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O que é sarcoma de Kaposi e quais os sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sarcoma de Kaposi é um tipo de câncer que atinge as camadas mais internas dos vasos sanguíneos e que geralmente se manifesta na pele e no tecido subcutâneo (abaixo da pele).

Em geral, o primeiro sinal do sarcoma de Kaposi é o aparecimento de pequenas lesões ou nódulos na pele. Formas mais agressivas da doença podem atingir boca e cavidade orofaríngea (bochecha, gengiva, lábios, céu da boca, língua, amígdalas, faringe, traqueia), mucosa intestinal, pulmões, olhos e pálpebras.

O sarcoma de Kaposi é comum em pacientes com AIDS devido à baixa imunidade e está associado à presença do herpes vírus humano tipo 8 (HHV-8). Pessoas com insuficiência renal ou que receberam transplantes de órgãos também têm um risco maior de desenvolver esse tipo de câncer.

Tipos de Sarcoma de Kaposi

Existem 4 variantes conhecidas de sarcoma de Kaposi e todas parecem ter relação com a infecção pelo vírus HHV-8:

1) Clássico ou esporádico: acomete com mais frequência homens idosos, sendo mais comum na América do Norte, em descendentes de judeus e povos do Mediterrâneo;2) Africano ou endêmico: é mais frequente em crianças e adultos jovens negros, sobretudo nas regiões ao Sul do deserto do Saara;3) Iatrogênico ou imunossupressivo: mais comum em pacientes que receberam transplante ou utilizam medicamentos imunossupressores;4) Epidêmico ou associado à infecção pelo HIV: acomete sobretudo portadores de AIDS, e costuma ser mais agressivo que o tipo clássico.

Quais os sinais e sintomas do sarcoma de Kaposi?

Os sinais e sintomas do sarcoma de Kaposi se caracterizam por lesões na pele que se manifestam em forma de manchas vermelhas, róseas ou violetas, no caso de pessoas de pele branca. Nos indivíduos com pele negra, as lesões apresentam coloração marrom ou escura.

As manchas surgem principalmente em cabeça, pescoço e tronco, podendo haver apenas algumas lesões isoladas ou centenas delas espalhadas.

Também é comum haver inchaço em membros inferiores, ao redor dos olhos e órgãos genitais, frequentemente associado a lesões nessas áreas. Sangramentos digestivos também podem ser observados.

Quando atinge a orofaringe, o sarcoma de Kaposi dificulta a deglutição e a fala, podendo resultar em perda de dentes ou obstrução das vias aéreas superiores, gerando insuficiência respiratória

Contudo, em alguns casos, a pele não é afetada ou as manchas são precedidas por lesões em vísceras, boca ou gânglios linfáticos. Quando afeta os gânglios, pode-se observar nódulos endurecidos e móveis na virilha e pescoço.

O tratamento do sarcoma de Kaposi pode incluir o uso de medicamentos antirretrovirais; quimioterapia; radioterapia; tratamento local (crioterapia ou eletrocoagulação) e cirurgia.

O/A médico/a oncologista e infectologista são responsáveis pelo tratamento da doença.

Saiba mais em: Sarcoma de Kaposi tem cura? Qual o tratamento?

Quais são os tipos sanguíneos? Qual compatibilidade sanguínea, os tipos mais raros e os mais comuns?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os tipos sanguíneos são A, B, AB ou O, chamado sistema ABO. As letras representam as proteínas encontradas na parede das suas hemácias, as principais células do sangue.

Além disso, é classificado como positivo ou negativo, de acordo com o fator Rh, outra proteína que pode estar presente na hemácia. Quando for encontrada, o sangue será classificado em Rh+ ( Rh positivo), quando ausente, Rh- (Rh negativo).

No entanto, existem diversos tipos de fator Rh, são mais de 45 famílias descritas, e um tipo em especial aonde nenhuma dessas famílias é encontrada, o fator nulo. Uma condição rara, que recebe o nome de sangue dourado.

Qual é o tipo sanguíneo mais comum?

O tipo mais comum é o O+ (O positivo), seguido pelo A+(A positivo), na maior parte do mundo, e o menos comum é o AB-. Contudo, o tipo mais raro é o sangue dourado.

No Brasil os tipos O+ e A+ tem praticamente a mesma percentagem, sendo também os mais comuns na sua população.

Sangue dourado

O sangue dourado é assim chamado devido a sua extrema raridade. Pouco mais de 40 pessoas estão cadastradas no mundo com esse tipo de sangue, portanto, é o tipo mais raro de sangue no mundo.

Para a doação não existe um tipo melhor, pois não oferece risco de reação transfusional, contudo, para a pessoa que o possui é mais complicado, porque só pode receber do mesmo tipo, o que não é fácil.

Em certos países, as pessoas que possuem o sangue dourado, tem estocado parte do seu sangue de tempos em tempos, a fim de se prevenir, caso precise de transfusão de maneira urgente durante a sua vida.

No Brasil, apenas duas pessoas, que são irmãs, são cadastradas com sangue dourado, e doadoras voluntárias para casos mais graves.

Tipos de sangue compatíveis

O sangue compatível é aquele que não reage contra o outro, porque não contém anticorpos contra o sangue de quem vai recebê-lo.

O mesmo tipo de sangue é sempre compatível. Nos casos de diferentes tipos, devem ser avaliados quanto ao sistema ABO e ao fator Rh, conforme descrito na tabela abaixo:

Tipo de sangue Pode doar para o(s) tipo(s): Pode receber do(s) tipos(s):
A+ A+, AB+ A+, A-, O+, O-
A- A+, A-, AB+, AB- A-, O-
B+ B+, AB+ B+, B-, O+, O-
B- B+, B-, AB+, AB- B-, O-
AB+ AB+ Recebe de todos os tipos de sangue
AB- AB+, AB- A-, B-, AB-, O-
O+ A+, B+, AB+, O+ O+, O-
O- Doa para todos os tipos de sangue O-
Compatibilidade entre casais

Quando o casal decide ter filhos, uma das avaliações realizadas nos exames e consultas de pré-natal, é o tipo sanguíneo para avaliar o risco de incompatibilidade.

O risco está no casal em que o homem tem o fator Rh+ e a mulher Rh-, porque o bebê poderá ser Rh+ e esse antígeno chegando à corrente sanguínea da mãe, pode desencadear uma reação contra ele mesmo. Uma das complicações é o aborto.

