do sono

Na apneia do sono, o organismo de forma a se proteger, causa os despertares noturnos cada vez que ocorre uma interrupção prolongada da respiração, ou que leve a uma queda importante de saturação de oxigênio no sangue.

Nesses casos, deve ser investigada a causa da apneia e iniciado o tratamento o quanto antes. Existem pacientes que inclusive tem a necessidade de uso de aparelhos que ajudam na respiração, o CPAP, e que ao iniciar o seu uso, resolvem completamente os sintomas.

Alterações de comportamento durante o sono

Os distúrbios que provocam comportamentos anormais durante o sono são mais frequentes em crianças. Esses distúrbios incluem o sonambulismo, o terror noturno e o distúrbio de comportamento do sono profundo (REM), em que a pessoa pode se movimentar violentamente quando está sonhando, podendo até machucar a pessoa que estiver dormindo ao seu lado, chamado também de sonhos vívidos.

Sabendo que os distúrbios do sono podem causar outras doenças, como hipertensão e diabetes para quem já apresenta predisposição genética, além de causar uma qualidade de vida ruim, é recomendado que procure atendimento e tratamento ao primeiro sinal da doença.

O tratamento dos distúrbios do sono varia conforme a causa, podendo ter atuação de diferentes especialidades médicas, como neurologia, psiquiatria, pneumologia e otorrinolaringologia.

Saiba mais em:

Distúbios do sono: Quais os principais tipos e como identificá-los?

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10 Dicas para Melhorar a Qualidade do Sono

Sono excessivo: o que pode ser?

Sertralina dá sono?
Dra. Janessa Oliveira
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Farmacêutica-Bioquímica

O sono é um efeito comum ao usar sertralina. Além disso, o uso de sertralina também pode causar perturbação do sono e insônia durante a noite, o que pode aumentar a sonolência durante o dia por falta de descanso adequado.

É recomendado que a sertralina seja tomada uma vez ao dia, pela manhã ou à noite. Caso você esteja sentindo sono durante o dia e tome o medicamento pela manhã, fale com o seu médico. Ele pode sugerir que passe a tomá-lo à noite ou optar por reduzir a dose de sertralina para tentar resolver o problema.

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Referência:

Cloridrato de sertralina. Bula do medicamento.

Ibuprofeno dá sono?
Dra. Janessa Oliveira
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Farmacêutica-Bioquímica

Sono não é uma reação comum do ibuprofeno.

Quando não há outros sintomas além da sonolência, não há motivo para se preocupar, pois o sono pode ser causado pela doença que levou você a tomar ibuprofeno. Porém, caso a sonolência seja muito intensa ou esteja atrapalhando, converse com o médico que receitou o medicamento.

Algumas reações adversas raras do ibuprofeno, como depressão e confusão mental, podem ser confundidas com a sonolência. Além disso, existe uma reação adversa rara do ibuprofeno que pode causar sonolência, que é a meningite asséptica. Nesse caso, podem surgir, além da sonolência, febre, convulsões e coma. Caso isso aconteça, vá imediatamente ao pronto-socorro.

Sempre que suspeitar de uma reação adversa a um medicamento, fale com seu médico, dentista ou com um farmacêutico. Você também pode notificar o VIGIMED em caso de reações graves ou das reações que suspeitar serem causadas pelo ibuprofeno, mas não estão descritas na bula.

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Referência:

Ibuprofeno. Bula do medicamento.

CRF-RS. Orientação técnica: Entenda a diferença entre Notivisa e Vigimed.

Dormir demais pode ser sintoma de alguma doença?

O excesso de sono pode estar relacionado a algumas doenças, mas muitas vezes é apenas uma situação temporária que surge devido a cansaço, pouco sono ou estresse.

A necessidade de sono pode variar de uma pessoa para outra e conforme a idade ou momento de vida. Adolescente e idosos, por exemplo, podem ter mais sono e dormir mais horas, tanto durante a noite, como de dia. Grávidas também podem apresentar maior sonolência.

Porém, se a sonolência for excessiva, afetar as tarefas diárias ou se não tiver uma causa identificável, pode ser sinal de algum problema, como:

  • Narcolepsia: doença neurológica que causa sonolência durante o dia e outros sintomas neurológicos, como alucinações.
  • Hipersonia idiopática: doença neurológica que também causa sonolência diurna, mas sem outros sintomas neurológicos.
  • Apneia ou outro distúrbios respiratório do sono;
  • Transtorno de ansiedade generalizada, depressão ou outras doenças psiquiátricas;
  • Síndrome das pernas inquietas e outros distúrbios do movimento.

