Os sintomas da ressaca incluem mal-estar, dor de cabeça, fraqueza, boca seca, náuseas, vômitos, diarreia, batimentos cardíacos acelerados, sensibilidade à luz e cansaço. Tratam-se dos efeitos colaterais causados pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Essas alterações fisiológicas ocorrem depois que o organismo inicia o processo de eliminação do álcool.
Os sintomas da ressaca surgem quando as enzimas responsáveis pelo metabolismo do álcool no fígado não são capazes de realizar esse trabalho devido ao excesso de álcool no sangue.
O que é a ressaca e por quê ela ocorre?Para que o álcool seja metabolizado, o corpo necessita fazer um esforço significativo e, durante esse processo, o fígado e o sistema nervoso são os mais prejudicados.
Quando entra na circulação sanguínea, o álcool dilata os vasos sanguíneos. O fígado que, em geral, é capaz de processar somente uma dose de bebida alcoólica por hora, precisa duplicar o seu trabalho para conseguir metabolizar o álcool presente no sangue.
A seguir, o álcool inibe a ação do hormônio antidiurético, o que faz a pessoa urinar com mais frequência e perder grandes quantidades de líquidos, causando desidratação.
Outra consequência do excesso de álcool é a diminuição da quantidade de glicose (açúcar) que chega ao cérebro. Lembrando que a glicose é a única fonte de energia utilizada pelas células nervosas.
Quando o consumo de álcool é interrompido, começam a surgir os primeiros sintomas da ressaca. A dor de cabeça, o enjoo, os batimentos cardíacos acelerados e a lentidão dos reflexos são causados pela dilatação dos vasos sanguíneos.
A desidratação e a acidez do sangue causadas pelo excesso de álcool provocam vômitos, falta de apetite e boca seca. A desidratação também provoca dores de cabeça.
A fraqueza e o cansaço são decorrentes da redução dos níveis de glicose sanguínea, que pode levar ao coma alcoólico nos casos mais graves.
A sensibilidade à luz é provocada pelo excesso de estímulos dos neurotransmissores que captam as luzes e os sons.
Como curar a ressaca?Para curar a ressaca, recomenda-se fazer repouso e ter uma alimentação leve, evitando frituras, doces e alimentos gordurosos para não sobrecarregar ainda mais o fígado.
A hidratação com água, chá, água de coco e sucos de frutas naturais é fundamental para repor o excesso de líquidos perdidos.
A frutose, açúcar presente nas frutas e no mel, também é excelente para curar a ressaca, pois torna o metabolismo do álcool mais rápido e acelera o seu processamento pelo corpo.
Para combater a azia, recomenda-se beber leite ou tomar um antiácido. Para as náuseas, podem ser usados medicamentos que auxiliam o esvaziamento do estômago.
Os analgésicos usados para aliviar a dor de cabeça, como o ácido acetilsalicílico e o paracetamol devem ser evitados. O ácido acetilsalicílico pode levar à gastrite alcoólica e o paracetamol associado ao álcool pode causar doença grave no fígado.
Para evitar a ressaca, o primeiro passo é preparar o fígado e o estômago ainda antes de começar a beber, alimentando-se, especialmente com alimentos com alto teor de gorduras e carboidratos (massa, pão, arroz, batata).
Também é muito importante beber bastante água para combater a desidratação, antes, durante e depois do consumo de bebidas alcoólicas. O ideal é beber 200 ml de líquido não alcoólico a cada 20 minutos enquanto estiver consumindo álcool.
A mesma importância tem a alimentação. A pessoa deve comer com alguma frequência enquanto estiver bebendo, especialmente carboidratos.
Esses cuidados também diminuem a agressão às mucosas do estômago e do esôfago causada pelo álcool, ajudando a reduzir a sensação de queimação e os enjoos.
Os medicamentos usados para prevenir a ressaca devem ser usados com cautela e, mesmo assim, a pessoa não está imune à ressaca se beber sem limites.
Contudo, nem todas as pessoas que bebem em excesso têm ressaca. O aparecimento dos sintomas depende da quantidade ingerida de álcool, da hidratação e da habituação do fígado ao álcool. Vale lembrar que não importa o tipo de bebida alcoólica consumida, mas sim a quantidade.
Também vale ressaltar que, mesmo com todos esses cuidados, a pessoa não está totalmente livre de ter uma ressaca no dia seguinte. Por isso, a melhor forma de evitá-la é beber com moderação.
A depressão é um transtorno mental caracterizado pela sensação de tristeza, sentimento de culpa e perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas.
O desânimo perdura pela maior parte do dia e dura muitos meses consecutivos. Tem como causa principal a predisposição genética, mas os fatores ambientais, questões sociais e financeiras também podem precipitar o início da doença.
O médico psiquiatra é o responsável por confirmar o diagnóstico e planejar o tratamento.
Sintomas mentais (psíquicos) da depressãoOs sintomas chamados mentais ou psíquicos, são aqueles que não são visíveis, por isso podem ser menos valorizados, embora sejam os que mais causam sofrimento à pessoa. São eles:
- Sensação de tristeza constante;
- Falta de interesse e prazer;
- Sentimento de culpa;
- Lentificação de movimentos e pensamentos;
- Insônia ou sonolência;
- Mal-estar, cansaço antes não observado;
- Dor crônica (dor que dura mais de 3 meses);
- Alterações do apetite (falta de apetite ou aumento da fome);
- Alterações do interesse sexual (redução da libido, na maioria das vezes).