Entretanto, essa é uma questão que já não causa grandes transtornos, porque sendo observada essa possibilidade, a mãe é logo tratada com imunoglobulina, que impede o organismo de produzir as reações.

Mostrando mais uma vez, a importância e benefícios de se manter um bom acompanhamento de pré-natal.

Qual a importância de saber o seu tipo sanguíneo?

A grande importância em conhecer o seu tipo sanguíneo, é no caso de acidentes ou situações que exigem transfusão de sangue de urgência. Sempre que o sangue não é conhecido, a única possibilidade de transfusão com o tipo O-, o doador universal, que não causa reações.

No entanto, é um sangue pouco comum, difícil de encontrar ou ter estocado em bancos de sangue.

Ao contrário, quando o sangue é conhecido, podem haver outras possibilidades de transfusão compatível, recebendo esse tratamento de maneira mais rápida e segura. Em situações de emergência, o tempo é fundamental para se salvar uma vida.

Sendo assim, é sempre recomendado que saiba qual o seu tipo sanguíneo e que ande com uma identificação na carteira ou local de fácil acesso, para essas situações de urgência.

Para maiores esclarecimentos sobre tipos de sangue e compatibilidade, converse com o seu médico de família e/ou clínico geral.

Pode lhe interessar ainda:

Como saber meu tipo sanguíneo?

Qual o tipo de sangue mais raro no mundo?

Existem tipos de sangue incompatíveis?

Referência:

  • Lynne Uhl. Red blood cell antigens and antibodies. UpToDate. Sep 20, 2019.
  • ABHH - Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia celular.
Cores e tipos de manchas na pele: quais as principais causas e como tratar?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A presença de manchas na pele é um problema muito frequente. Pode acometer pessoas de qualquer idade, em diferentes zonas do corpo e do rosto. As manchas podem ser de diferentes cores como brancas, marrons, pretas, vermelhas ou roxas.

As causas e fatores de risco para o aparecimento de manchas podem ser as mais variadas, como infecções fúngicas, exposição solar, manchas congênitas, traumas, entre outras.

O tratamento é também é variado e pode incluir proteção solar, cremes, loções, medicamentos ou procedimentos cirúrgicos.

A cor das manchas e a localização podem sugerir a sua causa e ajudam o médico a definir qual o melhor tratamento para o seu desaparecimento ou melhoria.

Manchas escuras ou pretas

Algumas causas importantes de manchas pretas são:

  • Nevos: podem estar presentes em qualquer região do corpo, inclusive rosto. São pequenas proliferações de melanócitos, que formam pontos ou manchas escuras. São benignas e não causam nenhum problema grave.

  • Melanoma: as lesões sugestivas de melanoma podem estar presentes em qualquer localidade do corpo. O melanoma é um tipo de câncer de pele, que causa mancha ou pinta assimétricas, com bordas irregulares e com cores diferentes na mesma mancha.
Como tratar manchas pretas

O tratamento irá depender da causa da mancha. Em algumas situações, como no caso dos nevos, o tratamento muitas vezes não é necessário, a não ser que cause grande desconforto estético.

No que se refere ao melanoma, a principal forma de tratamento é através da retirada cirúrgica da lesão. Em casos mais avançados pode ser necessário fazer radioterapia ou imunoterapia.

Manchas marrons

As principais causas de manchas marrons são:

  • Melasma: ocorrem principalmente em rosto, na região das maçãs do rosto, testa, nariz e buço, mas podem também estar presentes em áreas como o colo, o pescoço e os braços. São manchas escuras na pele que estão relacionadas a exposição solar e fatores genéticos.
  • Melanose: atinge as áreas que sofrem maior exposição ao sol como mãos, colo e costas. São manchas de coloração amarronzada diretamente associadas com a exposição solar.

  • Fitodermatose: são manchas escuras amarronzadas no local onde a pele entrou em contato com o sumo de frutas ácidas.
Como tratar manchas marrons

A proteção solar está sempre indicada nos casos de manchas marrons. A melanose e o melasma podem ser tratados através de técnicas dermatológicas como ‘laser’ de luz pulsada ou peelings químicos. No melasma também podem ser usados cremes clareadores.

A fitodermatose também ocasiona manchas que com o decorrer do tempo muitas vezes desaparecem espontaneamente.

Manchas vermelhas e roxas

As manchas vermelhas e roxas também são muito frequentes e podem corresponder a:

  • Purpura senil: podem estar presentes em qualquer zona da pele. São manchas em tons arroxeados ou castanhos, que ocorrem devido ao extravasamento de sangue pelos capilares que se encontram mais frágeis, mais comum em idosos.
  • Nevo rubi: podem aparecer em qualquer região do corpo. São pintas (sinais) de coloração avermelhada, aparecem em adultos repentinamente e são muito comuns em idosos
  • Hemangioma: também podem surgir em qualquer parte do corpo. São proliferações de pequenos vasos sanguíneos na pele, ocasionando a presença de uma mancha vermelha.
  • Hematoma: aparecem em locais onde houve uma pancada ou se sofreu algum trauma. Se referem a extravasamento de sangue e rutura de vasos sanguíneos, formando manchas roxas.
Como tratar manchas vermelhas e roxas?

Na maioria nos casos, como na purpura senil e no nevo rubi, não há necessidade de realização de tratamento.

No caso do hemangioma, quando esse é congênito e atinge crianças (hemangioma infantil), é usado o propranolol como medicamento, mas também pode ser aplicado um gel de maleato de timolol na lesão.

Já o hematoma desaparece espontaneamente em alguns dias, mas para acelerar o processo pode-se aplicar gelo no local ou fazer massagem.

Leia também: O que é hemangioma?

Manchas brancas

Entre as principais causas de manchas brancas na pele tem-se:

  • Hipomelanose gutata: atinge principalmente extremidades como mãos, punhos e braços. São manchas em forma de gota, geralmente associadas a exposição solar e mais frequentes em pessoas de pele escura e idosas
  • Pitiríase versicolor (Pano branco): podem aparecer em diferentes regiões do corpo, mas são mais comuns na região das costas, ombros e tórax. É uma infecção fúngica e ocasiona a formação de manchas redondas ou ovais, de coloração branca ou marrom.
  • Pitiríase alba: aparecem principalmente no rosto de crianças e adolescentes, mas podem também está presentes em outras regiões do corpo. São manchas esbranquiçadas redondas ou ovaladas.
  • Leucodermia solar: São manchas esbranquiçadas presentes em mãos, braços e pernas, muito comuns e são causadas pela exposição contínua ao sol.
  • Vitiligo: podem atingir qualquer região da pele e dos pelos (inclusive cílios e sobrancelhas). É uma doença causada pela despigmentação de zonas da pele, formando manchas claras
Como tratar manchas brancas?

