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Quais são os principais tipos de exame de sangue e para que servem?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Existem vários tipos de exame de sangue e cada um deles serve para avaliar diferentes parâmetros. Os exames de sangue são usados para avaliar o funcionamento de órgãos e glândulas como pâncreas, fígado e rins, detectar doenças como câncer, anemia e diabetes, avaliar os níveis de colesterol, glicose, ácido úrico, entre muitas outras indicações.

Dentre os tipos de exame de sangue mais usados estão o hemograma, colesterol, triglicerídeos, glicemia, ácido úrico, ureia, creatinina, HIV e PSA.

Hemograma

O hemograma serve para analisar as células do sangue, ou seja, os leucócitos (glóbulos brancos), as hemácias (glóbulos vermelhos) e as plaquetas. O exame é usado para auxiliar o diagnóstico e acompanhar doenças como anemia, leucemia, infecções e inflamações, problemas de imunidade, entre outras.

Hemácias

As hemácias, também chamadas de glóbulos vermelhos ou eritrócitos, transportam o oxigênio através da circulação sanguínea.

Quando o nível de hemácias está alto, o sangue pode ficar mais "grosso" e prejudicar o funcionamento das outras células sanguíneas. Por outro lado, se houver uma redução do número de glóbulos vermelhos, pode ser um sinal de hemorragia ou anemia.

Leucócitos

Os leucócitos ou glóbulos brancos fazem parte do sistema imunológico do corpo. São células de defesa que protegem o corpo contra doenças, inflamações e infecções.

Se o hemograma detectar níveis elevados de leucócitos (leucocitose), pode ser um indício de algum processo infeccioso, câncer (leucemia), ataque cardíaco ou ainda morte de algum tecido do corpo.

Já a leucopenia caracteriza-se por um número baixo de leucócitos (leucopenia) e pode ter diversas causas, como infecções virais, tratamento para câncer, ingestão de mercúrio, febre tifoide, sarampo, hepatite, rubéola, entre outras.

Plaquetas

As plaquetas atuam na coagulação sanguínea. A análise dessas células no hemograma serve para verificar a capacidade que o sangue tem de coagular quando há sangramentos, além de detectar as causas de um aumento ou diminuição do número dessas células.

Veja também: Que doenças o hemograma pode detectar?

HIV

O exame de sangue para detectar o vírus HIV, causador da AIDS, detecta anticorpos produzidos pelo organismo para combater o vírus. Quando o resultado do exame é "não reativo", significa que não foram encontrados anticorpos contra o vírus no sangue do indivíduo. Portanto o resultado nesse caso é "negativo" para HIV.

Contudo, o fato do resultado dar negativo não significa que a pessoa não tenha a doença. Os resultados falso-negativos ocorrem sobretudo na fase inicial da doença ou no período da janela imunológica do HIV.

Saiba mais em: O que é janela imunológica do HIV?

Quando o resultado do exame é positivo, costuma-se realizar um outro exame de sangue anti-HIV para confirmar o diagnóstico. Esse exame é mais preciso, pois não detecta anticorpos, mas sim o material genético do vírus.

Leia também: Como é feito o exame do HIV?

Colesterol

O exame de sangue de colesterol analisa 3 tipos de colesterol VLDL, LDL e HDL. Os dois primeiros são considerados "mau colesterol", enquanto que o HDL é conhecido como "colesterol bom".

Quado os níveis de LDL e VLDL (mau colesterol) estão altos, pode haver formação de placas de gordura dentro das artérias que podem obstruir o fluxo sanguíneo, aumentando o risco de derrames e infarto.

Já o HDL é considerado "bom colesterol" porque não forma placas de gordura e pode remover da circulação o LDL.

Saiba mais em: Qual a diferença entre colesterol VLDL, LDL e HDL?

Triglicerídeos

Os triglicerídeos são gorduras provenientes da alimentação e que também são produzidas pelo organismo. O exame de triglicerídeos é importante para avaliar o risco de doenças cardiovasculares, já que quando os seus níveis estão altos também pode haver formação de placas de gordura na parede interna das artérias, assim como ocorre com o colesterol.

Se os triglicérides, como também são conhecidos, estiverem muito elevados, pode haver inclusive inflamação do pâncreas.

Também pode lhe interessar: O que são triglicerídeos?

Glicemia

O exame de sangue de glicemia serve para avaliar os níveis de glicose (açúcar) na circulação sanguínea, sendo usado para diagnosticar diabetes e outras alterações metabólicas.

Quando a glicemia está acima dos valores de referência (hiperglicemia), pode ser um sinal de diabetes. Já a hipoglicemia caracteriza-se pela pouca quantidade de glicose na circulação e na maioria dos casos trata-se de um efeito colateral de tratamentos com insulina ou hipoglicemiantes orais.

Veja também: Como é feito o diagnóstico do diabetes?

Ácido úrico

O ácido úrico é um produto metabólico das purinas, uma substância presente nas células e que fazem parte do material genético das mesmas.

Uma ingestão excessiva de carne e bebidas alcoólicas pode aumentar os níveis de ácido úrico, podendo causar episódios de gota. Se o ácido úrico estiver alto, também pode levar à formação de pedra nos rins.

Leia também: Quais os valores de referência do ácido úrico?

Ureia

A ureia é um produto do metabolismo das proteínas. É produzida no fígado e eliminada na urina. O exame de sangue de ureia ajuda a avaliar o funcionamento dos rins, já que níveis altos de ureia podem indicar que os rins perderam a capacidade de filtrar o sangue adequadamente, levando a um acúmulo de ureia na circulação.

Contudo, o exame de ureia não é muito exato para avaliar a função renal, já que a ureia pode se elevar conforme a alimentação e o nível de hidratação do indivíduo, bem como em caso de infecções, doenças hepáticas, gravidez, entre outras doenças e condições.

Quando os resultados do exame de ureia estão abaixo dos valores de referência, pode ser um sinal de desnutrição, baixa ingestão de proteínas, insuficiência hepática, gestação, outras doenças e condições.

Uma vez que os níveis de ureia no sangue podem estar altos ou baixos em diversas situações, é comum pedir esse exame juntamente com o exame de creatinina, que é mais preciso para avaliar a função renal.

Leia também: Qual o valor de referência da ureia?

Creatinina

A creatinina é resultante da degradação de uma substância presente nos músculos. Quanto mais massa muscular tiver a pessoa, maior é a quantidade de creatinina na circulação.

Boa parte da creatinina é filtrada nos rins, por isso esse exame de sangue serve para avaliar a capacidade de filtração dos rins. Se a função renal estiver reduzida, os resultados irão apresentar níveis de creatinina elevados.

Também pode ser do seu interesse: Quais são os valores de referência de creatinina?

PSA

O exame de sangue de PSA serve para detectar doenças ou alterações na próstata, tais como câncer, infecções, aumento de tamanho da glândula e traumas.

PSA é a sigla para Antígeno Prostático Específico. É produzido na próstata e está normalmente presente na circulação sanguínea. Quando há alguma alteração na glândula, os níveis de PSA ficam altos.

O exame de PSA associado ao toque retal é a forma mais eficaz de detectar o câncer de próstata nas fases iniciais.

Saiba mais em: Quais são os valores de referência do PSA?

Todos os exames de sangue devem se interpretados pelo médico que os solicitou, juntamente com os sinais e sintomas apresentados, a história clínica e outros exames, quando necessários.

O que é neutrofilia?
Dr. Gabriel Soledade
Dr. Gabriel Soledade
Médico

Neutrofilia é quando a quantidade de neutrófilos está alta no sangue.

Os neutrófilos são um tipo de células do sangue, que participam no combate às infecções. A sua quantidade pode aumentar nos casos de infecções (principalmente quando há presença de febre e pus em algum local), inflamações, alguns cânceres, sangramentos e no uso de certas medicações.

A neutrofilia por si só não é um problema, e não precisa ser tratada. Mas ela é sinal de que algum processo está ocorrendo no organismo, e a causa deve ser investigada.

Geralmente, essa investigação é feita inicialmente pelo clínico geral ou pediatra que, se necessário, poderá encaminhar a algum especialista.

Saiba mais em:

Neutrófilos altos no hemograma: O que significa?

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Quais os valores de referência do ácido úrico?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os valores de referência do ácido úrico variam de acordo com o método utilizado na dosagem e também com o laboratório, mas, em geral, situam-se entre 3,5 a 7,2 mg/dL.

