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Exame de colesterol: O que é? Para que serve? Quais os valores normais?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O exame de colesterol, também conhecido por lipidograma ou perfil lipídico, é um exame que avalia as concentrações de gordura no sangue.

A sua principal função é ajudar na prevenção de doenças vasculares, como o infarto cardíaco e o derrame cerebral (AVC). O colesterol ruim alto, aumenta o risco para essas doenças. O exame permite identificar essas alterações e iniciar um tratamento preventivo, que reduz esse risco.

Os valores normais de colesterol variam de acordo com os fatores de risco e estilo de vida de cada um, porém é fundamental que o colesterol ruim (LDL), esteja pelo menos abaixo de 130 mg/dl, enquanto o colesterol bom (HDL), deve estar acima de 40mg/dl.

Não é preciso de jejum para realizar o exame de colesterol!

Atualmente já não é mais recomendado o jejum de 12 horas para a realização de diversos exames, um deles é o exame de colesterol.

Sendo assim, deve manter a alimentação habitual até o dia do exame, evitando apenas:

  • Consumo de bebidas alcoólicas pelo menos 3 dias antes e
  • Prática de exercícios físicos, no dia anterior à coleta do sangue.

A única exceção é quando o exame de triglicerídeos encontra-se alterado. Se o valor dos triglicerideos estiver acima de 440 mg/dl, é preciso repetir esse exame, com o jejum de 12 horas, para reavaliação.

Valor normal de colesterol

Recentemente foram atualizados os valores considerados ideais de colesterol, que variam de acordo com os fatores de risco, estilo de vida e condições de saúde de cada um. O médico deverá calcular esse valor de risco na consulta médica e através de exames clínicos e laboratoriais.

Dessa forma, pessoas consideradas com alto risco para doenças vasculares, precisam manter as taxas de colesterol ruim (LDL) mais baixas do que aqueles considerados de baixo risco.

VALORES IDEAIS DE COLESTEROL
Tipo de colesterol Valor ideal
Colesterol total Abaixo de 190 mg/dl
LDL
Muito alto risco Abaixo de 50 mg/dl
Alto risco Abaixo de 70 mg/dl
Médio risco Abaixo de 100 mg/dl
Baixo risco Abaixo de 130 mg/dl
HDL Acima de 40 mg/dl
Triglicerideos (sem jejum) Abaixo de 175 mg/dl
Triglicerideos (com jejum de 12 h) Abaixo de 150 mg/dl
Quais são os fatores de risco para doenças vasculares?
  • Idade (Homens a partir de 45 anos e Mulheres a partir dos 55 anos);
  • Tabagismo;
  • Pressão alta;
  • Diabetes;
  • História familiar de colesterol aumentado;
  • Sedentarismo;
  • Obesidade e
  • Doença cardíaca prévia, especialmente história de infarto agudo do miocárdio.

Quanto mais fatores de risco apresentar, maior a exigência de controle do colesterol ruim, e os níveis considerados normais, devem ser mais baixos.

A mudança de hábitos de vida, é a principal medida para diminuir o colesterol ruim (LDL).

O tratamento e medidas para diminuir a taxa de colesterol ruim começa na mudança de hábitos de vida.

A atividade física regular, alimentação balanceada, evitar bebidas alcoólicas e abandonar hábitos ruins como o cigarro, são fundamentais para reduzir o colesterol ruim.

A prática regular de exercícios, também favorece o aumento do colesterol bom (HDL), colesterol que contribui para a redução do LDL.

Quando é indicado fazer o exame de colesterol?O primeiro exame de colesterol deve ser feito ainda na infância.

De acordo com as diretrizes atuais das associações de cardiologia, o primeiro exame de colesterol já deve ser feito na infância, entre os 9 e 11 anos de idade. No caso de crianças com história familiar de hipercolesterolemia ou diabetes, deve ser feito ainda antes dos 9 anos.

Para adultos, é indicado começar o rastreio aos 20 anos, repetindo a cada 5 anos, enquanto mantiver valores dentro dos limites adequados. Contudo, se o exame se apresentar alterado, esse acompanhamento deve ser anual e não mais a cada 5 anos.

