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O que pode causar dor nas mãos? Como tratar?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor nas mãos pode ser causada por diversos motivos, desde doenças crônicas, como as doenças reumáticas, um processo inflamatório como a tendinite, síndrome do túnel do carpo, um trauma ou até devido à má circulação.

A mão é uma parte do nosso corpo rica em diferentes estruturas. Nas mãos encontramos músculos, nervos, tendões e vasos sanguíneos, além disso, trata-se de uma parte do corpo que utilizamos com muita frequência. Por isso estão expostos a traumas, inflamação e problemas de circulação.

O tratamento para alívio dos sintomas pode ser baseado em analgésicos, anti-inflamatórios, gelo ou compressa morna e repouso. No entanto, para tratar definitivamente e evitar a recorrência da dor, é preciso identificar a causa.

Quais são as principais causas de dor nas mãos?1. Artrite reumatoide

A artrite reumatoide é uma doença reumática bastante frequente na população, caracterizada por um processo inflamatório crônico das articulações, principalmente nas mãos e punhos.

Os sintomas são de "dor nas juntas", vermelhidão, calor local e rigidez matinal. Com a evolução da doença, as articulações ficam desgastadas e podem surgir ainda as deformidades ósseas e nódulos, chamados nódulos reumatóides.

A doença deve ser diagnosticada e tratada o quanto antes, para evitar a sua evolução, complicações e incapacidade funcional.

O tratamento para a fase aguda, com sintomas de inflamação e dor, são o uso de anti-inflamatórios e corticoides. Após a melhora da inflamação, a artrite reumatoide deve ser tratada continuamente, com medicamentos que reduzem o número de crises de agressão articular, como os imunossupressores.

O médico reumatologista é o responsável pela avaliação, conduta e acompanhamento.

2. Tendinite

As tendinites são inflamações nos tendões, estruturas que ligam o músculo ao osso, permitindo o deslizamento entre eles e realização dos movimentos. Por isso as regiões que estão sempre em movimentação, como os ombros, punhos, joelhos pés e mãos, são as mais propensas em desenvolver tendinites.

A doença é comum em atividades laborais que exigem movimentos repetitivos, como pessoas que trabalham em computadores, digitadores e esportistas.

O tratamento da tendinite é imobilizar a região inflamada, manter repouso, gelo local várias vezes por dia e o uso de anti-inflamatórios.

Além disso, é importante identificar a causa e corrigir sempre que possível, para evitar recorrência da doença. Por exemplo, em situações de trabalho, pode ser preciso uma reeducação postural, ajustes de material do trabalho, como cadeira adequada e descanso para os pés.

O médico de família, ortopedista ou reumatologista podem orientar caso a caso.

3. Síndrome do túnel do carpo

A síndrome do túnel do carpo, é a compressão do nervo mediano, na altura no punho, que causa os sintomas de dor e formigamento das mãos. Geralmente a doença acomete os dois lados.

A repetição de movimentos das mãos, como digitar e escrever, é a principal causa desse problema. Gestantes também podem desenvolver a síndrome pelo edema gestacional. Após o parto, os sintomas tendem a desaparecer espontaneamnete.

No entanto, se a doença não for diagnosticada e tratada a tempo, o nervo pode sofrer um dano irreparável, causando a dor crônica, atrofia dos músculos das mãos e com isso, fraqueza e incapacidade de funções simples, como segurar um copo por períodos prolongados.

O diagnóstico e tratamento devem ser conduzidos pelo neurologista, neurocirurgião ou ortopedista cirurgião de mão, e o tratamento definitivo é a cirurgia com ressecção da fibrose e liberação do nervo.

4. Lúpus

Lúpus é uma doença inflamatória de origem autoimune, dentro do espectro de doenças reumáticas, que agride diversos sistemas do organismo, sendo um deles as articulações.

Os sintomas mais comuns são de cansaço, desânimo, emagrecimento, manchas na pele e as inflamações articulares, que levam as dores nas juntas das mãos, punhos, joelhos e pés. O diagnóstico deve ser feito pelo médico reumatologista, que dependendo da forma e gravidade da doença, irá definir o tratamento.

O tratamento é feito com uso de corticoides e imunossupressores, além de acompanhamento regular para evitar complicações da doença.

