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Evacuando um catarro junto com a água, isso é diarreia?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

Sim, temos a presença de diarreia quando ocorre um aumento do volume das fezes e diminuição da consistência, levando ao aumento no número de evacuações por dia, pode ainda acontecer de aumentar a quantidade de líquido eliminado junto com as fezes, que tornam-se mais aquosas.

Nesse tipo de situação é importante beber bastante líquido para manter-se hidratado e impedir o risco de desidratação, que ocorre mais frequentemente e é mais grave principalmente em crianças pequenas e idosos. 

Além disso, é valido comer comidas leves e evitar a ingestão de alimentos que aumentem a motilidade intestinal como comidas gordurosas, leites e derivados. Evitar usar medicações para cessar a diarreia sem supervisão médica, pois podem piorar os sintomas. 

Saiba mais em: Diarreia, o que fazer?

No caso de diarreia, é importante ficar atento aos seguintes sintomas:

  • Febre;
  • Presença de muco ou sangue nas fezes;
  • Diarreia persistente por mais de 7 dias;
  • Diarreia ao longo de meses, crônica;
  • Sintomas de palpitação, sudorese, dor abdominal intensa.

No caso de algum desses sintomas vale a pena procurar o seu médico de família ou clínico geral para uma avaliação.

Leia também:

Estou com diarreia, o que pode ser?

Quais são as causas da diarreia crônica?

Qual o tratamento para retocolite ulcerativa?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

O tratamento da retocolite ulcerativa tem como objetivo tirar o paciente da crise e mantê-lo em remissão. O tratamento farmacológico é geralmente efetivo no controle da doença.

Para a forma clássica, são usadas sulfas e seus derivados. Se estes medicamentos não apresentarem bons resultados, podem ser usados corticoides, que agem com rapidez e eficácia, porém, devem ser retirados depois da melhora clínica, no período de manutenção. A prescrição de antibióticos é fundamental nos casos de megacólon tóxico. 

Após a retirada da crise, o tratamento de manutenção deve ser contínuo, para o resto da vida, com aminossalicilatos orais e/ou mesalamina tópica em doses progressivamente menores, até que apareçam sinais clínicos de recidiva. Nesse momento, a dose mínima foi descoberta para aquele paciente.

Deve-se também seguir uma dieta rígida; rica em fibras nos casos em que há constipação; pobre em frutas e vegetais frescos, cafeína e carboidratos não absorvíveis nos casos que cursam com cólicas abdominais e diarreias, reposição de ferro para pacientes com perdas sanguíneas relevantes e reposição de ácido fólico quando o paciente está fazendo uso de sulfassalazina.

O tratamento cirúrgico é definitivo, mas agressivo e indicado apenas para os casos que não respondem ao tratamento farmacológico, megacólon tóxico, perfuração intestinal, hemorragia incontrolável, complicações incontroláveis do tratamento medicamentoso e displasia de alto grau confirmada, displasia associada a lesão de massa (DALM) ou câncer.

Vale ressaltar que sempre um médico, preferencialmente um gastroenterologista, neste caso, deve ser consultado antes de iniciar qualquer tipo de tratamento por conta própria.

Qual o tratamento para disenteria?
Dra. Nicole Geovana
Dra. Nicole Geovana
Medicina de Família e Comunidade

A maioria dos casos de disenteria pode ser tratado com hidratação e uso de soro caseiro. Em alguns casos, é preciso usar antibióticos, principalmente se a pessoa apresentar febre e piora do estado geral. Para infecções causadas por parasitas como ameba ou giárdia, são usados medicamentos antiparasitários.

Raramente e apenas em casos de desidratação grave é preciso internação hospitalar para que o paciente receba hidratação venosa e tenha uma recuperação adequada.

A suplementação com zinco também é indicada para diminuir o tempo de duração da diarreia e evitar novos episódios.