Para realizar o exame do colesterol é preciso um pedido médico. Converse com o médico da família para avaliar a sua necessidade, calcular o risco real e valores adequados de colesterol no sangue.

Saiba como se alimentar de forma saudável e contribuir para a redução do colesterol ruim, no seguinte artigo: Como deve ser a dieta para baixar o colesterol?

Referências:

  • American Heart Association - What Your Cholesterol Levels Mean. May 22, 2020.
  • Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia - 2017.
  • Sociedade Brasileira de Diabetes.
Noz-da-Índia: quais riscos oferece à saúde?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A Noz-da-Índia possui efeito laxativo e tóxico à saúde. É comumente utilizada para fins de emagrecimento, embora ainda não exista evidência científica que confirme esta ação.

A comercialização de Noz-da-Índia foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2017. Também foi proibida pela instituição a comercialização de semente semelhantes à noz-da-Índia como “jorro-jorro” ou “chapéu de Napoleão”.

Noz-da-Índia é tóxica?

Sim! De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a noz-da-Índia é tóxica quando consumida por via oral e pode levar à morte.

A toxicidade da semente se deve a alguns de seus princípios ativos: a toxialbumina e a saponina. Além disso, o potente efeito laxativo pode provocar:

  • Mudança de comportamento
  • Problemas gástricos e digestivos
  • Agitação
  • Enjoo
  • Vômitos
  • Desidratação
  • Alucinações
  • Dilatação das pupilas
  • Falência hepática

A semente tem sido consumida crua e em grande quantidade para fins de emagrecimento. Além de não ser comprovado cientificamente que a Noz-da-Índia provoca a perda de peso, o seu consumo cru e em grande quantidade pode ser fatal. Por este motivo, não é recomendado o consumo de noz-da-Índia por via oral.

Efeitos colaterais da noz-da-Índia

Pouco se sabe sobre os efeitos colaterais do uso da noz com a finalidade de emagrecimento. O que está comprovado são os sintomas evidenciados em pessoas que a consumiram, como:

  • Cefaleia intensa (dor de cabeça)
  • Enjoo
  • Epigastralgia (dor no estômago)
  • Flatulência
  • Diarreia intensa
  • Distúrbios respiratórios
  • Taquicardia (aumento da frequência cardíaca)
  • Hipotensão (pressão baixa)
  • Edema nas pernas (inchaço)
  • Dores musculares
  • Sensação de fadiga
  • Desidratação intensa
  • Desnutrição
Consumo de noz-da-Índia e emagrecimento

Apesar de ser associada ao emagrecimento o consumo de noz-da-Índia, especialmente na forma de chá, tem efeito laxante potente, além de propriedades tóxicas. O seu consumo provoca diarreia intensa, o que levar a perda de líquido e desidratação. Esta perda de líquido intensa resulta na "sensação" de emagrecimento.

Não existem estudos científicos que comprovem a ação da noz-da- Índia para a perda de peso. O consumo por via oral da semente foi associado a três mortes no Brasil.

A ação laxativa da noz-da- Índia, quando consumida por via oral, interfere ainda na absorção de vitaminas e minerais, o que contribui para o desenvolvimento de casos de desnutrição severa.

Nos casos mais graves, existe a possibilidade de instalação de quadro de hepatite fulminante que pode evoluir para a necessidade de transplante de fígado.

Não consuma Noz-da-Índia na forma de alimentos, suplementos, cápsulas ou medicamentos. Seu uso pode oferecer riscos à saúde e provocar a morte. Se você busca emagrecer, adote hábitos alimentares saudáveis associados à prática de atividade física. Procure orientação de um/uma nutricionista ou nutrólogo/a.

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Como funciona a Dieta Cetogênica? Quais seus benefícios e riscos?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A Dieta Cetogênica se caracteriza pelo consumo elevado de gorduras (75%), ingesta moderada de proteínas (15%) e uma concentração bem reduzida de carboidratos (5%).

