Não, a tuberculose miliar não é contagiosa. Trata-se de um tipo de tuberculose extrapulmonar, portanto não é transmitida de pessoa para pessoa através das secreções respiratórias. Pacientes com tuberculose miliar não são capazes de transmitir a bactéria ao falar, tossir ou espirrar, como ocorre nos casos de tuberculose pulmonar.
A tuberculose miliar é um tipo de tuberculose em que as bactérias estão disseminadas na corrente sanguínea, por isso alcançam outros tecidos e órgãos do corpo, causando lesões e sintomas de acordo com a região acometida.
As regiões mais comuns de tuberculose extrapulmonar são os gânglios periféricos, pleura, ossos e meninge. O risco de meningite é elevado, sendo uma das formas mais graves de tuberculose.
Apesar da gravidade, a tuberculose miliar não é transmissível. Os pacientes não precisam ficar em isolamento e podem entrar em contato com outras pessoas pois não existe risco de contágio.
Já a tuberculose pulmonar, que é a forma mais comum da doença, é altamente contagiosa. Quando alguém com tuberculose pulmonar ativa espirra, tosse ou fala, libera gotículas de secreção respiratória contaminadas com o bacilo, que gera a contaminação.
Veja também: Tuberculose é contagiosa? Como se transmite?
Vale lembrar que um paciente com tuberculose miliar pode transmitir a doença se estiver também com a forma pulmonar da tuberculose.
O tratamento da tuberculose miliar pode ser iniciado mesmo que ainda não haja um diagnóstico definitivo, uma vez que a taxa de mortalidade é alta se o tratamento não for iniciado precocemente.
O/A médico/a da família ou infectologista é o responsável pelo tratamento e acompanhamento nesses casos.
Saiba mais em:
Tuberculose pleural é um tipo de tuberculose extrapulmonar que acomete a pleura, uma membrana fina que reveste os pulmões. A tuberculose pleural é a forma de tuberculose extrapulmonar mais observada em pacientes imunocomprometidos, sobretudo com AIDS.
A doença pode ocorrer em qualquer idade, embora seja mais comum em adultos jovens entre os 20 e 40 anos.
O bacilo de Koch, causador da tuberculose, pode atingir a pleura pelo sangue, mas a tuberculose pleural também pode surgir devido à hipersensibilidade à bactéria.
O bacilo pode ainda chegar à pleura pela via direta, ou seja, através do rompimento de algum foco de tuberculose pulmonar na cavidade pleural. Quando isso acontece, o bacilo de Koch pode estar presente no líquido pleural ou nas secreções respiratórias.
A tuberculose pleural pode se manifestar através de sinais e sintomas inespecíficos como febre, prostração, inapetência e emagrecimento. Pode ocorrer ainda tosse seca persistente e falta de ar, especialmente nos casos aonde evolui com derrame pleural.
Saiba mais em: O que é derrame pleural e quais os sintomas?
Contudo, o sintoma respiratório mais característico da tuberculose pleural é a dor torácica do tipo pleurítica. A dor pleurítica começa subitamente, é intensa e em forma de “pontadas”. Geralmente é bem localizada e se manifesta apenas em um lado do tórax. A dor piora com a tosse ou inspiração profunda e melhora se o paciente ficar sem respirar por instantes.
O diagnóstico da tuberculose pleural é confirmado pelo raio-x de tórax, análise do líquido pleural e tecidos da pleura (biópsia).
O/A médico/a especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da tuberculose pleural é o/a pneumologista ou infectologista.
Leia também:
Sim, tuberculose pleural tem cura.
O tratamento é baseado no conjunto de antibióticos, conhecido por esquema básico, assim como o tratamento para casos de tuberculose pulmonar. Seguindo o protocolo estipulado pelo Ministério da Saúde, deve ser administrado em duas fases:
⇒ 1ª fase (2 meses): Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol, seguido pela
⇒ 2ª fase (mais 4 meses): Rifampicina + Isoniazida.
(em crianças menores de 10 anos, a única diferença é que o Etambutol não deve ser incluído).
Se a evolução não for favorável, a segunda fase pode ser prolongada por mais 3 meses, totalizando 7 meses.
Alguns serviços optam por uma quinta medicação, que seria o corticoide, para acelerar a resolução do quadro, porém há controversas por falta de evidências científicas que comprovem seus benefícios a longo prazo.
A chance de cura da tuberculose pleural com esse esquema é de 98%, desde que o tratamento seja feito corretamente e não seja interrompido.
Tratamento em casos específicosAlguns casos específicos, que demostram resistência ou reações adversas ao esquema básico, inicial, podem ter a opção de substituir a Rifampicina e Isoniazida pela Estreptomicina e Etionamida, constituindo o esquema abaixo, porém neste caso, a duração deve ser de 12 meses:
⇒ 1ª fase (3 meses): Estreptomicina + Etionamida + Etambutol + Pirazinamida.
⇒ 2ª fase (9 meses): Etionamida + Etambutol.
A estreptomicina é o único medicamento administrado por via venosa, seja direto por injeção ou diluído no soro. Todos os outros antibióticos usados para tratar a tuberculose pleural são tomados por via oral.
A taxa de cura desse esquema varia entre 55 e 65%. Além dos medicamentos serem menos eficazes, os efeitos colaterais e a necessidade de ter que tomar injeções por 3 meses (estreptomicina) aumentam a taxa de abandono desse tratamento.
Existem ainda outras opções de antibióticos, para casos de reação ou resistência, entretanto esses casos são avaliados em serviços terciários, com profissionais especializados na área.
O tratamento da tuberculose é disponibilizado gratuitamente, e também todas as suas orientações e acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Também podem lhe interessar:
Sim, tuberculose miliar tem cura, mas é muito importante iniciar o tratamento o mais rápido possível, caso contrário a doença pode ser fatal. O tratamento da tuberculose miliar pode inclusive ser iniciado antes de haver um diagnóstico definitivo, uma vez que a taxa de mortalidade é alta sem um tratamento precoce.
O tratamento da tuberculose miliar segue o mesmo esquema da tuberculose pulmonar, com o uso de 4 medicamentos antibióticos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.
A primeira fase do tratamento tem uma duração de 2 meses e inclui a rifampicina, a isoniazida, a pirazinamida e o etambutol. A segunda fase do tratamento dura 4 meses e inclui apenas a rifampicina e isoniazida. Todas as medicações são tomadas por via oral. O tratamento pode durar mais tempo caso haja acometimento do sistema nervoso central.
Pacientes que nunca receberam qualquer tratamento para tuberculose ou que abandonaram o tratamento em menos de 30 dias, são tratados com o seguinte esquema:
⇒ 1ª fase (2 meses): Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol
⇒ 2ª fase (4 meses): Rifampicina + Isoniazida.
Dependendo da gravidade do caso ou se houver ausência de resposta a esse esquema terapêutico, o tratamento da tuberculose miliar pode ser prolongado com outras combinações de medicamentos.
Lembrando que o tratamento da tuberculose é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Saiba mais em:
Tuberculose miliar é contagiosa? Como se transmite?