1) Valores de referência do ácido úrico no sangue:

  • Homens: 2,5 a 7,0 mg/dL;
  • Mulheres: 1,5 a 6,0 mg/dL.

2) Valores de referência do ácido úrico na urina:

  • Homens e mulheres: 250 a 750 mg/24 horas.

Os valores normais de ácido úrico no sangue podem variar de um dia para outro e até mesmo ao longo do próprio dia, sendo normalmente mais elevados de manhã.

O ácido úrico é resultante do metabolismo das purinas, principais elementos estruturais do DNA e RNA, sendo grande parte dela proveniente da alimentação.

O consumo excessivo de carne ou álcool pode elevar os níveis de ácido úrico e associado à presença de outras doenças pode causar episódios agudos de gota. O ácido úrico pode também se depositar no trato urinário e levar à formação de cálculos renais.

Quem está em tratamento para controlar o nível de ácido úrico no sangue, recomenda-se a manutenção em valores abaixo de 6mg/dL. O/a médico/a assistente fará o controle indicado para cada caso.

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Quais os sintomas de colesterol alto? O que aumenta e o que fazer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

De forma geral, o colesterol alto não apresenta sintomas. Somente por meio de um exame de sangue é possível confirmar se você está ou não com o colesterol elevado.

Entretanto, quando o colesterol se encontra muito alto, algumas pessoas podem apresentar placas amarelas na pele chamadas de xantelasmas. Dor e inchaço na barriga também podem ocorrer.

O colesterol alto por um longo período de tempo pode provocar acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e doença arterial periférica (má circulação das pernas).

Sinais de colesterol alto

Os sintomas de colesterol elevado praticamente não existem. Quando está excessivamente alto pode ocasionar o acúmulo de gordura no fígado. Este acúmulo de gordura pode desencadear sinais como:

Xantelasma Xantelasmas: placas de gordura localizada em torno do olhos.

Os xantelasmas aparecem na pele em forma de bolinhas ou placas de gordura que pode ter diversos tamanhos, têm uma cor amarelada e bordas bem definidas.

Surgem principalmente em torno dos olhos, mas também podem aparecer no antebraço, nas mãos e nos tendões.

Inchaço e dor abdominal

Quando o colesterol se encontra muito elevado, a gordura pode se depositar no fígado e provocar o seu aumento de tamanho. O baço também pode aumentar.

O aumento destes órgãos causa a dor e o inchaço abdominal. Com o passar do tempo, a dor na barriga pode se tornar intensa e ser acompanhada de náuseas.

Estes sintomas somente aparecem quando as taxas de colesterol estão extremamente elevadas.

O que causa o aumento do colesterol?

O aumento do colesterol pode ser provocado por condições diversas. Entre elas estão:

Histórico familiar (predisposição genética)

Ocorre quando o há um histórico familiar de colesterol elevado. Neste caso, o próprio organismo fabrica excessivamente o colesterol, independente se a pessoa tem uma alimentação saudável ou não.

Se algum familiar próximo como avós, mãe, pai, tios e irmãos têm colesterol elevado, é necessário que você faça exame de sangue regularmente.

Alimentação rica em gorduras

O elevado consumo de carne gordurosas, óleos saturados, manteiga, creme de leite, queijos e de outros alimentos ricos em gordura podem elevar os níveis de colesterol.

Hábitos e estilos de vida

Alguns comportamentos e condições alteram o metabolismo das gorduras e são capazes de desencadear o aumento do colesterol:

  • Sedentarismo;
  • Tabagismo;
  • Diabetes;
  • Abuso de álcool;
  • Estresse;
  • Ansiedade.
  • Uso de medicamentos sem o devido controle médico: especialmente os anticoncepcionais, estrógenos, corticoides, diuréticos e antidepressivos.

Além destes fatores, os níveis de colesterol tendem a aumentar com a idade. Nas mulheres, que geralmente apresentam colesterol mais baixo, o aumento das taxas de colesterol costuma acontecer após a menopausa.

O que fazer para reduzir o colesterol e tratar o colesterol elevado

Algumas medidas simples podem ajudar a promover um bom funcionamento do organismo para que ele metabolize melhor as gorduras. Estas medidas são:

  • Evite o consumo de alimentos gordurosos;
  • Pratique atividade física durante no mínimo 30 minutos por dia e por, pelo menos, cinco dias na semana;
  • Pare de fumar;
  • Não consuma bebidas alcoólicas em excesso.

Se com estas modificações o seu colesterol permanecer alto, o tratamento pode ser efetuado com uso de um grupo de medicamentos chamados estatinas. A prescrição destes medicamentos deve ser feita por um médico de família ou endocrinologista.

Como saber se o meu colesterol está alto?

Como os sintomas de colesterol alto só costumam surgir quando já existem danos que podem comprometer seriamente o funcionamento do organismo (AVC, Infarto e doença arterial periférica), é fundamental que os níveis de colesterol sejam avaliados regularmente.

O seu médico de família, clínico geral ou endocrinologista pode solicitar um exame de sangue para avaliar os níveis de colesterol. Recomenda-se acompanhar os níveis de colesterol em:

Pessoas com histórico familiar de doenças cardiovasculares, o acompanhamento deve começar já na infância;

  • Crianças entre 9 e 11 anos de idade;
  • A partir dos 20 anos, a medição deve ser feita a cada 5 anos, reduzindo para uma por ano a partir dos 35 anos de idade. Mas em casos que já estejam com colesterol alto, em tratamento, esse exame deve ser mais frequente.

De forma geral, os adultos devem fazer um exame de colesterol a cada quatro a seis anos. O ideal é conversar com o seu médico para definir o melhor momento para realizar o exame de sangue.

Quais são os riscos do colesterol alto?

O principal risco do colesterol alto é a ocorrência de doenças cardiovasculares. São comuns o acidente vascular cerebral, o infarto agudo do miocárdio e a doença arterial periférica (má circulação das pernas).

Leia mais: O que é um AVC e quais os sintomas ou sinais?

Quais os sintomas de um ataque cardíaco?

Existem 3 tipos de colesterol: VLDL, LDL e HDL. O LDL é também conhecido como “mau colesterol”, pois se estiver em excesso deposita-se na parede das artérias e forma placas de gordura que as entopem.

O VLDL também contribui para formar as placas que ocluem as artérias, mas é considerado menos prejudicial do que o LDL.

Já o HDL é também chamado de “bom colesterol” porque não forma placas de gordura e ainda remove o mau colesterol da circulação pelo seu maior tamanho.

Saiba mais em: Colesterol VLDL baixo: O que fazer?

O diagnóstico e o acompanhamento em casos de colesterol alto devem ser feitos preferencialmente por um/a médico/a da família ou cardiologista.

Colesterol alto em crianças

Por norma, as crianças devem fazer avaliação dos níveis de colesterol pela primeira vez entre os 9 e 11 anos de idade. Entretanto, é indicada a avaliação antes dos 9 anos de idade nos seguintes casos:

  • Tenham pais, avós, irmãos tios e primos de primeiro grau com histórico de colesterol elevado ou de doenças como o Infarto Agudo do Miocárdio e AVC que ocorreram precocemente;
  • Crianças que apresentam xantenomas (placas amareladas de gordura na pele, especialmente, na região em torno dos olhos);
  • Crianças portadoras de hipertensão arterial, diabetes, obesidade e hipotiroidismo;
  • Crianças que tenham alimentação rica em gorduras.

O tratamento do colesterol alto infantil consiste na oferta de uma alimentação saudável que inclua carnes magras, verduras, frutas e cereais integrais. O plano alimentar precisa ser pobre em gorduras.

Além disso, pode ser necessário o uso de medicamentos que reduzam o colesterol. Entretanto, estes medicamentos devem ser prescritos e orientados por um pediatra, médico de família ou endocrinologista.

O diagnóstico e o acompanhamento em casos de colesterol alto devem ser feitos preferencialmente por um/a médico/a de família ou cardiologista.

Quais são os tipos de anemia e seus sintomas?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Os principais tipos de anemia são as anemias ferropriva, hemolítica, falciforme, microcítica, sideroblástica, de Fanconi, perniciosa, aplástica, aplásica e megaloblástica. Os sintomas podem incluir fraqueza, dor de cabeça, irritabilidade, cansaço, dificuldade para realizar atividades físicas, entre outros.

As anemias caracterizam-se pela diminuição da quantidade de glóbulos vermelhos ou de hemoglobina dentro dos glóbulos vermelhos do sangue, também conhecidos como eritrócitos ou hemácias.