Esta dieta é conhecida por promover rapidamente a perda de peso. No entanto, não é indicada como forma saudável de perder peso, pois apresenta riscos a saúde, já que apresenta um desbalanço importante de nutrientes, além disso, não contribui com a redução do peso a longo prazo.

Como funciona a Dieta Cetogênica?

A alimentação restrita em carboidratos, base da dieta cetogênica, provoca a metabolização pelo fígado da gordura estocada no corpo ou que ingerimos na alimentação. Deste modo, o fígado produz corpos cetônicos e o estado de cetose, que provoca a utilização da gordura como fonte de energia promovendo o emagrecimento.

O que posso comer na Dieta Cetogênica?

Os alimentos que compõem a dieta cetogênica fazem parte de dois grupos principais de macronutrientes: as gorduras e as proteínas. É possível incluir nesta dieta: carnes vermelhas, frango, carne suína, peixes, ovos, embutidos como presunto e peito de peru, queijos, requeijão, manteiga, azeite de oliva, oleaginosas como castanhas e nozes, verduras verdes escuras como couve, espinafre e brócolis.

O que não posso comer na Dieta Cetogênica?

São proibidos na dieta cetogênica os carboidratos simples, de fácil absorção. Pertencem a este grupo: açúcar, arroz branco, pães brancos e massas.

Benefícios da Dieta Cetogênica

O único benefício desta dieta é o emagrecimento rápido pela restrição severa de ingestão de carboidratos.

O ideal é buscar um/a nutricionista para uma orientação voltada à reeducação alimentar. Deste modo, é possível manter o peso alcançado com a dieta ou emagrecer mais de forma saudável.

Riscos da Dieta Cetogênica Aumento dos níveis de colesterol

A dieta cetogênica favorece o aumento dos níveis de colesterol pelo estímulo à ingesta elevada de gorduras. O aumento do colesterol ruim também amplia os riscos de obstrução das artérias e de doenças cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral.

Altera o humor

A dieta cetogênica, por ser muito restritiva em relação ao consumo de carboidratos, pode provocar mau humor. Isto ocorre porque o triptofano, essencial para a síntese de serotonina (hormônio da felicidade), precisa de carboidratos para chegar ao cérebro.

Aumenta o risco de câncer

O consumo livre de embutidos como peito de peru, salame e salsicha estimulados pela dieta cetogênica eleva o risco de câncer, especialmente no sistema digestivo.

A ingestão destes alimentos também pode alterar a pressão arterial uma vez que são ricos em sódio.

Provoca Hipoglicemia

A redução radical de carboidratos na alimentação pode levar à redução do nível de açúcar (glicose) no sangue. Este quadro pode desencadear desmaios e pode ser potencialmente maléfico para portadores de diabetes mellitus.

Além destas alterações o baixo consumo de carboidratos pode causar dores de cabeça, fadiga, perda de massa muscular e dificuldade de concentração para o desenvolvimento das atividades diárias.

Orientações sobre a dieta cetogênica

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a nossa alimentação seja composta de 55 a 75% de carboidratos, 10 a 15% de proteínas e 15 a 30% de gorduras.

A dieta cetogênica não vai de encontro a esta recomendação da OMS e pode acarretar problemas de saúde.

Predominam entre os nutricionistas e nutrólogos a ideia de não orientar que as pessoas sigam a dieta cetogênica. Uma alimentação balanceada e saudável, prescrita por um profissional, associada à prática de atividade física é ainda o método mais seguro para quem deseja perder peso.

A única indicação para a dieta cetogênica é para as crianças que apresentam crises convulsivas. Ainda assim a dieta deve ser feita com acompanhamento médico rigoroso.

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O que fazer para emagrecer?

Alimentos ricos em vitamina D
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A vitamina D desempenha funções importantes para o organismo. Ela atua fixando o cálcio nos ossos, auxilia no equilíbrio hormonal e ajuda a regular o sistema imunológico.