Além dos medicamentos, é importante beber bastante líquidos para combater a desidratação, caso o tratamento seja feito em casa. O paciente deve ser visto pelo médico novamente 2 dias após o início da medicação. Se a pessoa continuar a apresentar diarreia com sangue nas fezes depois dessas 48 horas, ela deve ser internada.

O tratamento da disenteria deve começar o quanto antes, já que os micróbios podem atingir outros órgãos, como fígado e pulmões, formando abcessos nos mesmos. A infecção também pode se generalizar pele corpo e causar forte desidratação.

O soro de reidratação é oferecido gratuitamente nas unidades de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) e vendido nas farmácias.

Como a transmissão ocorre com a ingestão de água ou alimentos contaminados com parasitas, as medidas de prevenção são importantes:

  • Lavar bem as frutas, legumes e vegetais antes de comer;
  • Beber água filtrada ou fervida;
  • Lavar as mãos antes das refeições;
  • Comer em locais que preparam os alimentos de forma higiênica.

Saiba mais em: 

O que é disenteria e quais os sintomas?

O que é balantidiose, quais os sintomas e como tratar?

Dor na barriga do lado direito. O que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor na barriga do lado direito é uma queixa bastante frequente e na maioria das vezes está relacionada a situações simples, como o excesso de gases ou prisão de ventre.

No entanto, algumas vezes pode representar um problema mais grave como uma hepatite, apendicite ou um tumor.

Sendo assim, é importante ter atenção aos sintomas, e se a dor piorar ou vir associada a outros sintomas como febre alta, vômitos ou perda de peso, o ideal é que procure um clínico geral ou gastroenterologista para avaliação médica.

O que causa dor do lado direito da barriga?

As causas mais relacionadas à dor na barriga no lado direito são:

  • Gases: Dor de intensidade variada, do tipo cólicas (dor que vai e vem), ou do tipo pontadas, associada a "barulhos" na barriga e história de má alimentação;
  • Prisão de ventre: Dor tipo cólica, mais localizada, inchaço na barriga, dificuldade de evacuar, com ou sem massa palpável na barriga (fezes endurecidas);
  • Hepatite aguda: Dor forte do lado direito do abdome, próximo das costelas, associado a náuseas, vômitos, febre e icterícia (coloração amarelada da pele e olhos);
  • Pedras na vesícula (Colecistite ou colelitíase): Dor tipo cólica, de forte intensidade, do lado direito da barriga, associada a náuseas e vômitos, que piora após uma alimentação gordurosa;
  • Apendicite aguda: Dor na barriga, que pode ter início no umbigo e mais leve, que depois se mantém fixa na região mais baixa da barriga, à direita, associada a febre, náuseas e vômitos;
  • Endometriose: Dor na barriga, que pode se localizar em diversas regiões, não só a direita, associada ao ciclo menstrual, quando os hormônios agem para a realização da ovulação;
  • Gravidez ectópica à direita - Mulher em idade reprodutiva como dor intensa no baixo ventre, apenas de um lado (direito ou esquerdo), suor frio, mal-estar, náuseas e vômitos, com história de atraso menstrual, sugere a gravidez nas trompas;
  • Tumor - Dor localizada, febre baixa e perda de peso. Os tumores em geral, são doenças silenciosas, que quando desenvolvem sintomas já estão em estágios avançados, dificultando um tratamento adequado.

Além destas, situações como cólicas menstruais, infecção urinária, pedra nos rins, gastroenterite, obstrução intestinal (fecaloma), vermes ou ansiedade podem causar uma dor localizada à direita.

O mais importante, deve ser compreender os sinais de perigo que indicam a necessidade de procurar um atendimento de urgência. Para outros casos, procure o seu médico de família ou gastroenterologista, que deverá iniciar uma avaliação mais criteriosa.

Quando devo procurar uma emergência?

Os sinais de risco, que indicam a necessidade de procurar uma emergência imediatamente, são:

  • Febre alta (maior que 38,5º),
  • Náuseas e vômitos que não melhoram com a medicação habitual,
  • Piora da diarreia,
  • Sinais de desidratação (muita sede, boca seca, urina pouco),
  • Presença de sangue na urina ou nas fezes,
  • Coloração amarelada na pele ou nos olhos (parte branca) ou
  • Confusão mental ou desorientação.