A hemoglobina é uma proteína de cor vermelha que se liga ao oxigênio, permitindo que os glóbulos vermelhos transportem esse gás para os tecidos do corpo.

Glóbulos vermelhos do sangue

Por isso, os sintomas da anemia estão relacionados com a falta de oxigenação do corpo, já que essas pessoas têm menos hemoglobina ou hemácias na circulação sanguínea.

Anemia ferropriva

A anemia ferropriva é causada pela deficiência de ferro e é o tipo mais comum de anemia. Pode ocorrer em crianças e adultos, sendo também muito frequente durante a gravidez.

Sintomas de anemia ferropriva

Os principais sintomas da anemia ferropriva podem incluir: cansaço, aumento da frequência cardíaca, palpitações, falta de apetite, falta de ânimo, falta de atenção, baixo rendimento escolar, falta de ar ao realizar esforços, dores abdominais, vontade de comer coisas pouco comuns ou estranhas, como terra, queda de cabelos, alisamento da língua, unhas quebradiças, feridas nos cantos da boca, palidez.

Anemia hemolítica

A anemia hemolítica é um tipo de anemia provocada pela destruição precoce das hemácias (glóbulos vermelhos), o que impossibilita a medula óssea de repor essas células sanguíneas na quantidade adequada.

Pode ocorrer devido ao uso de certos medicamentos, fatores genéticos, processos crônicos e agudos, resposta inadequada do sistema imunológico, picadas de cobra, problemas na coagulação sanguínea, reações após transfusões de sangue e malária.

Pode tratar-se de uma doença autoimune, em que o sistema imunológico da pessoa produz anticorpos que atacam os glóbulos vermelhos do próprio corpo, destruindo essas células.

Leia também: O que é anemia hemolítica e qual é o tratamento?

Sintomas de anemia hemolítica

Algumas pessoas com anemia hemolítica podem não apresentar sintomas. Quando presentes, podem incluir cansaço, falta de ar, palidez, icterícia (peles e olhos amarelados), desconforto e sensação de barriga inchada.

Anemia falciforme

A anemia falciforme tem causas hereditárias. Pessoas com esse tipo de anemia têm os glóbulos vermelhos em forma de foice. Essa alteração na forma da hemácia prejudica o transporte do oxigênio, gerando complicações.

Sintomas de anemia falciforme

Dentre os sinais e sintomas da anemia falciforme, estão crises de dor, dor nas articulações, palidez, cansaço, icterícia (pele e olhos amarelados), atraso no crescimento e feridas nas pernas.

Anemia microcítica

A anemia microcítica caracteriza-se pela diminuição da quantidade de hemoglobina dentro dos glóbulos vermelhos. Pode ocorrer em casos de inflamações crônicas, outros tipos de anemia (ferropriva, sideroblástica), carência de ferro, talassemia, intoxicação por alumínio, falta de zinco.

Sintomas de anemia microcítica

Pessoas com esse tipo de anemia podem apresentar cansaço, palidez, diarreia, aumento dos batimentos cardíacos, fraqueza, dor de cabeça e tontura.

Anemia sideroblástica

Esse tipo de anemia ocorre devido a um acúmulo de ferro em certas células da medula óssea, que é responsável pela produção das células do sangue. Como resultado, a produção de hemoglobina fica prejudicada e já não é suficiente.

Saiba mais em: O que é anemia sideroblástica e qual é o tratamento?

Sintomas de anemia sideroblástica

Os sinais e sintomas da anemia sideroblástica podem incluir fraqueza, aumento da frequência cardíaca, palidez, dificuldade para respirar.

Anemia de Fanconi

A anemia de Fanconi também tem causas hereditárias e caracteriza-se pela diminuição da quantidade de células sanguíneas (hemácias, glóbulos brancos e plaquetas). Crianças com esse tipo de anemia nascem com malformações na medula, no sistema urinário e apresentam atraso no desenvolvimento.

Sintomas de anemia de Fanconi

A anemia de Fanconi pode causar palidez, cansaço, aumento da frequência cardíaca, dores de cabeça, dores musculares, falta de ar, facilidade em desenvolver infecções, tendência a apresentar sangramentos e hematomas.

Anemia perniciosa

A anemia perniciosa ocorre devido à incapacidade de absorver a vitamina B12 proveniente da alimentação. Essa vitamina está presente em ovos, carne vermelha, aves e peixes. A falta de vitamina B12 provoca uma redução do número de glóbulos vermelhos do sangue.

Veja também: O que é anemia perniciosa e qual é o tratamento?

Sintomas de anemia perniciosa

Os sinais e sintomas desse tipo de anemia incluem dificuldade de raciocínio, dificuldade de memória, formigamento nas mãos e nos pés, alterações no equilíbrio, fraqueza, aumento da frequência cardíaca, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dores musculares, predisposição para desenvolver infecções, sangramentos frequentes e palidez.

Anemia aplástica

Essa anemia afeta a medula óssea e o sangue, sendo também chamada de aplasia medular. A anemia aplástica pode ter origem em fatores hereditários ou ser causada pelo contato com materiais tóxicos, quimioterapia ou ainda determinadas doenças.

Sintomas de anemia aplástica

A anemia aplástica pode causar palidez, cansaço, aumento dos batimentos cardíacos, dor de cabeça, predisposição para desenvolver infecções, sangramentos recorrentes e hematomas.

Anemia aplásica

A anemia aplásica é um tipo grave e raro de anemia, de causas hereditárias, que se caracteriza pela diminuição da produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea. Pessoas com anemia aplásica desenvolvem anticorpos que atacam as células jovens da medula óssea, causando destruição das mesmas.

Sintomas de anemia aplásica

Os sinais e sintomas desse tipo de anemia podem incluir facilidade em apresentar hematomas e sangramentos, cansaço, predisposição para ter infecções, perda de apetite, emagrecimento, palidez e aumento da frequência cardíaca.

Anemia megaloblástica

Na anemia megaloblástica, os glóbulos vermelhos têm um tamanho maior que o normal. Pode ser causada por falta de vitamina B12, folato ou cobre e uso de certos medicamentos.

A anemia megaloblástica pode causar cansaço, palidez, diarreia, taquicardia e fraqueza.

O tratamento das anemias depende do tipo de anemia e pode ser feito através da alimentação, uso de medicamentos e transfusão de sangue, nos casos mais graves.

Dor no umbigo: o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Dor no umbigo pode ser sinal de apendicite, prisão de ventre, hérnia e de outras doenças e condições como a gravidez. Normalmente está relacionada a processos inflamatórios e infecciosos.

Quando a dor é leve e temporária pode indicar um mal-estar passageiro. Entretanto, se a dor for intensa e frequente pode trazer sérias complicações. Por este motivo, é importante que você não se automedique e procure um médico para avaliação da dor.

1. Apendicite

A apendicite consiste na infecção e inflamação do apêndice. Costuma se manifestar através de uma dor abdominal que pode ter início ao redor do umbigo e depois passar para a região inferior direita do abdômen. Inicialmente a dor é leve e se torna intensa com o passar das horas.

Algumas pessoas podem apresentar somente dor abdominal, entretanto outras podem apresentar dor juntamente com os seguintes sintomas:

  • Náuseas e vômitos: estes sintomas podem ocorrer juntos ou pessoa pode apresentar apenas um deles. Ocorre porque o processo inflamatório e infeccioso do apêndice provoca redução dos movimentos peristálticos (movimentos involuntários de contração do sistema digestivo que possibilitam a deglutição);
  • Perda de apetite: a infecção do apêndice produz alterações gastrointestinais que levam à perda de apetite;
  • Febre: ocorre devido à tentativa do organismo de preservar a sua integridade perante o quadro de infecção e inflamação do apêndice;
  • Gases intestinais: acontecem pela perda dos movimentos intestinais;
  • Má digestão: é um sintoma que ocorre em consequência da diminuição dos movimentos peristálticos;
  • Diarreia ou prisão de ventre: estes dois sintomas ocorrem pelo comprometimento do funcionamento do sistema digestivo em função da infecção do apêndice;
  • Mal-estar geral: acontece nos processos infecciosos como consequência da febre e do comprometimento do sistema gastrointestinal.
O que devo fazer?

Neste caso, você deve buscar o mais rapidamente possível um serviço de emergência para avaliação dos sintomas e indicação do tratamento adequado que consiste em com cirurgia e uso de antibióticos. Pode ser necessário efetuar ultrassonografia abdominal ou tomografia de abdome.