O tratamento indicado irá depender da doença. Em todos os casos a proteção da pele contra o sol está indicada, principalmente através do uso de protetor solar.

No caso da hipomelanose gutata e da leucodermia solar o tratamento pode incluir diferentes técnicas, como a crioterapia e a microdermabrasão.

Na pitiríase versicolor o tratamento inclui o uso de antifúngicos, através de loções para a pele e champôs. Já na pitiríase alba, o tratamento inclui medidas gerais de cuidado com a pele e o uso de emolientes e hidratantes, em algumas situações os corticosteroides tópicos podem estar indicado.

Em relação ao vitiligo, o tratamento inclui muitas opções terapêuticas e dependerá da extensão da lesão e zonas do corpo acometidas. É comum o uso de creme com corticosteroides e a associação da pomada de psoraleno com fototerapia.

Leia também: O que é pitisíase versicolor e quais são os sintomas?

Caso note o aparecimento de uma mancha nova consulte o seu médico de família para uma avaliação inicial ou vá diretamente a um dermatologista.

Quais os problemas que causam queda de cabelo?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A queda de cabelo pode ter muitas causas e nem sempre está relacionada com doenças ou problemas de saúde. Na maioria das vezes, a perda de cabelos é causada por fatores genéticos, envelhecimento ou condições passageiras e modificáveis, como uso de medicamentos, dieta, estresse, entre outras.

Por outro lado, em alguns casos, ter o cabelo caindo pode ser sinal de infecção, anemia, tumor no ovário, entre outras doenças e problemas que precisam ser identificados e tratados.

Fator genético e envelhecimento

Tanto o homem como a mulher tendem a perder a espessura e a quantidade de cabelos com a idade. Esse tipo de queda de cabelo geralmente não é causado por doenças e está relacionado ao envelhecimento, à genética e às alterações hormonais.

Essa forma de calvície afeta muito mais o sexo masculino do que o feminino. A queda de cabelo em homens pode ocorrer em qualquer momento após a puberdade. Aos 70 anos, cerca de 80% dos homens mostram algum sinal de calvície. Entre as mulheres a doença mais comum é a alopecia androgenética, que atinge em média 20% da população feminina, em diferentes graus.

Estresse físico ou emocional

O estresse físico ou emocional pode causar a queda de mais da metade dos fios de cabelo do couro cabeludo. Esse tipo de perda de cabelos é chamado eflúvio telógeno. O cabelo tende a cair em mechas ao lavar, pentear ou passar as mãos.

Nesses casos, o cabelo pode começar a cair depois de semanas ou meses após o episódio de estresse. Porém, a queda de cabelo tende a diminuir depois de 6 a 8 meses. O eflúvio telógeno geralmente é temporário, mas pode se tornar crônico ou durar mais tempo.

As causas deste tipo de queda de cabelo, além de estresse emocional, incluem também, febre alta ou infecção grave, parto, grandes cirurgias, doenças graves, perda de sangue repentina, dietas radicais (sobretudo aquelas que não têm proteínas suficientes) e uso de certos medicamentos (retinoides, pílulas anticoncepcionais, betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio, alguns antidepressivos e anti-inflamatórios).

Algumas mulheres entre 30 e 60 anos podem notar uma queda de cabelo que afeta todo o couro cabeludo. A perda de cabelo pode ser abundante no início e depois diminui ou para gradualmente.

Outras causas de queda de cabelo

Outras causas de perda de cabelo, especialmente se o cabelo estiver caindo fora de um padrão comum, incluem:

  • Alopecia areata (caracteriza-se pelo aparecimento de áreas sem cabelo no couro cabeludo, podendo afetar ainda a barba, as sobrancelhas e os cílios);
  • Anemia;
  • Doenças autoimunes, como lúpus;
  • Queimaduras;
  • Doenças infecciosas, como sífilis;
  • Uso excessivo de xampu e secador;
  • Alterações hormonais, como que ocorre após a menopausa e doenças da tireoide;
  • “Tiques” nervosos, como puxar os cabelos ou esfregar o couro cabeludo;
  • Radioterapia;
  • Micose ou infecções bacteriana no couro cabeludo;
  • Tumor no ovário ou nas glândulas suprarrenais e
  • Penteados que aumentam muito a tensão nos fios de cabelo.

Uma vez que a perda de cabelo pode ser sinal de doenças e problemas mais graves, é importante ter atenção a outros sinais e sintomas. Procure um médico se:

  • A queda de cabelo apresentar um padrão fora do comum;
  • O cabelo estiver caindo rapidamente;
  • Tiver queda de cabelo antes dos 30 anos de idade;
  • A perda de cabelo vier acompanhada de dor ou coceira;
  • A pele do couro cabeludo na área afetada estiver avermelhada, apresentar descamação ou algum outro tipo de anormalidade;
  • Desenvolver pela primeira vez acne, perceber crescimento de pelos faciais ou irregularidades no ciclo menstrual (mulheres);
  • For mulher e apresentar calvície tipicamente masculina;
  • Homens que apresentem áreas sem pelos na barba ou nas sobrancelhas;
  • Houver ganho de peso ou fraqueza muscular, intolerância a baixas temperaturas ou fadiga.

O médico dermatologista é o especialista indicado para diagnosticar a causa da queda de cabelo e prescrever o tratamento mais adequado, de acordo com cada caso.

O que pode ser Dor no Estômago e o que devo fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A dor no estômago, que geralmente é descrita como uma dor na porção superior da barriga (dor na boca do estômago) pode ter diferentes causas.

Entre as principais causas destacam-se:

  • Síndrome dispéptica: ocasionada por gastrite, úlcera péptica e doença do refluxo gastroesofágico;
  • Gases;
  • Gastroenterites;
  • Constipação.