Na presença de sonolência excessiva é aconselhado consultar um médico de família ou um clínico geral para uma primeira avaliação.

Referências bibliográficas:

Giorelli. Sonolência excessiva diurna: aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos. » Rev Bras Neurol, 48 (3): 17-24, 2012

American Academy of Sleep Medicine. International Classification of Sleep Disorders, 2nd ed. : Diagnostic and coding manual. Westchester, Illinois: American Academy of Sleep Medicine, 2005.

Amoxicilina dá sono?
Dra. Janessa Oliveira
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Farmacêutica-Bioquímica

A amoxicilina é um antibiótico que não causa sonolência. No entanto, o que pode causar sonolência é a própria infecção que se está tentando combater.

Reações mais comuns ao tomar amoxicilina são diarreia, náusea ou irritação da pele, por exemplo.

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Referências:

Amoxicilina. Bula do medicamento

Krueger JM, Majde JA. Microbial Products and Cytokines in Sleep and Fever Regulation Crit Rev Immunol. 2017; 37(2-6): 291-315.

Paracetamol dá sono?
Dra. Janessa Oliveira
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Farmacêutica-Bioquímica

Não é esperado ter sono quando se toma paracetamol. Se está tomando paracetamol para baixar a febre ou aliviar a dor em caso de alguma doença, como a gripe, o sono pode ser causado pela doença e não pelo medicamento.

Quando suspeitar que o que está sentindo é causado pelo uso de um medicamento, entre em contato com o médico ou com um farmacêutico.

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Referência:

Paracetamol. Bula do medicamento.

Sinvastatina dá sono?
Dra. Janessa Oliveira
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Farmacêutica-Bioquímica

O sono não é um efeito esperado da sinvastatina. No entanto, a sonolência poderá estar sendo causada por distúrbios do sono, que já foram reportados com o uso de medicamentos semelhantes.

Se começou a ter algum sintoma e pensa que a causa pode ser a sinvastatina, fale com o médico que receitou o medicamento ou com um farmacêutico.

A sinvastatina é indicada como um tratamento adicional para reduzir os níveis altos de colesterol. Neste caso, o tratamento principal é a dieta. A sinvastatina também é indicada para pacientes com alto risco de doenças do coração ou que já tenham doença coronariana.

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Referência:

Sinvastatina. Bula do medicamento.

Histamin dá sono?
Dra. Janessa Oliveira
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Farmacêutica-Bioquímica

Histamin pode causar sonolência durante o tratamento. Por isso, é recomendado evitar atividades que exijam atenção, como dirigir, enquanto se está fazendo tratamento com Histamin.

Em pacientes com mais de 60 anos, Histamin pode causar maior sonolência, vertigem e pressão baixa. Já em crianças, ocorre um efeito contrário: podem ficar agitadas ao tomar Histamin.

Algumas situações que podem aumentar a sonolência causada pelo Histamin de forma perigosa são:

  • Tomar bebidas alcoólicas durante o tratamento;
  • Usar medicamentos para dormir, tranquilizantes ou qualquer outro que seja depressor do sistema nervoso central.

Histamin é composto pelo maleato de dexclorfeniramina. Ele é usado para tratar alergias como rinite, urticária, conjuntivite, dermatite atópica e eczemas. O efeito começa 30 minutos após tomá-lo e pode durar até 48 horas.

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Referência:

Histamin. Bula do medicamento.

Dormir pouco faz mal à saúde? O que pode acontecer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
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Clínica médica e Neurologia

Sim, dormir pouco, dormir muito tarde ou se levantar muito tarde, fazem mal à saúde e podem causar problemas para o organismo, mesmo nas pessoas que não sentem nenhum sintoma.

Durante o sono ocorrem alterações no organismo, essenciais para o desenvolvimento do corpo, recuperação e renovação celular. Para que isso ocorra, o cérebro precisa estar na fase mais profunda do sono, o chamado sono REM.

Segundo a Fundação Internacional do Sono, um adulto deve dormir entre 7 e 9 horas e as crianças, pelo menos 10 horas por noite. Claro que esse número não é igual para todos. Essa necessidade varia com a idade, estilo de vida de cada um e com a capacidade de recuperação do organismo.

Dormir mal aumenta o risco de desenvolver pressão alta, infarto, diabetes, queda da imunidade, entre outros problemas de saúde.