Quando a cirurgia é feita precocemente a recuperação é tranquila e os riscos de complicações são menores. A demora para iniciar o tratamento adequado pode trazer sérios riscos à saúde, por este motivo não protele a ida à emergência

Ruptura do apêndice

Nos casos em que a apendicite permanece sem tratamento, o apêndice pode sofrer ruptura e trazer consequências graves à saúde, inclusive com risco de morte. Um apêndice infectado pode apresentar ruptura em menos de 36 horas após o surgimento dos sintomas.

A inflamação e a infecção podem se espalhar pelo abdome ou as bactérias podem migrar para corrente sanguínea e provocar a infecção generalizada.

A ruptura de apêndice é tratada com uso de antibiótico e várias cirurgias podem ser necessárias. Por este motivo é importante buscar rapidamente um serviço de emergência quando os sintomas de apendicite, especialmente a dor em volta do umbigo ou na região inferior direita do abdome, se iniciam.

2. Prisão de ventre

A prisão de ventre está entre as causas mais comuns de dor no umbigo. Nestes casos, a dor se manifesta em volta do umbigo, é intermitente (dor que vai e volta) e pode ser intensa.

O acúmulo de fezes ou gases distende o intestino, que pode pressionar algum nervo que passa pela região do umbigo, causando dor.

O que devo fazer?

O uso de medicamentos laxantes é indicado tratamento da prisão de ventre e somente devem ser administrados após avaliação e orientação médica.

Para evitar que a prisão de ventre ocorre é necessário adotar uma alimentação rica em fibras e ingerir em torno de 2 litros de água por dia.

Uma vez que a dor no umbigo pode ter diversas causas, sendo algumas delas graves, é importante procurar um médico clínico geral ou médico de família para uma avaliação se a dor continuar ou vier acompanhada de outros sinais e sintomas.

3. Hérnia umbilical

A hérnia é o extravasamento de uma parte de um órgão (geralmente o intestino) através de uma região mais enfraquecida da parede abdominal ou do tecido gorduroso do abdômen. Isso pode ocorrer na região do umbigo (hérnia umbilical), causando dor.

A dor provocada pela hérnia umbilical é localizada na região do umbigo e pode ser persistente e se tornar bastante intensa. Geralmente se agrava ao tossir, se curvar para frente, carregar peso ou fazer exercícios. Em alguns casos, a dor no umbigo pode surgir ao urinar.

O que devo fazer?

É preciso se dirigir ao hospital para avaliação por um cirurgião geral. Há casos nos quais a hérnia regride sozinha e há casos que é necessário tratamento cirúrgico, porém mesmo em casos de regressão espontânea da hérnia é necessária a avaliação cirúrgica.

4. Gravidez

A dor ou desconforto no umbigo pode ocorrer em qualquer período da gestação e se torna mais intensa nos seus últimos meses.

É causada pela distensão de um ligamento do abdômen. O estiramento é decorrente do crescimento do útero e chega a separar em dois o músculo reto abdominal, podendo levar ao desenvolvimento de hérnia umbilical. Esse enfraquecimento da parede abdominal pode causar dor na região do umbigo.

O que devo fazer?

Se a dor for leve ou suportável, orienta-se observar, pois a tendência é que ela desapareça sem que sejam necessárias intervenções. Caso a dor se torne mais forte, é possível fazer uso de medicamentos analgésicos somente sob orientação médica.

Outros sintomas como inchaço, vermelhidão, secreção no umbigo ou dor muito intensa podem indicar infecção e precisam da avaliação médica o quanto antes.

5. Endometriose umbilical

A endometriose umbilical provoca dor e sangramento no umbigo. A dor ocorre durante a menstruação e por este motivo é chamada de dor cíclica.

Isso ocorre devido à presença de tecido da parede interna do útero (endométrio) na região do umbigo, o que causa dor e sangramento durante a menstruação. Além disso, pode-se observar a presença de um nódulo azulado ou acastanhado no umbigo.

O que devo fazer?

Nestes casos, é preciso efetuar avaliação médica, pois o tratamento é efetuado por meio de cirurgia.

6. Gastroenterite

A gastroenterite é a inflamação do revestimento do estômago e dos intestinos. É caracterizada por dor em volta do umbigo, normalmente em cólicas, que se espalha pela região abdominal e diarreia.

Além da dor e da diarreia, pode ocorrer:

  • Perda de apetite;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Febre (duração média de 3 a 7 dias);
  • Mal-estar;
  • Dor muscular;
  • Prostração (sensação de fraqueza e cansaço).
O que devo fazer?

O tratamento da gastroenterite depende da sua causa. É importante fazer repouso, hidratar-se e ingerir alimentos leves. Antidiarreicos e antibióticos podem ser utilizados no tratamento.

A hidratação deve ser efetuada por meio da ingestão de bastante água, água de coco ou soro caseiro. Evite café, refrigerantes, sucos industrializados e bebidas alcoólicas.

A alimentação deve incluir pequenas quantidades de alimentos de fácil digestão como arroz, macarrão, sopa de frango, hortaliças e frutas sem casca. Maçã, banana e goiaba são as mais indicadas. Leite e derivados, frituras e alimentos gordurosos devem ser evitados.

Medicamentos antidiarreicos e/ou antibióticos devem sem administrados conforme orientação médica.

7. Pancreatite

A pancreatite consiste na inflamação do pâncreas e, geralmente, ocorre devido a presença de cálculos biliares ou ao consumo excessivo de álcool.

É caracterizada por uma dor súbita, intensa e persistente na região acima do umbigo e que pode irradiar para as costas. Quando provocada pelo consumo excessivo de álcool a dor se desenvolve ao longo de alguns dias.

A tosse, respiração profunda e movimentos súbitos podem acentuar a dor. A posição sentada pode reduzi-la. É comum que a dor venha acompanhada de náuseas e vômitos.

O que devo fazer?

O melhor a fazer é dirigir-se à um pronto-socorro. Estes casos exigem avaliação médica para definir o melhor tratamento que pode ser feito com hidratação na veia, restrição alimentar e medicamentos (analgésicos e/ou antibióticos).

Nas situações mais graves e em pessoas que apresentam complicações, como perfuração, pode ser indicado tratamento cirúrgico.

8. Doenças intestinais inflamatórias

Nas doenças intestinais inflamatórias ocorre a inflamação do intestino que se caracteriza principalmente por dor abdominal e diarreia recorrentes. Os dois principais tipos de doenças intestinais inflamatórias são a doença de Crohn e a colite ulcerativa.

De forma geral, a doença de Crohn pode afetar qualquer parte do sistema digestivo, enquanto a colite ulcerativa acomete quase sempre apenas o intestino grosso.

A dor de intensidade variada, nestas duas doenças, ocorre com maior frequência na região inferior do umbigo e pode vir acompanhada de diarreia. Por vezes, a diarreia pode conter sangue.

O que devo fazer?

O controle do estresse e uma alimentação equilibrada são importantes para melhorar os sintomas destas doenças. O tratamento adequado das doenças intestinais inflamatórias inclui o uso de medicamentos e, às vezes, cirurgia.

9. Síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável é caracterizada por desconforto ou dor abdominal recorrente que diminui após as evacuações. O hábito intestinal pode alternar entre diarreia e prisão de ventre.

A dor é predominante na região abaixo do umbigo, mas pode se espalhar por toda a região abdominal e se apresenta constante ou em cólicas.

O que devo fazer?

É importante estabelecer uma alimentação equilibrada e evitar alimentos que produzem gases ou provoquem diarreia. Nos casos de prisão de ventre, se recomenda dieta rica em fibras.

Uma avaliação médica é necessária para que o tratamento medicamentoso seja adequado aos sintomas.

10. Diverticulite

Diverticulite é a inflamação e/ou infecção de um ou mais divertículos (bolsas em formato de balão que se formam no intestino grosso).

A dor é localizada na região inferior do umbigo do lado esquerdo e é associada à febre e sensibilidade da região abdominal.

O que devo fazer?

A avaliação médica é imprescindível para um diagnóstico seguro. Pessoas com sintomas leves de diverticulite são tratadas com repouso, dieta líquida e às vezes, com o uso de antibióticos.

Àquelas que apresentam sintomas severos precisam de hospitalização para administração de antibióticos na veia. Nestes casos, existe a possibilidade de realização de procedimento cirúrgico.