5. Lesão por esforço repetitivo (LER)

A lesão por esforço repetitivo é uma doença do sistema musculoesquelético, causado pela repetição de movimentos, geralmente relacionada, mais uma vez, às atividades de trabalho.

Pode acometer os punhos, ombros e cotovelos, além da coluna. Os sintomas são de dor nas mãos, inchaço, sensação de pontadas ou agulhadas, formigamento e diminuição da força.

O diagnóstico deve ser feito pelo reumatologista ou ortopedista e o tratamento preconizado é com uso de anti-inflamatórios, para alívio dos sintomas, e controle dos fatores que causam o problema.

6. Traumas

Os traumas também podem comprometer as articulações e músculos, causando dor, inchaço e vermelhidão no local do trauma. A dor é localizada e a duração dos sintomas é limitada, não é uma situação recorrente.

Neste caso, existe uma causa bem definida relacionada ao impacto provocado pelo trauma sofrido em quedas ou acidentes, por exemplo. O tratamento é direcionado especificamente para a lesão e dura o tempo suficiente para a sua recuperação.

7. Doenças vasculares

O fenômeno de Raynaud é caracterizado por episódios de vasoespasmo, ou seja, os vasos sanguíneos reduzem de calibre, levando menos sangue até as extremidades das mãos e dos pés, especialmente em situações de frio e de estresse. Causando dor, palidez, coceira, e em seguida, vermelhidão e calor local, pelo retorno do sangue.

Esse processo pode ocorrer repetidamente e causar grande incomodo às pessoas. Porém, na maioria das vezes trata-se de uma situação benigna que não oferece risco e melhora espontaneamente.

Por outro lado, o fenômeno de Raynaud, pode representar uma manifestação inicial de doenças reumáticas, como a esclerodermia (doença caracterizada endurecimento da pele e dos órgãos internos) e problemas vasculares mais graves. O tratamento passa a ser medicamentoso ou mesmo com indicação de procedimentos cirúrgicos.

Portanto, para definir a causa do problema e o tratamento mais adequado, é preciso ser avaliado por um médico reumatologista ou angiologista / cirurgião vascular.

As recomendações para reduzir os eventos de Raynaud são: evitar o frio, evitar o estresse, mesmo que seja preciso terapias e uso de medicamentos e evitar substâncias energéticas, como café em excesso e o cigarro.

Outras doenças vasculares, como as tromboses nos braços, são mais raras e causam além da dor, alterações na coloração e temperatura da pele.

Neste caso, procure imediatamente um serviço de emergência médica.

Quando devo procurar uma emergência?

Algumas situações são consideradas perigosas, e precisam ser avaliadas imediatamente, como as doenças vasculares agudas e lesão muscular grave, após um trauma. Sendo assim, se apresentar uma das características abaixo, indicamos procurar um atendimento de urgência.

  • Dor associada a fraqueza no braço,
  • Mudança de cor ou de temperatura (uma mão mais fria que a outra ou mais roxa/pálida do que a outra),
  • Dor que dificulta a movimentação,
  • Dor e inchaço importante, após a um trauma.

A dor nas mãos costuma vir associada ainda a outros sintomas como coceira e inchaço. Para compreender o que pode ser e como tratar, leia também os artigos:

Coceira nas mãos: o que pode ser e o que fazer?

Mãos inchadas: o que pode ser e o que fazer?

Referências:

  • Sociedade Brasileira de Reumatologia.
  • Fredrick M Wigley et al.; Clinical manifestations and diagnosis of Raynaud phenomenon. UpToDate Oct 08, 2019.
  • Cristiane Kayser et al.; Fenomeno de Raynaud. Rev Bras Reumatol, 2009;49(1):48-63.
Formigamento no corpo: o que pode ser?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

O formigamento e a dormência são sensações que podem se manifestar em qualquer parte do corpo, embora sejam mais comuns nos dedos, nas mãos, nos pés, nos braços e nas pernas. Existem muitas doenças e condições que podem deixar o corpo formigando ou causar dormência. Dentre elas estão:

  • Permanecer na mesma posição por muito tempo;
  • Compressão de um nervo (uma compressão do nervo no pescoço pode causar formigamento no braço ou na mão, enquanto uma compressão na região lombar pode causar formigamento na perna ou no pé do lado acometido);
  • Lesão de um nervo, pode causar formigamento, ou diminuição da sensibilidade na região por ele inervada;
  • Danos a um nervo periférico causada por varizes, tumores, cicatriz, infecção, contato com chumbo, uso abusivo de bebidas alcoólicas, cigarro, radio ou quimioterapia;
  • Herpes zoster (“cobreiro”);
  • HIV ou AIDS;
  • Falta de irrigação sanguínea para uma determinada área do corpo;
  • Níveis anormais de cálcio, potássio ou sódio no organismo;
  • Deficiência de vitaminas B1, B6, B12 ou B9 (ácido fólico);
  • Uso de certos medicamentos ou drogas ilícitas;
  • Picadas de insetos, carrapatos, ácaros e aranhas;
  • Toxinas presentes em frutos do mar;
  • Defeitos congênitos (presentes desde o nascimento) que afetam os nervos.

O formigamento e a dormência podem ser causados ainda por síndrome do túnel do carpo (compressão do nervo localizado no punho), diabetes (neuropatia diabética), enxaqueca, esclerose múltipla, crise epiléptica, derrame cerebral (AVC), ataque isquêmico transitório (AIT), hipotireoidismo e fenômeno de Raynaud (estreitamento dos vasos sanguíneos, geralmente nas mãos e nos pés).

O que fazer se sentir dormência ou formigamento no corpo?

O tratamento para o formigamento ou para a dormência dependem da causa, que deve ser diagnosticada e tratada, quando possível. Para identificar a origem dessas alterações sensoriais, é importante verificar a presença de outros sinais e sintomas ou condições que podem ter desencadeado o formigamento ou a dormência, tais como:

  • Fraqueza ou incapacidade de movimentar alguma parte do corpo;
  • Lesões na cabeça, no pescoço ou nas costas;
  • Perda de controle dos movimento de braços ou pernas;
  • Falta de controle do esfíncter;
  • Confusão mental ou perda da consciência;
  • Dificuldade para falar;
  • Alterações visuais;
  • Dificuldade para caminhar.

Procure atendimento médico se:

  • A dormência ou o formigamento surgirem sem uma razão aparente;
  • Houver dor ou diminuição de força em braços ou pernas;
  • Houver mudanças na frequência ou volume urinários;
  • A dormência ou o formigamento ocorrer nas pernas e piorar ao caminhar;
  • Surgir erupções na pele;
  • Tiver tontura ou espasmos musculares.

Na presença desses sinais e sintomas, consulte um médico clínico geral ou médico de família.

Dor de cabeça pode ser sintoma de AVC?
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

Sim, dor de cabeça pode ser sintoma de AVC. A dor de cabeça no caso de AVC isquêmico, costuma acontecer por causa de aumento da pressão arterial, uma dor com caráter de "aperto" na cabeça, constante. No caso de hemorragia cerebral ou AVC hemorrágico, a dor de cabeça já tem um caráter mais intenso, de início súbito, associado a náuseas, vômitos, rigidez de nuca, confusão mental e perda da consciência ou coma. Se a pessoa estiver dormindo, a dor é forte o bastante para acordá-la.

Além da dor de cabeça, os sinais e sintomas de um AVC podem incluir:

  • Dormência, formigamento ou fraqueza muscular no rosto, braço ou perna, geralmente em apenas um lado do corpo;
  • Dificuldade para falar ou compreender o que as pessoas dizem;
  • Diminuição da visão, visão dupla ou cegueira total;
  • Dificuldade para caminhar, engolir, ler ou escrever;
  • Confusão mental;
  • Tontura, vertigem, perda de equilíbrio ou coordenação motora;
  • Rigidez de nuca (no AVC hemorrágico);
  • Sonolência, perda de consciência e coma.

Na dúvida se a dor de cabeça é ou não um AVC, siga esses 3 passos:

1) Peça à pessoa para sorrir e verifique se um lado do rosto está paralisado;

2) Peça à pessoa para levantar os dois braços e verifique se um dos braços cai ou está mais fraco;

3) Peça à pessoa para repetir uma frase simples e verifique se ela arrasta as palavras e se a frase foi repetida corretamente.

Veja também: Suspeita de AVC: o que fazer?

Os sintomas do derrame cerebral geralmente têm início súbito e variam conforme a parte do cérebro que foi afetada, o tipo de AVC (isquêmico ou hemorrágico) e a gravidade do derrame.