O uso de medicamento, determinados alimentos ou mesmo estresse e ansiedade também podem ocasionar, ou piorar dores estomacais.

Além disso, a dor referida como sendo no estômago não necessariamente é ocasionada por problemas ou doenças no estômago, já que podem ser causadas por alterações em outros órgãos e áreas do abdômen.

A maior parte dos casos de dor de estômago melhoram espontaneamente e não apresentam gravidade. Causas mais frequentes de dor no estômago:

Gastrite

A gastrite é a presença de inflamação no revestimento do estômago, e é uma das principais causas de dor no estômago constante.

É comum as pessoas relatarem uma sensação de queimação ou de pontada no estômago muito incomoda após comer certos tipos de alimentos, como alimentos picantes, ácidos, alimentos gordurosos ou que contém cafeína.

O tratamento consiste basicamente em mudanças dietéticas, como a redução dos alimentos que provocam irritação gástrica, e uso de medicamentos da classe dos inibidores de bomba de prótons, os IBPs, (omeprazol, pantoprazol, etc).

Úlcera péptica

A úlcera é uma ferida que ocorre no revestimento interno do estômago, a mucosa gástrica, mas também pode atingir o revestimento do esôfago e do duodeno.

A úlcera péptica causa dor na região do estômago, essa dor geralmente piora com o jejum e alivia quando se come algo.

O tratamento é feito com inibidores de bomba de prótons. Caso se esteja a tomar medicamentos que agravem a úlcera, como anti-inflamatórios não esteroides, deve-se suspendê-los.

Se for constatada a presença da bactéria H. pylori na endoscopia, ela deve ser tratada com antibióticos.

Doença do refluxo gastroesofágico

Se refere ao retorno do conteúdo gástrico para o esôfago. Um dos principais sintomas do refluxo gastroesofágico é a azia, que é a sensação de queimação no estômago após as refeições.

A doença do refluxo gastroesofágico ode ocorrer por conta da presença de uma hérnia de hiato.

Esse tipo de hérnia ocorre quando parte do estômago passa pelo diafragma para a cavidade torácica. A hérnia de hiato dificulta a digestão e facilita o refluxo

O tratamento é feito com uso de medicamentos da classe dos inibidores da bomba de prótons e medidas gerais, como:

  • Diminuição da ingesta de irritantes gástricos (café, alimentos picantes, ácidos);
  • Redução do consumo de refrigerantes e álcool;
  • Dieta fracionada (comer mais vezes em menor quantidade);
  • Elevação da cabeceira da cama.

Em algumas situações podem estar indicada a cirurgia.

Gases

A presença de excesso de gases é uma das causas mais frequentes de dores abdominais, inclusive dores na região do estômago. Pode estar relacionado a dor em cólica ou constipação (prisão de ventre).

O alívio dos gases pode ser feito através de algumas medidas, as principais são:

  • Comer devagar e pausadamente;
  • Evitar o consumo de bebidas gaseificadas;
  • Evitar mascar chicletes e pastilhas;
  • Diminuir o consumo de alimentos que aumentam a produção de gases como: leite, feijões e alimentos ricos em fibras.
Gastroenterite

Gastroenterites são infecções virais ou bacterianas que acometem o trato gastrointestinal, geralmente também levam a sintomas de vômitos e diarreia. A ingestão de alimentos contaminados com toxinas também pode provocar gastroenterites;

A gastroenterite pode levar ao aparecimento de sangue ou muco nas fezes. Eventualmente, também pode desencadear febre.

Grande parte dos casos as gastroenterites resolvem-se com o decorrer do tempo e constituem um quadro autolimitado.

A hidratação faz parte do tratamento, já que um dos principais riscos das gastroenterites é a desidratação.

Constipação

A prisão de ventre pode causar gases e dores difusas por todo o abdômen, inclusive na região do estômago.

O tratamento inclui principalmente aumento da ingestão hídrica e de alimentos ricos em fibras, como verduras, legumes e alimentos integrais.

O que pode ser dor de estômago com diarreia ou vômitos?

As principais causas de dor de estômago com a presença de diarreia, náuseas ou vômitos são as gastroenterites e a síndrome do intestino irritável.

Gastroenterite

Quando a dor de estômago vem acompanhada de diarreia ou vômitos é provável que seja causada por uma gastroenterite.

Gastroenterite é um termo que se refere a um processo inflamatório gastrointestinal, causado por bactérias, vírus ou toxinas alimentares.

A gastroenterite pode levar também ao aparecimento de sangue ou muco nas fezes. Eventualmente também pode desencadear febre.

Grande parte dos casos as gastroenterites resolvem-se com o decorrer do tempo e constituem um quadro autolimitado.

Em alguns casos quando esses sintomas são persistentes podem exigir uma avaliação médica, principalmente quando acomete crianças pequenas e idosos.

Síndrome do Intestino Irritável

Outra possibilidade é a síndrome do intestino irritável, que é uma perturbação do tubo digestivo sem uma causa orgânica específica.

A síndrome do intestino irritável pode ocasionar diferentes sintomas, como dor abdominal, diarreia, gases, constipação e distensão abdominal.

Leia também: Quais os sintomas de infecção intestinal?

O que é bom para dor no estômago?

O tratamento para dor no estômago irá depender principalmente da sua causa.

Quando a causa da dor no estômago for uma gastrite ou a doença do refluxo gastroesofágico, o tratamento irá incluir mudanças na alimentação e uso de medicamentos.

O grupo dos inibidores da bomba de prótons é um dos principais medicamentos usados nos quadros de gastrite e doença do refluxo gastroesofágico. O seu uso deve ser orientado e prescrito por um médico.

Entre as medidas alimentares importantes para aliviar a dor estomacal, estão:

  • Evitar alimentos picantes, ácidos ou gordurosos;
  • Evitar alimentos que contenham cafeína;
  • Comer de forma fracionada: mais vezes em pequenas quantidades;
  • Evitar o consumo abusivo de álcool;
  • Gerir melhor episódios de ansiedade ou estresse.
Quando devo procurar um médico?

Deve procurar um médico de família ou clínico geral nas seguintes situações:

  • A dor piora muito rapidamente;
  • A dor não desaparece;
  • A dor vai e volta muitas vezes, de forma recorrente;
  • Dificuldade em respirar ou engolir;
  • Vômito ou diarreia persistentes que não melhoram;
  • Pressão intensa ou dor no peito;
  • Presença de sangue no vômito ou nas fezes;
  • Febre alta que não baixa;
  • Tossir sangue;
  • Na presença de perda de peso sem causa aparente;
  • Fadiga extrema ou perda de consciência.