Referência:

FBG - Federação Brasileira de gastroenterologia.

Quais as causas mais comuns de diarreia?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

As causas mais comuns de diarreia são as gastroenterites virais, que quase sempre desaparecem espontaneamente em poucos dias. O rotavírus é a causa mais comum de diarreia aguda em crianças.

A ingestão de alimentos ou água contaminados por certos tipos de bactérias, ou parasitas (intoxicação alimentar) também pode causar diarreia. A diarreia também pode ser causada por medicamentos, como antibióticos, medicamentos quimioterápicos para câncer e laxantes contendo magnésio.

Outras causas comuns de diarreia incluem:

  • Doença celíaca;
  • Doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e colite ulcerativa);
  • Síndrome do intestino irritável;
  • Intolerância à lactose;
  • Síndromes de má absorção, que impedem a absorção de nutrientes pelo intestino.

As causas menos comuns de diarreia podem incluir síndrome carcinoide (tumores benignos ou malignos no intestino), distúrbios dos nervos do intestino, remoção parcial do estômago ou do intestino delgado e radioterapia.

O que é diarreia?

Diarreia é uma condição que se caracteriza pela eliminação de fezes aquosas ou moles, pelo menos 3 vezes por dia. Em algumas pessoas, a diarreia é leve e desaparece em alguns dias, enquanto em outras, pode durar mais tempo, podendo deixar a pessoa fraca e desidratada.

Diarreia que dura mais de alguns dias pode ser sinal de um problema mais sério. Se a diarreia durar mais de 4 semanas ela é considerada crônica e pode ser sintoma de alguma doença crônica. Os sintomas da diarreia crônica podem ser contínuos ou podem aparecer e desaparecer.

A diarreia pode ser grave quando ocorre em bebês e crianças, sendo necessário um tratamento diferente do que seria usado para tratar a diarreia em adultos.

Quais os sintomas que podem acompanhar a diarreia?
  • Cãibras ou dor no abdômen;
  • Necessidade urgente de evacuar;
  • Perda do controle do intestino;
  • Febre, calafrios e sangue nas fezes (diarreia causada por vírus ou bactérias).
Como tratar diarreia?

Na maioria dos casos, é possível tratar a diarreia em casa. O tratamento consiste em beber bastante líquidos para evitar a desidratação e evitar determinados alimentos, dando prioridade a outros.

Deve-se evitar tomar medicamentos para diarreia que podem ser comprados sem receita médica.

Veja também: Diarreia: o que fazer?

Para casos de diarreia crônica, como a causada pela síndrome do intestino irritável, é necessário fazer mudanças na dieta e no estilo de vida.

Como prevenir diarreia?

O uso de suplementos que contêm bactérias benéficas (probióticos) pode ajudar a prevenir episódios de diarreia, sobretudo aqueles causados pelo uso de antibióticos. Alguns iogurtes com bactérias vivas ou ativas também são uma boa fonte dessas bactérias benéficas para o intestino.

As seguintes medidas podem ajudar a prevenir doenças que causam diarreia:

  • Lavar as mãos com frequência, principalmente depois de usar o banheiro e antes de comer;
  • Passar gel à base de álcool nas mãos frequentemente;
  • Ensinar as crianças a não colocar objetos na boca;
  • Beber apenas água engarrafada, filtrada ou fervida;
  • Evitar comer frutas e vegetais crus sem lavar ou descascar;
  • Não comer frutos do mar crus ou carne mal cozida.
Quando procurar um médico em caso de diarreia?

Procure um médico se a diarreia vier acompanhada de sinais e sintomas de desidratação, como diminuição do volume de urina, vertigem ou tontura, boca seca e olhos fundos.