O AVC pode causar graves danos ao cérebro, incapacidade permanente e morte. Por isso na dúvida, sempre procure imediatamente um atendimento de urgência, "tempo é cérebro".

O que é AVC e quais são as causas?

AVC é a sigla para acidente vascular cerebral. Um AVC ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma determinada parte do cérebro é interrompido (AVC isquêmico) ou quando um vaso sanguíneo cerebral se rompe, causando uma hemorragia (AVC hemorrágico).

Portanto, apesar do acidente vascular cerebral ser popularmente chamado de “derrame”, o extravasamento de sangue só ocorre no AVC hemorrágico. A dor de cabeça costuma estar presente principalmente nesse tipo de AVC, devido a irritação causada pelo extravasamento do sangue no tecido cerebral.

Veja também: O que pode causar um AVC?

Outra condição semelhante a um acidente vascular cerebral é o ataque isquêmico transitório (AIT). Ocorre quando o suprimento de sangue para o cérebro é interrompido por um período curto de tempo. O AIT não causa danos permanentes às células cerebrais, porque o fluxo é restabelecido antes que as células sofram, mas é um fator de risco importante para o AVC. Sabemos que quem apresenta um episódio de AIT tem uma doença obstrutiva crônica, por isso a qualquer momento pode sofrer um derrame.

Quais são os tipos de AVC? AVC isquêmico

O AVC isquêmico é causado por um coágulo de sangue ou placa de gordura que bloqueia uma artéria no cérebro. É o tipo de AVC mais comum, representando cerca de 80% dos casos. Um AVC isquêmico também pode causar sangramento e se tornar um derrame hemorrágico.

Saiba mais em: O que é AVC isquêmico e quais são os sintomas?

AVC hemorrágico

O AVC hemorrágico ocorre devido à ruptura de um vaso sanguíneo cerebral, gerando sangramento no cérebro.

Leia também: O que é AVC hemorrágico e quais são os sintomas?

Quem corre o risco de sofrer um AVC?

Alguns fatores aumentam os riscos da pessoa sofrer um AVC, tais como:

  • Hipertensão arterial (pressão alta);
  • Diabetes;
  • Doenças cardíacas;
  • Colesterol alto;
  • Tabagismo (fumar danifica os vasos sanguíneos e aumenta a pressão arterial);
  • História familiar ou pessoal de AVC ou ataque isquêmico transitório;
  • Idade (o risco de derrame aumenta à medida que a pessoa envelhece, principalmente a partir dos 55 anos);
  • Obesidade;
  • Sedentarismo (falta de atividade física regular);
  • Consumo de bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas;
  • Uso de pílula anticoncepcional (sobretudo mulheres que fumam e têm mais de 35 anos);
  • Má circulação nas pernas;
  • Gravidez;
  • Terapia de reposição hormonal (mulheres).
Como é a recuperação após um AVC?

A recuperação depende do tipo de acidente vascular cerebral, extensão e localização da lesão, além do tempo que levou para iniciar o tratamento.

Os pacientes que sofreram um AVC isquêmico têm melhor evolução, quando tratado rapidamente, do que casos de AVC hemorrágico. Ainda assim, nos dois casos, quanto antes for iniciado o tratamento medicamentoso e de reabilitação, com fisioterapia e fonoaudiologia, nos casos de sequelas de fala, mais breve será sua recuperação e maiores as chances de recuperação completa.

Um AVC é uma emergência médica! Em caso de sintomas de AVC, procure atendimento médico imediatamente. O tratamento precoce, mais do que reduzir as chances de sequelas, salva muitas vidas.

Também podem lhe interessar: AVC tem cura? Qual o tratamento e possíveis sequelas?

Dor neuropática: saiba os sintomas e tratamentos
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A dor neuropática, ou dor neurogênica, é uma dor crônica que se caracteriza pela sensibilidade alterada. Como, por exemplo, um maço de algodão desencadear uma dor forte em queimação.

Isso ocorre porque a dor neuropática tem como origem o comprometimento de um (ou mais) nervo(s). Danificados, esses nervos transmitem uma mensagem alterada ao cérebro e assim o estímulo não é compreendido de forma correta.

A essa alteração da sensibilidade damos o nome de alodinia.