Para mais esclarecimentos consulte o seu médico de família ou clínico geral.

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Dr. Charles Schwambach
Dr. Charles Schwambach
Médico

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O que é uma isquemia cerebral? Quais os sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A isquemia cerebral, é a falta de sangue em uma região do cérebro, causada pelo entupimento da artéria que leva o sangue até essa região.

Tem como principais causas, a presença de um coágulo ou placas de gordura, que impedem a passagem do sangue. Com isso, chega menos oxigênio e menos açúcar no cérebro, desencadeando os sintomas de acordo com a área que foi atingida.

A isquemia é conhecida também por derrame cerebral ou Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico.

Quais são os sintomas de uma isquemia cerebral?

Os primeiros sintomas de uma isquemia são:

  • Diminuição de força - a pessoa não consegue levantar ou manter por pelo menos um minuto, um dos braços ou uma das pernas,
  • Dificuldade de falar - parece que a língua fica adormecida ou "enrolada", e a pessoa não consegue falar o seu nome inteiro ou uma frase simples,
  • "Boca torta" - a assimetria no rosto faz a boca parecer torta, e acontece devido ao enfraquecimento dos músculos de um lado apenas do rosto,
  • Formigamento - diminuição da sensibilidade ou sensação de formigamento em um dos membros, ou um lado inteiro do corpo, inclusive rosto,
  • Perda da visão - a vista fica borrada, ou perde completamente a visão em um dos olhos, de início súbito,
  • Falta de equilíbrio - tonturas, desequilíbrio e dificuldade de se manter de pé ou caminhar em linha reta, pode ocorrer quando a isquemia atinge o cerebelo,
  • Confusão mental - a pessoa fica confusa, diz frases sem sentido ou não reconhece pessoas próximas.

Havendo um ou mais desses sintomas, de início súbito, é fundamental que procure uma emergência médica ou ligue para o SAMU 192.

Quais são os tipos de AVC?

Existem basicamente dois tipos de AVC, aquele que ocorre devido à falta de sangue, o AVC isquêmico e o AVC hemorrágico, quando a artéria se rompe, causando uma hemorragia cerebral.

Entretanto, quando a isquemia se resolve rápida e espontaneamente, sem deixar sequelas, chamamos de Isquemia transitória (AIT).

1. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (Isquemia cerebral)

O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico ou isquemia cerebral, é o tipo mais comum de AVC. A presença de um coágulo ou placa de gordura impede que o fluxo normal de sangue chegue até o cérebro.

Quando essa obstrução ocorre em um grande vaso, ou quando dura muitas horas, a falta de sangue e de oxigênio causam a morte de neurônios, e essa região para de realizar as suas funções.

Os sintomas são muito variados porque dependem da área que foi acometida. Se a isquemia ocorrer na área da fala, a pessoa pára de repente de falar; quando atinge a área responsável pela força do braço direito, esse braço fica pesado, ou paralisado, e assim por diante.

2. Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico

Felizmente o Acidente Vascular Hemorrágico, é o tipo menos comum. Nesse caso o que acontece é a ruptura de uma artéria dentro do cérebro, e não uma isquemia. As causas principais são o aumento da pressão e a presença de aneurisma cerebral.

O sangue fora da artéria (hemorragia), é bastante irritativo para o cérebro. Os sintomas são de muita dor de cabeça, de início súbito, algumas pessoas descrevem como a pior dor de suas vidas, ou como "uma bomba estourando dentro da cabeça", e nenhum remédio alivia. É comum ainda apresentar rigidez de nuca (pescoço duro) e vômitos intensos.

É o acidente vascular cerebral mais grave e com maior risco de mortalidade.

3. Isquemia Cerebral Transitória ou Ataque Isquêmico Transitório (AIT)

É uma isquemia "temporária", provocada pela falta de circulação sanguínea para uma área do cérebro, que dura pouco tempo, a circulação é restabelecida rapidamente, sem medicamentos ou tratamentos.

Pode haver todos os sintomas típicos de uma isquemia, mas que desaparecem completamente quando a circulação normal retorna.

Por muito tempo o critério para AIT era baseado no tempo dos sintomas, ou seja, sintomas que duravam menos de 24 horas eram considerados AIT. Entretanto, pesquisas mostraram que não era uma forma correta para essa definição. Atualmente, se a morte de neurônios é confirmada no exame de imagem, é considerado AVC mesmo que não observe sequelas.

Importante ressaltar que o AIT é um fator de risco para o AVC. A pessoa que já teve um AIT, comprovadamente possui um risco muito maior de desenvolver um AVC isquêmico no futuro, especialmente dentro dos próximos meses, do que outras pessoas.

Existe tratamento para a isquemia cerebral?

Sim. O melhor tratamento atual, é a trombólise. Uma medicação administrada pela veia, para dissolver o coágulo que está impedindo o fluxo de sangue para o cérebro. Quanto mais rápido conseguir dissolvê-lo e o sangue voltar a nutrir aquela área, menor o risco de uma sequela.

No entanto, essa medicação só pode ser usada quando a pessoa consegue chegar a uma emergência dentro das primeiras 4 horas do início dos sintomas. Existem ainda alguns critérios de contraindicação, mesmo que chegue a tempo, que são principalmente o uso de anticoagulantes e cirurgias recentes.

Caso não tenha indicação da trombólise, seja pelo tempo de chegada ao hospital ou por alguma contraindicação, outras medidas são importantes e devem ser iniciadas tão rápido quanto possível, como:

  • Manter os sinais vitais adequados (pressão arterial controlada, batimentos cardíacos regulares e a temperatura do corpo normal;
  • Inciar o quanto antes o tratamento de reabilitação, com terapia da fala, terapia ocupacional e fisioterapia, conforme os sintomas de cada paciente;
  • Cirurgia, mais raramente, mas pode ser preciso, por exemplo, nos casos de obstrução grave de artéria carótida;
  • E após a fase aguda, seguir com acompanhamento médico, para controle dos fatores de risco, evitando um novo evento de AVC.
E para a isquemia transitória, qual deve ser o tratamento?