Os alimentos de origem animal são os que possuem maior quantidade de vitamina D, como os peixes gordurosos. Alguns vegetais também dispõem deste nutriente, a exemplo dos cogumelos.

Que alimentos têm vitamina D? Salmão: alimento rico em vitamina D.
  • Óleo de fígado de bacalhau
  • Salmão cozido
  • Cavala
  • Caviar
  • Atum
  • Sardinhas enlatadas
  • Arenque fresco
  • Ostras cruas
  • Bife de vaca
  • Fígado de galinha
  • Fígado bovino assado
  • Leite Ninho fortificado
  • Iogurte
  • Manteiga
  • Queijo cheddar
  • Cereal enriquecido com vitamina D
  • Ovo cozido (a vitamina D se concentra na gema)
  • Cogumelos (Alguns tipos de funghi, quando mais expostos à luz solar)
Vitamina D x Exposição solar A exposição à luz solar é a principal responsável pela produção de vitamina D pelo organismo.

A exposição é uma das principais maneiras de se obter vitamina D. Os raios ultravioleta, presentes na luz solar, possibilitam que seja produzida pela pele.

Ainda não há consenso sobre o tempo de exposição solar adequado à produção da vitamina D pelo organismo, entretanto alguns estudos mostram que um tempo entre 5 e 15 minutos de exposição de regiões do corpo como rosto, pescoço, braços, e pernas seja suficiente para a produção da vitamina.

Alguns fatores como período do dia no qual ocorre a exposição ao sol, a estação do ano, a poluição e a cidade em que a pessoa vive influenciam na produção da vitamina D.

Apesar de os raios solares serem necessários à sintetização da vitamina D, é preciso estar atento à exposição solar. Deve-se evitar a exposição solar por grandes períodos de tempo e em horários nos quais o sol está mais forte.

É importante usar protetor solar para prevenir câncer de pele. Pessoas com pele mais escuras precisam de mais tempo de exposição, porém também precisam de proteção ao sol quando exposta por tempo prolongado.

Vitamina D e vegetarianismo

Os vegetais, leguminosas e cereais não possuem vitamina D. Os cogumelos que são cultivados expostos ao sol, são a fonte mais rica deste nutriente no reino vegetal. Junto com a exposição solar, o consumo de cogumelos são as formas pelas quais vegetarianos e veganos que não consomem ovos, leite e derivados têm de produzir vitamina D.

Posso usar suplemento de vitamina D?

A suplementação de vitamina D só está indicada em raras situações de deficiência importante de vitamina D no sangue. A grande maioria das pessoas consegue sintetizar toda a vitamina D necessária através da exposição solar e ingesta de alimentos. Apenas utilize o suplemento de vitamina D mediante orientação médica ou de nutricionista.

É importante lembrar que tanto a deficiência quanto o excesso de vitamina D no sangue, trazem riscos à saúde. Portanto, nunca inicie reposição dessa ou qualquer outra vitamina antes de uma avaliação e dosagem no sangue.

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Vegetais ricos em proteínas (e como substituir a carne por leguminosas)
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

As proteínas vegetais podem sim suprir nossas necessidades diárias de proteína e, deste modo, podem sim substituir a carne. Os alimentos do grupo das leguminosas são os ideais para esta substituição. Neste grupo estão todos os tipos de feijão.

A disponibilidade de proteínas disponíveis em alimentos de origem animal e vegetal é sempre alvo de muitas dúvidas. É importante lembrar que as proteínas são formadas de um aglomerado de aminoácidos e que todos os aminoácidos essenciais (aqueles que ingerimos com a alimentação) são encontrados em alimentos de origem vegetal.

Alimentos vegetais ricos em proteínas Feijões: importantes fontes de proteínas

As leguminosas contêm todos os aminoácidos essenciais necessários às necessidades do organismo humano. Os alimentos do grupo das leguminosas são:

  • Grão-de-bico
  • Ervilhas
  • Lentilhas
  • Favas
  • Soja em grãos
  • Feijões de todos os tipos (preto, corda, vermelho, fradinho, carioca, branco entre outros)
  • Tofu (derivado da soja)
Como substituir a carne por leguminosas?