Dentre as principais consequências em dormir mal ou dormir menos do que o necessário, estão:

  • Queda da imunidade;
  • Instabilidade emocional;
  • Dificuldade no aprendizado, dificuldade de atenção e de memória, causando queda no desempenho profissional e atividades escolares;
  • Aumenta o risco de doenças crônicas como pressão alta, diabetes e obesidade;
  • Aumenta o risco de doenças cardiovasculares e AVC ("derrame") em pessoas que dormem menos de 6 horas por noite;
  • Aumento o risco de morte súbita durante o sono, especialmente em pacientes com cardiopatias;
  • Ganho de peso;
  • Distúrbios hormonais em crianças, com diminuição da estatura, no caso de deficit de hormônio do crescimento.

O hormônio do crescimento (GH) é liberado durante o sono mais profundo, por isso, é fundamental para o crescimento das crianças, bons hábitos de sono.

Como melhorar o sono?

Para melhorar a qualidade do sono é preciso adotar rotinas e hábitos que ajudem a regular o seu relógio biológico, oo chamado ciclo do sono, ou ciclo circadiano.

As recomendações para manter sono reparador são:

  • Mantenha uma rotina de sono, procure se deitar e levantar sempre no mesmo horário, ao menos durante a semana;
  • Organize o seu local de dormir. O quarto deve ter a temperatura, som e iluminação confortáveis;
  • Durma com colchão e travesseiros adequados ao seu biotipo. Um fisiatra ou fisioterapeuta podem ajudar nessa avaliação, se for preciso;
  • Pratique exercício físico diariamente (ou 3 a 4 vezes por semana);
  • Procure rituais de relaxamento antes de dormir, como a meditação e a yoga;
  • Diminua o consumo de bebidas energéticas, alcoólica ou com cafeína;
  • Evite cochilos durante o dia; e
  • Evite uso de eletrônicos próximo à hora de dormir. Especialmente dentro do quarto ou já na cama.
Quais são as causas de dormir mal?

Atualmente, o excesso de trabalho e preocupações são causas frequentes de noites mal dormidas. No entanto, muitos outros problemas de saúde estão relacionados ao sono fragmentado e não reparador.

Inclusive, a falta de sono pode ser um dos primeiros sinais de que algo não anda bem no organismo, um alerta de que precisa de uma avaliação.

São exemplos de problemas que causam insônia e outros distúrbios de sono:

  • Problemas da tireoide (Hipo ou Hipertireoidismo)
  • Dor crônica
  • Depressão, Ansiedade
  • Hábitos ruins (Alcoolismo, Tabagismo)
  • Obesidade
  • Síndrome de apneia do sono
  • Trabalho noturno por muito anos
  • Uso de medicamentos estimulantes
Dormir pouco emagrece?

Não, ao contrário. Dormir pouco pode favorecer o ganho de peso, porque a falta de sono aumenta os níveis de hormônio estimulante de apetite, a grelina, além de reduzir a leptina, hormônio que indica saciedade.

Dormir mal ou dormir pouco pode tornar o metabolismo mais lento, o que contribui ainda mais para o aumento do peso.

Dormir pouco pode causar dores de cabeça?

Sim. A falta do sono, ou sono fragmentado, impede a recuperação celular cerebral, impede o descanso adequado do organismo, por isso está diretamente relacionada com a queixa de dores de cabeça.

Na enxaqueca, os pacientes estão habituados à relação de crises de dor e episódios de insônia. Sendo um dos grandes cuidados e recomendações para esses pacientes, procurar dormir bem.

Saiba mais sobre como melhorar o sono no artigo: 10 Dicas para melhorar a qualidade do sono

Referências:

  • Sleep Foundation.org
  • Academia Brasileira de Neurologia
Alprazolam serve para dormir?
Dra. Janessa Oliveira
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Farmacêutica-Bioquímica

O alprazolam pode ajudar a dormir, pois um efeito muito comum do medicamento é causar sonolência. Além disso, ele é indicado para o tratamento de transtorno de ansiedade, que é um problema que está muitas vezes na origem da insônia.

O efeito do alprazolam normalmente começa desde o primeiro comprimido tomado. No entanto, quem já fez tratamento anteriormente com outros medicamentos para dormir, ansiolíticos ou antidepressivos, pode precisar de doses maiores. Caso continue sem obter o efeito esperado, procure o médico que receitou o alprazolam para verificar se é necessário o ajuste da dose.

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Referência:

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