O tratamento primordial da isquemia transitória é de prevenir um AVC Isquêmico!

A prevenção deve ser feita como o controle de doenças, controle rigoroso da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de açúcar (glicemia) no sangue.

Para os fumantes é recomendado deixar de fumar. Todos são aconselhados a iniciar uma atividade física regular e seguir uma dieta balanceada que poderá ser melhor orientada por um nutricionista.

Além disso, são administrados medicamentos que reduzem o risco de AVC: As estatinas, que reduzem o colesterol ruim, e os anticoagulantes e/ou antiplaquetários, para reduzir a formação de coágulos.

É possível prevenir as isquemias cerebrais?

Sim. Para prevenir a isquemia cerebral (acidente vascular cerebral) é preciso manter hábitos e um estilo de vida saudável:

  • Evitar alimentos gordurosos;
  • Manter uma alimentação saudável com baixo teor de sal e rica em frutas, verduras, cereais integrais e carnes magras;
  • Praticar atividade física regularmente orientada por um educador físico e após avaliação médica, pelo menos 4x por semana;
  • Não fumar;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Cuidar das doenças crônicas, fazendo uso regular das suas medicações diárias, principalmente cuidar da pressão arterial, colesterol e açúcar no sangue.
Quais são os fatores considerados de risco para desenvolver uma isquemia cerebral?
  • Pressão alta;
  • Colesterol elevado (especialmente o LDL);
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Sedentarismo (falta de atividade física);
  • Idade avançada,
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  • Alimentação ruim, rica em sal e gorduras;
  • Portadores de doenças cardíacas.
A isquemia cerebral deixa sequelas?

Sim. A isquemia pode deixar sequelas se acometer uma área muito extensa do cérebro e se não for tratada rapidamente.

As sequelas mais comuns são:

  • Paralisia facial;
  • Paralisia do braço e/ou perna de um dos lados do corpo;
  • Dificuldade de falar ou engolir;
  • Perda da coordenação motora;
  • Cegueira;
  • Dificuldade de memória;
  • Alterações psicológicas como a depressão.

Profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos podem auxiliar a minimizar as sequelas ou mesmo a recuperação das funções perdidas.

É importante que o acompanhamento do neurologista desde o início do quadro de isquemia até a recuperação das funções neurológicas perdidas.

Não deixe de buscar rapidamente um pronto-socorro sempre que algum sintoma de isquemia cerebral seja percebido.

Referência:

Rede Brasil AVC

Quando a diarreia é sinal de infecção?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A diarreia é sinal de infecção quando apresenta febre, calafrios e presença de sangue, muco ou pus nas fezes. Nesse caso, a diarreia passa a ser considerada uma disenteria.

A disenteria é uma situação bastante perigosa, especialmente para as crianças e pessoas com a imunidade baixa, pelo risco de complicações como a desidratação e sepse (infecção generalizada).

Portanto, na presença de sinais de infecção, procure um atendimento médico imediatamente.

Quando procurar atendimento médico?

Os sinais de maior gravidade que indicam a necessidade de atendimento médico, são:

  • Presença de sangue, pus ou muco nas fezes;
  • Febre alta (acima de 38,5ºC);
  • Mais de 6 evacuações líquidas por dia;
  • Mais de 7 dias de diarreia com febre;
  • Episódios de vômitos (mais de 5 vezes por dia), junto com a diarreia;
  • Sinais de desidratação (boca seca, muita sede e redução do volume de xixi);
  • Pacientes com imunidade baixa (em tratamento com quimioterapia, corticoides ou imunossupressores);
  • Crianças pequenas, menores de um ano, ou que não aceitam bem a hidratação;
  • Sinais de desidratação (boca seca, menor quantidade de xixi, sede constante).
O que fazer no caso de diarreia?

A principal orientação nos casos de diarreia é manter uma boa hidratação, repor os eletrólitos perdidos junto com as fezes, como o sódio, potássio e zinco; manter a alimentação habitual e quando preciso, acrescentar o antibiótico.

A restrição de alimentos durante a diarreia, foi por muitos anos usada como tratamento ideal. Contudo, os estudos mostraram que essa medida prejudica a nutrição e a recuperação da mucosa intestinal, por isso, é muito importante que a alimentação normal, de costume, seja mantida.

Quais remédios podem ser usados na diarreia?

As diretrizes de saúde, tanto no Brasil como em outros países, só indica uso de medicamentos, quando realmente é necessário, para evitar a piora da diarreia.

1. Antitérmicos

O paracetamol é a antitérmico mais indicado, porém apenas nos casos de febre alta (acima de 38,5º), ou quando causa grande incômodo na criança, interferindo na sua alimentação e aceitação de líquidos.

2. Antibióticos

Os antibióticos podem ser indicados nos casos de infecção, com a febre alta persistente, presença de sangue, muco ou pus nas fezes e quando a doença dura mais de 7 dias consecutivos.

3. Antidiarreicos

As medicações com objetivo de interromper rapidamente a diarreia não são indicadas! Sobretudo nos casos infecciosos, quando a medicação reduz a motilidade do intestino, mantendo a infecção por mais tempo e aumentando o risco de uma sepse (infecção generalizada).

4. Probióticos

Os medicamentos probióticos podem ser utilizados, embora tenham poucos estudos comprovando a sua eficácia.

5. Antieméticos

As medicações para náuseas e vômitos podem ser utilizadas, inclusive em crianças, para reduzir a perda de água nos episódios de vômitos. As opções mais prescritas são a metoclopramida, prometazina e a ondansetrona.

Quais são os tipos de diarreia?

A diarreia pode ser dividida pelo tempo de duração, pela causa ou ainda pelos sintomas e as suas caraterísticas.

Diarreia aguda

Tipo de diarreia que dura apenas alguns dias, geralmente entre 5 e 7 dias, podendo chegar a 14 dias no máximo. As causas mais comum são as viroses e a melhora é espontânea.

Diarreia crônica

Tipo de diarreia que dura mais de 3 a 4 semanas, mesmo que não seja constante durante esse período. As causas mais comuns são a presença de vermes, inflamações intestinais, como a doença de Crohn, tumores, ou situações de estresse, como a síndrome do intestino irritável.

Nesses casos é preciso procurar um gastroenterologista para investigação e tratamento.