Sintomas da dor neuropática

Os sintomas podem ser constantes, quando nunca param de incomodar, ou intermitente, quando a dor vai e volta. Além da alodinia, a dor neuropática tem como características:

  • Dor espontânea ou iniciada após um estímulo (toque, frio ou movimento)
  • Dor descrita como: queimação, choque, agulhadas, dormência ou formigamento
  • Distúrbios do sono
  • Distúrbios de humor
Tratamento da dor neuropática

As possibilidades de tratamento atualmente são muitas, e variam de acordo com o tipo da dor, a localização e preferência da equipe médica.

Na grande maioria das vezes os medicamentos são suficientes para melhorar os sintomas. Os mais indicados são os antidepressivos, analgésicos potentes e anticonvulsivantes, como a amitriptilina, carbamazepina, topiramato e gabapentina. É também possível aplicar medicamentos diretamente na pele (tópicos) em creme ou adesivos (emplastros), porém parecem aliviar apenas parcialmente a dor.

Os procedimentos médicos são indicados nos casos de compressão do nervo ou para a dor que não melhora com os medicamentos. Por exemplo, na síndrome do túnel do carpo e na hérnia de disco. Os procedimentos utilizados são a aplicação de toxina botulínica tipo A, bloqueio cirúrgico do nervo comprometido ou cirurgia para descomprimir um nervo.

O tratamento com fisioterapia e/ou terapia ocupacional são essenciais para as pessoas com dor neuropática para promover alívio dos sintomas, manter o movimento da parte dolorida do corpo, evitando assim a atrofia da musculatura, já que a dor faz com que a pessoa movimente menos aquele local.

Como aliviar os sintomas?

Para aliviar os sintomas é importante controlar a causa do problema. Na diabetes, o controle do açúcar alivia os sintomas, sem que seja preciso fazer uso de mais algum remédio.

Na dor por compressão do nervo, é indicado repouso, analgésicos ou relaxante muscular e fisioterapia ou terapia ocupacional. Nas terapias, pode ser indicado material externo, como as órteses, que mantém aquela articulação paralisada e na posição correta, promovendo o alivio da dor.

Práticas de relaxamento, meditação e yoga, também apresentam importante alívio dos sintomas de dor crônica.

Que médico devo procurar? Como é feito o diagnóstico?

O médico especialista em dor neuropática é o neurologista. No caso de dor crônica (dor que dura mais de 3 meses), não demore procurar um especialista, porque embora a dor não seja uma doença visível, tem complicações graves, psicológicas e físicas, que podem ser evitadas com o tratamento correto.

O diagnóstico é feito com base no exame médico e exame neurológico, além de exames complementares.

Os exames mais solicitados são: exames de sangue, com análise de vitaminas, função renal e hepática, exame de imagem (ressonância magnética) e os estudos de condução dos nervos, a eletroneuromiogrfia (ENMG).

Causas de dor neuropática

As causas mais comuns de dor neuropática são:

  • Compressão de nervo: Síndrome do túnel do carpo, hérnia de disco;
  • Trauma
  • Diabetes mellitus
  • Alcoolismo
  • Infecção: HIV, herpes zoster, pós-zika e chikungunya
  • Carência de vitaminas (complexo de vitamina B)
  • Pós quimioterapia (tratamento de câncer)
  • Genética (doenças hereditárias - ex.: Charcot-Marie-Tooth)
A fibromialgia é uma dor neuropática?

Não. A fibromialgia é uma doença crônica, caracterizada por dor muscular generalizada, associada a sono não reparador, distúrbios de humor e dificuldade de memória, sem causa ainda conhecida. O tratamento pode ser feito com reumatologista ou neurologista.

A dor neuropática é o comprometimento de um ou mais nervos, que levam uma resposta anormal para o cérebro. Com isso desencadeiam um distúrbio na sensibilidade.

Referência:

  • ABN - Academia Brasileira de Neurologia
  • Lilian Hennemann-Krause et al.; Systemic drug therapy for neuropathic pain. Revista Dor. Rev. dor vol.17 supl.1 São Paulo 2016.
Neuropatia Diabética: sintomas, tratamento e formas de prevenir a doença
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Dra. Rafaella Eliria Abbott Ericksson
Clínica médica e Neurologia

A neuropatia diabética é uma das complicações mais comuns da diabetes mellitus, que se caracterizada pelos sintomas de dor e sensibilidade alterada, especialmente nas mãos e nos pés, devido ao comprometimento dos nervos periféricos.

