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Diverticulite tem cura? Qual o tratamento?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim. Diverticulite tem cura e o tratamento é simples, na maioria dos casos. O tratamento inicial é feito com dieta leve e líquida, associada a medicamentos antibióticos e analgésicos, quando não há sinais de gravidade.

O objetivo do tratamento nos casos mais leves visa apenas aliviar os sintomas. Os divertículos não são retirados e a grande maioria das pessoas fica completamente curada em 3 dias.

Contudo, em casos mais graves de diverticulite ou quando há complicações como perfuração, sangramento e formação de abscesso, a pessoa precisa ficar internada. A terapia é feita à base de jejum e administração de antibióticos diretamente na veia.

Os tratamentos também são mais agressivos e incluem cirurgia para remoção da parte do intestino comprometida pelos divertículos e drenagem dos abscessos (quando de pequeno volume) por punção, através da pele.

Mesmo com o tratamento adequado, as recidivas da doença costumam ser frequentes. Nessas situações, a cirurgia pode ser programada de acordo com as necessidades dos pacientes.

Além dos medicamentos e da cirurgia, o tratamento da diverticulite também inclui alguns cuidados e medidas por parte do paciente, tais como:

⇒ Consumir alimentos com alto teor de fibras, como frutas, cereais integrais, vegetais e grãos, pois são excelentes para o processo digestivo como um todo, além de essenciais para um bom funcionamento intestinal, o que ajuda a prevenir a doença diverticular;

⇒ Evitar o uso de laxantes para combater as crises de constipação intestinal;

⇒ Tentar beber pelo menos 2 litros de líquido ao dia, pois ajuda na formação do bolo fecal;

⇒ Realizar atividades físicas com frequência, pois acelera o metabolismo e o trânsito intestinal.

Quando a cirurgia para tratar a diverticulite é indicada?

O tratamento cirúrgico é necessário nas seguintes situações: formação de grandes abscessos, diverticulite recorrente, falta de resposta aos medicamentos, obstrução intestinal, peritonite, formação de fístulas, paciente com diabetes ou imunidade baixa, sangramento intestinal frequente ou que persiste por mais de 2 dias.

Como é feita a cirurgia?

Na cirurgia de diverticulite feita em regime de urgência, é geralmente feita a retirada da porção do intestino afetada. Depois, o intestino é “ligado” à parede abdominal (colostomia) e a fezes são eliminadas para o exterior por essa abertura e caem numa bolsa especial.

Só após o desaparecimento completo da infecção e a recuperação completa do paciente é que o intestino é reconstituído e as fezes voltam a ser eliminadas normalmente pelo ânus.

Quando a cirurgia é planejada e não é feita em regime de urgência, o intestino é reconstituído durante o procedimento e a colostomia não é necessária.

Nesses casos, a cirurgia é pouco invasiva, feita por videolaparoscopia. Não são feitos grandes cortes no abdômen, apenas pequenas incisões por onde são introduzidos o laparoscópio e os instrumentos cirúrgicos. O tempo de recuperação também é menor, quando comparado com o outro procedimento cirúrgico.

O que é diverticulite?

A diverticulite é a inflamação de um ou mais divertículos, que são saliências parecidas com a ponta de um dedo de luva, que podem estar localizadas em várias áreas do trato gastrintestinal, principalmente entre as fibras musculares do intestino grosso.

Nesses divertículos, pode haver aprisionamento de pequena quantidade de fezes. As bactérias presentes nas fezes, sob determinadas condições, multiplicam-se e inflamam o tecido, causando a doença.

A diverticulite pode causar abscesso (acúmulo localizado de pus) ou perfuração intestinal. Neste segundo caso, as fezes na cavidade abdominal podem levar a uma condição muito grave, denominada peritonite (infecção generalizada na cavidade abdominal).

Como prevenir a diverticulite?

Para prevenir a diverticulite, recomenda-se perder peso (quando necessário), não fumar, evitar carne vermelha e gorduras de origem animal, praticar exercícios físicos regularmente, evitar tomar medicamentos sem necessidade e manter uma boa hidratação.

Também é muito importante aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais crus ou cozidos, além de alimentos integrais, como pão, arroz e massas.

Todas essas medidas favorecem a saúde e o funcionamento do intestino, auxiliando na prevenção da diverticulite.

No caso de suspeita de diverticulite, um médico, preferencialmente um gastroenterologista, deverá ser consultado para investigação e tratamento.

Veja também: Qual a dieta ou tratamento para quem tem diverticulose?

Diverticulite pode virar câncer?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Não, diverticulite não vira câncer nem aumenta o risco de desenvolver tumores. As principais complicações da diverticulite são:

  • Infecção, formação de abscesso ou peritonite (infecção na cavidade abdominal);
  • Perfuração;
  • Obstrução intestinal;
  • Fístulas e
  • Sangramento.

A diverticulite normalmente melhora em poucos dias após o início do tratamento com antibióticos.

Porém, se a resposta ao tratamento não for satisfatória, pode sinalizar uma complicação, como a formação de um abscesso (acúmulo de pus), que geralmente não responde ao tratamento pela dificuldade do antibiótico penetrar na cápsula que circunda o abscesso, sendo necessário drenagem cirúrgica.

O divertículo inflamado também pode apresentar pequenas perfurações, o que permite o extravasamento do pus para a cavidade abdominal, causando peritonite (infecção generalizada da cavidade abdominal). Complicação mais grave, por isso a mais temida e que necessita de cirurgia de emergência.