Gastroenterite (infecciosa)

A diarreia infecciosa, disenteria ou gastroenterite, é um tipo de diarreia mais grave, causada por bactérias, onde é comum a presença de cólicas abdominais, febre, mal-estar e sangue ou pus nas fezes.

O tratamento deve ser feito com hidratação e antibióticos, por isso é procurar um atendimento médico para confirmação da doença e início rápido dos medicamentos.

Causas de diarreia

Diversas situações e doenças crônicas podem causar diarreia, como, por exemplo:

  • Consumir alimentos contaminados;
  • Viroses;
  • Alimentação rica em gordura;
  • Dietas restritivas (fórmulas para emagrecimento);
  • Doença celíaca (doença causada caracterizada pela intolerância ao glúten);
  • Doença inflamatória intestinal, como doença de Crohn e colite ulcerativa;
  • Síndrome do intestino irritável;
  • Intolerância à lactose;
  • Falta de higiene pessoal;
  • Cirurgias de estômago ou de intestino;
  • Radioterapia.
O que é diarreia?

A diarreia é uma condição em que ocorre eliminação de fezes aquosas (diarreia líquida) ou moles, pelo menos 3 vezes por dia. A diarreia pode ser leve e desaparecer em alguns dias ou durar mais tempo, podendo deixar a pessoa fraca ou desidratada.

Para maiores esclarecimentos sobre os distúrbios gastrointestinais, como a diarreia, procure um médico gastroenterologista.

Leia também: O que é bom para parar a diarreia rapidamente?

Referências:
  • Ministério da Saúde - saude.gov.br
  • Brandt KG, de Castro Antunes MM, da Silva GA. Acute diarrhea: evidence-based management. J Pediatr (Rio J). 2015;91:S36-43.
Meningite pode causar cegueira? É reversível?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Cegueira e surdez estão entre as possíveis sequelas da meningite, porém, elas podem ser de caráter permanente ou temporário.

Quem teve meningite e ficou com sequelas deve ser avaliado por um médico neurologista, que é o especialista responsável pelo tratamento da meningite.

Outras sequelas que a meningite incluem:

  • Paralisia dos membros superiores e inferiores;
  • Epilepsia;
  • Deficit cognitivos;
  • Prejuízo no desenvolvimento físico;
  • Hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro);
  • Agitação motora;
  • Distúrbios do sono;
  • Distúrbios de linguagem;
  • Instabilidade emocional.
A meningite pode ser transmitida depois de ser curada?

A possibilidade do vírus ou da bactéria que causou a meningite ficar no sangue do paciente ou em qualquer outra parte do corpo e poder ser transmitido é nula. Isso não irá acontecer.

Uma vez curada, a meningite já não pode ser transmitida, pois os agentes causadores (vírus ou bactérias), já foram neutralizados pelo sistema imunológico da pessoa.

Meningite pode causar isquemia cerebral?

Sim, a meningite bacteriana pode causar isquemia cerebral, também chamada de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. Trata-se de um tipo de "derrame", que pode ou não deixar sequelas, dependendo da área afetada do cérebro e do tamanho da lesão.

Cabe ao médico neurologista avaliar o quadro das sequelas da meningite e orientar o tratamento adequado.

Glicose abaixo de 70 é normal? O que fazer?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

O valor de glicose abaixo de 70 indica uma situação de hipoglicemia, ou seja, que a glicose está mais baixa que o ideal para o adequado funcionamento do organismo. Portanto, valores abaixo de 70 não são considerados normais.

Durante uma crise de hipoglicemia a pessoa pode sentir alguns sintomas, como:

  • Tremores;
  • Suores frios;
  • Palpitações;
  • Palidez;
  • Sensação de fraqueza;
  • Tremores;
  • Irritabilidade;
  • Sonolência.

Nas situações em que o valor de glicose é inferior a 70, ou quando existem sintomas sugestivos de hipoglicemia, o que se deve fazer é:

  1. Ingerir cerca de 15 g de algum tipo de carboidrato de rápida absorção (água com açúcar, fruta ou suco de fruta natural, por exemplo);
  2. Aguardar alguns minutos e medir novamente o açúcar no sangue.
  3. Caso a glicose se mantenha em valores abaixo de 70 deve-se ingerir novamente carboidratos de rápida absorção até os valores normalizarem.
  4. Quando os valores estiverem normais deve-se comer algum lanche com carboidratos de absorção lenta (bolachas, pão ou leite, por exemplo).

Vale ressaltar que caso a glicose seja inferior a 45 ou caso a pessoa esteja apresentando sintomas de maior gravidade, como convulsões ou perda de consciência, é necessário entrar em contato imediatamente com o serviço de urgência (SAMU) ou ir rapidamente para o hospital.

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Açúcar demerara é bom para a saúde? Engorda?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Nenhum tipo de açúcar (mascavo, demerara, cristal, refinado) é benéfico para a saúde. Embora passe por um processo de refinamento leve no qual não são utilizados aditivos químicos, o uso sem moderação de açúcar demerara pode sim levar ao aumento de peso.

Consumo de açúcar demerara e saúde Cristais de açúcar demerara

Quando comparamos o açúcar demerara ao açúcar branco, podemos dizer que o açúcar demerara é menos prejudicial à saúde. Os principais motivos para isto são:

Não contém aditivos químicos

Quanto mais branco for açúcar, mais aditivos químicos foram adicionados ao seu processo de produção. As toxinas ingeridas diariamente com os alimentos, entre elas os aditivos químicos, causam danos à saúde. Deste modo, o consumo moderado de açúcares mais escuros reduz os danos provocados ao organismo.

Possui minerais e vitaminas

Por passar por refinamento leve, algumas vitaminas e minerais presentes no açúcar demerara são preservados. Os minerais presentes em maior concentração em 100 g açúcar demerara são: potássio (346 mg), cálcio (85 mg), ferro (42 mg), o magnésio (29 mg) e o fósforo (22 mg).

Entre as vitaminas, apesar de se apresentarem em baixas quantidades, encontra-se: vitamina B1 (0,01 mg), vitamina B2 (0,01 mg) e vitamina B3 (0,03 mg). Estas concentrações de vitaminas estão presentes em 100 g açúcar demerara.

Açúcar demerara e ganho de peso

Pessoas que desejam emagrecer e preservar sua saúde não devem ingerir nenhum tipo de açúcar e nem alimentos doces. Mesmo sendo menos prejudicial, o açúcar demerara é bastante calórico. Em 100 g de demerara encontramos um total de 377 Kcal.