Na presença de sangue nas fezes, fezes pretas, dor de estômago que não desaparece após a evacuação ou diarreia com febre acima de 38ºC, também deve-se procurar atendimento médico.

Saiba mais em:

Diarreia constante pode ser por causa dos meus remédios?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, pode ser reação de um dos remédios em uso regular. O mais provável é a metformina®, visto que os distúrbios gastrointestinais são efeitos colaterais comuns ao seu uso crônico.

Procure seu médico assistente, endocrinologista ou um médico gastroenterologista, para conversar sobre esse sintoma, definir a causa e assim avaliar a melhor opção de tratamento.

Metformina®

A metformina® é um medicamento indicado para o tratamento de diabetes tipo I e tipo II, além de ser uma opção ao tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos.

Trata-se de uma medicação amplamente utilizada, porém como toda medicação pode haver efeitos colaterais indesejáveis. A diarreia é um dos efeitos colaterais comuns do uso crônico de metformina®. Outros efeitos secundários possíveis são a perda de peso, náusea, vômito, cólicas, perda de apetite e alterações do paladar.

Saiba mais no artigo: Metformina emagrece?

Sibutramina®

A sibutramina® é um medicamento anorexígeno, inibidor de apetite, registrado e liberado pela ANVISA como coadjuvante no tratamento da obesidade. Portanto, como outros inibidores de apetite, a medicação interfere em diversos sistemas do corpo, o que obrigada uma avaliação médica criteriosa, para avaliar a possibilidade de seu uso e manter acompanhamento regular.

A diarreia não costuma ser um efeito colateral da medicação, ao contrário, um dos efeitos mais comuns é a constipação intestinal. Outros efeitos relatados são: boca seca, dor de cabeça, taquicardia, agitação, ansiedade, nervosismo, sudorese intensa, distúrbios do sono, aumento da pressão arterial, náuseas e alteração do paladar.

Causas de diarreia

Contudo, a diarreia é um sintoma inespecífico, que pode ser desencadeado por diversas causas. O uso regular de medicamentos como a metformina® é uma causa comum, porém outras causas devem ser pesquisadas, como:

  • Doença inflamatória intestinal crônica, entre elas a Doença de Crohn e a Retocolite ulcerativa;
  • Intoxicação intestinal;
  • Doença celíaca;
  • Intolerância alimentar, como lactose e glúten;
  • Infecção pelo HIV;
  • Síndrome do intestino irritável,
  • Câncer, entre outras.

O médico endocrinologista assistente ou o gastroenterologista são os mais indicados para definir a causa e avaliar o melhor tratamento.

Leia também: Tenho diarreia constante. O que pode ser?

Diarreia na gravidez: o que pode ser e o que fazer
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A principal causa de diarreia na gravidez, é a alteração hormonal natural desse período. Além disso, o aumento do tamanho do útero, mudanças na alimentação e uso de vitaminas, também podem causar a diarreia.

Nesse caso, é importante aumentar o consumo de água e manter uma boa alimentação, evitando frituras ou alimentos gordurosos. As mudanças costumam ser o suficiente para ajuste do trânsito intestinal.

Mas se a diarreia permanecer por mais de 2 dias ou apresentar outros sintomas, como febre, vômitos e dores abdominais, é preciso procurar o médico que a acompanha para uma avaliação mais cuidadosa.

Causas de diarreia na gravidez
  • Alterações hormonais,
  • Aumento do útero, especialmente, do 7º ao 9º mês de gestação,
  • Alimentação gordurosa,
  • Intolerância alimentar,
  • Gastroenterite e
  • Medicamentos e suplementos.
O que posso fazer?

A maior parte dos casos de diarreia na gravidez são solucionados com medidas simples que você pode adotar em casa:

1. Mantenha o repouso

Fazer repouso enquanto você estiver apresentando episódios de diarreia permitirá que o seu sistema imunológico funcione melhor para combatê-la.