11. Colecistite

A colecistite é uma inflamação da vesícula biliar que ocorre, normalmente, pela obstrução de um duto biliar. Pode ser aguda ou crônica.

A colecistite aguda tem início súbito com dor grave na região acima do umbigo que se espalha por todo o abdome superior e dura mais do que 6 horas. Na colecistite crônica ocorrem crises de dor que acontecem quando o duto é bloqueado temporariamente.

O que devo fazer?

Você deve buscar um hospital, pois o tratamento da colecistite é cirúrgico e consiste na retirada da vesícula biliar.

12. Isquemia intestinal

A isquemia intestinal (isquemia mesentérica aguda) é um bloqueio súbito da circulação sanguínea para uma determinada parte do intestino. Esta interrupção do fluxo de sangue pode provocar morte do tecido intestinal (gangrena) e perfuração.

A dor abdominal grave nos casos de isquemia intestinal surge abruptamente e se torna mais grave quando ocorre a necrose da parte do intestino que não recebe o fluxo sanguíneo.

O que devo fazer?

É urgente buscar atendimento em emergência hospitalar, pois o tratamento deve ser imediato e feito através de angiografia ou cirurgia.

13. Inflamação do umbigo

A inflamação local no umbigo (cicatriz umbilical) pode ter como causa a colocação de um piercing, presença de corpo estranho, endometriose umbilical, foliculite (inflamação do folículo capilar) ou ainda devido à persistência do úraco, estrutura embrionária que liga o umbigo à bexiga.

O que devo fazer?

Você pode higienizar o umbigo com água e sabão neutro ou mesmo soro fisiológico. Procure um médico para adequada avaliação. O uso de anti-inflamatórios ou antibióticos pode ser indicado.

Outras condições de saúde que podem provocar dor no umbigo

A dor no umbigo pode indicar problemas em diversos locais da região abdominal, pois há nela uma variedade grande de órgãos: estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, baço, rins, vias urinárias (ureteres) intestino delgado e grosso, útero, ovários, tubas uterinas.

  • Infecção de bexiga;
  • Úlcera gástrica;
  • Infecção gástrica.
Sintomas associados à dor no umbigo

Busque urgentemente atendimento médico se a dor no umbigo estiver associada a:

  • Dor intensa que o impede de ficar de pé normalmente. Você só encontra conforto ao curvar-se;
  • Inchaço abdominal;
  • Febre;
  • Pele amarelada;
  • Vômito com sangue ou persistente;
  • Dor ao urinar, micção frequente ou urgente;
  • Sangue nas fezes;
  • Dor ou pressão no peito;
  • Acidente, lesão ou trauma.

A dor no umbigo desaparece quando a sua causa específica é tratada. Algumas doenças que provocam dor no umbigo são graves, exigem intervenções rápidas e podem trazer complicações sérias à sua saúde.

Em caso de dor no umbigo ou dor abdominal persistente procure um médico ou busque diretamente o serviço de emergência. Não use analgésicos ou antibióticos sem orientação médica.

Pode lhe interessa ainda:

Referências

FBG. Federação Brasileira de Gastroenterologia.

Posso guardar as fezes na geladeira?
Dr. Ivan Ferreira
Dr. Ivan Ferreira
Médico

As fezes para exame podem ser guardadas na geladeira dependendo do exame a ser a ser feito.

No caso do exame protoparasitológico de 3 dias, que  é feito para verificar se há vermes e outros micro-organismos (helmintos e protozoários), deve-se colher as fezes em 3 dias seguidos e guardá-las na geladeira, sem congelar. Após o 3º dia, devem ser levadas ao laboratório.

No exame de pesquisa de sangue oculto, as fezes podem ser guardadas na geladeira até no máximo, o dia seguinte após a coleta.

Existem vários tipos de exames de fezes. Os técnicos do laboratório de análises clínicas ou os profissionais de saúde que solicitam o exame podem orientar como deve ser a coleta e a conservação das fezes, de acordo com o exame pedido.

Estou com vômito amarelo, pode ser perigoso? Como faz para parar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Pode ser sim perigoso, quando a causa for, por exemplo, um quadro de infecção pulmonar (pneumonia), ou derivado de uma obstrução intestinal. Outras causas graves de vômito amarelo são casos de meningite e inflamação aguda da vesícula (colangite).

Para parar o vômito pode tomar uma medicação, como o Meclin®, Plasil®, Digesan® e ou Zofran®, mas é fundamental descobrir a causa e tratar em definitivo o problema.

Felizmente as causas mais comuns de vômitos amarelados e dores abdominais, são relacionados a problemas mais simples, como cálculo na vesícula e acúmulo de bile no estômago. Pode ocorrer ainda como sintoma inicial de gravidez, viroses ou intoxicação alimentar.

Vomitar amarelo - sinais de perigo!

Embora seja menos frequente, alguns casos de vômito amarelo são perigosos, por isso precisam ser rapidamente identificados e avaliados por um médico em caráter de urgência, são os casos de:

1. Vomito amarelo e febre alta

O vômito acompanhado de febre alta sugere alguma infecção, que pode ser pulmonar ou no sistema gastrointestinal. Na pneumonia é comum engolir o catarro produzido no pulmão e causar irritação no estômago. Nesses casos, o vomito é amarelado devido a presença de catarro.

Na infecção intestinal, pode haver ainda cólicas e diarreia. Ambas as situações precisam de tratamento com antibióticos, por isso é preciso procurar um atendimento médico o quanto antes.

2. Vômito amarelo e dor na barriga

O vômito de odor fétido e associado a prisão de ventre, sugere uma obstrução no intestino. A obstrução intestinal é uma causa bastante perigosa, porque por algum motivo não permite a passagem das fezes, que se acumulam e pode retornar até o estômago, sendo expulso na forma de vômitos.

Por isso, além do vômito com mau cheiro, pode apresentar também a distensão da barriga, dores e cólicas abdominais, ausência de eliminação de gases pelo ânus, ausência de evacuação e febre. Trata-se de uma emergência médica.

Na suspeita de obstrução intestinal, procure um atendimento imediatamente.

3. Vômito amarelo e dor de cabeça

O reflexo do vômito é controlado por uma região localizada dentro do crânio, no bulbo, portanto, doenças que aumentam a pressão dentro da cabeça, comprimem essa estrutura e causam o vomito biliar, com uma característica que chamamos "em jato", pela força com que o conteúdo é expelido.

O tumor cerebral, meningite ou ruptura de aneurisma cerebral, são exemplos de doenças neurológicas que desenvolvem os sintomas de dor de cabeça intensa, rigidez na nuca (pescoço duro, não consegue encostar o queixo no peito), febre e os vômitos amarelos em jato. A confusão mental e desmaio, ocorrem nas situações mais graves.

4. Olhos amarelados ou pele amarelada

A presença de coloração amarelada na parte branca dos olhos ou mesmo na pele, indica um aumento da bilirrubina no sangue, o que sugere um problema no fígado, vesícula biliar, ou ainda, no pâncreas.

Assim como a obstrução intestinal, ou suspeita de infecção grave, se apresentar coloração amarelada em uma região do corpo, procure imediatamente uma emergência médica.

O que fazer para parar de vomitar?

Na grande maioria das vezes, para parar de vomitar é preciso: hidratar-se bem, cuidar da alimentação e quando indicado, tomar um medicamento antiemético, como Meclin®, Plasil®, Digesan® e ou Zofran®.

Dicas que auxiliam na melhora dos sintomas, principalmente nas primeiras horas do enjoo são:

  • Limitar a ingestão de alimentos ou bebidas até o vômito parar;
  • Fazer pequenas refeições ao longo do dia, com intervalos curtos entre elas;
  • Dar preferência a alimentos preparados à temperatura ambiente ou frios;
  • Procurar manter a alimentação habitual;
  • Evitar alimentos gordurosos, azedos, salgados, condimentados, ácidos, com açúcar ou com odor forte;
  • Evitar deitar-se imediatamente depois das refeições, procurando manter a cabeça levantada por uma a duas horas depois de comer.
Causas de vômitos amarelos

As causas mais frequentes incluem:

  • Enjoo de movimento,
  • Intoxicação alimentar,
  • Gripe, Resfriado,
  • Pneumonia,
  • Gastroenterite,
  • Gravidez e
  • Obstrução intestinal.