A Organização Mundial de Saúde recomenda o consumo de 100 g de carne por dia. Para trocar a carne por feijão e retirá-la da alimentação são necessários o consumo de 7 colheres de sopa de leguminosas (feijão, grão-de-bico, ervilha, lentilhas, entre outras) ao dia.

Esta porção fornece a quantidade de aminoácidos necessários ao organismo humano e, por consequência, atende às necessidades nutricionais diárias de proteínas.

Cereais (arroz integral, quinoa, milho, macarrão) e leguminosas, isoladamente, contém todos os aminoácidos essenciais em diferentes quantidades. Por esta razão se recomenda combinar estes dois grupos de alimentos vegetais, cereais e leguminosas, e consumi-los todos os dias. Não é necessário que sejam consumidos juntos em uma mesma refeição, mas é importante que sejam ingeridos no mesmo dia.

Alimentação sem carne e ferro

A absorção do ferro presente em 65 a 100 g de carne vermelha é similar ao que é absorvido quando ingerimos 1 concha ou 7 colheres de sopa de feijão. Na carne há cerca de 1,9 mg de ferro dos quais absorvemos 18%. Na concha de feijão a concentração de ferro é de 4,2 mg dos quais absorvemos 10%.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a deficiência de ferro é bastante comum tanto em países pobres, como em países ricos. Estudos científicos mostram ainda que a anemia por deficiência de ferro é semelhante entre as pessoas que consomem carne e as que não consomem.

A perda de sangue é a causa mais comum de deficiência de ferro. Por este motivo as mulheres, que perdem sangue pela menstruação, são mais propensas à deficiência de ferro do que os homens.

É importante dizer que a carência de ferro não é tratada somente com alimentação. Nestes casos se fazem necessários o uso de medicamentos devidamente orientados por profissional médico.

Alguns cuidados sobre o consumo de proteínas Grão de bico: rico em proteínas

Em um plano alimentar equilibrado, o consumo de proteínas deve corresponder de 10% a 15% do total de calorias ingeridos. Se você quer deixar de comer carne, pode suprir esta necessidade com alimentos baseados em grãos (leguminosas e cereais). Ao alimentar-se deste modo a sua cota de proteínas diárias será atingida, uma vez que incluirá todos os aminoácidos essenciais.

A proteína é um nutriente fácil de obter nos alimentos, mesmo que seus hábitos alimentares não sejam adequados.

As pesquisas científicas não comprovam o risco de deficiência de proteínas nas populações e em grupos de pessoas que não consomem carne.

Do ponto de vista nutricional 7 colheres de sopa de feijões cozidos substituem 100 gr de carne. Nestas quantidades os dois alimentos possuem em torno de 190 calorias. Embora os feijões tenham menos proteínas do que a carne, a sua ingestão nesta quantidade ultrapassa bastante a necessidade diária de proteínas em um plano alimentar padrão.

As pessoas que decidem para de comer carne devem fazer acompanhamento da dosagem de vitamina B12.

Qualquer mudança em sua alimentação, com ou sem carne, se torna mais segura com o auxílio de um nutrólogo/o ou nutricionista. Entretanto, antes de agendar a sua consulta certifique-se de que o profissional sabe orientar um plano alimentar sem carne e que respeita a sua escolha.

Obesidade: quais são os seus sintomas?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Os sintomas de obesidade incluem além do aumento de peso, cansaço excessivo, fome constante entre as refeições e sintomas gerais, citados mais detalhadamente a seguir.

Sintomas gerais da obesidade
  • Cansaço fácil;
  • Sono excessivo;
  • Suor excessivo;
  • Pernas inchadas e pesadas;
  • Sensação de fome constante entre as refeições;
  • Respiração ofegante.
Como saber se tenho obesidade?

A maneira mais simples e eficaz para definir a obesidade é através do cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal), calculado utilizando a altura e o peso do indivíduo, da seguinte maneira:

IMC = peso (kg) / altura (m)².