O açúcar elevado no sangue ou o tempo prolongado de doença, são a causa da disfunção dos nervos mais distais, ou nervos periféricos. O tratamento tem como base, controle da alimentação, medicamentos e hábitos de vida saudáveis.

Embora a neuropatia diabética não tenha cura, pode ser controlada com o tratamento adequado e medidas de prevenção da doença.

Sintomas de neuropatia diabética

Os sintomas da neuropatia diabética variam de acordo com o nervo ou nervos comprometidos, mas, em geral, incluem:

  • Dor contínua
  • Dor em "queimação"
  • Formigamento
  • Disestesia - Sensibilidade anormal ou alterada (dor desproporcional ao estímulo, como dor intensa após o toque de um algodão)
  • Menor sensibilidade (dormência em determinadas regiões, os pés são os locais mais acometidos).
Tratamento para neuropatia diabética

O principal tratamento da neuropatia diabética é o controle da glicemia (nível de açúcar no sangue). O tratamento deve ser iniciado ainda na fase de pré-diabetes, com exercício físico, dieta e se preciso, medicamentos.

Para a neuropatia já instalada, existem também opções de medicamentos para alívio dos sintomas, associado ao controle da glicemia. Os medicamentos mais indicados neste caso são:

  • Antidepressivos tricíclicos, como amitriptilina,
  • Anticonvulsivantes, como topiramato, carmabamepina e oxcarbazepina;
  • Analgésicos, como paracetamol, tramal e
  • Tratamentos promissores em estudo (canabidiol, estimulação magnética transcraniana - TMS, entre outros).

A opção de tratamento deve ser analisada individualmente pelo neurologista, para evitar interação medicamentosa ou efeitos colaterais indesejados.

5 maneiras simples de prevenir a neuropatia diabética 1. Manter um estilo de vida saudável

Manter estilo de vida saudável é buscar o equilíbrio nos cuidados com a sua saúde.

A alimentação saudável, com a quantidade adequada de açúcar e carboidratos, reduzir a gordura e aumentar a ingesta de água, favorecem o metabolismo celular. Praticar atividade física regular, não fumar e evitar bebidas alcoólicas, também são fundamentais para evitar a agressão ao organismo e evitar as complicações da doença.

2. Usar corretamente as medicações

Tomar as medicações prescritas para o controle da diabetes, sem esquecimentos e se possível, sempre no mesmo horário, tem um papel importante no controle das funções do organismo, além de evitar a oscilação do açúcar no sangue.

3. Cuidar diariamente dos seus pés

Uma prática estimulada pelos profissionais de saúde que trabalham com portadores de diabetes, é sempre observar os pés, ao menos uma vez ao dia, para encontrar precocemente feridas nos pés.

Como a sensibilidade nas extremidades dos pés, é quase sempre comprometida, nos portadores de diabetes, não é raro haver machucados nos pés que não causam dor. Por este motivo, demoram a ser percebidos.

Assim, os machucados ficam expostos e devido a sua localização, podem infectar e complicar, rapidamente. Essa é uma das causas mais frequentes de amputações nos pacientes diabéticos.

4. Usar calçados confortáveis

Fazer uso de calçados adequados é mais um dos cuidados recomendados com os pés, em pessoas com diabetes. Os nossos pés sofrem pressão e pequenos traumas durante todo o dia, pelo uso normal, e pelo uso de calçados. Por isso, se puder reduzir essa agressão diária com o uso de calçados adequados, pode prevenir feridas e complicações típicas da doença.

5. Usar cremes hidratantes

Usar cremes hidratantes nos pés, pernas e mãos diariamente. A pele de pessoas com diabetes tem uma maior tendência ao ressecamento, o que favorece a formação de feridas no caso de traumas ou mesmo espontaneamente.

Manter a pele bem hidratada reduz o risco de machucados nessas regiões.

O médico responsável pelo tratamento e acompanhamento de diabetes é o endocrinologista.

Aproveite para entender um pouco mais sobre a alimentação adequada para pessoas com diabetes: Que cuidados com a alimentação deve ter uma pessoa diabética.

Leia também:

Referências:

  • Sociedade Brasileira de Diabetes
  • Eva L Feldman, et al.; Epidemiology and classification of diabetic neuropathy. UpToDate. Apr 01, 2020.