Outras causas possíveis, embora menos frequentes são: o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, insolação (calor excessivo), refluxo biliar (retorno de bile para o estômago por deficiência na válvula que separa o duodeno do estômago), crises de labirintite, crise de enxaqueca, câncer colorretal, uso de medicamentos, ansiedade e estresse.

Vomito amarelo pode ser gravidez?

Sim. Nas primeiras semanas de gestação, o aumento da produção de hormônios, como o beta-HCG, desencadeia sintomas desagradáveis como os enjoos e os vômitos, em geral, pela manhã.

Portanto, na presença de vômitos amarelos e amargos (bile), junto a outros sinais de gravidez como o atraso menstrual, maior sensibilidade das mamas, ou sonolência, procure o seu médico de família ou um ginecologista.

Para mais esclarecimentos sobre os tipos e causas de vômitos, procure o médico de família ou o gastroenterologista.

Conheça ainda mais sobre esse assunto nos artigos:

O que causa o vômito amarelo e amargo e o que fazer

O que fazer para parar de vomitar?

Tossir muito e vomitar um líquido amarelo, O que fazer?

O que causa o vômito amarelo e amargo? O que fazer?

Quais as causas da sudorese noturna?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Sudorese noturna pode ter várias causas e nem sempre representa uma doença grave. Os suores noturnos em noites quentes, em mulheres jovens na época de menstruar e em mulheres mais velhas no período da menopausa são normais.

Além da menopausa, as apneias do sono também estão entre as causas mais comuns de suores noturnos. Pesadelos e o sonambulismo também são transtornos do sono em que o indivíduo apresenta sudorese, devido à intensa ativação do sistema nervoso.

Há ainda outro tipo de transtorno chamado de hiperidrose do sono que pode estar associado à "hiperidrose diurna" (sudorese excessiva que ocorre principalmente nas mãos, pés, axilas e crânio-facial).

O suor noturno que deve ser investigado é aquele que encharca os pijamas repetidamente, especialmente se estiver associado a outros sintomas, como:

  • febre
  • perda de peso
  • caroços no corpo (ínguas)
  • cansaço extremo
  • coceira pelo corpo
  • tosse com catarro com raias de sangue
  • falta de fôlego
  • dores no peito

Nestes casos, os suores noturnos podem ser causados por:

  • infecções agudas ou crônicas, como tuberculose;
  • linfoma e outros cânceres;
  • queda de açúcar no sangue, comum em diabéticos, especialmente naqueles que usam insulina.

Leia também: Suor noturno sem causa aparente. O que pode ser?

Na presença de sudorese noturna, especialmente se houver outros sintomas, você deve procurar um médico clínico geral para uma melhor avaliação.

Saiba mais em: Sonambulismo: como identificar e tratar?

Quem tem diabetes pode comer melancia e banana?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

Sim, quem tem diabetes pode comer melancia e banana. Na verdade, diabéticos podem comer qualquer tipo de fruta, desde que seja consumida na dose certa ou combinada com outros alimentos, conforme orientação do nutricionista.

A banana tem baixo índice glicêmico, ou seja, não tem potencial para provocar aumento da glicose sanguínea. Mesmo assim, possui açúcares, pelo que o consumo deve ser moderado, como todas as frutas.

Em geral, pessoas com diabetes podem comer, em média, 3 frutas por dia de maneira fracionada, ou seja, uma de cada vez. Uma banana pequena por dia pode estar incluída nesse conjunto, sem problemas. As outras duas frutas devem preferencialmente ser diferentes, para variar nos nutrientes. 

Já a melancia, apesar de ter poucas calorias, possui um alto índice glicêmico e pode provocar picos de açúcar no sangue. Por isso, pessoas com diabetes devem evitar comer a fruta isoladamente. A solução nesse caso é ingerir a melancia com outros alimentos, como sementes e oleaginosas. A dose recomendada é de 1 fatia de 150 g.

É importante lembrar que a alimentação de quem tem diabetes deve ser individualizada, de acordo com as necessidades calóricas, idade, doenças associadas, estado nutricional e tratamento medicamentoso de cada paciente. 

Consulte um/a nutricionista para ter um plano alimentar adequado.

Leia também:

Quem tem diabetes pode comer tapioca, beterraba, batata doce e ovo?

Quem tem diabetes deve evitar comer o quê?

5 alimentos que ajudam a controlar a diabetes

Que cuidados com a alimentação deve ter uma pessoa diabética?

Hemácias altas: o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Existem diversas doenças e condições que podem aumentar o número de hemácias no sangue, como em casos de:

  • Tabagismo;
  • Cardiopatia congênita (Problemas na estrutura e no funcionamento do coração presentes desde o nascimento);
  • Tumor no rim;
  • Baixos níveis de oxigênio no sangue (hipóxia);
  • Cicatrizes ou espessamento dos pulmões (fibrose pulmonar);
  • Doenças na medula óssea (p.ex.: Policitemia vera);
  • Exposição a altas altitudes (pode manter as hemácias altas por semanas);
  • Uso de medicamentos como gentamicina® e metildopa® e
  • Desidratação, que representa um "falso" aumento das hemácias, com a hidratação venosa, os valores equilibram e normalizam.
Qual o valor normal de hemácias no sangue?

A quantidade normal de hemácias no sangue é diferente para homens e mulheres:

Homem: 4,7 a 6,1 milhões de células por microlitro de sangue;Mulher: 4,2 a 5,4 milhões de células por microlitro de sangue.

Os valores de referência e a forma de realizar a contagem de hemácias podem variar de acordo com o laboratório.

A contagem de hemácias quase sempre faz parte do hemograma completo. A sua avaliação auxilia no diagnóstico de diferentes tipos de anemia e outros problemas de saúde que afetam essas células.

O que são hemácias?

As hemácias, também conhecidas como eritrócitos ou glóbulos vermelhos, são células do sangue responsáveis pelo transporte de oxigênio. As hemácias possuem hemoglobina, uma proteína que se liga ao oxigênio e permite que os glóbulos vermelhos distribuam o oxigênio para as células e tecidos do corpo. É a hemoglobina que dá a coloração vermelha aos eritrócitos.

Por isso, a quantidade de oxigênio que os tecidos do corpo recebem depende do número de hemácias presentes no sangue e do bom funcionamento dessas células.

Hemácias baixas: o que pode ser?

Hemácias baixas podem ser um sinal de:

  • Anemia;
  • Sangramento;
  • Insuficiência da medula óssea, que pode ser causada por radiação, toxinas, infecções ou tumor;
  • Deficiência do hormônio eritropoietina, causada por doença renal;
  • Destruição de glóbulos vermelhos devido a transfusão de sangue, por exemplo;
  • Desnutrição;
  • Câncer de medula óssea (mieloma múltiplo);
  • Falta de ferro, cobre, folato (vitamina B9), vitamina B6 ou vitamina B12;
  • Excesso de água no corpo;
  • Gravidez;
  • Uso de medicamentos (quimioterapia, cloranfenicol, hidantoína, quinidina).

O médico que solicitou o exame de sangue é o responsável pela interpretação dos resultados da contagem de hemácias. Para maiores informações, consulte um médico de família ou um clínico geral.

Dor no pé da barriga: o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor no pé da barriga pode ser causada por várias doenças e condições. Também chamada de dor pélvica ou dor no baixo ventre, é uma dor abdominal inferior, localizada abaixo do umbigo, que pode indicar um problema no trato urinário, nos órgãos reprodutivos ou no aparelho digestivo. O pé da barriga, baixo ventre ou pelve, é a região entre o abdômen e as coxas. Inclui a parte inferior do abdômen, a virilha e os órgãos genitais. Homens e mulheres podem sentir dor nessa parte do corpo.

Algumas causas de dores no pé da barriga, incluindo cólicas menstruais em mulheres, são normais e não são motivo de preocupação. Outras podem ser sérias e graves, necessitando de tratamento urgente e específico.

O que pode causar dor no pé da barriga? 1. Infecção do trato urinário

A infecção urinária pode ocorrer em qualquer parte do trato urinário. Isso inclui uretra, bexiga, ureteres e rins. As infecções urinárias afetam sobretudo as mulheres, mas também podem ocorrer em homens. A bexiga costuma ser o órgão mais acometido, o que chamamos de cistite.

Os sinais e sintomas de infecção urinária incluem dor no pé da barriga, sensação de pressão ou peso no baixo ventre, urina turva, escura ou com mau cheiro, vontade frequente de urinar, presença de sangue na urina e dor ou ardência ao urinar.