Segundo a SBEM (sociedade brasileira de endocrinologia e metabologia) e Ministério da saúde, a obesidade é definida pelo IMC acima de 30 kg/m². Os valores entre 25 e 29,9 kg/m² caracterizam o sobrepeso e a faixa considerada normal de peso, varia entre 18,5 e 24,9 kg/m²

O que é obesidade?

Trata-se de uma doença crônica, assim como a hipertensão e a diabetes, que ainda não tem cura, e dados de 2017 já apontavam para taxas de sobrepeso e obesidade atingindo mais da metade da população brasileira. Índices que continuam crescendo.

A doença aumenta os riscos de outras doenças graves como diabetes e câncer, por exemplo. Portanto, diversas campanhas têm sido realizadas, no intuito de reduzir essa estatística, auxiliar a população na prevenção e tratamento da doença, desde a infância.

Doenças relacionadas à obesidade

Algumas doenças podem ser provocadas pela obesidade, como:

  • Hipertensão arterial;
  • Diabetes;
  • Colesterol elevado;
  • Baixa autoestima;
  • Redução da expectativa de vida;
  • Disfunções renais;
  • Artrose;
  • Varizes;
  • Problemas cardiovasculares;
  • Dificuldade respiratória e cansaço;
  • Maior tendência de câncer, especialmente câncer de intestino e reto.

Os sintomas gerais da obesidade precisam ser avaliados considerando-se os fatores genéticos, ambientais, estilos de vida e psicossociais. Prevenir a obesidade também ajuda a evitar doenças que reduzem a qualidade e expectativa de vida das pessoas obesas.

Para detectar e tratar a obesidade busque orientação profissional de médicos/as e nutricionistas. A SBEM sugere a avaliação pelo IMC em todas as crianças a partir dos 5 anos de idade.

Chia emagrece mesmo?
Dra. Janyele Sales
Dra. Janyele Sales
Medicina de Família e Comunidade

A semente de Chia (Salvia hispanica L.), por ser rica em fibras, pode ser uma aliada no plano alimentar de quem deseja emagrecer. Além disso, é uma fonte de ômega-3, ácidos graxos, proteínas, carboidratos, cálcio ferro e substâncias antioxidantes.

Como as sementes de chia auxiliam no emagrecimento?

O alto teor de fibras solúveis e insolúveis presentes nas sementes de chia ajudam a promover a sensação de saciedade. Ao serem hidratadas ou entrarem em contato com o suco gástrico, as sementes aumentam de volume e se transformam em um gel semelhante à clara de ovo. Este gel ocupa mais espaço no estômago, o que reduz a fome e favorece a saciedade.

As fibras também diminuem a velocidade de absorção dos nutrientes no intestino e reduzem o índice glicêmico da alimentação. Isto evita os picos de insulina que provocam a fome.

Por estes motivos, as sementes de chia podem ser aliadas dos processos de emagrecimento.

Sementes de chia Que outros benefícios as sementes de chia trazem para a saúde?
  • Auxilia na regulação do colesterol: entre as gorduras que compõem a chia predominam o ômega - 3 e o ômega - 6. Estes ácidos graxos são benéficos à saúde, uma vez que ajudam a reduzir o colesterol ruim (LDL) e a aumentar o bom colesterol (LDL). As fibras presentes nas sementes também têm ação sobre a diminuição da concentração de lipídios na corrente sanguínea.

Veja também Qual a diferença entre colesterol VLDL, LDL e HDL?

  • Atua na prevenção de doenças cardiovasculares: a inclusão da chia no plano alimentar pode ajudar a reduzir o risco de infarto, hipertensão arterial e acidente vascular cerebral. Isto se deve a elevada concentração de ômega-3. Este ácido graxo diminui a formação de coágulos, arritmias e colesterol da corrente sanguínea. Além disso, o ômega-3 também ajuda a tornar o sangue mais fluido, o que reduz a pressão que ele exerce sobre a parede das artérias e favorece o controle da pressão arterial.

Leia mais Quais são os benefícios do ômega-3?