2. Aumente a ingestão de água

Beba em torno de 2 litros de água ao dia enquanto a diarreia estiver presente. Você também pode ingerir suco, entretanto evite os industrializados, devido à presença de corantes e conservantes que podem deixar o seu intestino ainda mais sensível.

3. Mantenha uma alimentação equilibrada

Procure alimentar-se de forma saudável, com alimentos de fácil digestão. Dê preferência a alimentos cozidos no dia e evite molhos ou condimentos. Procure comer carne magras, como frango e peixe, acompanhados de arroz branco, batatas, macarrão, legumes e ou verduras bem lavadas.

As frutas também podem ser consumidas, porém, sem casca e evitando as frutas secas. Banana e água de coco são boas escolhas, pois ajudam a repor o potássio e o sódio perdidos com a diarreia. Evite os alimentos fritos e gordurosos.

4. Beba soro caseiro

O soro caseiro é uma receita caseira muito utilizada em casos de diarreias para prevenir e combater a desidratação. Para um litro de soro caseiro você pode seguir a seguinte receita:

  • 1 litro de água fervida, filtrada ou mineral engarrafada,
  • 1 colher se sopa cheia de açúcar (20 g) e
  • 1 colher de café de sal (3,5g).

Mistures bem os ingredientes até que o açúcar e o sal se dissolvam completamente. Tome em pequenos goles, várias vezes durante todo o dia.

Devo procurar o médico de família ou obstetra quando:

Procure atendimento se você sentir:

  • Diarreia persistente que dura mais de 3 dias,
  • Mais de 3 episódios de diarreia ao dia,
  • Mas de 2 episódios de diarreia durante vários dias,
  • Vômitos frequentes,
  • Febre superior a 38 graus,
  • Dor abdominal intensa,
  • Presença de sangue nas fezes.

Estas situações podem levar a desidratação intensa que pode prejudicar você e o seu bebê, além de indicar um possível quadro de infecção. Por estes, motivos procure o mais rapidamente atendimento hospitalar.

Para saber mais sobre diarreia na gravidez, você pode ler:

Dor de estômago, vomitando e com diarreia, isso é sintoma de gravidez?

Muco nas fezes durante a gravidez é normal?

Referências

American Pregnancy Association.

G.C.F. et al. Gastrointestinal diseases during pregnancy: what does the gastroenterologist need to know?. Annals of Gastroenterology, 31(4): 385-394, 2018.

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO.

Quando a diarreia é sinal de infecção?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A diarreia é sinal de infecção quando apresenta febre, calafrios e presença de sangue, muco ou pus nas fezes. Nesse caso, a diarreia passa a ser considerada uma disenteria.

A disenteria é uma situação bastante perigosa, especialmente para as crianças e pessoas com a imunidade baixa, pelo risco de complicações como a desidratação e sepse (infecção generalizada).

Portanto, na presença de sinais de infecção, procure um atendimento médico imediatamente.

Quando procurar atendimento médico?

Os sinais de maior gravidade que indicam a necessidade de atendimento médico, são:

  • Presença de sangue, pus ou muco nas fezes;
  • Febre alta (acima de 38,5ºC);
  • Mais de 6 evacuações líquidas por dia;
  • Mais de 7 dias de diarreia com febre;
  • Episódios de vômitos (mais de 5 vezes por dia), junto com a diarreia;
  • Sinais de desidratação (boca seca, muita sede e redução do volume de xixi);
  • Pacientes com imunidade baixa (em tratamento com quimioterapia, corticoides ou imunossupressores);
  • Crianças pequenas, menores de um ano, ou que não aceitam bem a hidratação;
  • Sinais de desidratação (boca seca, menor quantidade de xixi, sede constante).
O que fazer no caso de diarreia?

A principal orientação nos casos de diarreia é manter uma boa hidratação, repor os eletrólitos perdidos junto com as fezes, como o sódio, potássio e zinco; manter a alimentação habitual e quando preciso, acrescentar o antibiótico.