A maioria das infecções urinárias afeta a bexiga. Além das infecções bacterianas, a cistite também pode ser causada por reação a medicamentos ou a produtos químicos, radioterapia e uso prolongado de cateter.

2. Infecção sexualmente transmissível

Uma infecção sexualmente transmissível é uma infecção transmitida por contato sexual. Dentre as mais comuns estão a clamídia e a gonorreia. Essas infecções são causadas por bactérias e geralmente aparecem juntas.

Em muitos casos, a gonorreia e a clamídia não causam sintomas, porém quando causam dor, nas mulheres a queixa é localizada no pé da barriga, especialmente ao urinar ou evacuar. Nos homens, a dor pode se localizar nos testículos.

Além da dor pélvica e da dor abdominal, os sintomas de uma infecção sexualmente transmissível podem incluir:

  • Secreção pela uretra
  • Dor ou queimação ao urinar
  • Sangramentos entre os ciclos menstruais
  • Corrimento
  • Dor ou sangramento no reto
  • Pus na urina
  • Aumento da frequência urinária
  • Dor durante as relações sexuais
  • Sensibilidade e inchaço nos testículos (homens)
3. Hérnia

O tipo mais comum de hérnia é a hérnia inguinal, que ocorre quando o intestino empurra o músculo abdominal e uma parte do órgão extravasa através de uma área enfraquecida do músculo.

As hérnias inguinais frequentemente afetam os homens. A hérnia pode ser sentida através de um caroço doloroso na porção inferior do abdômen ou na virilha. O caroço desaparece quando o indivíduo se deita e pode ser empurrado de volta para dentro da cavidade abdominal.

Os sinais e sintomas da hérnia inguinal incluem dor no pé da barriga, que piora ao rir, tossir ou inclinar-se para frente. Outros sintomas são fraqueza na virilha, presença de protuberância que cresce lentamente na parede do abdômen (ou virilha) e sensação de plenitude (“barriga cheia”).

4. Síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável é um distúrbio gastrointestinal que afeta o funcionamento do intestino grosso. A causa exata não está clara, mas parece estar relacionada a distúrbios psicológicos, associado a problemas nos músculos intestinais e presença de bactérias intestinais.

A síndrome do intestino irritável causa problemas digestivos, incluindo dores no pé da barriga, dor abdominal, cólicas, alteração no trânsito intestinal (diarreia / prisão de ventre), inchaço abdominal, gases e presença de muco branco nas fezes.

5. Apendicite

Apendicite é uma inflamação do apêndice. O apêndice é um pequeno saco em forma de dedo anexado à primeira parte do intestino grosso. Está localizado no lado inferior direito do abdômen, ou seja, no pé da barriga do lado direito.

A apendicite pode causar dor abdominal intensa, que geralmente começa no umbigo e depois irradia para a porção inferior direita do abdômen. A dor tende a piorar, especialmente ao tossir ou espirrar.

Os sintomas da apendicite incluem forte dor no pé da barriga do lado direito, perda de apetite, prisão de ventre, diarreia, náusea, vômito, inchaço abdominal, febre baixa e incapacidade de eliminar gases.

A apendicite é uma urgência cirúrgica! Na sua suspeita, procure imediatamente um atendimento médico.

6. Cálculo renal (pedra no rim)

Os cálculos renais são pedras formadas por depósitos minerais que se desenvolvem no trato urinário. As pedras podem se formar nos rins ou na bexiga. Também é possível que pequenas pedras nos rins entrem na bexiga.

Os cálculos renais e da bexiga nem sempre causam sintomas. Podem causar>

  • Dor abaixo do umbigo (dor pélvica, dor no baixo ventre ou no pé da barriga)
  • Dor nas laterais do tronco e nas costas (abaixo das costelas)
  • Dor ao urinar
  • Micção frequente
  • Sangue ou escurecimento da urina
7. Aprisionamento do nervo pudendo

O nervo pudendo é o principal nervo pélvico. O aprisionamento do nervo pudendo ou neuralgia do pudendo ocorre quando o nervo pudendo está irritado ou danificado. O sintoma inicial é a dor pélvica constante, que pode piorar ao se sentar.

A dor no pé da barriga pode ser sentida em queimação, aperto, formigamento ou tipo "facadas". Outros sintomas incluem dormência, aumento da sensibilidade à dor na pelve, micção frequente, desejo repentino de urinar, dor durante as relações e disfunção erétil.

8. Aderência abdominal

As aderências abdominais são bandas fibrosas de tecido cicatricial que se formam no abdômen. As bandas podem se desenvolver entre as superfícies dos órgãos ou entre os órgãos e a parede abdominal. Essas aderências podem torcer, puxar ou pressionar os órgãos próximos, localizados na pelve.

Geralmente, a aderência abdominal ocorre em pessoas que fizeram cirurgia no abdômen. A maioria das aderências não causam sintomas. Contudo, quando presentes, causam dor abdominal que se espalha para o baixo ventre.

As aderências abdominais podem levar à obstrução intestinal. Nesses casos, além de causar dor no pé da barriga, pode haver inchaço abdominal, prisão de ventre, náusea, vômito, retenção de gases e interrupção dos movimentos intestinais.

O que pode causar dor no pé da barriga em homem?

A dor no pé da barriga em homem pode ser causada por problemas urinários, reprodutivos ou intestinais. Contudo, existem muitas causas possíveis para a dor no baixo ventre em homem. É importante observar outros sintomas, que podem ajudar a determinar a causa da dor.

Prostatite

A prostatite é uma inflamação da próstata. A próstata é uma glândula que produz o líquido que compõe o sêmen. A prostatite pode ser causada por infecção bacteriana ou por danos nos nervos do trato urinário inferior. Às vezes, a inflamação não tem uma causa aparente.

Além de dor no pé da barriga, os sinais e sintomas da prostatite incluem:

  • Dor genital (pênis e testículos);
  • Dor abdominal ou na região lombar;
  • Dor entre o saco escrotal e o reto;
  • Sangue na urina;
  • Urina turva;
  • Micção frequente;
  • Dor ao urinar;
  • Ejaculação dolorosa;
  • Sintomas gripais (prostatite bacteriana).
Estenose uretral

Nos homens, a uretra é um tubo fino que leva a urina da bexiga para o exterior do corpo, além de transportar o sêmen. A uretra pode desenvolver cicatrizes devido a inflamação, infecção ou lesão. As cicatrizes estreitam o tubo, o que reduz o fluxo de urina. Isso é chamado de estenose uretral.

A dor no pé da barriga é um sintoma comum da estenose uretral. Pode também haver dor ao urinar, urina com sangue ou escura, fluxo lento de urina, perda de urina, pênis inchado e sangue no sêmen.

Hiperplasia prostática benigna

A hiperplasia prostática benigna (HPB) é um aumento benigno da próstata, ou seja, não é um câncer. Uma próstata aumentada pode pressionar a uretra e a bexiga. Isso reduz o fluxo de urina e causa dor no pé da barriga e na pelve.

Outros sintomas da HPB incluem dor ao urinar, micção frequente (especialmente durante a noite), vontade constante de urinar, com sensação de esvaziamento incompleto, fluxo de urina fraco, urina com mau cheiro e dor após a ejaculação.

Síndrome da dor pélvica crônica

A síndrome da dor pélvica crônica é uma causa comum de dores no pé da barriga em homens. É frequentemente chamada de prostatite não bacteriana crônica, porque torna a próstata sensível, mas não é causada por bactérias.

A síndrome da dor pélvica crônica geralmente causa dor intermitente. Outros sintomas incluem dor na região lombar, dor nos órgãos genitais, micção frequente, dor ao urinar ou evacuar, piora da dor durante relações sexuais e disfunção erétil.

Síndrome da dor pós-vasectomia

A vasectomia é um método anticoncepcional definitivo masculino. Trata-se de um procedimento cirúrgico no qual o ducto deferente (tubos que transportam os espermatozoides) são cortados ou bloqueados. Até 2% dos homens que fazem vasectomia desenvolvem dor crônica. Isso é chamado de síndrome da dor pós-vasectomia.

A síndrome causa dor genital que se espalha para a pelve e para o abdômen. Outros sintomas incluem: dor durante a relação, na ereção e ejaculação, além de disfunção erétil.

O que pode causar dor no pé da barriga em mulheres?

Existem muitas causas de dor no pé da barriga em mulheres. A dor pélvica pode ser aguda ou crônica. Uma dor aguda refere-se a uma dor súbita ou nova. A dor crônica refere-se a uma condição duradoura, que pode permanecer constante ou ir e vir, há mais de 3 meses.