  • Possui efeito antioxidante: o ácido cafeico, um dos antioxidantes da chia, auxilia na desintoxicação hepática, impede a destruição das membranas das células e a formação de radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce.
  • Favorece a proteção do cérebro: estudos associam os ácidos alfa-linolênico e linoleico, presentes na semente de chia, com a formação das membranas celulares dos neurônios, com a transmissão dos impulsos nervosos de uma célula nervosa para outra e com a otimização das funções cerebrais.
Há contraindicações?

Não há contraindicações para inserir sementes de chia no plano alimentar. No entanto, é necessário cuidado.

As sementes de chia devem sempre ser adicionadas aos alimentos. Não deve ser ingerida pura, pois ao ser umedecida com a saliva forma um gel muito viscoso que dificulta a deglutição, pode obstruir as vias aéreas superiores e dificultar a respiração.

Uma colher de sopa de chia possui 58 calorias. Esta porção é composta por 4,7 gramas de gordura, 3 gramas de proteína e 4,3 gramas de carboidratos. A totalidade destes carboidratos, corresponde a 4,3 gramas de fibras. Pode ser usada in natura (semente), óleo e farinha.

É importante que o uso de sementes de chia seja incorporado à um estilo de vida saudável que inclui uma rotina alimentar saudável e à prática de atividade física.

Retire suas dúvidas com nutricionista ou médico/a.

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Não consigo emagrecer, o que devo fazer?

Leite faz mal?
Dra. Janessa Oliveira
Dra. Janessa Oliveira
Farmacêutica-Bioquímica

Para quem não tem alergia ou intolerância aos componentes do leite, seu consumo moderado não parece aumentar o risco de doenças. Inclusive, ingerir leite é recomendado, por ser um alimento rico em água e nutrientes como:

  • Proteínas de alto valor biológico (como a caseína, enzimas e compostos que ajudam na absorção de nutrientes), peptídeos e aminoácidos essenciais;
  • Vitaminas: principalmente as vitaminas A, vitamina B12 e a riboflavina (vitamina B₂);
  • Lipídos (gordura): principalmente o triacilglicerídeo;
  • Minerais: como cálcio, fosfato, selênio, iodo, zinco e magnésio.

Algumas gorduras da composição do leite podem ter efeitos positivos sobre a saúde, como prevenir e atrasar o desenvolvimento de tumores e ter efeitos antibacterianos e antivirais (anti-cárie, anti-placa bacteriana e anti-H. pylori, por exemplo). Por outro lado, existe o receio que algumas delas (os ácidos graxos saturados) possam fazer mal, aumentando o colesterol e o risco de problemas cardiovasculares, sobrepeso e obesidade. Por isso, é recomendado o consumo de leite desnatado ou semi-desnatado pelos adultos.

O leite pode fazer mal para pessoas com alergia a alguma das suas proteínas, causando sintomas como vômito, fezes moles e ganho de peso reduzido. Raramente, pode causar sintomas respiratórios parecidos com os da asma, como peito chiando e falta de ar. Ele também pode fazer mal e causar diarreias para quem tem intolerância à lactose (deficiência da enzima intestinal lactase), devendo ser preferido o consumo de leite fermentado.

O consumo de leite cru também pode fazer mal para a saúde. Ele pode transmitir infecções como a brucelose ou tuberculose quando não passa pelo processo de aquecimento chamado “ultra alta temperatura” (UHT) ou por uma filtração por membrana.

O leite comercializado com registro e certificação é analisado regularmente, para avaliar se está adulterado (com a adição de compostos que podem fazer mal, como a água-oxigenada). As análises são realizadas para garantir que ele não faça mal e seu valor nutritivo esteja preservado.

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Referências:

Abrantes MR, Campêlo CS, Silva JBA. Fraude em leite: Métodos de detecção e implicações para o consumidor. Rev Inst Adolfo Lutz. 2014; 73(3): 244-51.

Haug A, Høstmark AT, Harstad OM. Bovine milk in human nutrition – a review. Lipids in Health and Disease. 2007; 6: 25.

Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. p.79-80.