A restrição de alimentos durante a diarreia, foi por muitos anos usada como tratamento ideal. Contudo, os estudos mostraram que essa medida prejudica a nutrição e a recuperação da mucosa intestinal, por isso, é muito importante que a alimentação normal, de costume, seja mantida.

Quais remédios podem ser usados na diarreia?

As diretrizes de saúde, tanto no Brasil como em outros países, só indica uso de medicamentos, quando realmente é necessário, para evitar a piora da diarreia.

1. Antitérmicos

O paracetamol é a antitérmico mais indicado, porém apenas nos casos de febre alta (acima de 38,5º), ou quando causa grande incômodo na criança, interferindo na sua alimentação e aceitação de líquidos.

2. Antibióticos

Os antibióticos podem ser indicados nos casos de infecção, com a febre alta persistente, presença de sangue, muco ou pus nas fezes e quando a doença dura mais de 7 dias consecutivos.

3. Antidiarreicos

As medicações com objetivo de interromper rapidamente a diarreia não são indicadas! Sobretudo nos casos infecciosos, quando a medicação reduz a motilidade do intestino, mantendo a infecção por mais tempo e aumentando o risco de uma sepse (infecção generalizada).

4. Probióticos

Os medicamentos probióticos podem ser utilizados, embora tenham poucos estudos comprovando a sua eficácia.

5. Antieméticos

As medicações para náuseas e vômitos podem ser utilizadas, inclusive em crianças, para reduzir a perda de água nos episódios de vômitos. As opções mais prescritas são a metoclopramida, prometazina e a ondansetrona.

Quais são os tipos de diarreia?

A diarreia pode ser dividida pelo tempo de duração, pela causa ou ainda pelos sintomas e as suas caraterísticas.

Diarreia aguda

Tipo de diarreia que dura apenas alguns dias, geralmente entre 5 e 7 dias, podendo chegar a 14 dias no máximo. As causas mais comum são as viroses e a melhora é espontânea.

Diarreia crônica

Tipo de diarreia que dura mais de 3 a 4 semanas, mesmo que não seja constante durante esse período. As causas mais comuns são a presença de vermes, inflamações intestinais, como a doença de Crohn, tumores, ou situações de estresse, como a síndrome do intestino irritável.

Nesses casos é preciso procurar um gastroenterologista para investigação e tratamento.

Gastroenterite (infecciosa)

A diarreia infecciosa, disenteria ou gastroenterite, é um tipo de diarreia mais grave, causada por bactérias, onde é comum a presença de cólicas abdominais, febre, mal-estar e sangue ou pus nas fezes.

O tratamento deve ser feito com hidratação e antibióticos, por isso é procurar um atendimento médico para confirmação da doença e início rápido dos medicamentos.

Causas de diarreia

Diversas situações e doenças crônicas podem causar diarreia, como, por exemplo:

  • Consumir alimentos contaminados;
  • Viroses;
  • Alimentação rica em gordura;
  • Dietas restritivas (fórmulas para emagrecimento);
  • Doença celíaca (doença causada caracterizada pela intolerância ao glúten);
  • Doença inflamatória intestinal, como doença de Crohn e colite ulcerativa;
  • Síndrome do intestino irritável;
  • Intolerância à lactose;
  • Falta de higiene pessoal;
  • Cirurgias de estômago ou de intestino;
  • Radioterapia.
O que é diarreia?

A diarreia é uma condição em que ocorre eliminação de fezes aquosas (diarreia líquida) ou moles, pelo menos 3 vezes por dia. A diarreia pode ser leve e desaparecer em alguns dias ou durar mais tempo, podendo deixar a pessoa fraca ou desidratada.

Para maiores esclarecimentos sobre os distúrbios gastrointestinais, como a diarreia, procure um médico gastroenterologista.

Leia também: O que é bom para parar a diarreia rapidamente?

Referências:
  • Ministério da Saúde - saude.gov.br
  • Brandt KG, de Castro Antunes MM, da Silva GA. Acute diarrhea: evidence-based management. J Pediatr (Rio J). 2015;91:S36-43.