Doença inflamatória pélvica (DIP)

A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção dos órgãos reprodutivos femininos. Geralmente é causada por uma infecção sexualmente transmissível não tratada, como clamídia ou gonorreia. As mulheres geralmente não apresentam sintomas quando são infectadas pela primeira vez.

Se não tratada, a DIP pode causar complicações sérias, incluindo dor crônica e intensa na pelve (pé da barriga) ou no abdômen. Outros sintomas podem incluir sangramento durante a relação sexual, febre, corrimento vaginal intenso com odor desagradável, dificuldade ou dor para urinar.

A doença inflamatória pélvica requer atenção médica imediata para evitar complicações adicionais, como gravidez ectópica, cicatrizes nos órgãos reprodutivos, abscessos e infertilidade.

Endometriose

A endometriose pode ocorrer em qualquer mulher em idade reprodutiva. É causada pelo crescimento de tecido uterino fora do útero. Porém, esse tecido continua a agir da maneira que faria se estivesse dentro do útero, incluindo espessamento e descamação com sangramento durante a menstruação.

A endometriose geralmente causa graus variados de dor pélvica, que variam de leve a debilitante. Essa dor no baixo ventre costuma ser mais forte durante a menstruação. Também pode ocorrer durante a relação sexual e com os movimentos intestinais ou da bexiga. A dor geralmente é localizada no pé da barriga, mas pode se estender para o abdômen.

Além da dor pélvica, a endometriose também pode causar fluxos menstruais mais intensos, náusea e inchaço. A endometriose é uma das causas mais comuns de infertilidade.

Ovulação

Algumas mulheres experimentam dores no pé da barriga agudas e temporárias durante a ovulação, quando um óvulo é liberado de um ovário. Essas dores geralmente duram apenas algumas horas.

Menstruação

A dor pélvica pode ocorrer antes e durante a menstruação e é geralmente descrita como cãibras na pelve ou no pé da barriga. A intensidade da dor pode variar de mês para mês.

Além de dor no baixo ventre, a menstruação pode provocar inchaço, irritabilidade, insônia, ansiedade, aumento da sensibilidade das mamas, mudanças de humor, dor de cabeça e dor nas articulações. Esses sintomas geralmente desaparecem quando vem a menstruação.

A dor no pé da barriga durante a menstruação é chamada dismenorreia. Essa dor pode parecer com cãibras no abdômen ou se manifestar como uma dor persistente nas coxas e na região lombar. Pode ser acompanhada por náusea, dor de cabeça, tontura e vômito.

Torção ovariana

Se o ovário torcer repentinamente sobre o seu eixo, pode haver uma dor imediata, aguda e insuportável no pé da barriga. Às vezes, a dor pélvica é acompanhada de náusea e vômito. Essa dor também pode começar dias antes como cólicas intermitentes.

A torção ovariana é uma emergência médica que geralmente requer cirurgia imediata.

Cisto no ovário

Cistos no ovário geralmente não causam sintomas. Contudo, se forem grandes, a mulher pode sentir uma forte dor no quadrante inferior esquerdo ou direito do abdômen e dor abdominal difusa. Também pode haver inchaço e sensação de peso no baixo ventre. Se o cisto se romper, pode haver uma dor repentina e aguda no pé da barriga.

Mioma uterino

Miomas uterinos são tumores benignos do útero. Os sintomas variam de acordo com o tamanho e a localização, ou nem causam sintomas.

Porém, miomas grandes podem causar sensação de pressão ou dor abaixo do umbigo, sangramento durante a relação sexual, períodos menstruais intensos, problemas com a micção, dor na perna, prisão de ventre e dor nas costas. Miomas também podem dificultar uma gravidez.

Câncer ginecológico

O câncer ginecológico pode surgir no útero, no endométrio (camada interna do útero), no colo do útero ou nos ovários. Os sinais e sintomas variam, mas geralmente incluem dor abaixo da barriga ou dor abdominal difusa, dor durante a relação sexual e corrimento vaginal.

Síndrome de congestão pélvica

A síndrome de congestão pélvica caracteriza-se pelo desenvolvimento de varizes nos ovários. Ocorre quando as válvulas que normalmente mantêm o sangue fluindo na direção correta pelas veias não funcionam mais. Isso faz com que o sangue retorne nas veias, que incham.

A dor no pé da barriga é o principal sintoma da síndrome de congestão pélvica. A dor muitas vezes piora durante o dia, especialmente se a mulher estiver sentada ou em pé por muito tempo. Também pode haver dor durante a relação sexual e na época da menstruação.

Outros sintomas incluem diarreia, prisão de ventre, varizes nas coxas e dificuldade em controlar a micção.

Prolapso de órgão pélvico

Os órgãos pélvicos femininos permanecem no lugar devido a uma rede de músculos e outros tecidos que os sustentam. Devido ao parto e à idade, esses músculos podem enfraquecer e permitir que a bexiga e o útero caiam.

O prolapso de órgão pélvico pode afetar mulheres de qualquer idade, mas é mais comum em mulheres mais velhas. Esta condição pode causar uma sensação de pressão ou peso no baixo ventre. A mulher também pode sentir um caroço saindo da vagina.

Gravidez

Dor no pé da barriga pode ser gravidez. A dor pélvica é comum durante a gestação. À medida que o corpo da mulher se ajusta e cresce, seus ossos e ligamentos se esticam. Isso pode causar dor ou desconforto.

Porém, uma dor pélvica na gravidez acompanhada de outros sintomas, como sangramento vaginal, ou se não desaparecer ou durar um longo período de tempo, deve ser avaliada pelo médico obstetra.

Algumas possíveis causas de dor no pé da barriga durante a gravidez incluem:

Contrações de Braxton-Hicks

Essas contrações ocorrem com mais frequência no 3º trimestre de gravidez, causando dores no pé da barriga. Elas podem ser provocados por esforço físico, movimentos do bebê ou desidratação.

As contrações de Braxton-Hicks não são uma emergência médica, mas a gestante deve informar o médico na próxima consulta pré-natal.

Aborto espontâneo

Um aborto espontâneo é a perda de uma gravidez antes da 20ª semana de gestação. A maioria dos abortos ocorre durante o 1º trimestre, antes da 13ª semana de gravidez. Eles são frequentemente acompanhados por: Sangramento vaginal, cólicas abdominais, dores no pé da barriga, dor abdominal ou na região lombar e fluxo de fluidos ou tecidos pela vagina.

Trabalho de parto prematuro

O trabalho de parto que ocorre antes da 37ª semana de gravidez é considerado trabalho de parto prematuro. Os sintomas incluem:

  • Dor abaixo do umbigo, que pode parecer contrações agudas e cronometradas;
  • Dor na região lombar;
  • Fadiga;
  • Corrimento vaginal mais intenso que o normal;
  • Cãibras no estômago com ou sem diarreia;
  • Saída do tampão mucoso;
  • Febre (se o parto estiver sendo causado por uma infecção).
Descolamento da placenta

A placenta se forma e se liga à parede uterina no início da gravidez. Ela foi projetada para fornecer oxigênio e nutrir o bebê até o momento do parto. Em situações raras, a placenta se descola parcialmente ou totalmente da parede do útero.

O descolamento da placenta pode causar sangramento vaginal, acompanhado por súbitas sensações de dor ou sensibilidade no abdômen ou nas costas. É mais comum no 3º trimestre, mas pode ocorrer a qualquer momento após a 20ª semana de gravidez.

Gravidez ectópica

A gravidez ectópica ocorre se um óvulo fecundado se implantar em uma das trompa ou em outra parte do aparelho reprodutivo que não seja o útero. Esse tipo de gravidez nunca é viável e pode resultar em ruptura da trompa de Falópio e sangramento interno, com risco de morte para a mãe.

Os principais sintomas são a dor aguda e intensa no pé da barriga e o sangramento vaginal. A dor pode ocorrer no abdômen ou na pelve, pode irradiar para o ombro ou pescoço se houver sangramento interno e o sangue se acumular sob o diafragma.

Em caso de dor no pé da barriga intensa ou que não passa, acompanhada ou não de outros sinais e sintomas, procure um atendimento de emergência para avaliação.

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Referências

FBG. Federação Brasileira de Gastroenterologia.

FEBRASGO. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

SBU. Sociedade Brasileira de Urologia.