O consumo de açúcar estimula o aumento dos níveis sanguíneos de glicose (glicemia). Este aumento, além de ampliar o risco para o desenvolvimento de diabetes, estimula a produção de gordura pelo corpo.

Se você não consegue se manter sem consumir açúcar, o demerara é uma opção melhor para o seu organismo. Entretanto, atente sempre para as quantidades de açúcar que você ingere e procure consumir sempre menos.

O que é o açúcar demerara?

O açúcar demerara é produzido a partir do suco de cana-de-açúcar. No processo de fabricação, este suco é fervido e evaporado o que faz com que a maior quantidade de água seja retirada e fique somente os grãos de açúcar.

Por passar por uma etapa de refinamento leve e sem aditivos químicos, o açúcar demerara é composto por cristais de coloração marrom-claro e alguns de seus nutrientes são preservados. Seu sabor é delicado e mais suave que o sabor do açúcar mascavo.

O açúcar demerara, assim como o açúcar mascavo, são boas alternativas ao uso de açúcar cristal ou refinado. O açúcar demerara é também uma boa opção para quem não consegue se adaptar ao açúcar mascavo.

Pessoas diabéticas ou que apresentam resistência à insulina devem evitar consumir qualquer tipo de açúcar.

O que faz um gastroenterologista? Que doenças trata?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O gastroenterologista é o médico que cuida de todos os órgãos do sistema digestivo, por isso é conhecido popularmente por médico de estômago ou médico de intestino.

O sistema digestivo, ou sistema gastrointestinal, é composto pelo tubo gastrointestinal e os órgãos que também participam da digestão, porém estão ao redor desse tubo, como o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.

O tubo gastrointestinal é o caminho que o alimento percorre, começando na boca, onde o alimento é ingerido, segue pela faringe, esôfago, estômago, intestino fino (dividido em intestino delgado, jejuno e íleo), intestino grosso e reto.

Tubo gastrointestinal: 1- Esôfago. 2- Estômago. 3- Duodeno. 4- Jejuno. 5- Íleo. 6- Intestino grosso. 7- Reto.

Durante todo esse trajeto, o alimento é quebrado pelas enzimas, bactérias da flora e ácidos produzidos por esses órgãos. As substâncias nutritivas vão sendo absorvidas, enquanto outras, vão seguindo pelo tubo até formar o bolo fecal e ser eliminada em forma das fezes.

Todo o sistema deve estar em equilíbrio para o bom funcionamento da digestão.

O médico gastroenterologista, além de tratar clinicamente as doenças do sistema digestivo, também é responsável por realizar alguns exames complementares nessa área, como a endoscopia digestiva, a colonoscopia, retossigmoidoscopia e a colangiopancreatografia retrógrada (CPRE).

Os exames são realizados através de tubos flexíveis com câmera na ponta, para visualização da parte interna dos órgãos. Alguns desses exames, além da finalidade de diagnóstico, são capazes de tratar as doenças.

A endoscopia é um exemplo, pois durante o exame, que avalia o interior do esôfago e estômago, é capaz de identificar problemas e, ao mesmo tempo, tratá-los.

Quais as doenças tratadas pelo gastroenterologista?

São muitas as doenças que o gastroenterologista é o responsável por tratar, desde mau hálito, quando originado por um problema de refluxo, problemas de má digestão, constipação crônica, tumores ou hemorroidas.

Podemos citar como as mais comuns nos consultórios dessa especialidade:

  • Refluxo gastroesofágico
  • Espasmo esofagiano
  • Azia (gastrite)
  • Úlceras de estômago
  • Cálculos de vesícula
  • Hepatite, cirrose hepática
  • Pancreatite, câncer de pâncreas
  • Síndrome do cólon irritável
  • Constipação crônica
  • Câncer de vesícula, câncer de intestino
  • Diverticulose
  • Hemorroidas
Quando procurar um gastro?

Todas as situações que são relativas a problemas no sistema digestivo devem ser avaliadas por um médico gastroenterologista.

Porém, alguns sinais e sintomas são considerados de urgência, por isso devem ser vistos o quanto antes, são eles: a presença de sangramento nas fezes ou no vômitos, icterícia (pele amarelada), mudança no aspecto das fezes, cólicas frequentes e/ou perda de peso.

1. Sangramento

Na presença de sangue nas fezes ou vômitos com sangue, é preciso procurar imediatamente um atendimento médico. O sangramento pode sinalizar uma ferida sangrando, por exemplo, uma úlcera de estômago, pode ser um pólipo ou um tumor no tubo gastrointestinal.

O câncer de intestino muitas vezes tem como primeiro sintomas, um pequeno sangramento nas fezes.

2. Pele amarelada (icterícia)

A pele amarelada, e olhos amarelados é chamado icterícia. Um sintoma que ocorre quando existe uma doença no fígado, por isso, sempre que observar esse sinal, procure um serviço de urgência ou gastroenterologista, imediatamente.

3. Mudança do aspecto das fezes

As fezes normais têm uma consistência mole e macia, com um formato definido, semelhante a uma salsicha. A superfície pode ser lisa ou conter algumas rachaduras e também, pedaços moles. Alteração na forma, coloração ou cheiro, é sinal de problema no trato gastrointestinal.

Fezes em fita ou com presença de sangue, por exemplo, são sinais de alerta. Fezes constantemente amolecidas, associada a febre, mal-estar e perda de peso também é sinal de gravidade.

4. Cólicas abdominais

As cólicas abdominais, associadas a alimentação gordurosa, falam a favor de problemas na vesícula biliar. Sabendo que os cálculos na vesícula representam um risco elevado para a pancreatite aguda, uma doença grave, é importante avaliar essa situação com um gastroenterologista, o quanto antes.

Uma cirurgia eletiva, para remoção da vesícula, pode ser a melhor forma de prevenir esse problema.

5. Perda de peso

A perda de peso sem motivo aparente, associada a sintomas gástricos, como azia constante, falta de apetite, constipação ou diarreia frequente, também pode sugerir a presença de um tumor. Principalmente se houver sangramento com perda de peso, procure imediatamente um serviço de emergência ou gastroenterologista.

Para mais esclarecimentos, converse com o seu médico de família, ou com o gastroenterologista.

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