A obstrução intestinal ocorre devido à cicatrização da área inflamada, que diminui o espaço interno das alças do intestino, impedindo a passagem parcial ou completa das fezes.

Outra complicação da diverticulite, decorrente dessa cicatrização das alças intestinais, é a formação de uma fístula (comunicação anormal entre dois órgãos). A fístula ocorre devido à maior facilidade que os tecidos inflamados têm de ficarem "grudados" quando entram em contato um com o outro, formando assim uma comunicação entre eles.

No caso da diverticulite, os órgãos mais susceptíveis para formação de fístulas, pela proximidade do intestino, são a bexiga, pele ou mesmo outra alça intestinal. A mais frequente é a fístula entre o cólon e a bexiga, causando infecção urinária crônica, de difícil tratamento.

O sangramento é uma complicação rara da diverticulite, sendo notado pelo paciente nas fezes. A maioria dos sangramentos cessa espontaneamente, mas há casos em que eles podem ser graves e necessitar de intervenção cirúrgica.

Para maiores informações sobre as possíveis complicações da diverticulite, e qual será a melhor conduta para o seu caso, consulte um/a médico/a gastroenterologista.

Saiba mais em:

O que é diverticulite?

Diverticulite tem cura? Qual o tratamento?

O que é diverticulite?
Dra. Ângela Cassol
Dra. Ângela Cassol
Médico

Diverticulite é a inflamação dos divertículos (pequenas saculações do intestino grosso). Ela ocorre quando há obstrução do divertículo por fezes ou restos de alimentos não digeridos.

Os divertículos (ou doença diverticular do cólon) são frequentes, especialmente nas idades mais avançadas. Formam-se em virtude de uma dieta pobre em fibras, o que aumenta a pressão dentro do intestino e forçando a mucosa, com a consequente formação dos divertículos.

A maioria dos pacientes não apresenta sintomas, mas podem ocorrer dor abdominal na metade inferior e alterações do hábito intestinal. O diagnóstico pode ser feito através de colonoscopia ou clister opaco, mais comumente.

As duas complicações mais frequentes são a própria diverticulite, que leva à dor abdominal intensa, alteração do hábito intestinal e febre, e o sangramento dos divertículos, levando a evacuações com sangue vivo, misturado nas fezes.

Leia também: Diverticulite pode virar câncer?

O tratamento, nos casos não complicados, consiste numa dieta rica em fibras naturais e industrializadas e consumo adequado de líquidos.

Nos casos de sintomas de diverticulite e/ou sangramento nas fezes, deve ser procurado um pronto atendimento. Nos casos não complicados, é necessário seguimento com gastroenterologista ou proctologista.

O que é diverticulose e quais os sintomas?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

A diverticulose é a presença de divertículos, que são pequenas dilatações parecidas com a ponta de um dedo de luva. Podem ocorrer em diversos locais do trato gastrointestinal, mas são mais comuns no intestino grosso. É uma condição comum, especialmente nos indivíduos de mais de 60 anos de idade. 

A maioria dos pacientes é assintomática e o diagnóstico, muitas vezes, é feito em exames de rotina, como colonoscopia. Quando ocorrem, os sintomas são inespecíficos: desconforto abdominal, mais frequentes do lado esquerdo, constipação (prisão de ventre) e alterações do hábito intestinal.

As principais causas da diverticulose são:

  • Envelhecimento e a consequente perda de elasticidade da musculatura intestinal;
  • Dieta alimentar pobre em fibras e constipação intestinal;
  • Aumento da pressão no interior do cólon;
  • Predisposição genética.

É importante diferenciar a diverticulose da diverticulite. A diverticulite é uma complicação da diverticulose, instalando-se quando os divertículos estão inflamados ou infectados, podendo apresentar abscesso ou perfuração. Nesses casos, é maior o risco de contaminação da cavidade abdominal com fezes,  provocando uma complicação chamada peritonite, extremamente grave.

Em caso de suspeita de diverticulose, um médico (preferencialmente um gastroenterologista ou proctologista) deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, qual é o seu diagnóstico correto, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.

Qual a dieta ou tratamento para quem tem diverticulose?
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues
Médico

Os pacientes com diverticulose sem sintomas não precisam de nenhum tratamento. Contudo, é indicada dieta com mais fibras. Com isso há aumento no volume e densidade das fezes, o que teoricamente diminuiria o risco de obstrução ou formação de novos divertículos e preveniria complicações, como a diverticulite.

Uma diverticulite leve, sem sinais de gravidade, pode ser tratada em casa, associando uma dieta leve e líquida à prescrição de antibióticos e analgésicos. Em geral, em 72 horas, 80% desses casos evoluem para cura.

Em casos mais graves, com febre alta, dor abdominal muito forte e dificuldade para se alimentar, a hospitalização e o uso de antibióticos por via venosa faz-se necessária. Uma possibilidade para os casos mais graves é o tratamento cirúrgico, que consiste na retirada da parte do intestino comprometida pelos divertículos ou na drenagem dos abscessos através de punção transcutânea, se eles forem pequenos.

Recomendações:

  • Inclua preferencialmente alimentos com alto teor de fibras na sua dieta habitual, como frutas, vegetais, cereais integrais e grãos;
  • Beba pelo menos dois litros de líquido por dia para facilitar a formação do bolo fecal;
  • Não tome laxantes por conta própria;
  • Pratique atividade física, pois ela é fundamental para o trânsito intestinal.

Em caso de suspeita de diverticulose, um médico (preferencialmente um gastroenterologista ou proctologista) deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, qual é o seu diagnóstico correto, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.