Os sintomas psíquicos de depressão podem desencadear sintomas físicos, aqueles que podemos observar ou medir no exame físico. Os mais comuns são:
- Azia, eructação frequente (arrotos);
- Distúrbios intestinais (constipação ou diarreia);
- Taquicardia (elevação da frequência cardíaca);
- Aumento da pressão arterial;
- Sudorese (suor aumentado).
O tratamento depende do tipo de depressão, da gravidade dos sintomas e das condições de saúde da pessoa.
A forma mais eficaz de tratar a doença envolve a psicoterapia e atividades físicas associadas ao uso de medicamentos antidepressivos.
Portanto, é preciso passar por uma consulta com psicólogo e médico psiquiatra, que irão definir o tipo de doença e qual a melhor medicação para cada pessoa.
Em conjunto com a psicoterapia e medicação, o médico e/psicólogo poderão orientar aos tratamentos complementares como atividades físicas, de preferência, orientadas por um profissional educador físico, que saberá os limites e tipos de treino para sua recuperação.
A prevenção da depressão está relacionada a adoção de hábitos saudáveis como:
- Ter uma dieta equilibrada e saudável;
- Reduzir o consumo diário de café e/ou outras bebidas que contenham cafeína;
- Praticar regularmente atividade física;
- Estabelecer uma rotina de sono regular;
- Manejar o estresse organizando o tempo para atividades prazerosas;
- Evitar o uso abusivo de álcool e outras drogas.
Existe a possibilidade de remissão completa dos sintomas, entretanto, isto não significa a cura da depressão. De forma geral, a manutenção do tratamento com psicoterapia e uso de antidepressivos é necessária em longo prazo.
A pessoa com depressão deve ser avaliada periodicamente por psicólogo e psiquiatra para analisar o quadro depressivo e o efeito da medicação.
Quando a alta médica e psicológica é dada e a medicação é suspensa, sob orientação médica, a pessoa é considerada curada. No entanto, é preciso orientá-la quanto à possibilidade e sinais de recaídas.
A depressão é um transtorno mental que ocorre frequentemente, tem associação com o suicídio e, por estes motivos, deve ser tratada como qualquer outra doença.
Tipos de depressãoDistimia ou Transtorno depressivo persistente (TDP)O termo distimia foi recentemente substituído por Transtorno depressivo persistente (TDP), e caracteriza-se por um quadro de depressivo mais leve e crônico, que deve perdurar por pelo menos 2 anos em adultos, e 1 ano em crianças. As alterações mais comuns são o humor deprimido e as queixas de cansaço e desânimo durante a maior parte do tempo.
Acomete, na maior parte das vezes, pessoas excessiva e persistentemente preocupadas. O seu início se dá no período da adolescência ou início da vida adulta.
Depressão endógenaA depressão endógena indica um transtorno interno, possivelmente, associado à uma diminuição de neurotransmissores como a serotonina. Neste tipo de depressão predominam como sintomas o desinteresse, a falta de prazer em atividades normalmente agradáveis, os distúrbios de sono, a ansiedade e a tristeza.
Depressão AtípicaA depressão atípica se manifesta com aumento do apetite acompanhado ou não de ganho de peso, sensação de corpo pesado, dificuldade para conciliar o sono ou sonolência excessiva, sensibilidade exagerada à rejeição e respostas negativas aos estímulos ambientais.
Depressão sazonalA depressão sazonal normalmente começa no início do outono, persiste durante o inverno e apresenta remissão do quadro com a chegada da primavera. Apatia, isolamento social, diminuição das atividades da vida diária, sonolência, aumento do apetite com preferência para doces e carboidratos e redução da libido, são os sintomas mais frequentes.
Depressão psicóticaA depressão psicótica é um dos casos mais graves de depressão e se caracteriza por sintomas de delírios e alucinações. Os delírios são representados por ideias de pecado, pobreza, desastres iminentes e doenças incuráveis. Já as alucinações estão relacionadas às alucinações auditivas.
Depressão bipolarA maior parte das pessoas com transtorno bipolar iniciam o seu quadro de bipolaridade com um episódio depressivo. Quanto mais precoce for o seu início, maior é a chance de que a pessoa venha a desenvolver transtorno bipolar. Pessoas com histórico familiar de bipolaridade, depressão maior, abuso de substâncias e transtorno de ansiedade são indicativos importantes do desenvolvimento de transtorno bipolar.
Depressão secundáriaSão as síndromes depressivas que podem ser associadas ou provocadas pelo uso de medicamentos.
Para uma avaliação, diagnóstico e indicação de tratamento adequado procure atendimento na Atenção Primária, nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e nos ambulatórios especializados.
Saiba mais como pode cuidar da depressão no artigo: As 4 Formas para Combater a Depressão
Referências:
- Lawrence T. Park, et al.; Depression in the Primary Care Setting. N Engl J Med. 2019 February 07; 380(6): 559–568.
- ABP - Associação Brasileira de Psiquiatria